Tripulantes e pilotos saem em defesa do CEO da TAP em polémica sobre privatização

Os maiores sindicatos que representam os tripulantes de cabine e os pilotos defendem, tal como o CEO, que o Estado deve manter uma participação na TAP no processo de privatização.

Os presidentes do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) defendem, tal como o CEO da TAP, que o Estado mantenha uma participação no capital que lhe permita ter voz na companhia aérea, após a privatização. Declarações que surgem após as críticas do ministro das Infraestruturas e Habitação ao presidente da transportadora portuguesa.

Sempre defendemos que o Estado numa futura privatização deve manter uma percentagem pública para que possa ter uma influência nos desígnios estratégicos da companhia. Ficamos satisfeitos quando o CEO da TAP tem sobre esta matéria a mesma opinião que o sindicato”, afirma Ricardo Penarroias, presidente do SNPVAC, numa declaração enviada ao ECO.

Sempre defendi que a TAP tenha uma gestão privada, mas que o Estado mantenha uma participação e influência ativa na empresa”, diz também o presidente do SPAC, sindicato que está em período eleitoral. “É o que acontece na Air France, onde o Estado tem 28%. Uma participação que é assumida como uma questão de soberania económico-financeira, assegurando também a preservação do hub“, acrescenta.

O presidente da TAP, Luís Rodrigues, defendeu em declarações ao Financial Times que o Estado fique com uma participação no capital da companhia aérea, no âmbito do processo de privatização. “A minha recomendação seria que o governo português mantivesse uma posição, para ser parte de todo o processo de desenvolvimento”, afirmou o CEO da TAP ao jornal britânico.

Declarações que não foram bem recebidas pela tutela. “Eu concordo que o presidente da TAP se deve focar na gestão da TAP e não se imiscuir em problemas que são do acionista. O presidente da TAP deve-se focar na gestão da TAP e a TAP bem precisa de boa gestão e, nesta altura, é isso, cada um deve desempenhar o seu papel”, disse esta terça-feira o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, à saída de uma reunião ministerial em Bruxelas.

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Cada europeu produziu 16 quilos de resíduos têxteis em 2020

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

De todos os resíduos têxteis, segundo a estimativa, 82% vieram dos consumidores e o restante foram resíduos da indústria transformadora ou têxteis que nunca chegaram a ser vendidos.

Cada europeu produziu em 2020 cerca de 16 quilos de resíduos têxteis, dos quais apenas um quarto foi recolhido separadamente para reutilização e reciclagem, segundo uma avaliação da Agência Europeia do Ambiente (AEA) sobre a Diretiva-Quadro Resíduos (DQR).

A estimativa da AEA indica terem sido gerados na UE cerca de 16 quilos de resíduos têxteis por pessoa em 2020 e que apenas cerca de um quarto desta quantidade (4,4 kg) terá sido recolhido separadamente para reutilização e reciclagem, mas o resto acabou em resíduos domésticos mistos. A diretiva determina que a partir de 2025 os Estados-Membros da União Europeia devem estabelecer sistemas de recolha separada para têxteis usados.

De todos os resíduos têxteis, segundo a estimativa, 82% vieram dos consumidores e o restante foram resíduos da indústria transformadora ou têxteis que nunca chegaram a ser vendidos.

Além da DQR, que obriga os Estados-membros a terem sistemas de recolha seletiva para têxteis usados no próximo ano, a Comissão Europeia propôs introduzir a responsabilidade alargada obrigatória do produtor para os têxteis em todos os Estados-membros, a fim de tornar os produtores responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos têxteis.

Um inquérito da AEA em 2023 revelou que a maioria dos Estados-Membros da UE já tem sistemas de recolha seletiva, mas principalmente para recolher têxteis reutilizáveis. O relatório da AEA alerta que, além da recolha separada, as capacidades de triagem e reciclagem têm de ser aumentadas na Europa para evitar que os têxteis recolhidos acabem em incineradores, aterros ou sejam exportados para regiões fora da UE.

A AEA salienta, em comunicado, a necessidade de harmonizar as definições e as práticas de comunicação de têxteis usados e de resíduos, lembrando que nos dados que recolheu estão claramente demonstradas grandes discrepâncias devido às diferentes interpretações sobre o que constitui resíduo e o que constitui têxteis usados.

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PSP instaurou 43 processos disciplinares a polícias que estiveram no Capitólio

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

PSP indica que houve a "instauração de 43 processos disciplinares a correr termos em vários comandos territoriais da PSP, os quais ainda se encontram em instrução".

A PSP instaurou 43 processos disciplinares a polícias que participaram na concentração espontânea realizada em fevereiro junto ao Capitólio, em Lisboa, durante o debate eleitoral para as eleições legislativas, indicou esta terça-feira à Lusa aquela polícia. Numa resposta enviada à agência Lusa, a Polícia de Segurança Pública refere que instaurou um processo de inquérito para apurar o eventual envolvimento de polícias no protesto, cuja realização não foi comunicada, bem como a responsabilidade disciplinar.

