Sondagem brasileira proibida em Portugal ‘disparou’ nas redes com ajuda do Chega

  • Lusa
  • 3 Março 2024

O Chega ajudou a multiplicar e difundir uma sondagem do Instituto Paraná Pesquisas, do Brasil, que não está credenciada em Portugal, e que levou a ERC a abrir um processo de averiguações.

As contas nas redes sociais do Chega foram “as grandes impulsionadoras” na difusão de uma sondagem que não podia ser publicada em Portugal e que colocava o partido num suposto empate técnico com AD e PS.

Uma pesquisa do MediaLab do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE-IUL), relativa à semana passada, concluiu que o Chega e o seu líder foram quem mais ajudou a multiplicar e difundir uma sondagem do Instituto Paraná Pesquisas, do Brasil, que não está credenciada em Portugal, e que levou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) a abrir um processo de averiguações.

O ‘ranking’ de publicações nas quatro redes sociais (Facebook, X, Instagram e TikTok) é obtido somando o número de interações de todos os ‘posts’, tomando em consideração as métricas de interações disponíveis em cada plataforma. Um dos objetivos do projeto do MediaLab e da agência Lusa é o de identificar os conteúdos desinformativos atribuídos aos partidos ou candidatos pelos ‘fact-checkers’ nacionais credenciados pela International Fact-Checking Network (IFCN), Polígrafo, Observador Fact Check e Público – Prova dos Factos, e avaliar o impacto nas redes sociais, medido em interações e visualizações.

No Facebook, mais de metade das publicações a partilhar uma captura de ecrã com o resultado desta sondagem são de “páginas de militantes ou dirigentes do partido Chega”, segundo o MediaLab, que está a conduzir um projeto de parceria com a agência Lusa sobre as eleições nas redes sociais e os processos de desinformação na fase pré-eleitoral para as legislativas de 10 de março.

Foram os ‘posts’ de André Ventura e do Chega que angariaram 88% das interações (soma de todas as reações, comentários e partilhas de uma publicação).

E, no X (ex-Twitter), a “partilha da captura de ecrã do artigo do Folha Nacional”, jornal do Chega, com a sondagem, foi feita “sobretudo por membros do partido que angariaram metade das interações (soma de todos os “gostos”, comentários e partilhas), destacando-se André Ventura e o dirigente Pedro dos Santos Frazão.

A ERC já abriu “um processo de averiguações” à sondagem divulgada pelo Chega no jornal Folha Nacional, feita por uma empresa brasileira não credenciada pelo regulador português.

André Ventura afirmou que o Chega nada tem a ver com a empresa e adiantou que apenas partilhou uma notícia que estava “espalhada por toda a imprensa brasileira”.

Na análise do MediaLab surgem, igualmente, publicações nas redes sociais relativas a uma alegada sondagem, em 21 de fevereiro. Era falsa, atribuída ao CESOP – Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, e colocava o Chega em empate técnico com a AD e o PSD.

Tudo era falso e o ‘site’ Polígrafo confirmou o seu caráter desinformativo. Neste caso, nenhum dirigente do Chega partilhou qualquer das publicações, mas a responsabilidade pela sua difusão, segundo os peritos do MediaLab, foi de grupos de simpatizantes do Chega, responsáveis por 78% das interações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Santana Lopes admite voltar ao PSD

Numa arruada da Aliança Democrática (AD), o presidente da Câmara da Foz enalteceu a forma como Luís Montenegro tem conseguido afirmar-se na liderança dos sociais-democratas.

Pedro Santana Lopes admitiu, este domingo, regressar ao PSD, seis anos depois de ter saído o partido para fundar o Aliança. Numa arruada da Aliança Democrática (AD), o presidente da Câmara da Foz enalteceu a forma como Luís Montenegro tem conseguido afirmar-se na liderança dos sociais-democratas. Admitindo que não foi fácil a Luís Montenegro, internamente, e por causa da antecipação imprevista de eleições legislativas, Pedro Santana Lopes considerou que o que tem mais ressaltado da campanha da Aliança Democrática (AD) é a forma como se tem conseguido “afirmar na liderança”.

Pedro Santana Lopes, que liderou o PSD entre 2004 e 2005, admitiu voltar ao partido dentro de ano e meio. “A maior parte dos juristas diz que não se pode filiar durante um mandato. Falta um ano e meio. Vamos ver… se tudo correr bem”, declarou, aos jornalistas, durante uma arruada da Aliança Democrática (AD), na Figueira da Foz, nesta manhã de domingo.

Mas, apesar da sua condição de independente, Santana Lopes quis deixar claro: “O meu coração sabem onde está”.

