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CA Vida lança site e app à boleia de novo conceito criativo

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  • 14 Novembro 2024

À boleia de um novo conceito criativo, a CA Vida lançou um site e app. Este ecossistema digital pretende "tornar a CA Vida mais ligada, mais humana e mais próxima" dos seus clientes.

A CA Vida lançou o site e app MyVida, juntamente com um novo conceito criativo, com o objetivo de reforçar a sua “missão” de “proteger os seus clientes ao longo da vida”.

O lançamento do website e da app MyVida reforça o nosso compromisso de estar mais próximos das pessoas, proporcionando-lhes não só a proteção necessária em momentos de incerteza, mas também a comodidade de gerirem os seus seguros de forma intuitiva e prática“, diz a diretora de marketing da CA Vida, Susana Fava, citada em comunicado.

A campanha da seguradora do Grupo Crédito Agrícola, desenhada em conjunto com a FullSix, teve como base a ideia de que, independentemente dos planos que sejam feitos, a vida é imprevisível, posicionando-se a seguradora enquanto “parceiro que está pronto a responder a qualquer momento”, refere-se em nota de imprensa.

A comunicação da mesma decorre ao longo deste mês nos sites da CA Vida e do Grupo Crédito Agrícola e nas redes sociais de ambos.

“Com o lançamento do seu website e da área MyVida, dedicada exclusivamente aos seus clientes, acessível também através da App MyVida, a marca aproxima-se dos seus clientes por via digital, permitindo aos mesmos aceder à sua área de cliente para consultar e gerir os seus contratos, atualizar dados pessoais ou aceder e descarregar toda a documentação contratual e fiscal”, lê-se na mesma informação.

Este ecossistema digital pretende “tornar a CA Vida mais ligada, mais humana e mais próxima” dos seus clientes, “ditando assim para 2025 um novo posicionamento no mercado e no Grupo Crédito Agrícola”.

“Uma transformação assente numa visão 360º do cliente, que tem como objetivo um maior e melhor conhecimento dos clientes vida, para que o serviço e o costumer journey sejam uma experiência contínua de qualidade e que alterem o sentimento dos clientes em relação aos seguros e à agilidade com que conseguem gerir no dia-a-dia as suas Apólices Vida”, lê-se ainda na informação divulgada.

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PS fala em situação financeira grave em Coimbra. Câmara diz que finanças estão estáveis

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

O PS realça que Coimbra teve o terceiro pior resultado líquido dos municípios portugueses em 2023, com 16,4 milhões de euros negativos.

A concelhia do PS de Coimbra afirmou, esta quinta-feira, que a situação financeira na Câmara Municipal é “grave”, apontando para indicadores do Anuário Financeiro dos Municípios, mas autarquia vinca que finanças estão saudáveis esperando regresso a resultados positivos este ano.

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, o PS de Coimbra salienta que Coimbra foi apontado como “o município do país com pior resultado operacional em 2023”, no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, considerando os dados “muito preocupantes” para a situação financeira da autarquia.

O PS realça que Coimbra teve o terceiro pior resultado líquido dos municípios portugueses em 2023, com 16,4 milhões de euros negativos, e o pior resultado operacional, com 5,39 milhões de euros negativos.

“O município de Coimbra nunca tinha apresentado um resultado operacional negativo, tendo mesmo apresentado resultados operacionais muito positivos nos últimos anos de governação municipal socialista”, salienta a concelhia do PS.

Esta é a prova cabal da total impreparação de José Manuel Silva para o cargo de presidente da Câmara Municipal. Coimbra merece melhor.

Ricardo Lino

Presidente da Concelhia de Coimbra do PS

No comunicado, o PS vinca ainda que Coimbra foi o 13.º município “com maior passivo exigível” (dívidas a pagar), situado em 64,2 milhões de euros. Para a concelhia, está-se perante “um desequilíbrio grave”.

“Esta é a prova cabal da total impreparação de José Manuel Silva para o cargo de presidente da Câmara Municipal. Coimbra merece melhor”, realçou o comunicado, assinado pelo presidente da concelhia, Ricardo Lino.

Em resposta aos dados publicados no Anuário Financeiro dos Municípios e esclarecendo que ainda não tinha tido acesso ao documento, o município afirmou à Lusa que o aumento de dívida em 2023 estava diretamente relacionado “com o resultado líquido negativo”, que considerou ser “uma situação perfeitamente pontual”.

