Quatro em cada cinco casas em Portugal não têm seguro contra sismo

A ASF avisa que em caso de sismo, a reconstrução do imóvel e o pagamento do crédito habitação pode conduzir a perdas elevadas, com contágio direto ao setor financeiro.

Apenas 19% a 20% de todos fogos habitacionais têm cobertura de risco sísmico, revela a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) no Relatório de Estabilidade Financeira do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões relativo a dezembro de 2022. Ou seja, apenas uma em cada cinco casas tem seguro que permite recuperação, previamente acordada, de danos causados por um sismo.

Para o regulador, os dados revelam uma cobertura insuficiente que poderá colocar em causa a capacidade de recuperação do país perante uma catástrofe de natureza sísmica.

Algarve e Lisboa com maior risco sísmico e cobertura

As regiões em que as seguradoras mais concentram capitais seguros do segmento habitação com cobertura de Fenómenos Sísmicos (FS) são o Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e Porto. As duas primeiras regiões são também as zonas com maior risco sísmico a nível nacional.

“Este facto sugere a existência de alguma seleção adversa do risco, em prejuízo da diversificação entre zonas mais e menos expostas e da consequente mutualização do risco entre zonas que daí resultaria”, lê-se no relatório.

Ainda nesse assunto, a ASF refere haver um “limite natural” à diversificação devido à concentração de edificações, tendencialmente de valor mais elevado, em zonas mais expostas ao risco sísmico, como é o caso de Lisboa e do Algarve.

Outra conclusão aponta para uma desigual distribuição entre conselhos de fogos com cobertura FS, variando entre os 3% e outros 36%. Os concelhos de Mafra, Cascais e Oeiras estão entre os que têm a maior taxa de cobertura de FS (36%) e os conselhos Barrancos, Penamacor, Almeida entre os que apresentam a taxa de cobertura de 3%.

Segundo a ASF, “79,2% do montante total estimado para o custo de reconstrução do parque habitacional nacional não dispõe de proteção seguradora contra o risco de FS”. Fenómeno que o regulador diz ser relevante porque a habitação representa em 2022 cerca de 51% do património dos particulares, segundo o Banco de Portugal.

Em caso de sismo e na ausência de cobertura seguradora, “a provável perda de rendimentos dos particulares conjugada com a necessidade de conciliar o financiamento da reconstrução do imóvel e o pagamento do crédito hipotecário pode conduzir a perdas elevadas, com contágio direto ao setor financeiro”. Uma vez que as habitações perdem o seu valor quando são danificadas, levando muitos os clientes a abandonar o crédito de uma casa que desvalorizou. Consequentemente, a catástrofe poderá “exigir a intervenção do Estado, dada a ausência de alternativas de financiamento da reconstrução, pressionando assim a perceção de risco de crédito do país“, lê-se no relatório.

No entanto, se houver cobertura da seguradora, as perdas irão ser indemnizadas, na medida das responsabilidades assumidas, o que reduzira as pressões colocadas sobre o Estado em matérias de recuperação pós-catástrofe.

Por isso, a ASF colocou em curso iniciativas relacionadas com a criação de um sistema nacional de proteção contra o risco de fenómenos sísmicos, incluindo um fundo sísmico.

Ageas mais exposta ao risco sísmico

A Ageas Seguros é a seguradora com maior exposição ao risco na cobertura FS no segmento habitação agregando 17,8% do mercado de capital seguro. Em segundo lugar está a Aegon Santander (14,9%) e depois a Allianz, com 14,6%.

No segmento Comércio e Serviços, no Top 3 lidera a Generali Seguros com 27,9%, a Mapfre Gerais com 15% e a Ageas Seguros com 14,4%.

Na indústria a Fidelidade acumula mais de metade do capital de mercado seguro (53,3%), distanciando-se do Chubb European com 10,9% e Generali Seguros 10%.

No entanto, verificam-se alterações significativas quanto à posição no ranking das seguradoras quando focadas apenas na modalidade Incêndio e Multirriscos, (IM) (apólice à qual pode ser adicionada cobertura FS, no âmbito deste relatório). Neste caso, a Fidelidade é a seguradora com maior exposição agregando 23,10% do mercado de capital seguro, seguindo-lhe a Generali Seguros (17,6%) e a a Ageas Seguros (12,9%).

Segundo a ASF estas alterações refletem o posicionamento estratégico da entidade ou grupo segurador, assim como o seu apetite ao risco em matéria de risco sísmico.