O presidente do PSD assegurou a um professor e dirigente sindical que, com a Aliança Democrática (AD), tanto o tempo como o mérito contarão para a progressão na carreira, e garantiu que “isso é indiscutível”.

Luís Montenegro foi questionado sobre este assunto durante uma ação de campanha de AD na Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, depois de na sexta-feira ter defendido que os funcionários públicos “devem ter um sistema de progressão sempre e só influenciado pelo seu desempenho, pelo seu mérito”.

João Rodrigues, professor de educação física e dirigente nacional do sindicato Stop, perguntou-lhe pelas propostas da AD para a escola pública e, tendo em conta as suas palavras na sexta-feira, se pretende mudar a progressão na carreira dos professores: “O tempo deixa de contar e passamos só a ter o mérito como fator?”.

Convenção da Aliança Democrática - 21JAN24

“Não, são as duas componentes. Tem de haver mérito e tem de haver tempo também de serviço. Isso é indiscutível”, declarou o presidente do PSD.

João Rodrigues quis ter a certeza: “Então é seguro que continuamos com o tempo nas progressões de carreira?”.

“Temos os dois fatores. O mérito é essencial, mas é evidente que o tempo também é”, reiterou Luís Montenegro. Antes, interrogado sobre as carreiras dos assistentes operacionais, o presidente do PSD declarou que a AD defende “uma valorização da progressão das carreiras e do estatuto remuneratório de todas as áreas da Administração [Pública]”.

“Temos um plano financeiro que prevê até 2028 termos cerca de 4% de valorização em termos remuneratórios disponível para se dividir em três planos. Primeiro, o aumento dos salários em função da inflação e das negociações anuais com os sindicatos. Segundo, a progressão das carreiras, portanto, termos alguma prioridade em algumas carreiras para evoluir mais rapidamente”, referiu.

“E um terceiro ponto que é a valorização do mérito e os prémios de desempenho que nós queremos incutir na Administração Pública. Isto está tudo no nosso programa eleitoral”, completou.

Nesta conversa, perante a comunicação social, João Rodrigues disse ao presidente do PSD que iria votar hoje, antecipadamente, em mobilidade, para as legislativas de dia 10, e pediu-lhe “garantias de o que é que a AD traz de novo para a escola pública” para ter “um voto consciente”.

“Eu digo: valorização da carreira docente, atração e retenção de professores, valorização das disciplinas nucleares, avaliação no fim de todos os ciclos de ensino, do português, da matemática, de uma terceira disciplina rotativa”, respondeu Luís Montenegro.

A AD quer “recuperar as aprendizagens” e tem “depois um projeto ainda mais ambicioso, mas mais demorado para implementar e para surtir efeito: o acesso gratuito e universal dos zero aos seis anos, creches e pré-escolar”, acrescentou.

Quando o diálogo terminou, os dois despediram-se cordialmente e o professor e dirigente sindical declarou-se “minimamente esclarecido”.

“Pelo menos foi assegurado que a questão do tempo continua na progressão dos professores – uma vez que na Administração Pública o que foi dito foi que será cada vez mais o mérito a ser contabilizado para a progressão”, realçou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Perto de sete mil eleitores já votaram antecipadamente em Lisboa

  • Lusa
  • 3 Março 2024

O chamado voto em mobilidade permite aos eleitores votarem uma semana antes num concelho à sua escolha. Se não o fizerem, podem fazê-lo no dia das eleições, ou seja, no dia 10.

A Cidade Universitária de Lisboa recebeu este domingo perto de sete mil pessoas, que decidiram votar de forma antecipada e em mobilidade para as eleições legislativas de dia 10.

Até às 12:00, tinham exercido o direito de voto 25% dos 26.792 eleitores inscritos no voto antecipado em mobilidade (VAM), segundo um balanço feito aos jornalistas pelo vereador da Câmara da Lisboa responsável por este ato eleitoral, Diogo Moura.

Inicialmente, a Câmara Municipal de Lisboa tinha preparado três locais para o VAM, mas acabou por abrir apenas um, na Cidade Universitária, porque as inscrições foram “significativamente abaixo das previsões”.

Na Cidade Universitária foram instaladas 107 secções de voto, distribuídas pela Aula Magna, Faculdade de Direito, Faculdade de Letras, Faculdade de Psicologia e Cantina Velha. Pelas 10:00, já se verificava a presença de eleitores de todas as idades.

Uma das pessoas que decidiu aproveitar a oportunidade foi Pedro Santos, natural de Lisboa, que se manifestou “bastante entusiasmado” com a possibilidade de exercer o seu direito de voto antecipadamente.