“Em resultado do referido processo de inquérito foi determinada a instauração de 43 processos disciplinares a correr termos em vários comandos territoriais da PSP, os quais ainda se encontram em instrução”, indica a PSP. Além da abertura deste processo de inquérito, a PSP comunicou ao Ministério Público (MP) a realização do desfile e concentração não autorizados junto ao cineteatro Capitólio, obrigando ao corte inopinado de várias ruas de Lisboa.

Numa resposta enviada esta terça-feira à Lusa, a Procuradoria-Geral da República refere que o MP arquivou o inquérito para apurar responsabilidades na manifestação das forças de segurança. A 19 de fevereiro, centenas de polícias concentraram-se junto ao cineteatro Capitólio, onde estava a decorrer um debate entre os dois principais candidatos a primeiro-ministro nas legislativas de 10 de março, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, depois de uma concentração que juntou na Praça do Comércio cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR.

Esta concentração na Praça do Comércio estava autorizada e foi organizada pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR. O protesto junto ao Capitólio foi marcado nas redes sociais pelo ‘movimento inop’ e não teve a participação da plataforma, sendo também através daquelas redes que foram lançadas todas as diretrizes que os polícias deviam seguir.

Na altura, os elementos da PSP e da GNR estavam em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, uma reivindicação que ainda se mantém, uma vez que o atual Governo ainda não chegou a acordo com os sindicatos da PSP e associações da GNR sobre um novo suplemento da missão.

A notícia sobre o arquivamento do inquérito ao “cerco do Capitólio”, nome pela qual ficou conhecida a manifestação das forças de segurança, foi avançada pelo jornal Público.

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Acionistas da Shell rejeitam alinhar empresa com metas do Acordo Climático de Paris

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Apenas 19% dos acionistas votaram a favor da resolução sobre o clima, apresentada pelo acionista ativista Follow This e por 27 investidores – incluindo a gestora de ativos Amundi.

Os acionistas da Shell aprovaram esta terça-feira o novo plano de transição energética com metas menos ambiciosas para as emissões de carbono e rejeitaram uma resolução que pedia à petrolífera para se alinhar com os objetivos do Acordo Climático de Paris. A estratégia atualizada de transição energética da gigante petrolífera Shell obteve o apoio de 78% dos acionistas na assembleia-geral anual da empresa, realizada em Londres, noticia a agência Bloomberg.

Apenas 19% dos acionistas votaram a favor da resolução sobre o clima, apresentada pelo acionista ativista Follow This e por 27 investidores – incluindo a gestora de ativos Amundi, uma das maiores da Europa. À margem da reunião em Londres, o presidente executivo da Shell, Wael Sawan, afirmou que estava “muito satisfeito” com o apoio que obteve dos investidores.

E prosseguiu: “Estou satisfeito por termos visto a resolução Follow This obter uma percentagem de votos ainda mais baixa do que nos anos anteriores”. A votação é um revés para o Follow This, que apresentou resoluções climáticas em oito das últimas nove das assembleias-gerais anuais da Shell, depois de ter tido um máximo de 30% por parte dos acionistas em 2021.

Este grupo de acionistas pretende que sejam estabelecidos objetivos rigorosos em matéria de emissões de dióxido de carbono para controlar o aquecimento global, tal como previsto no Acordo de Paris de 2015. No entanto, após a invasão da Ucrânia pela Rússia e a subsequente crise energética na Europa, as preocupações com a segurança do aprovisionamento têm vindo cada vez mais a concorrer com as alterações climáticas ao nível das preocupações dos investidores.

A Shell atualizou pela última vez a estratégia para a transição energética em março, mitigando alguns dos seus objetivos. A empresa pretende agora reduzir a “intensidade líquida de carbono” entre 15% a 20% até 2030, face ao objetivo anterior que apontava para 20%. A Shell também deixou cair o objetivo de reduzir as emissões em 45% até 2035, alegando a “incerteza no ritmo da mudança na transição energética”.

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Jorge Mendes controla 69% da Seleção nacional que vai ao Euro 2024

A Gestifute de Jorge Mendes agencia 18 dos 26 atletas da Seleção que vão disputar o Europeu na Alemanha. Nunca o poder de influência do "super agente" na Seleção das Quinas foi tão grande.

Dos 26 atletas que Roberto Martínez selecionou para vestirem a camisola da Seleção nacional no Campeonato Europeu de 2024, que se vai realizar a partir de 14 de junho na Alemanha, 18 são agenciados pela Gestifute, a empresa de Jorge Mendes.

Nunca o “super agente” teve tanta influência na Seleção nacional como agora. Nas últimas duas grandes competições internacionais de seleções – Campeonato Europeu de 2022, em França, e Campeonato Mundial, no Qatar –, a Gestifute agenciava 62% dos atletas. Agora, esse rácio sobe para 69%.