Por outro lado, as movimentações também podem estar relacionadas às políticas “adotadas pelas instituições de crédito em matéria de exigência de subscrição da cobertura de FS na aquisição de um seguro de habitação, enquanto garantia associada à contratação de crédito hipotecário.”, lê-se no relatório.

Importa salientar que participaram neste estudo 17 empresas de seguros, 14 com sede em Portugal e 3 sucursais com sede na União Europeia, contribuindo para uma amostra que representa 98% da quota de mercado tendo em conta os prémios brutos emitidos em 2022.

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Figuras da literatura invadem redes sociais com criatividade da Bar Ogilvy

  • + M
  • 23 Abril 2024

Desenvolvida para a Penguin Random House, a campanha contemplou a criação de perfis de autores como Virginia Wolf ou Eça de Queirós, que depois deixam comentários nas redes sociais.

Se encontrar em comentários a notícias no Instagram frases inspiradas em figuras da literatura, como Fernando Pessoa ou Virginia Wolf, , não se admire. Trata-se do “Comentários de Autor”, um projeto criado pela Bar Ogilvy para a Penguin Random House.

A iniciativa, que tem como conceito “os livros comentam o mundo” e que foi lançada esta terça-feira – data em que se assinala o Dia Mundial do Livro – visa sublinhar a “importância da leitura e a pertinência dos grandes autores hoje e sempre“.

Durante as semanas anteriores foram criados nas redes sociais Instagram e X (ex-Twitter) perfis de figuras da história da literatura como Fernando Pessoa, Virginia Wolf, Eça de Queirós, Charles Bukowski, Jane Austen ou George Orwell, sendo que em cada perfil é possível obter mais informação sobre os autores, bem como um link direto para mais detalhes sobre as suas obras.

Cada um destes autores “comentou notícias, posts e tweets com excertos particularmente relevantes das suas obras. Com dezenas de comentários, os portugueses acabaram por ler grandes clássicos da literatura, mesmo sem se aperceberem“, explica-se em nota de imprensa.

“Há um ano, um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que 58,1% dos portugueses não leram um único livro em 2022. Um valor que nos surpreendeu a todos, sobretudo numa altura em que todos os nossos familiares e amigos não param de falar de coisas que leram, mas nas redes sociais”, explica Nuno Riça, um dos diretores criativos da campanha, citado em comunicado.

A ideia passou assim por “levar os livros para onde os portugueses leem mais”, acrescenta João Amaral, outro diretor criativo do projeto.

Já por parte da Penguin Random House, Marta Cunha Serra, diretora de marketing e comunicação, considera que “esta campanha é uma forma surpreendente de dar a conhecer os autores, aumentar a curiosidade para as suas obras e promover os hábitos de leitura no geral”. A campanha conta também com uma landing page.

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Rui Moreira garante não existir “desconforto” com Montenegro

Presidente da Câmara do Porto garante que no domingo à noite já sabia que não seria convidado a encabeçar a lista de candidatos da AD ao Parlamento Europeu. "Estou muito bem na Câmara do Porto", disse

O presidente da Câmara Municipal do Porto garante não haver “desconforto” com Luís Montenegro depois de o primeiro-ministro e presidente do PSD ter anunciado que Sebastião Bugalho seria cabeça de lista pela Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) para as eleições europeias.

Em declarações aos jornalistas, esta terça-feira, no Porto, Rui Moreira garantiu já saber “que não seria” a escolha de Montenegro para encabeçar o elenco de candidatos ao Parlamento Europeu, rejeitando as alegações avançadas ao longo do dia de ontem pela comunicação social de que seria a cabeça de lista.

“Ando há meses a dizer: eu, por uma questão de sanidade mental, nunca penso sobre convites que não foram formados. No domingo à noite, já sabia que ninguém me ia convidar”, partilhou com os jornalistas, sublinhando que “não há desconforto” junto de Luís Montenegro. “Estou muito bem na Câmara do Porto”, garantiu.

O autarca recorda que “não estava disponível para trocar” a autarquia portuense, motivo que terá apresentado quando o seu nome foi proposto para ir para a EDP ou o FC Porto. “Não me posso pronunciar sobre convites que não me foram feitos”, respondeu.

Sobre os candidatos apresentados pela AD e o PS, Marta Temido, Rui Moreira considera que “são boas escolhas para o Parlamento Europeu” numa altura de grande “importância para a Europa”

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De jornalista/comentador a cabeça de lista. Sebastião Bugalho dá machadada na credibilidade do jornalismo?

"Espero é que duelo Marta Temido vs Sebastião Bugalho faça com que a abstenção baixe. Isso sim, será um grande serviço prestado aos portugueses", defende o diretor da CMTV e da NewsNow.