“Para mim é sempre uma alegria votar. Quase parece uma celebração, dois fins de semana de voto. Não tenho nenhuma razão em especial. Só mesmo porque queria dar já o meu contributo e para a semana estou mais descansado”, explicou à agência Lusa, após votar na Universidade de Direito.

No mesmo edifício, exerceu também o direito de voto Jorge Santos, que explicou à Lusa que decidiu votar de forma antecipada porque no dia 10 estará deslocado da sua área de residência.

“Acho excelente, pois de outra forma não poderia votar”, apontou, elogiando todas as iniciativas que possam contribuir para diminuir a taxa de abstenção.

Na Faculdade de Letras votou Hernâni Rodrigues, para o círculo de Bragança, que se mostrou satisfeito pela oportunidade de votar de forma antecipada e pela rapidez com que exerceu o seu voto.

“É muito boa. Nesta situação em que as pessoas estão deslocadas das suas residências é a única forma que têm para poder votar”, sublinhou.

A ideia é partilhada por Luís Romão, votante pelo círculo de Setúbal, que acredita que a possibilidade de votar de forma antecipada e em mobilidade é benéfica para a democracia.

“Temos que combater, sobretudo, a falta de interesse na participação cívica e, por isso, vim votar hoje”, justificou.

Ainda com residência fiscal no Porto, mas a viver em Lisboa, Márcia Ferreira quis também aproveitar a oportunidade.

“Eu acho ótimo porque, efetivamente, dá flexibilidade às pessoas que não têm oportunidade de votar na data predefinida e evita deslocações desnecessárias no dia do voto”, sublinhou.

O número total de eleitores que pediu para votar hoje, 208.007, é inferior ao das legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291).

O chamado voto em mobilidade permite aos eleitores votarem uma semana antes num concelho à sua escolha. Se não o fizerem, podem fazê-lo no dia das eleições, ou seja, no dia 10.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tavares diz que direita “traz más memórias” e insiste no combate ao voto útil

  • Lusa
  • 3 Março 2024

O porta-voz do Livre salientou este domingo que as recentes governações à esquerda “deixaram satisfação”, nomeadamente a ‘geringonça’, ao contrário da direita que “traz más memórias”.

O porta-voz do Livre salientou este domingo que as recentes governações à esquerda “deixaram satisfação”, nomeadamente a ‘geringonça’, ao contrário da direita que “traz más memórias”, e deixou também um apelo de combate ao voto útil.

Numa visita ao bairro do Armador, em Chelas, distrito de Lisboa, Rui Tavares foi questionado sobre a presença do primeiro-ministro, António Costa, na campanha socialista para as legislativas de dia 10.

“Acho que esta maioria absoluta não foi suficiente, mas o que eu vejo é que a esquerda nos seus debates mostrou elevação e mostrou conteúdo, as governações da esquerda nesta última década e meia, a começar pela ‘geringonça’, deixaram satisfação. E a direita, quando traz os seus ex-primeiros-ministros, o que traz são más memorias”, considerou.

Na opinião do cabeça-de-lista por Lisboa, quando a Aliança Democrática (que junta PSD, CDS-PP e PPM) leva para a campanha nomes como Cavaco Silva, Durão Barroso ou Pedro Passos Coelho, “o que as pessoas se lembram é de austeridade”.

No entanto, apesar de apelar ao voto à esquerda, Rui Tavares não deixou de alertar que “o voto útil há dois anos não resolveu nada”, referindo-se à maioria absoluta do PS e depois de no sábado António Costa se ter dirigido aos indecisos.

“O que resolve é darmos força às ideias de que gostamos mais. Fazemos o apelo a toda a gente que combata a ideia de que essa chantagem sobre os eleitores deva ser eficaz e que combata também desinformações acerca das posições do Livre”, apelou, considerando que este é um pedido importante no começo da segunda e última semana de campanha eleitoral.

Interrogado sobre se António Costa seria um bom nome para a presidência do Conselho Europeu, Rui Tavares não deu uma resposta direta, mas deixou alguns ‘reparos’ ao ainda primeiro-ministro.

“Quem escolhe os presidentes do Conselho são os governos da União Europeia e quanto a nós mal. A UE precisa de se democratizar”, começou por responder, defendendo que este órgão “tem de ser um verdadeiro senado” com “legisladores eleitos”.

Rui Tavares salientou que António Costa “nunca acompanhou as ideias mais avançadas, mais ambiciosas do Livre para a União Europeia”, e criticou o facto de o chefe do executivo ter considerado, na altura da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que “as violações do Estado de Direito na Hungria não deviam ser punidas financeiramente”.