No grupo de jogadores representados por Jorge Mendes pontificam nomes como Cristiano Ronaldo — que apesar da sua última transferência para o Al-Nassr não ter sido feita através de Jorge Mendes, permanecem contratos comerciais e de direitos de imagem do atleta na Polaris Sports, uma empresa do grupo da Gestifute –, atualmente o jogador com mais internacionalizações pela Seleção das Quinas, com 206 jogos realizados, os campeões da Premier League pelo Manchester City, Bernardo Silva e Rúben Dias, assim como o jogador mais velho do grupo (Pepe, com 41 anos) e o mais jovem (João Neves, com 19 anos).

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O poder de influência de Jorge Mendes na Seleção tem sido construído desde há pelo menos 10 anos. No Mundial de 2014, realizado no Brasil, Jorge Mendes já era um agente influente na seleção portuguesa. Dos 23 convocados, oito jogadores estavam sob a sua representação: Bruno Alves, Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão, João Moutinho, Miguel Veloso, Pepe, Rui Patrício e William Carvalho, além do próprio selecionador nacional, Paulo Bento. Isso representava cerca de 35% do grupo.

Em 2016, na estreia de Fernando Santos como selecionador de Portugal em grandes competições oficiais com o Escudo ao peito, a Gestifute agenciava nove dos 23 jogadores que, no dia 10 de julho, conquistaram o título de campeões da Europa em Paris, numa emocionante final contra a França.

No Mundial de 2018, na Rússia, Jorge Mendes aumentou ainda mais a sua presença na Seleção, representando 10 dos 23 jogadores da equipa que chegou até os oitavos de final, caindo no torneio para o Uruguai num jogo marcado pelo resultado de 2-1 a favor dos sul americanos.

Nos últimos 10 anos, 45% dos 66 atletas que entraram na convocatória dos três Europeus e três Mundiais em que Portugal participou eram agenciados por Jorge Mendes no momento da chamada do selecionador nacional.

No entanto, foi no Europeu de 2020, realizado em 2021 devido à pandemia de Covid-19, que Jorge Mendes consolidou a sua influência: dos 26 jogadores convocados por Fernando Santos, 16 eram agenciados pela Gestifute. Dois anos depois, em 2022, no Mundial do Qatar, Jorge Mendes manteve a sua influência, colocando entre os 26 convocados, novamente 16 dos seus atletas.

Agora, numa Seleção com um valor de mercado de 1.045 milhões de euros, segundo dados do Transfermarkt, dois em cada três dos 26 jogadores que vão defender as cores de Portugal na Alemanha no Campeonato Europeu da UEFA são agenciados pela Gestifute. Para segundo nível fica o agente Miguel Pinho, da MRP Positionnumber, com três atletas agenciados – Bruno Fernandes, Nuno Mendes e Gonçalo Inácio.

A influência de Jorge Mendes e da sua Gestifute no seio da Seleção das Quinas é ainda mais notório quando se agrega todos estes números: nos últimos 10 anos, 45% dos 66 atletas que entraram na convocatória dos três Europeus e três Mundiais em que Portugal participou eram agenciados por Jorge Mendes no momento da chamada do selecionador nacional.

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Liberais europeus querem afastar partido de Mark Rutte depois de acordo com extrema direita

A líder da família europeia dos liberais rejeitou o acordo entre Rutte e Wilders nos Países Baixos para a formação de Governo. Renovar Europa quer VVD fora do grupo político.

A líder do Renovar Europa, Valérie Hayer, considera que o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD) liderado por Mark Rutte, não deve continuar a fazer parte da família política europeia, depois de terem formado um acordo para formar o próximo Governo dos Países Baixos com o Partido da Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders.

[A aliança] é uma opção inaceitável, porque não respeita os nossos valores“, cita o Le Monde as declarações a responsável pelo Renovar Europeia. “A minha linha vermelha é clara (…). Sempre respeitámos o cordão sanitário [contra a extrema-direita]. É um dos valores absolutos do grupo e eu assumirei as minhas responsabilidades no dia seguinte às eleições para garantir que não vamos contra a extrema-direita”, garantiu.

A eurodeputada espera “ter uma discussão com todos os membros do grupo” a 10 de junho, no dia seguinte às eleições, “de acordo com os estatutos do grupo”. À semelhança da líder da família política, também João Cotrim Figueiredo, cabeça de lista pela Iniciativa Liberal às eleições europeias, já se manifestou contra a coligação nos Países Baixos.

Em causa está o acordo formado entre o Partido Popular para a Liberdade e Democracia e o Partido da Liberdade, esta semana, para a formação de um Governo de coligação de direita nos Países Baixos, quase seis meses após a vitória eleitoral do líder da extrema-direita, Geert Wilders, que não será primeiro-ministro. Além do VVD e do PVV, a coligação conta também com o partido pró-agricultores BBB e o novo partido anticorrupção NSC.

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Governo quer “foco na execução” do plano de investimentos para a ferrovia

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

O secretário de Estado disse que o “objetivo da neutralidade carbónica continua a ser o grande desiderato e uma das pedras de toque daquilo que é a estratégia para a ferrovia” em Portugal.