“Não é a política, não é, não é”, garantia em meados de abril ao ECO Magazine Sebastião Bugalho, quando em entrevista era perguntado ao agora cabeça de lista da AD para as eleições europeias se a sua paixão era a política. “A minha vocação é a história, é a vida pública. Há uma coisa que as pessoas não perceberam e posso explicar: Eu tenho muitos amigos políticos, passo férias com políticos, almoço e janto com políticos, dou colo aos filhos dos políticos, pronto. Mas as pessoas olhavam para esta minha proximidade ao mundo da política e achavam que tinha a ver com três razões, mais ou menos: Ambições jornalísticas, ele quer fontes, ambições políticas, ele quer lugares, ambições de poder, ele quer poder”.

Sebastião Bugalho dizia ver-se como jornalista. “Eu sou jornalista, faço entrevistas, faço opinião, se me pedires para escrever uma reportagem, eu escreveria. E se me desses uma notícia para fazer, eu ia fazer a notícia. A minha profissão é o jornalismo…”, garantia o candidato pelo CDS às legislativas de 2019, em que não foi eleito. “Mas, quer dizer, na Inglaterra, os políticos foram todos jornalistas e os jornalistas foram todos políticos“, prosseguia o até ontem comentador da SIC, jornalista com a carteira profissional número 7134, e cabeça de lista pela AD às europeias.

Paulo Portas será o caso mais mediático de um ex-líder partidário e ministro que começou por construir um percurso como jornalista. Mas não é caso único. Num país no qual o Presidente da República foi cofundador do Expresso e o seu segundo diretor – tendo “entrado” durante cerca de 15 anos pela casa dos portugueses, primeiro na TVI, depois na RTP1 e de 2010 a 2015 novamente na TVI – ou onde o jornalista do Jornal de Notícias e ex-presidente do Sindicato de Jornalistas Alfredo Maia ocupa uma cadeira na Assembleia da República como deputado do Partido Comunista, os casos de comentadores que saltaram dos ecrãs para a política não são propriamente difíceis de encontrar.

Basta pensar, nos últimos anos, no antigo ministro da Cultura, então com a pasta dos media, Pedro Adão e Silva, comentador na RTP, na TSF e na Sport TV e autor de opinião no Expresso e Record, ou de André Ventura, líder do Chega, que ganhou notoriedade como comentador desportivo na CMTV, onde permaneceu de 2014 a 2020, ano no qual dispensado pelo canal.

Filho de jornalistas, Sebastião Bugalho iniciou-se no jornalismo no I e no Sol, foi comentador da TVI24 e depois na CNN Portugal, até que em agosto trocou o canal da Media Capital pela SIC e pelo Expresso. O cabeça de lista da AD, lia-se na altura, terá anunciado a saída do canal com efeitos imediatos, não participando desde logo no Crossfire, com Joana Amaral Dias… agora cabeça de lista do ADN às europeias. Segunda-feira, também foi com “efeitos imediatos” que se deu a saída da Impresa.

“Mas para quê, Sebastião? Um comentador com a tua relevância saltar diretamente de um estúdio de televisão para cabeça de lista da AD mina a relação dos portugueses com o jornalismo. É enganar os espetadores. É enganar todos nós“, escrevia na noite de segunda-feira no Público João Miguel Tavares, após ser conhecido o nome de Sebastião Bugalho como cabeça de lista da AD às próximas eleições.

Carlos Rodrigues, diretor do CMTV e do NewsNow, o novo canal da Medialivre, apresenta uma posição contrária. “Os espectadores e eleitores são muito mais inteligentes do que as pessoas pensam e sabem distinguir as coisas“, diz ao +M, apontando até algum “paternalismo ideológico de quem analisa os fenómenos” desta forma.

Amigo de Sebastião Bugalho, e feita a declaração de interesses, Carlos Rodrigues vê a escolha do jornalista e comentador como “uma jogada ousada do líder do PSD, mas que pode ser bem-sucedida“. “Até pela surpresa, vai atrair muita gente para as europeias”, diz.

O diretor editorial da Medialivre ressalva que Sebastião Bugalho, apesar do mediatismo, tem feito comentário sobretudo nos canais de informação, pelo que a “sua notoriedade ainda não é a que deve ser”, cabendo a Luís Montenegro apoiá-lo na campanha.

“É jovem, uma surpresa, tem densidade intelectual e discursiva. É uma boa notícia para a política”, resume, não a vendo com implicações negativas no jornalismo. “Altera é os pressupostos da política, oficializa uma certa dose de espetacularização, abre uma nova era”, defende, apontado a assunção de que num político já não basta a densidade, mas é essencial capacidade mediática. “Basta pensarmos nos debates, é uma nova era, no fenómeno televisivo e político“, resume.