“Nós no Livre achamos que é preciso outra visão da União Europeia, completamente diferente, que não seja complacente com este estado de coisas na UE e seria preciso que Costa desse um grande salto na sua ambição para a UE para se aproximar do que o Livre tem de planos para a Europa”, respondeu.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CDU reúne com empresários para desmistificar ideia de ser contra as empresas

  • Lusa
  • 3 Março 2024

A CDU abriu o oitavo dia de campanha eleitoral com uma sessão com micro, pequenos e médios empresários para desmistificar a ideia de ser contra as empresas .

A CDU abriu o oitavo dia de campanha eleitoral com uma sessão com micro, pequenos e médios empresários para desmistificar a ideia de ser contra as empresas e para exigir uma alteração da política económica do país.

Numa iniciativa diferente de todas aquelas que a Coligação Democrática Unitária (CDU, que junta PCP e PEV) já realizou neste período oficial de campanha, o secretário-geral do PCP ouviu os testemunhos de vários pequenos empresários – do vestuário à estética, passando pelos seguros ou ginásios – e acentuou a necessidade de apoiar a atividade destas pessoas em detrimento dos grandes grupos económicos.

“Esta é uma boa oportunidade para desmistificar de uma vez por todas uma ideia de que a CDU é contra o desenvolvimento e as empresas. Não só não somos contra, como achamos que é fundamental dinamizar a atividade económica. O problema é que temos um problema de fundo: uma política orientada para o apoio não à economia, mas ao 01% daqueles que desenvolvem atividade económica e que afasta 99% do tecido empresarial português”, disse.

Sublinhando que a política económica nacional “responde às necessidades dos grandes grupos económicos” e invocando como exemplo um apoio de 400 mil euros à Sonae para o aumento dos custos do salário mínimo, o líder comunista frisou que esses grupos “engolem e esmagam” os micro, pequenos e médios empresários (MPME).

“Quando exigimos salários, sabemos que é um esforço para os MPME. Mas é um investimento”, observou.

Acrescentou ainda que medidas como a fixação de preços em certas áreas e a redução do IVA na energia ou nas telecomunicações visam ajudar os empresários a enfrentar os custos de contexto da sua atividade.

“Os MPME são aliados do projeto da CDU. É preciso que estes 99% sejam discriminados positivamente e não o 01%. Esta é a grande diferença”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno quer excedente orçamental para gastar com o povo e não com a banca

  • Lusa
  • 3 Março 2024

O secretário-geral do PS procurou fazer hoje um dualismo entre esquerda e direita e disse que o excedente orçamental é para gastar com o povo e não com a banca e com as grandes empresas.

O secretário-geral do PS procurou fazer hoje um dualismo entre esquerda e direita e disse que o excedente orçamental é para gastar com o povo e não com a banca e com as grandes empresas.

Pedro Nuno Santos falava depois de uma ação de rua na zona piscatória das Caxinas, concelho de Vila do Conde, bastião eleitoral socialista, num breve discurso em que também acusou a Aliança Democrática (AD) de “arrogância” nesta campanha para as legislativas de dia 10.

“Conseguimos diminuir a nossa dívida e ter excedente [orçamental]. E a escolha que temos para fazer é se queremos gastar esse excedente com quem não precisa, com os bancos e com as maiores empresas, ou se queremos investir no povo, no Estado social, nos serviços públicos, nos nossos hospitais e escolas”, afirmou, perante largas centenas de militantes e simpatizantes socialistas.

O secretário-geral do PS assinalou que Portugal apresenta agora uma situação financeira e orçamental “mais confortável”.

“Por isso, é hora de apoiarmos o nosso povo, aumentando salários e pensões. Essas são as prioridades dos socialistas. Nós não queremos desbaratar recursos com quem não precisa. Queremos investir os recursos a cuidar do nosso povo, de quem trabalhou uma vida inteira – os nossos reformados – e em quem trabalha”, completou.

Embora sem falar na AD, Pedro Nuno Santos deixou uma mensagem: “Para aqueles que tinham já a arrogância de achar que iam ganhar, vejam onde está a verdadeira força, onde está o povo, estamos aqui em força”.

“Em Caxinas, terra de trabalho duro, gente que se faz ao mar para alimentar o nosso povo, quero agradecer, porque vocês são uma inspiração, um exemplo de luta e de combate. Esse é o exemplo que temos de levar ao país, trabalho árduo que seja recompensado”, prometeu.

Ainda nesta lógica de discurso, o líder socialista referiu que Portugal é um país “que se fez no mar, que se construiu no mar e não pode esquecer quem trabalha no mar todos os dias e do mar retira alimento para todos”.