O secretário de Estado das Infraestruturas defendeu esta terça-feira como necessário o “foco na execução” do plano de investimentos assumido por Portugal, que “privilegia o modo ferrovia”, e definir uma “visão integrada para a logística, intermodal” no setor dos transportes.

Nós precisamos de garantir que vamos executar tudo aquilo que nos comprometemos a fazer, há um plano de investimento muito ambicioso, que privilegia o modo ferrovia, é uma prioridade para o país a descarbonização dos transportes, e temos de os executar”, disse hoje à Lusa o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, no Entroncamento (Santarém), onde presidiu à abertura do Portugal Railway Summit.

Na sua quinta edição, a segunda consecutiva na cidade dos comboios, a iniciativa da PFP – Plataforma Ferroviária Portuguesa, Cluster da Ferrovia, reúne durante dois dias, no Museu Nacional Ferroviário, quatro centenas de especialistas, líderes da indústria e profissionais do setor ferroviário para discutir os mais recentes avanços, desafios e oportunidades da ferrovia.

Na sua intervenção, o governante abordou as estratégias e objetivos do Plano Nacional de Investimentos (PNI) para o horizonte temporal 2021-2030, incidindo no projeto nacional de alta velocidade, onde destacou a utilização da “bitola ibérica polivalente” e a importância da “interoperabilidade com a rede convencional”, a par da terceira travessia sobre o Tejo, tendo destacado o “foco na execução”, a “participação de empresas privadas”, e a “promoção da intermodalidade”.

À Lusa, o secretário de Estado disse que o “objetivo da neutralidade carbónica continua a ser o grande desiderato e uma das pedras de toque daquilo que é a estratégia para a ferrovia” em Portugal, tendo feito notar a importância de uma” visão integrada para a logística” do setor dos transportes.

“O transporte de mercadorias é crítico. Temos uma prevalência de transporte rodoviário pesado de carga muito grande em Portugal, isso traz implicações ambientais e importa definir uma visão para a logística nacional, intermodal, que inclua os portos, a ferrovia, a rodovia e o próprio setor da aviação, uma visão integrada que não existe e que vamos ter rapidamente de a desenvolver”, defendeu Hugo Espírito Santo.

Questionado sobre as declarações da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF), que indicou que o transporte ferroviário de mercadorias caiu 10% até abril e imputou a responsabilidade aos incentivos públicos dos últimos anos à rodovia e ao transporte de mercadorias, nomeadamente através da descida de taxas de portagem nas estradas, o governante considerou as críticas “extemporâneas” e disse que “muita coisa está a ser feita” e que vão ser libertados fundos para o setor da ferrovia.

“O primeiro passo para conseguir haver transporte ferroviário de mercadorias é haver infraestrutura. É isso que estamos a fazer”, declarou, tendo feito notar que deve haver a “noção que a infraestrutura demora”, e assegurado que o governo vai “libertar agora um conjunto de fundos combinados numa anterior resolução do Conselho de Ministros”.

Já sobre a observação da APEF que as portagens para uso do caminho-de-ferro (Taxa de Uso cobrada pelo Estado/Infraestruturas de Portugal) foram aumentadas em mais de 20% no último ano, em contraponto com a redução da carga fiscal na rodovia aplicada aos combustíveis fósseis sem que seja atribuído apoio ou redução para os custos da energia elétrica e dos combustíveis usados na ferrovia, o secretário de Estado disse que “vai ser de 3% o aumento este ano da taxa de uso”, o que, “num contexto inflacionário” é “extremamente razoável”, tendo reiterado os apoios a conceder.

“Há muita coisa que está a ser feita e eu acho as críticas um bocadinho extemporâneas, desse ponto de vista, e o nosso objetivo é ter todos os privados envolvidos neste processo de desenvolvimento da ferrovia em Portugal”, concluiu.

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Israel impede agência Associated Press de transmitir imagens de Gaza

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Pouco antes da apreensão do equipamento, a AP estava a transmitir uma imagem geral do norte de Gaza. A agência disse que cumpre as regras de censura militar de Israel.

As autoridades israelitas apreenderam esta terça-feira uma câmara e equipamento de transmissão à Associated Press no sul de Israel, acusando a agência noticiosa norte-americana de violar a proibição que impuseram à televisão Al Jazeera. A denúncia foi feita pela AP, que tem o canal de satélite do Qatar entre os milhares de clientes que recebem transmissões de vídeo em direto da agência.

O Governo israelita ordenou o encerramento dos escritórios da Al Jazeera em Israel em 5 de maio, e proibiu as emissões e a difusão do site do canal do Qatar no país. A AP “lamenta veementemente as ações do Governo israelita para encerrar a nossa transmissão ao vivo de longa data que mostra Gaza e apreender o equipamento da AP”, disse a vice-presidente de comunicações empresariais da agência, Lauren Easton.