“É uma decisão que não me deixa contente, mas que compreendo“, diz por seu turno Ricardo Costa, diretor-geral de informação da Impresa, dona da SIC e do Expresso. “Houve um convite, entendeu aceitá-lo”, comenta com o +M, explicando que a SIC foi informada a 10 minutos do início da reunião da comissão permanente e política do PSD, na qual o nome de Sebastião Bugalho foi apresentado.

Não é a primeira nem a única decisão desta natureza a que assisto“, prossegue Ricardo Costa, lembrando que em 2023 a estação que lidera perdeu Mariana Mortágua para líder do Bloco de Esquerda (BE) e Pedro Nuno Santos – que tinha iniciado recentemente o seu espaço de comentário – para líder do PS.

Já este ano, para além de Sebastião Bugalho, também Catarina Martins saltou dos ecrãs da SIC Notícias para cabeça de lista do BE às europeias. “Somos fornecedores de cabeças de lista”, aligeira. “Apostamos em pessoas que têm capacidade mediática, política e, no caso do Sebastião, também jornalística, é o que isto quer dizer”, aponta, reforçando que a estação que dirige sempre teve painel variado de comentadores. “O mais importante é o talento e qualidades de cada um”, acrescenta, reiterando que Sebastião Bugalho “foi uma escolha correta e que funcionou em pleno“.

Percebo que o tema seja discutido no espaço público e sobretudo político, mas não mina a relação [dos portugueses com o jornalismo]. O Sebastião Bugalho foi um comentador muito importante na altura do rebranding da SIC, e no período legislativo, mas a vida continua e a nossa estratégia não se altera com a sua saída”, conclui.

Avaliando também a cabeça de lista do PS, Marta Temido, como “muito bem conseguida”, Carlos Rodrigues reforça o separar de águas entre o jornalista/comentador e o candidato. “Espero é que duelo Marta Temido vs Sebastião Bugalho faça com que abstenção baixe. Isso sim, será um grande serviço prestado aos portugueses“.

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Tripulantes alertam para possível “disrupção” na easyJet por problemas nas escalas

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

O sindicato alertou para os problemas já visíveis nas escalas de maio, com “dias de 11 ou 12 horas, de maneira consecutiva e, sobretudo, em aeroportos congestionados”.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) alertou esta terça-feira para a possibilidade de uma “enorme disrupção” na época alta, devido à “fraca organização” nas escalas dos trabalhadores, indicou, num comunicado. Na nota, o SNPVAC disse que nos últimos meses “tem alertado a companhia para a necessidade de uma distribuição mais equitativa das escalas”, dando conta de vários emails enviados sobre o assunto, desde outubro do ano passado.

O sindicato alertou para os problemas já visíveis nas escalas de maio, com “dias de 11 ou 12 horas, de maneira consecutiva e, sobretudo, em aeroportos congestionados”, acrescentando que “a empresa aplica um plano operacional transversal à rede, esquecendo as especificidades de cada aeroporto ou país”.

“Não tendo instrumentos que obriguem a companhia a manejar melhor a operação, ou a ter bom senso, o alerta deixado já por várias vezes a nível interno parece não ter resultado”, lamentou.

“Nesta fase, onde a empresa já enfrenta uma disrupção no início da época de Verão IATA, com vários cancelamentos logo na primeira semana de abril”, o SNPVAC disse que, “caso não haja novas contratações, promoções a chefes de cabine, ou que os planeamentos sejam aliviados” prevê “uma enorme disrupção na época alta de Verão, podendo mesmo a operação estar comprometida”.

“Cancelamentos estes devidos à fraca organização da empresa, que já tinham ocorrido em 2019 e 2022”, destacou, salientando que “não pode depois vir a empresa referir licenças de maternidade, horários flexíveis, eventos de verão ou até mesmo baixas relativas a doença de trabalhadores, para justificar algo identificado há largos meses”.

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Fernando Araújo apresenta demissão da Direção Executiva do SNS

Fernando Araújo espera que "esta difícil decisão" permita ao novo Ministério da Saúde "executar as políticas e medidas que considere necessárias".

O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), Fernando Araújo, apresentou a demissão ao Ministério da Saúde. A decisão acontece apesar de, “na primeira, e única reunião tida com a Tutela”, ter sido “transmitido pela DE-SNS [Direção Executiva do SNS] a abertura para a continuidade de funções”.