Esse resultado negativo, esclareceu a câmara de Coimbra, devia-se “exclusivamente à obrigação do registo contabilístico, superior a 15 milhões de euros, em provisões para três processos judiciais em curso, dois dos quais no início dos anos 2000, com alguma probabilidade de resultar, no futuro, em indemnizações a pagar pelo município”. Para a autarquia, esta é “uma decisão responsável e que em nada belisca as finanças do município”.

O município de Coimbra salientou que se registou um saldo de gerência de 16,7 milhões de euros entre receitas arrecadadas e despesas efetuadas e uma poupança corrente de 16,3 milhões de euros, “que foi utilizada para financiar os investimentos da Câmara Municipal”, acrescentou.

Apesar do aumento do passivo e da contratação de um empréstimo no valor de cerca de 13 milhões de euros, “a capacidade de endividamento adicional do município de Coimbra aumentou, situando-se atualmente em 24 milhões de euros”, sublinhou.

Até junho de 2024, o município registava um resultado líquido positivo de cerca de quatro milhões de euros, sendo “expectável que esta tendência se mantenha até final do presente ano, perspetivando-se um resultado positivo à semelhança do verificado até 2023”, disse fonte oficial da autarquia.

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Turismo do Algarve alerta para subfinanciamento por falta de contabilização do alojamento local

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

O Algarve terá tido cerca de "oito milhões de dormidas" em alojamento local não contabilizadas para efeitos do INE em 2023. As entidades de turismo estimam que falta 4-5 milhões em financiamento.

O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA) alertou esta quinta-feira para um eventual subfinanciamento do Estado de cerca de cinco milhões de euros devido à falta de contabilização oficial das dormidas nos alojamentos locais com menos de 10 camas.

“A região do Algarve em 2023 poderá ter um número à volta das oito milhões de dormidas [no alojamento local] que não foram contabilizadas para efeitos do INE [Instituto Nacional de Estatística] e que não são contabilizadas para o financiamento das entidades regionais [de turismo]. Isso é extremamente preponderante e negativo para o Algarve, em particular”, disse André Gomes aos jornalistas, em Faro.

O dirigente falava à margem da apresentação do novo Plano de Marketing Estratégico do Turismo do Algarve (PMETA), com horizonte temporal até 2028 e no qual, na parte relativa ao diagnóstico do turismo regional, essa questão é abordada. O alojamento local na região do Algarve conta com mais de 43.700 registos, cerca de 42.800 dos quais com um número inferior a 10 camas e que não são contabilizados pelo INE, uma situação que se verifica a nível nacional.

“A crescente importância do alojamento local não se encontra (devidamente) refletida na avaliação de desempenho da região (ou do país). Efetivamente, o sistema estatístico nacional apenas apresenta resultados de procura referentes a unidades de alojamento local com 10, ou mais camas (2,1% no Algarve)”, o que “negligencia cerca de 143 mil das camas do Algarve (90,5% do total de camas em alojamento local da região)”, lê-se no plano.

Como um dos indicadores principais para definir o financiamento das entidades regionais é precisamente o desempenho ao nível das dormidas, André Gomes apontou para “um subfinanciamento perante aquilo que é o peso da região”. Com base num exercício efetuado com dados do Eurostat relativos às reservas registadas desde 2018 nas plataformas de reservas de alojamento local, o PMETA indica que “só em 2023 estão a ser desconsiderados no desempenho turístico do Algarve cerca de 8,7 milhões de dormidas, ou mais de 202 milhões de euros em proveitos”.

O Algarve está a ser financiado com base nos 20,4 milhões de dormidas registados pelo INE em 2023, quando na realidade foi uma região que teve perto de 29 milhões de dormidas”, reforçou André Gomes. Em causa, salientou o presidente da Região de Turismo do Algarve, poderá estar um valor de financiamento “na ordem dos quatro a cinco milhões de euros”.

“Quando estamos a falar de orçamentos anuais para as entidades de turismo do Algarve na ordem dos 10 milhões [de euros], podemos estar a falar aqui de uma perda na ordem dos cinco milhões de euros”, afirmou.

O documento orientador da estratégia da atividade turística para o Algarve hoje apresentado define as principais linhas de ação e metas até 2028, no sentido de continuar a estabelecer “um destino turístico competitivo, desenvolvido de forma sustentável, reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade e diversidade da sua oferta, e capaz de proporcionar experiências memoráveis todo o ano”.

São definidos quatro objetivos (aumentar a competitividade, desconcentrar a procura, diversificar mercados e compromisso com a sustentabilidade), e cinco eixos de atuação (valorizar o território e as comunidades, impulsionar a economia, potenciar o conhecimento, gerar redes e conectividade, e projetar o Algarve).