Funcionários do Ministério das Comunicações chegaram às instalações da AP na cidade de Sderot, no sul do país, esta terça à tarde (hora local), e apreenderam o equipamento. Entregaram à AP um documento, assinado pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, alegando que a agência estava a violar a lei relativa aos organismos de radiodifusão estrangeiros.

Pouco antes da apreensão do equipamento, a AP estava a transmitir uma imagem geral do norte de Gaza. A agência disse que cumpre as regras de censura militar de Israel, que proíbe a transmissão de pormenores como movimentos de tropas que possam pôr em perigo os soldados.

As filmagens em direto mostravam geralmente fumo a elevar-se sobre o território, disse a AP. A apreensão seguiu-se a uma ordem verbal na quinta-feira para cessar a transmissão em direto, o que a organização noticiosa se recusou a fazer. “O encerramento não se baseou no conteúdo da transmissão, mas sim numa utilização abusiva por parte do Governo israelita da nova lei de radiodifusão estrangeira do país”, disse Easton.

A vice-presidente da agência apelou às autoridades israelitas para que devolvam o equipamento e permitam restabelecer a transmissão em direto. Trata-se de poder “continuar a fornecer este importante jornalismo visual a milhares de meios de comunicação social em todo o mundo”, acrescentou.

Também em comunicado, o Ministério das Comunicações israelita disse que “continuará a tomar todas medidas necessárias para limitar as emissões que prejudiquem a segurança do Estado”. Há muito que o Governo israelita tem uma relação difícil com a Al Jazeera, acusando o canal do Qatar de ser tendenciosa contra Israel.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, chamou-lhe um “canal de terror” que difunde incitamentos contra Israel. A Al Jazeera é um dos poucos canais internacionais de notícias que permaneceu em Gaza durante a guerra, transmitindo cenas de ataques aéreos e hospitais sobrelotados, e acusando Israel de massacres.

A guerra em Gaza começou com um ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas. Mais de 35.600 palestinianos foram mortos desde então na ofensiva israelita na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que não faz distinção entre civis e combatentes na contagem de vítimas.

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Governo chega a acordo com sete sindicatos sobre recuperação do tempo de serviço dos professores

Acordo prevê que 50% do tempo de serviço dos professores seja devolvido no espaço de 1 ano (uma tranche em setembro de 2024 e uma segunda em julho de 2025) e o restante até julho de 2027.

O Ministério da Educação chegou esta terça-feira a acordo com sete sindicatos do setor da Educação – FNE, FENEI, SIPE, FEPECI, SPLIU, SNPL e SIPPEB – sobre a recuperação dos 6 anos, 6 meses e 23 dias de tempo de serviço dos professores que estão congelados desde a troika. De fora ficaram a Fenprof, o SPL, o SEPLEU, o Pró-Ordem e o Stop.

À saída da reunião, Pedro Barreiros adiantou que 50% do tempo vai ser devolvido no espaço de um ano (uma tranche em setembro de 2024 e uma segunda em julho de 2025) e o restante até julho de 2027.É um dia histórico para todos os professores”, enalteceu. “Não é uma vitória do Governo. Não é uma vitória dos sindicatos. É uma vitória de todos, incluído da escola pública“, corroborou Júlia Azevedo.

Chegámos a acordo. Foi demorado, mas com um bom propósito”, anunciou o secretário-geral da FNE, o primeiro a sair da reunião com o Governo, referindo que “é um dia histórico” e que o acordo foi alcançado através do “esforço e envolvimento de todos os professores”.

Temos vindo de um processo extremamente desgastante e finalmente conseguimos encontrar uma plataforma de entendimento”, corroborou Francisco Pinto, da FENEI e em representação também do Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), FEPECI, SPLIU e SNPL, notando que “o poder político teve de perceber” que a classe “tinha razão”, visto que tem sido “extremamente mal tratada”. “Foram quase 20 anos após o primeiro congelamento e finalmente conseguimos a recuperação integral do tempo de serviço”, acrescentou a presidente do SIPE, à saída da reunião, apontando que “isso é uma vitória” e que foi alcançado “um bom acordo com cedências de parte a parte”.

Com este acordo é possível “recuperar a totalidade do tempo congelado”, isto é, os 2.393 dias, “faseados da seguinte forma: 599 dias no dia 1 de setembro de 2024 e 598 dias nos três momentos seguintes (a 1 de julho de 2025, 1 de julho de 2026 e 1 de julho de 2027)”, explicou Pedro Barreiros. Ou seja, no espaço de um ano, os docentes conseguem ver devolvidos 50% do tempo de serviço que ainda está congelado.

São 2 anos e 10 meses para recuperar todo o tempo de serviço que nos falta sem perder um único dia“, acrescentou a presidente da SIPE, notando que “ao contrário” do que sucedeu em 2018, “em que o tempo de serviço era mascarado e sufragado, agora o tempo é sempre contabilizado à data de progressão do professor”.