De acordo com o comunicado enviado ao gabinete de Ana Paula Martins, esta terça-feira, Fernando Araújo garante que “esta difícil decisão permitirá que a nova tutela possa executar as políticas e as medidas que considere necessárias, com a celeridade exigida, evitando que a atual DE-SNS possa ser considerada um obstáculo na sua concretização“.

Fernando Araújo leva consigo o resto da equipa da DE-SNS, com ressalva de que saem “com a noção de que” fizeram “tudo o que tinha sido planeado”. Reconhece ainda assim que tenham sido cometidos “erros”, “mas o tempo foi sempre curto para executar uma reforma desta dimensão”.

O pedido apresentado por Fernando Araújo e a restante equipa deverá produzir efeitos ao “dia seguinte” a ser apresentado o relatório da atividade “exigido pela Tutela“, que deverá ser entregue num prazo de 60 dias.

“Não nos furtamos a apresentar o documento solicitado, que já começamos a elaborar, até porque pensamos que se trata não apenas de uma responsabilidade, como de um dever”, sublinha o responsável. Embora a equipa saia mais cedo do que o previsto, Araújo garante que não foi apresentado um pedido de “indemnizações legais”.

No comunicado, Fernando Araújo agradece à equipa, aos profissionais do setor com quem trabalhou e ainda ao Governo de António Costa, que o nomeou para o cargo, garantindo que exerceu as “funções com imensa honra”, “um sentido de dever público” e “privilégio”, anunciando que irá voltar à atividade de professor universitário e médico do SNS.

Notícia atualizada pela última vez às 19h21

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Trabalhadores das grandes superfícies em greve a 1 de maio

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

Os trabalhadores reivindicam o aumento geral dos salários e pensões, a dinamização da contratação coletiva, a regulação dos horários de trabalho e a conciliação entre a vida profissional e familiar.

Os trabalhadores das grandes superfícies, comércio, armazéns e serviços vão estar em greve em 1 de maio, Dia Internacional do Trabalhador, para exigir aumentos salariais e a dinamização da contratação coletiva, avançou esta terça-feira fonte sindical.

O Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal (STGSSP) avançou com um pré-aviso de greve que abrange os trabalhadores destes setores em todo o território nacional, das 00:00 às 24:00 do dia 1 de maio. Segundo o sindicato, o pré-aviso de greve concretiza a exigência de “melhores salários e pensões, dignidade nos locais de trabalho” e possibilita que os trabalhadores não se apresentem ao serviço no feriado do Dia Internacional do Trabalhador “nas situações em que lhes seja imposta a prestação de trabalho”.

Os trabalhadores reivindicam o aumento geral dos salários e pensões, a dinamização da contratação coletiva, a regulação dos horários de trabalho e a conciliação entre a vida profissional e familiar.

No pré-aviso, o STGSSP refere que, durante a greve, “serão observados os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações, nos moldes usualmente assegurados pelos trabalhadores, e a exemplo do que sucede durante os períodos de encerramento diário e/ou semanal e desde que os mesmos não possam ser assegurados pelos trabalhadores” que não adiram à greve.

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Diploma que elimine taxa do AL deve prever aplicação retroativa para travar pagamento de 2023, dizem fiscalistas

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

A taxa incide sobre os imóveis afetos ao alojamento local a 31 de dezembro de cada ano civil, sendo liquidada e declarada pelo proprietário do AL até o dia 20 de junho e paga até 25 desse mês.

Os proprietários de alojamento local deverão ter de pagar a contribuição extraordinária sobre o setor relativamente a 2023 a não ser que o diploma que venha a eliminá-la preveja especificamente efeitos retroativos, consideram os fiscalistas ouvidos pela Lusa.

O Governo compromete-se no seu programa a “eliminar de imediato a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local” (AL), criada pela lei do Mais Habitação e que incide sobre os imóveis afetos ao alojamento local a 31 de dezembro de cada ano civil, sendo liquidada e declarada pelo proprietário do AL até o dia 20 de junho e paga até 25 desse mês.

Sendo conhecida a intenção do Governo em revogar esta contribuição extraordinária mas sem que haja mais detalhes sobre a medida e sobre o calendário para a sua aprovação e entrada em vigor, Joana Lobato Heitor, fiscalista da MFA Legal, sublinha que “o facto tributário verifica-se a 31 de dezembro de cada ano civil”, pelo que, “caso não seja aprovado nenhum diploma de revogação até à data limite de liquidação da contribuição, a mesma é devida”.

Assim, refere a mesma jurista, “se a revogação só tiver efeitos para os factos tributários ocorridos no ano de 2024, a contribuição de 2023 é devida”.