“Esperamos ver toda uma região pautar e colocar a vertente desta estratégia naquilo que são as suas ações e os seus planos de atividades. No fundo, é isso que pretendemos: deixar um caminho que a região deve seguir ao nível do setor do turismo para atingirmos estas metas e objetivos, algumas delas mensuráveis até 2028”, frisou André Gomes.

Face aos números oficiais de 2023, o Algarve conta ter em 2028 subidas de 10% no movimento de passageiros no Aeroporto Internacional Gago Coutinho, 4,1% nas dormidas de estrangeiros e 12% nos proveitos totais.

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BPP: Ex-administrador Fezas Vital entrega-se para cumprir 2 anos e seis meses de prisão

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

Salvador Fezas Vital foi condenado como coautor material, pela prática de um crime de burla qualificada a uma pena de prisão efetiva de dois anos e seis meses.

O ex-administrador do BPP Salvador Fezas Vital deu esta quinta-feira entrada na cadeia da Carregueira (Sintra) para cumprir uma pena de dois anos e seis meses pelo crime de burla qualificada, disse fonte ligada ao processo. A mesma fonte adiantou à agência Lusa que Fezas Vital, acompanhado pela sua advogada, se entregou voluntariamente no Estabelecimento Prisional da Carregueira, não tendo havido qualquer detenção nem intervenção policial.

A notícia da prisão foi inicialmente avançada pelo jornal Observador. Fezas Vital aguarda ainda o trânsito em julgado de um outro processo relacionado com o banco BPP, em que foi condenado por fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Em causa nesta pena de dois anos e seis meses, está o processo em que Fezas Vital, o antigo fundador e administrador João Rendeiro e o também ex-administrador Paulo Guichard foram condenados por burla qualificada no caso do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas e obrigados a pagar 225 mil euros por danos patrimoniais e 10 mil euros por danos morais ao diplomata.

Na base deste processo esteve a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do Banco Privado Português (BPP), poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava numa situação grave e ter pedido um aval do Estado de 750 milhões de euros. Neste processo, com decisão em setembro de 2021, Salvador Fezas Vital foi condenado como coautor material, pela prática de um crime de burla qualificada a uma pena de prisão efetiva de dois anos e seis meses.

Paulo Guichard e Fezas Vital foram ainda condenados em maio de 2021, num outro processo, a nove anos e seis meses de prisão, por fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Neste processo foi também condenado João Rendeiro (10 anos), bem como o ex-administrador Fernando Lima, a seis anos de prisão.

Salvador Fezas Vital, à semelhança do fundador e administrador do Banco Privado Português (BPP) entretanto falecido, João Rendeiro, e outros ex-administradores do banco como Fernando Lima e Paulo Guichard – já a cumprir pena – foi condenado por crimes económico-financeiros ocorridos entre 2003 e 2008, na sequência de se terem atribuído prémios e apropriado de dinheiro do banco de forma indevida, num processo que levou à insolvência da instituição, a muitos lesados e à fuga à justiça de Rendeiro, que acabou por ser capturado pela Polícia Judiciária na África do Sul, onde acabou por morrer na prisão.

O tribunal deu como provado que os arguidos João Rendeiro, Fezas Vital, Paulo Guichard e Fernando Lima retiraram 31,28 milhões de euros para a sua esfera pessoal, dos quais mais de 28 milhões foram retirados entre 2005 e 2008: João Rendeiro retirou do banco para si próprio 13,61 milhões de euros, Salvador Fezas Vital 7,77 milhões de euros, António Paulo Guichard 7,70 milhões de euros e Fernando Lima 2,19 milhões de euros.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2009, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da sua pequena dimensão, teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira. A 31 de outubro passado, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um recurso de Salvador Fezas Vital, ex-administrador do BPP, ordenando o cumprimento da sentença e da pena de prisão decretada, adiantou o tribunal superior em comunicado.

De acordo com o STJ, este tribunal superior “rejeitou o recurso interposto por Salvador Pizarro de Fezas Vital que alegava a nulidade da composição do coletivo de juízes que em junho de 2024 decidira rejeitar o recurso interposto pelo mesmo arguido”, argumentando que “retendia apenas obstar ao trânsito em julgado da decisão”

O tribunal recorda que em junho deste ano rejeitou um recurso de Fezas Vital “quanto à matéria civil e não tomou conhecimento do recurso interposto quanto à matéria penal”, tendo o ex-administrador do BPP apresentado recurso destes acórdãos em setembro para o Tribunal Constitucional, que não aceitou o recurso, tendo a decisão transitado em julgado a 10 de outubro.