As carreiras da Administração Pública estiveram congeladas entre 2005 e 2007 e entre 2011 e 2017, num total de nove anos e quatro meses. Em 2019 e após um debate aceso, os docentes acabaram por recuperar cerca de dois anos, nove meses e 18 dias de serviço, o que representa uma despesa permanente de 244 milhões de euros anuais para os cofres do Estado, segundo revelou o antigo ministro da Educação, João Costa. Ainda ficavam a faltar, por isso, os 6 anos, 6 meses e 23 dias.

Na reunião da semana passada, o ministro reiterou que qualquer alteração à proposta vai ter “um impacto orçamental significativo”, pelo que, diz, que prefere não avançar com números publicamente. “As contas estão feitas e quando estivermos a proposta fechada serão apresentadas com toda a transparência, prometeu. No programa de Governo, a estimativa era de cerca de 300 milhões de euros.

Por outro lado, segundo a FNE, o Ministério da Educação garantiu que ” todos os professores alvo do congelamento irão ficar todos dispensados de vagas de acesso ao 5.º e ao 7.º escalão”, sendo que essa progressão irá ocorrer “à data em que os docentes reunirem as condições”. “É outra grande, grande vitória”, enalteceu também Júlia Azevedo.

Esta era, aliás, uma condição sine qua non imposta pelos sindicatos para chegarem a acordo com o Governo. Além disso, foi ainda assegurado que “os professores não veriam subtraídos o tempo de serviço em lista” de espera e que para beneficiarem destas circunstâncias “não é preciso ter a totalidade do tempo de serviço congelado”.

Apesar das cedência do Executivo, ao permitir uma recuperação mais rápida face ao inicialmente proposto e de não “subtrair” o tempo já assegurado através do “acelerador das carreiras”, o Ministério da Educação não cedeu na obrigatoriedade de permanecer, no mínimo, um ano antes da progressão ao escalão seguinte, mas os sindicatos fizeram salvaguardar que “esse tempo de permanência vai ser recuperado no escalão seguinte”, explicou a presidente da SIPE.

À saída da reunião, a FNE deu ainda conta ao ministro da Educação que, no futuro, a questão da ultrapassagem também deve ser discutida, bem como deve ser aberto um processo negocial que vise “compensar” os professores que estão no 10º. escalão [o último escalão da carreira], no sentido de ser permitida numa futura revisão da carreira, que estes docentes possam ver contabilizado o tempo de serviço”, nomeadamente através da criação de novos escalões.

Nesta revisão, o sindicato liderado por Pedro Barreiros propõe ainda que se equipare os professores que estão no topo da carreira ao topo da carreira dos técnicos superiores“. De notar que estes docentes ficam de fora desta recuperação, tal como o ministro já tinha sinalizado no final da última reunião, dado que a recuperação é feita através da progressão na carreira. Já o SIPE apontou que “ficou a promessa” de num futuro “próximo” começar as “negociações” de outras “questões muito importantes”, como é o caso da alteração ao diploma da mobilidade por doença.

Cinco sindicatos não assinaram o acordo. “É um acordo que exclui professores”, justifica Fenprof

Ainda assim, dos 12 sindicatos que representam o setor, houve cinco que decidiram não assinar o acordo com o Ministério da Educação: o SPL, o SEPLEU, o Pró-Ordem e o Stop vão avançar com um pedido de negociação suplementar, enquanto a Fenprof vai realizar um plenário para decidir se vai requerer ou não uma negociação suplementar.

A Fenprof acaba de sair de uma reunião tendo informado o ministro da Educação de que não assinará um acordo como este que aqui está e que nos foi apresentado”, afirmou secretário-geral da Fenprof, reconhecendo que há “aspetos em que houve evolução” da parte do Governo, mas que ainda assim há divergências de “fundo” que não permitem a assinatura do documento.

“Há 25.400 professores que não são abrangidos na totalidade ou em parte pela recuperação” do tempo de serviço, dos quais “13.400 que estão no 10º escalão” e que “perderam tempo como os outros” e “vão ser penalizadíssimos na sua aposentação” e “outros 12 mil professores do 8º escalão”, indicou Mário Nogueira, sublinhando que “este é um acordo que exclui professores”. “Seríamos hipócritas fazermos uma acordo hoje e para a semana estarmos à porta do Ministério da Educação a dizer que os professores do topo da carreira também devem ser envolvidos”, acrescentou.

Além disso, “há professores que quando foi da recuperação dos 1.018 dias [o equivalente a 2 anos, 9 meses e 18 dias] foram obrigados a usar esse tempo de serviço para subirem nas listas”, sendo que “alguns nem mudaram de escalão” e o acordo não prevê a recuperação desse tempo, sustentou Mário Nogueira.

A Fenprof realçou ainda que a recuperação do tempo de serviço agora assegurada “não é nada que tivesse caído do céu, nem caído do Governo”, mas que se deveu a “uma forte luta que os professores desenvolveram em 2023”, da qual o sindicato se orgulha, nomeadamente de “não ter sido daqueles que entraram a meio da luta quando ficaram isolados e se puseram dessa luta”.