Uma opinião partilhada por Joana Cunha d’Almeida, do departamento fiscal da Antas da Cunha ECIJA, que, em resposta à Lusa, nota que, “por regra, a lei fiscal apenas tem eficácia para factos futuros”. Porém, “eventual legislação que venha a ser aprovada no futuro por referência à CEAL poderá prever expressamente a sua eliminação imediata e retroativa, incluindo quanto aos factos tributários de 2023 e cuja liquidação ocorre em 2024″.

Assim, acentua, “ocorrendo o facto tributário a 31 de dezembro, poderá o diploma que venha eventualmente a revogar o regime especificamente prever efeitos retroativos e ‘eliminar’ o pagamento da CEAL também quanto aos factos tributários verificados nessa data”.

Para Rogério Fernandes Ferreira, da RFF Advogados, é sempre possível anular o pagamento da CEAL de 2023, caso o legislador assim o preveja porque “revogar para trás com estes efeitos favoráveis, não afeta as garantias do contribuinte, nem o princípio da não retroatividade da lei fiscal (desfavorável)”.

Questões constitucionais à parte, aponta ao facto de se andar “sempre a aprovar novo para repor velho (inverter o que foi feito), em vez de, como seria curial”, se discutir e avaliar “devidamente as escolhas e finalidades públicas para o futuro”. Já Nuno de Oliveira Garcia, coordenador da área fiscal da Gómez-Acebo & Pombo em Portugal, refere, em resposta à Lusa, que não existem ainda condições legais para a CEAL ser cobrada pelo facto de o coeficiente económico (um indicador relevante para a determinação da base tributável desta contribuição) não estar ainda definido.

“É certo que se pode dizer que o próprio regime da CEAL já previa esta possibilidade para a contribuição a liquidar em 2024, relativa a 31 de dezembro de 2023, pois remete nesse caso específico para dados do Instituto Nacional de Estatística, referentes ao ano de 2019, mas a verdade é que isso não é suficiente e, nesta fase, não temos propriamente o coeficiente económico perfeitamente definido e estabilizado como se impõe em matérias tributárias”, sublinha.

“Mesmo que o facto relevante já tenha ocorrido a 31 de dezembro de 2023, não vejo como a CEAL possa ser cobrada dada a falta de aprovação do coeficiente económico”, sublinha. Excetuando esta questão da regulamentação do coeficiente, sendo o facto relevante a afetação do imóvel a 31 de dezembro, “e não havendo regra específica de aplicação da lei no tempo”, Nuno Oliveira Garcia entende que a CEAL relativa a 2023 “seria devida”.

A CEAL incide sobre a afetação de imóveis habitacionais a alojamento local – nomeadamente frações autónomas e partes ou divisões de prédios urbanos. De fora desta contribuição ficam os imóveis localizados nos territórios do interior, bem como os AL que funcionam em habitação própria e permanente desde que não ultrapassem os 120 dias de exploração por ano.

De acordo com a lei, a base tributável da CEAL, sobre a qual incide uma taxa de 15%, é determinada após a aplicação dos dois coeficientes (de pressão urbanística e económico). O de pressão urbanística foi regulamentado por portaria publicada no final do ano passado.

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Alentejo prefere menos importação de vinho em vez de cortes nos apoios

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

Francisco Mateus indicou que, na média dos últimos cinco anos, face aos anteriores cinco, a área de vinha diminuiu cerca de 10 mil hectares e a produção aumentou 52 milhões de litros por ano.

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus, reconheceu esta quarta-feira que o stock de vinho por escoar é um dos problemas do setor, mas disse preferir que, a haver um travão, que seja nas importações. “Concordo com senhor ministro e com a identificação do problema, mas preferia que, a haver travagem, ela fosse feita às importações”, afirmou o dirigente desta comissão vitivinícola, em declarações à agência Lusa.

Ainda a propósito da entrevista do ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, ao jornal Público, Francisco Mateus apresentou novos dados sobre a questão dos stocks levantada pelo governante. O ministro da Agricultura alertou na entrevista para o stock de vinho por escoar e defendeu que “terá de haver um travão” nos apoios para novas plantações de vinha.

O novo governante questionou que se estejam a dar recursos financeiros para plantar vinha para depois se arrancar ou para o vinho ser destilado, adiantando que, até agora, já se gastou em destilação 60 milhões de euros. Para o presidente da CVRA, José Manuel Fernandes “está a fazer uma interpretação realista do atual contexto” e da identificação do “stock como principal problema”, mas alertou que “o cerne da questão não deve ser circunscrito à vinha”.