Depois, dirigindo-se aos seus apoiantes das Caxinas, fez uma demarcação em relação à conceção liberal de mérito.

“Sim, vocês é que têm mérito – mérito de trabalhar, numa vida dura, para toda a comunidade”, acrescentou.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Quais as cauções mais altas pedidas na Justiça portuguesa?

De um a dez milhões de euros, descubra quais os valores e a quem foram atribuídas as cauções mais elevadas da Justiça portuguesa.

A caução é uma medida de coação não privativa da liberdade que visa prevenir a continuação da atividade criminosa ou proteger a prova. Em Portugal, a caução mais alta foi de dez milhões de euros. Veja o vídeo e descubra a quem foi cobrada e quais são as outras cauções mais altas da Justiça nacional.

http://videos.sapo.pt/68ySKPqLrfNInuh0C3dR

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Café está mais caro. Saiba as razões

  • Lusa
  • 3 Março 2024

A menor produção, alterações climáticas e ataques no Mar Vermelho explicam o aumento do preço de café, afirma à Lusa a secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café.

A menor produção, alterações climáticas e ataques no Mar Vermelho explicam o aumento do preço de café, afirmam à Lusa a secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café e o ‘broker’ de café verde Luís Lorena.

Desde a pandemia de covid-19 que os preços do café robusta – que é a variedade mais consumida pelos portugueses – nos mercados internacionais subiram mais que 200%, continuando ainda em valores altos, o que tem impacto no setor deste produto.

“Este aumento de preços pode ser explicado pelos fatores tradicionais da oferta e da procura: uma produção insuficiente nos países de origem, essencialmente África Central e Vietname, que conduziu a uma baixa recorde dos ‘stocks’ mundiais de café robusta e uma procura mais acentuada por parte da indústria”, que “agravou este problema”, aponta a secretária-geral da AICC, Cláudia Pimentel.

Tal “criou as condições no mercado para que o preço café robusta” se encontre “ao preço mais alto de sempre no mercado”, prossegue a responsável, lembrando a que acresce as alterações climáticas nos países produtores que estão a provocar “quebras na produção”, o que tem impacto nos preços do café verde.

A isto somam-se as condicionantes que “a situação no Mar Vermelho está a trazer ao comércio internacional”, onde os Huthis atacam navios há meses, com o aumento dos custos de transporte “e um atraso muito relevante na chegada de mercadorias à Europa, entre as quais o café”, acrescenta Cláudia Pimental.

Luís Lorena não prevê que o preço do café possa descer para já. Dos dois tipos de variedades existentes, em Portugal “70% do café que se consome é o robusta e 30% é o arábica e o problema, neste momento, é que o café robusta, devido à elevada procura e pouca disponibilidade a nível mundial” tem registado uma alta de preços nos mercados, explica também o ‘broker’.

Isto porque “os produtores de café robusta estão a produzir cada vez menos e existe uma maior procura a nível mundial”, estando os preços “em máximo históricos”, sublinha.

A título de exemplo, a variedade arábica “é mais utilizado no Norte da Europa e o robusta no Sul da Europa”, sendo que o preço desta última subiu no período da ‘covid-19’ porque, antes, era a variedade que tinha o preço mais competitivo.

Ou seja, o aumento do consumo do robusta, segundo o ‘broker’ de café verde, deve-se a dois fatores: “primeiro, com a pandemia e o ‘lockdown’ [população em casa], o canal HoReCa [Hotéis, Restaurantes e Cafés] fechou, as pessoas foram para casa e como esta variedade tinha preços inferiores ao arábica, passou a ser mais consumido”.

Depois, no Norte da Europa começaram a alterar os ‘blends’ e, em vez de ser 100% arábica, “começaram a pôr robusta” numa percentagem de 5%, 10%, 15%, o que aumentou o consumo desta variedade e, logo, menos disponibilidade nos mercados, o que faz subir preços.

Anteriormente, aponta, a quantidade de robusta utilizada na Europa nos 27 países “estava à volta dos 39%” e arábica nos 61%. “Neste momento estamos a falar de 46% de robusta e 54% de arábica”, destaca Luís Lorena. Em termos reais, em 2020 um torrefator comprava café robusta “246% mais barato do que agora”, enfatiza. Além disso, “há menos países produtores de robusta” atualmente, sendo que Angola chegou a ser o maior produtor mundial desta variedade.

Países à volta de Angola como “Camarões e Costa do Marfim têm apostado 100% no cacau e abandonado o café”, e ficou-se sem o robusta que vinha daí, enquanto do outro lado há Uganda e a Tanzânia que “mantêm os mesmos níveis do passado”.