Mário Nogueira criticou ainda os sete sindicatos que chegaram a acordo esta terça-feira, indicando que estes “perderam oportunidade de poder ir mais longe”, através da negociação suplementar. Para já, a Fenprof vai reunir em plenário para decidir se avança ou não com esse pedido, mas o secretário-geral adianta que “é provável que sim”.

Questionado sobre as declarações do ministro da Educação, que acusou a Fenprof de não ser “parte da solução”, Mário Nogueira apelidou o momento de “execrável” e “lamentavelmente triste” e considerou que esta “é uma facada na confiança” com a Fenprof.

“[O ministro] Não tem o direito de fazer uma afirmação dessas”, apontou Mário Nogueira, referindo que o governante “reprovou neste primeiro relacionamento”, nomeadamente pela “forma como se comportou”. Por isso, o sindicalista sugeriu a Fernando Alexandre que tenha “tento da língua sobre pena de criar maiores dificuldades”, avisou.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h05)

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Moedas alerta que “Lisboa não pode estar sozinha” no problema dos sem-abrigo

Moedas reúne-se esta sexta-feira com o ministro da Presidência e com a ministra do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social para debater problema dos sem-abrigo na capital.

Carlos Moedas diz que “Lisboa não pode estar sozinha na resolução deste grande problema”, como classificou os 3.000 sem-abrigo na cidade e as mais de 300 pessoas que “estão sem documentos” e “dormem em tendas nas ruas” da capital. Num encontro com o primeiro-ministro, o presidente da Câmara pediu mais articulação entre os organismos públicos, como a Santa Casa da Misericórdia e a Segurança Social, e a abertura de mais centros de acolhimento.

Precisamos de uma solução para que as pessoas possam ser acolhidas. Elas não podem estar em tendas no meio da cidade“, frisou Carlos Moedas, referindo-se aos imigrantes sem documentos. Declarações feitas à saída de uma audiência com Luís Montenegro, na residência oficial, que um dia depois de ter enviado uma carta ao primeiro-ministro e também ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O autarca social-democrata elogiou a prontidão de Luís Montenegro em recebê-lo. “Eu queria agradecer ao senhor primeiro-ministro pela rapidez. Vou estar já nesta sexta-feira com [António] Leitão Amaro, ministro da Presidência, e também com a ministra [do Trabalho, da Solidariedade e] da Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho”, anunciou.

Precisamos de uma solução para que as pessoas possam ser acolhidas. Elas não podem estar em tendas no meio da cidade.

Carlos Moedas

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Carlos Moedas saiu da audiência com o compromisso de uma reunião já esta sexta-feira com os dois ministros. “Eu sei que ele [Leitão Amaro] está a trabalhar no funcionamento da AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] para termos um centro em Lisboa que possa acolher estas pessoas, para que elas não estejam na rua com tendas no meio da cidade”, adiantou.

Em cima da mesa estão duas questões distintas para Moedas: primeiro, uma articulação com o ministro da Presidência “em relação às pessoas que estão em Portugal e não estão documentadas”; e depois com a Segurança Social para a “resolução de problemas de todos os dias”.

O autarca contabiliza 3.000 pessoas sem-abrigo, mas com acolhimento. “Mas há 390 que não têm tecto e, dessas, mais de metade é estrangeira e a grande maioria não está documentada“, destacou. Neste ponto, Moedas apontou o dedo à AIMA. “O presidente da Câmara não pode ajudar pessoas que nem sequer têm documentos e que se foram acumulando, no fundo, pelo não funcionamento da AIMA durante tanto tempo. Essas pessoas acabam por estar na rua”, criticou.

Por tudo isto, Moedas defendeu a urgente abertura de “mais centros de acolhimento na região de Lisboa”, e não apenas na capital, assim como “uma política de imigração digna humana” no país.

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Assembleia-geral da Lusa para eleição dos órgãos sociais foi novamente suspensa

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Em 26 de março, os acionistas da Lusa aprovaram os primeiros cinco pontos da ordem de trabalhos, que incluía o relatório de gestão, e adiaram a eleição dos membros dos órgãos sociais para hoje.

A assembleia-geral da Lusa para eleição dos membros dos órgãos sociais para o mandato 2024-2026 foi suspensa, devendo agora ocorrer dentro dos 90 dias posteriores a hoje, de acordo com a administração.

“A segunda sessão da assembleia-geral da Lusa, agendada para hoje, 21 de maio de 2024, pelas 10:00, foi objeto de suspensão, ao abrigo do n.º 1, ‘in fine’, do artigo 387.º do Código das Sociedades Comerciais [CSC], conforme deliberação dos respetivos acionistas presentes”, segundo a administração da agência.

“A realização da terceira sessão, tendo em conta o disposto no n.º 2 do mesmo artigo 387.º CSC, deve ocorrer dentro dos 90 dias posteriores ao da segunda sessão”, remata.