“Para compreender o problema do stock, ajuda-nos que a análise também considere a evolução da produção e das importações, por um lado, e as exportações e as vendas no mercado nacional, por outro”, assinalou. Recorrendo a dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), Francisco Mateus indicou que, na média dos últimos cinco anos, face aos anteriores cinco, a área de vinha diminuiu cerca de 10 mil hectares e a produção aumentou 52 milhões de litros por ano.

“Produzimos uma maior quantidade por hectare, sendo visível o efeito do Vitis (Regime de Apoio à Reconversão e Reestruturação da Vinha), que contribui para que as vinhas tenham maior competitividade e, é verdade, também maior produtividade, mas estamos a falar em mais 441 litros por hectare por ano”, disse.

Já as importações, segundo o responsável, “cresceram ao ritmo médio de 83 milhões de litros por ano, o que, somado ao aumento de 52 milhões de litros da produção, acrescenta 135 milhões de litros às disponibilidades”. “Nos últimos cinco anos, as vendas na exportação e no mercado nacional resultaram em mais 35 milhões de litros”, apontou, por outro lado, Francisco Mateus, notando que os dados do mercado nacional consideram estatísticas da Nielsen, que “não cobrem a totalidade das vendas, pelo que o número efetivo será superior”.

De acordo com o presidente da CVRA, a diferença entre o que se produz e o que se exporta e vende no mercado nacional, que ascende a 17 milhões de litros, “é facilmente absorvido pelas vendas que não estão cobertas pelas estatísticas e por outras utilizações, como por exemplo destilações e produção de vinagre”.

“O aumento substancial que as importações tiveram nos últimos anos trouxe para o setor, em média, mais 83 milhões de litros por ano, o que em cinco anos significa mais 400 milhões de litros de vinho”, acrescentou. Quanto ao Vitis, o responsável considerou que se trata de “uma ferramenta importante para, por exemplo, o setor fazer reconversão de castas, utilizando aquelas que são mais adaptadas às condições climáticas”.

“Mas também pode ser utilizado para a introdução de sistemas avançados de produção sustentável, o que se recomenda, mas que ainda não estamos a fazer em força no nosso país, o que justifica que seja iniciado um debate de reorientação sobre as atividades cobertas com os apoios do Vitis”, concluiu.

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Milei anuncia primeiro excedente orçamental na Argentina desde 2008

  • Lusa
  • 23 Abril 2024

O presidente argentino prometeu reduzir o défice orçamental para zero, um objetivo mais ambicioso do que o imposto pelo Fundo Monetário Internacional.

A Argentina registou o seu primeiro excedente orçamental trimestral desde 2008, anunciou o Presidente argentino, Javier Milei, que saudou este “feito histórico”.

No primeiro trimestre de 2024, o Estado argentino registou um excedente de cerca de 275 mil milhões de pesos (288 milhões de euros), disse Milei na televisão nacional na noite de segunda-feira. “Este é o primeiro trimestre com um excedente financeiro desde 2008”, sublinhou o Presidente argentino, referindo-se ao primeiro ano do governo de sua rival política de esquerda Cristina Kirchner.

Trata-se de “um feito de proporções históricas à escala mundial”, vangloriou-se o presidente, que chegou ao poder em dezembro, acrescentando que “se o Estado não gasta mais do que arrecada e não recorre a emissões (de dinheiro), não há inflação”.

Milei prometeu reduzir o défice orçamental para zero, um objetivo mais ambicioso do que o imposto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina tem um acordo de empréstimo de 41 mil milhões de euros.

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EDP Renováveis paga 0,20 euros por cada ação detida em forma de direitos de incorporação

Por cada ação detida até 30 de abril os acionistas da EDP Renováveis receberão um direito de incorporação no valor unitário de 0,20 euros. Cada bloco de 63 direitos será convertido numa nova ação.

A EDP Renováveis vai avançar com uma nova edição do seu programa de scrip dividend, que foi recentemente aprovado em assembleia geral de acionistas, revela a empresa num comunicado enviado esta terça-feira à CMVM.

Desta forma, os acionistas de uma das maiores empresas do PSI irão receber os dividendos referentes aos lucros da operação em 2023 sob a forma de direitos de incorporação, que posteriormente darão acesso a novas ações, e não sob a forma de dividendos ordinários.

A empresa liderada por Miguel Stilwell revela que esta decisão implicará um aumento de capital de cerca de até 81,3 milhões de euros, mediante a incorporação de reservas. De acordo com o documento informativo que estabelece os contornos da operação, será entregue um direito de incorporação por cada ação detida até 30 de abril e mantida até 3 de maio (data de registo).