A Índia, que também é produtora, tem um “consumo interno brutal” e “tem escoado a maior parte do seu café para a indústria solúvel na Ásia”. Depois há o Vietname e a Indonésia, tendo o último perdido 30% da colheita em 2023 por causa das chuvas e do mau tempo. O Vietname também “teve uma colheita complicada”, disse.

A única alternativa que existe é o Brasil, que produz robusta numa quantidade suficiente, mas “não é muito bem aceite na Europa”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais estudantes estão a abandonar a universidade pública. Interior é o mais afetado

  • Lusa
  • 3 Março 2024

Cada vez mais estudantes estão a desistir após o primeiro ano do curso, mas apesar das dificuldades de alojamento em Lisboa e Porto, é sobretudo no interior que o abandono se nota mais.

Cada vez mais estudantes estão a desistir do ensino superior público após o primeiro ano do curso, mas apesar das dificuldades de alojamento em Lisboa e Porto, é sobretudo no interior que o abandono escolar aumenta.

Os dados mais recentes divulgados no portal Infocursos referem-se ao ano letivo 2021/2022 e mostram que, ao contrário do setor privado, o abandono no final do primeiro ano do curso aumentou desde 2013/2014.

Entre esse período, a percentagem global de alunos que já não estavam inscritos em nenhum curso um ano após começarem uma licenciatura ou mestrado integrado manteve-se, mas se diminuiu no setor privado, de 15,8% para 12,5%, aumentou no público, de 10,2% para 11,6%.

Depois de cinco anos a diminuir consecutivamente, registando um mínimo de 8,7% em 2018/2019, o abandono voltou a subir ainda antes da pandemia da covid-19 e da crise da inflação.

Nos últimos anos, o custo do alojamento, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, tem sido apontado como uma das principais barreiras à frequência do ensino superior, mas os dados mostram que não é nessas cidades que o problema é mais significativo.

Nas principais instituições da capital, por exemplo, há menos alunos a desistir na Universidade de Lisboa, na Universidade NOVA de Lisboa e no Instituto Politécnico de Lisboa, tendo a percentagem aumentado apenas do ISCTE-IUL, de 6,1% para 7,9%.

Por outro lado, o abandono subiu ligeiramente na Universidade e no Instituto Politécnico do Porto, fixando-se em 8,6% e 9,2%, respetivamente, abaixo, ainda assim, da média nacional.

Dados enviados à agência Lusa pela Universidade do Porto apontam também um ligeiro aumento nos anos mais recentes. De acordo com a instituição, no ano letivo passado, a percentagem de alunos que, independentemente do ano que frequentava, não se diplomou nem se inscreveu no mesmo curso ou noutro da universidade fixou-se em 7%, a mesma do ano anterior e um ponto percentual acima de 2020/2021.

Também em Coimbra a variação foi muito pouco significativa, fixando-se o abandono nos 8,7%, segundo os dados do Infocursos. À Lusa, a Universidade de Coimbra refere que no final do primeiro semestre deste ano, 439 estudantes tinham cancelado a matrícula, menos do que no mesmo período do ano anterior.

Comparativamente, há muitas instituições que registam uma taxa de abandono bastante mais alta em relação à média nacional, a maioria do ensino politécnico e localizadas nas regiões Centro e Alentejo.

O caso mais preocupante é o do Instituto Politécnico de Tomar, de onde 37,7% dos alunos saíram logo a seguir ao primeiro ano do curso. Em nove anos, o aumento foi de 20,3 pontos percentuais.

Seguem-se os politécnicos da Guarda (29,1%), de Beja (26,9%), de Castelo Branco (19,8%), a Universidade de Évora (18,4%), os politécnicos de Viseu (17,9%), de Portalegre (16,9%) e Bragança (16,6%).

O motivo pode também estar relacionado com o alojamento, não pelo custo das rendas, mas sobretudo pela falta de oferta, explicou à Lusa uma investigadora do ISCTE-IUL.

Segundo Rosário Mauritti, muitas instituições de ensino superior no interior do país não disponibilizam residências. Mesmo quando essa oferta existe, é insuficiente para acolher todos os estudantes deslocados e as alternativas privadas são poucas.

“Não existem, muitas vezes, mercados instalados para acolhimento de estudantes que se deslocam para essas regiões para poderem estudar”, referiu a investigadora, que tem estado a trabalhar num estudo sobre o tema, em que representantes dos alunos relataram, precisamente, essa dificuldade.