Em 26 de março, os acionistas da Lusa aprovaram os primeiros cinco pontos da ordem de trabalhos, que incluía o relatório de gestão, e adiaram a eleição dos membros dos órgãos sociais para hoje.

A Lusa registou um prejuízo de cerca de 255 mil euros, o que compara com um lucro de 110 mil euros em 2022, devido “nomeadamente de imparidades constituídas sobre clientes, apesar das receitas terem ultrapassado os quatro milhões de euros, o que já não se verificava desde 2015”.

O Plano de Atividades e Orçamento para este ano, que era o quinto ponto na ordem de trabalhos, foi aprovado na assembleia-geral (AG), tendo a reunião sido suspensa antes do ponto seis sobre a eleição dos membros dos órgãos sociais.

A Lusa é detida em 50,15% pelo Estado, tendo como acionistas privados a Global Media (GMG), dona do Diário de Notícias (DN), TSF, entre outros, com 23,36%, as Páginas Civilizadas, empresa do Grupo Bel, do empresário Marco Galinha, que é acionista da Global Media, com 22,35%, a NP – Notícias de Portugal, detentora de 2,72%, e o Público, com 1,38%.

A RTP detém 0,03% da Lusa, enquanto O Primeiro de Janeiro, SA e a Empresa do Diário do Minho, Lda possuem, cada um, uma posição de 0,01% da agência noticiosa portuguesa.

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CIP apresenta a Luís Montenegro medidas para economia que “dê mais para todos”

  • Lusa
  • 21 Maio 2024

Numa reunião com o primeiro-ministro, Armindo Monteiro apresentou um conjunto de medidas para uma economia de maior valor acrescentando e que "dê mais para todos".

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, apresentou esta terça-feira, numa reunião com o primeiro-ministro, um conjunto de medidas para uma economia de maior valor acrescentando que é necessário para que a economia “dê mais para todos”.

“As propostas que trouxemos fazem parte de um conjunto de propostas na área da economia e com satisfação vimos que o Governo tem, não apenas no seu programa, mas agora verbalizado pelo primeiro-ministro, a mesma preocupação no sentido de tornar não as empresas prósperas, mas portugueses prósperos“, afirmou Armindo Monteiro, à saída de uma reunião com Luís Montenegro.

O presidente da CIP, encontrou-se esta manhã com o chefe do Governo português na Residência Oficial do primeiro-ministro, em Lisboa. “O compromisso da CIP é efetivamente tornar uma economia que seja de maior valor acrescentado. Isso significa poder pagar melhores salários. Se nós não crescermos, não é possível pagar melhores salários”, acrescentou o presidente da confederação empresarial.

Armindo Monteiro admitiu que a transformação não poderá ser feita de imediato, mas que “é preciso marcar o caminho para lá chegar”. Nesse sentido, apontou que os empresários pretendem aumentar salários, mas que esses aumentos “não podem resultar de uma vontade unilateral”. Para o responsável da CIP, a subida dos salários através do crescimento económico é “a única forma” de haver “uma economia sustentável”.

Entre as medidas propostas pelos empresários está a redução do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), que tem sido defendida nos últimos meses.

No seu programa de Governo, a AD propõe uma redução do IRC de 21% para 15%, ao ritmo de 2 pontos percentuais por ano, a eliminação gradual da progressividade da derrama estadual e a eliminação gradual da derrama municipal, assegurando, no caso desta última, “a compensação através do Orçamento do Estado da perda de receita para os municípios”.

Questionado sobre uma convergência entre a CIP e o atual Governo neste aspeto, Armindo Monteiro apontou que é “uma variável importante”. “A questão do IRC é importante porque nós não vivemos sozinhos no mercado, nem na Europa, nem no mundo”, afirmou, acrescentando que a atual estrutura fiscal em Portugal, aliada à burocracia, pode limitar investimento estrangeiro no país.

“Nós termos uma taxa de tributação mais elevada que pulmões económicos, como é a Alemanha, ou a França, ou a Bélgica, ou aqui ao lado, Espanha, não faz sentido nenhum. Há investimentos que nós podíamos estar a atrair e não estamos a fazer, porque, precisamente, a tributação sobre os rendimentos das empresas é maior que em qualquer parte da Europa”, lamentou.

Quanto à dimensão burocrática, o líder da CIP pediu que Portugal tenha “a capacidade de um Estado mais simples” porque “um investimento que hoje seja viável, amanhã não pode ser”.

“Se não houver esta capacidade de um Estado mais simples — e quando dizemos mais simples não é com menos escrutínio, é mais simples, que tenha procedimentos mais simples, seja para realizar investimento, seja para outras atividades que envolvem as famílias ou que envolvem as empresas –, nós, naturalmente, não conseguimos atrair investimento”, sublinhou.

Armindo Monteiro expressou que esta transformação económica deve ser algo que “dê mais para todos” e não num regime de substituição. “Esta ideia de uma substituição nula, ou seja, para alguém ganhar, alguém tem que perder, é algo que é próprio da Revolução Industrial, não é próprio do século XXI, como nós estamos”, vincou.

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