Cada direito de incorporação terá um valor inicial de 0,20 euros, sendo que serão necessários 63 direitos para posteriormente se converter numa nova ação. Desta forma, os acionistas da EDP Renováveis terão de tomar uma de três opções:

  • Não vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação à EDP Renováveis ou a terceiros no mercado regulamentado da Euronext Lisbon, recebendo depois as ações respetivas aos direitos detidos;
  • Vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação à EDP Renováveis por 0,201 euros cada;
  • Vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação a terceiros no mercado regulamentado Euronext Lisbon (ou combinar qualquer uma das opções acima mencionadas conforme entenderem).

A EDP Renováveis revela ainda que as ações da EDP Renováveis a partir de 2 de maio já não conferem o direito a participar no programa de scrip dividend, e que os direitos de incorporação poderão ser negociados entre 6 de maio e 20 de maio, “podendo os acionistas da EDPR vender os seus direitos de incorporação à Sociedade entre 6 de maio de 2024 e 17 de maio de 2024.”

Prevê-se ainda que a liquidação dos direitos de incorporação vendidos à empresa de energias renováveis ocorra a 23 de maio de 2024 e a emissão de novas ações negociáveis da EDP Renováveis e a sua admissão à negociação ocorra a 24 de maio de 2024.

Adicionalmente, o documento explicativo da operação sublinha que o programa é regido pelo regulamentação europeia, que dispensa a necessidade de um prospeto completo, e que a estrutura do capital será aumentada com a emissão de um máximo de 16,25 milhões de novas ações, “dependendo da quantidade de direitos que não forem vendidos ou renunciados.”

Por fim, o documento salienta também a componente fiscal, indicando diferentes tratamentos tributários para as opções disponíveis aos acionistas, seja pela receção de novas ações ou pela venda dos direitos de incorporação, com implicações específicas para residentes e não-residentes em Espanha.

(Valor dos direitos corrigidos para 0,2 euros face aos 0,265 inicialmente apresentados a 6 de maio)

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Bolsa tem novo líder: Galp já vale mais de 15,5 mil milhões e destrona EDP

Em dois dias, os títulos dispararam 25%, permitindo à petrolífera passar a EDP Renováveis e a EDP em termos de valor de mercado. Analistas do Goldman falam em “descoberta transformacional” na Namíbia.

A Galp ainda não está a extrair petróleo na Namíbia, mas já ganha com essa “descoberta transformacional”. Em dois dias, o título valorizou 25%. Um desempenho que tornou a petrolífera portuguesa na cotada mais valiosa da bolsa de Lisboa, acima dos 15 mil milhões de euros, mais do que o valor de mercado da EDP Renováveis e da EDP.

As ações fecharam a sessão desta terça-feira nos 20,06 euros, acumulando uma valorização de 25,1% desde que, no domingo, a companhia liderada por Filipe Silva anunciou ao mercado que as explorações de petróleo na Namíbia representavam “uma potencial importante descoberta comercial”, com reservas que podem atingir os 10 mil milhões de barris só no campo de Mopane.

Numa nota publicada esta terça-feira, os analistas do Goldman Sachs falam mesmo em “descoberta transformacional” para a Galp e também para outras petrolíferas como a Shell ou Total Energies que poderão estar interessadas em comprar uma parte da participação no bloco promissor que a Galp colocou à venda. Como explicava o FT, a petrolífera portuguesa vai precisar de mais braços para tirar o petróleo do fundo do mar ao largo da Namíbia.

Com este desempenho, a Galp “engordou” 3,1 mil milhões na bolsa esta segunda e terça e apresenta-se agora com um valor de mercado de 15,5 mil milhões de euros, se contarmos com 100% das ações – isto é, incluindo a participação de 8% da Parpública que não está admitida à negociação.

Para trás ficaram assim a EDP Renováveis e a EDP no ranking das cotadas mais valiosas, com market caps de 13,2 mil milhões e 14,9 mil milhões, respetivamente.

A EDP Renováveis já tinha sido ultrapassada pela Galp na segunda, depois do disparo de 20% das ações da petrolífera nacional. Agora foi a própria EDP a ser superada.

A Amorim Energia detém 35,8% da Galp, com a posição avaliada em 5,5 mil milhões. A posição de 8% da Parpública vale 1,2 mil milhões. Os restantes 56,2% estão dispersos na bolsa.

Várias casas de investimento reviram o preço alvo do título em alta, como o Morgan Stanley (19 euros), Bernstein (19,2 euros) e Goldman Sachs (20 euros).

Galp dispara

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