Além da falta de alojamento, Rosário Mauritti refere ainda que, ao contrário das grandes cidades, a mobilidade quotidiana é bastante condicionada em algumas zonas, em particular nas regiões Centro e Alentejo.

Fazendo a comparação com a capital, onde o preço dos quartos obriga muitos estudantes a continuarem a viver em casa dos pais e fazerem, diariamente, grandes deslocações para a faculdade, permitindo-lhes, dessa forma, continuar a estudar, a investigadora sublinha que essa possibilidade nem sempre existe.

Nesses casos, “se não existir alojamento, não existe mesmo possibilidade de prosseguir os estudos”, alertou, considerando que a bolsa +Superior, que apoia os estudantes em zonas de menor densidade populacional, não chega se não for complementada com condições de acolhimento dos estudantes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolieiro repudia tentativa de fazer do MP “bode expiatório do difícil funcionamento” da Justiça

  • Lusa
  • 3 Março 2024

“Denuncio, com a convicção de que importa mudar este paradigma, o garrote financeiro e o abandono ao Sistema Judicial e Judiciário da Justiça em Portugal”, acrescentou o líder dos Açores.

O presidente do Governo dos Açores repudiou a tentativa de se fazer do Ministério Público “bode expiatório do difícil funcionamento” da Justiça e disse que a região é exemplo do desleixo do Estado na defesa do cidadão.

“Afirmo com convicção da minha condição de cidadão e político. Repudio com máxima veemência a tentativa de [se] fazer da instituição portuguesa Ministério Público (MP) um bode expiatório do difícil funcionamento ou questionamento da investigação criminal ou da Justiça em Portugal”, disse José Manuel Bolieiro em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no discurso de encerramento do XIII Congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP).

No congresso, dedicado ao tema “MP em evolução: Atualidade, Proximidade e Iniciativa”, que decorreu no Teatro Micaelense, o líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) também denunciou “a irresponsabilidade do Estado ao longo dos anos”, por “ter abandonado a prioridade de soberania para com o investimento público devido e necessário ao funcionamento da Justiça em todos os seus domínios”.

“Denuncio, com a convicção de que importa mudar este paradigma, o garrote financeiro e o abandono ao Sistema Judicial e Judiciário da Justiça em Portugal”, acrescentou.

Bolieiro também declarou que “é tão notório quanto inaceitável” o registo da falta de meios e de recursos humanos, logísticos, imobiliários e mobiliários, técnicos, tecnológicos, administrativos e financeiros “à independência e ao bom funcionamento do Sistema de Justiça em Portugal, de modo a assegurar o direito constitucional de acesso à Justiça por todos e em todos os lugares do território”.

O presidente do Governo Regional dos Açores deu mesmo o exemplo do que se passa na região autónoma: “Nos Açores, somos um triste e liderante exemplo nacional do estado deste abandono”.

“Nos Açores, sentimos de forma ainda mais prevalente esse desleixo do Estado no cumprimento das suas obrigações de soberania, na defesa do cidadão e da reputação das instituições basilares do Estado de Direito que somos na Constituição e nas leis, mas que, na prática, ainda estamos muito aquém do necessário e adequado”, apontou.

Na sua opinião, há necessidade “de reformar e aperfeiçoar o modo de funcionamento das instituições do Estado de Direito”.

Na sessão de encerramento, o vice-presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, Joaquim Machado, também se referiu à falta de recursos humanos e materiais e à degradação de instalações judiciais no território.

Disse que ao Estado compete providenciar soluções para os problemas existentes, mas salientou que não tem cumprido “de forma cabal e eficiente” com as suas responsabilidades.

Por sua vez o autarca anfitrião, o presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, considerou que o MP é “o garante da verdadeira democracia” no país e tem um papel “absolutamente respeitável”, pois permite assegurar os superiores interesses do Estado e do cidadão.

Na opinião do autarca, a tentativa de transformar a Justiça num espetáculo “é uma situação que tem de ser repensada” e manifestou solidariedade por alguns ataques que têm sido feitos ao MP.

Pedro Nascimento Cabral defendeu uma reforma da Justiça “a seu tempo” e “fora dos casos mediáticos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedro Nuno acusa AD de querer fazer “xeque-mate ao Estado social” com choque fiscal

  • Lusa
  • 3 Março 2024

O secretário-geral do PS acusou a AD de querer fazer “xeque-mate ao Estado social” com a sua proposta de choque fiscal e também criticou a medida do vale consulta.

O secretário-geral do PS acusou a AD de querer fazer “xeque-mate ao Estado social” com a sua proposta de choque fiscal e também criticou a medida do vale consulta, alegando que deixaria o Estado “na mão de terceiros”.

“O choque fiscal que a AD (Aliança Democrática) quer propor é um choque fiscal para alguns, mas é na realidade um xeque-mate ao Estado social, à maioria do povo português”, acusou Pedro Nuno Santos num comício no pavilhão Rosa Mota, no Porto, que contou com a presença de várias personalidades socialistas, entre as quais o primeiro-ministro, António Costa.

Neste discurso, o líder socialista voltou a defender que a AD apresenta ao país “uma aventura fiscal” e rejeitou as críticas de que o cenário macroeconómico que consta do programa eleitoral do PS – e que aponta para um crescimento de 2% ao longo da legislatura – seja “menos ambicioso”.

“É um cenário macroeconómico sério, responsável, cauteloso. Nós temos uma estratégia para que a economia cresça muito mais do que a deles. Só que, quando nós construímos um cenário macroeconómico, nós quisemos ter indicadores que fossem credíveis”, declarou.

Esses dados têm de ser credíveis, prosseguiu o líder socialista, para que o partido não faça “promessas irrealizáveis, incumpríveis” e para que o país “nunca passe mais pelo que passou no passado”.

“Nós queremos segurar, proteger os rendimentos dos portugueses, as pensões, os salários e, por isso, é que o nosso programa é ambicioso, ambicioso onde deve ser: nos salários, no Estado social. É ambicioso, cauteloso e responsável sempre”, afirmou.

Ao longo do discurso, Pedro Nuno Santos abordou várias propostas do PS para áreas como a habitação, salários, educação ou jovens famílias, dedicando uma larga parte da sua intervenção ao tema do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que considerou ser a “maior construção coletiva do povo português” e que se comprometeu a defender.

Entre as proposta que elencou para o setor, Pedro Nuno Santos destacou, em particular, a introdução de um programa de saúde oral no SNS, um maior investimento na hospitalização domiciliária ou a emissão de receitas por médicos de lares.

Neste ponto, Pedro Nuno Santos voltou a criticar a direita, considerando que a resposta que a AD apresenta para o SNS “é ineficaz e será mais cara”, criticando em particular a proposta do vale consulta.

Para o líder socialista, a direita fala “como se houvesse capacidade excedentária no setor privado”, como se houvesse “salas de cirurgia, de consulta, médicos, enfermeiros sem nada para fazer nos hospitais privados”.

No entanto, Pedro Nuno Santos salientou que “80% dos médicos que estão no setor privado são do SNS” e essa “capacidade excedentária não existe”, salientando que o PS optou por não avançar com um vale consulta porque, ao contrário do vale cirurgia, as consultas não são resolutivas e finitas.

“Depois da primeira consulta, há exames, e há uma segunda, e há exames, e há uma terceira e quarta… O Estado ficaria na mão de terceiros, deixaria de conseguir controlar os gastos públicos, os recursos públicos”, criticou.

Na ótica do líder socialista, o vale consulta é uma “forma errada de gerir os recursos públicos” e é uma “falsa resposta, que sairia muito mais cara ao povo português”.

“Se o Estado tem dinheiro, se tem recursos, tem de investir e de reforçar os nossos hospitais, os nossos centros de saúde, os nossos profissionais de saúde. A nossa resposta é a resposta correta, eficaz, é a resposta menos dispendiosa”, sustentou.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 200.000 eleitores podem já votar este domingo em todo o país. Marcelo é um deles

  • Lusa
  • 3 Março 2024

Os números deste ano são menos do que nas legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291).

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, é um dos mais de 200 mil eleitores que se inscreveram para o voto antecipado, este domingo, uma semana antes do dia das legislativas. No total, segundo o Ministério da Administração Interna (MAI), pediram para votar 208.007 eleitores.

São menos do que nas legislativas de 2022 (315.785 inscritos), mas muito superior aos inscritos nas legislativas de 2019 (56.291). O chamado voto em mobilidade permite aos eleitores votarem uma semana antes num concelho à sua escolha. Se não o fizerem, podem fazê-lo no dia das eleições, ou seja em 10 de março.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar na escolha de 230 deputados à Assembleia da República. A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

Entre os inscritos está o Presidente da República, que decidiu votar antecipadamente por se sentir esclarecido relativamente às propostas dos candidatos e por considerar que é um estímulo contra a abstenção.

Instituída com a entrada em vigor da Lei Orgânica n.º 3/218, por ocasião da eleição de deputados portugueses ao Parlamento Europeu em 2019, a modalidade de voto antecipado em mobilidade foi escolhida por 285.848 nas eleições legislativas de 2022.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.