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Ministro diz ser “muito ambicioso” Estado recuperar dinheiro da intervenção na Efacec

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

Sobre o processo de reprivatização da Efacec, Pedro Reis disse que se considera "sempre" auditorias a "situações que o exijam, para eliminar ângulos mortos", mas não é uma prioridade.

O ministro da Economia disse esta quinta-feira que é “muito ambicioso” considerar que se vai reaver todo o dinheiro do Estado na intervenção na Efacec e que espera que se recupere o máximo valor possível.

Se me pergunta se é muito ambicioso o Estado recuperar o dinheiro que lá colocou? Acho que é muito ambicioso. O que nós temos a fazer? Tenho de acompanhar o processo e esperar que se recupere o máximo de valor possível que lá se colocou”, respondeu Pedro Reis, que está a ser ouvido no parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025, após ter sido questionado pelo deputado Filipe Melo, do Chega, a propósito da reprivatização da Efacec.

O ministro da Economia disse ter o maior respeito pelo seu antecessor, António Costa Silva, mas garantiu que, na sua posição, não teria feito uma intervenção na empresa. “Se me pergunta se eu teria demorado o tempo que demorou depois a executar decisão? Certamente que não, mas agora temos que respeitar também o modelo que foi seguido e a credibilidade do Estado português perante os investidores externos”, acrescentou.

Questionado pelo deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL, sobre se admite uma auditoria ao processo de reprivatização, Pedro Reis disse que se considera “sempre” auditorias a “situações que o exijam, para eliminar ângulos mortos”, mas não é uma prioridade. “Penso que o crucial na empresa neste momento é fazer a reestruturação e deixar cumprir o que foi acordado, mal ou bem, com o investidor”, vincou o governante.

Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), cujos resultados foram conhecidos no final de setembro, concluiu que a decisão do Estado em nacionalizar e depois reprivatizar a Efacec pode atingir um custo, em financiamento público, de 564 milhões de euros, sendo que os objetivos não foram alcançados. Adicionalmente, o TdC considerou que a escolha da proposta vencedora da reprivatização da Efacec, da Mutares, aumentou o risco da operação e fez com que o Estado gastasse mais 271 milhões de euros.

Nas conclusões do relatório, o TdC deixou ainda críticas ao caderno da reprivatização, salientando que “foi menos exigente quanto à capacidade técnica dos potenciais investidores e os critérios de seleção não foram associados a ponderações, métricas e prioridades, o que, associado à falta de comissão especial de acompanhamento do processo de reprivatização, fez aumentar os riscos de discricionariedade e de parcialidade na apreciação das propostas”.

Segundo o TdC, o Estado privilegiou ainda o grupo Efacec “ao criar uma linha de apoio Covid-19 específica e exclusiva para as suas empresas”. O Estado vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares, que injetará 15 milhões de euros em capital e dará garantias para empréstimos no valor de 60 milhões de euros.

No âmbito da venda, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa e o Banco de Fomento financia em mais 35 milhões de euros, através da compra de obrigações (convertíveis em capital). Estes valores somam-se aos 200 milhões de euros que o Estado já tinha injetado na empresa nos últimos 20 meses (para pagar custos fixos, desde logo salários).

Em abril de 2023, a Parpública anunciou ter recebido propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos à compra de 71,73% da Efacec, no âmbito do processo de reprivatização da empresa. A Efacec, que tem sede em Matosinhos, conta com cerca de 2.000 trabalhadores.

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INEM. Montenegro diz que tudo “foi dito e muito bem” pela ministra da Saúde

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

Montenegro preferiu não respondeu às declarações do Presidente sobre os casos do INEM e afirmou que "tudo o que o Governo tinha a dizer sobre isso foi dito, e muito bem, pela senhora ministra".

O primeiro-ministro disse esta quinta-feira que tudo o que o Governo tinha a dizer em relação aos problemas no INEM “foi dito e muito bem” pela ministra da Saúde, escusando-se a comentar as declarações do Presidente da República. “Tudo o que o Governo tinha a dizer sobre isso foi dito, e muito bem, pela senhora ministra da Saúde”, disse Luís Montenegro, após ter sido questionado pelos jornalistas, em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre.

Mais tarde, num discurso na Escola Superior de Educação de Castelo Branco, o primeiro-ministro afirmou que o Governo irá apresentar um plano “muito brevemente” para resolver problemas no INEM. “Quero dizer que há um país que pulula todos os dias, apesar dos problemas do INEM, que são graves e que nós estamos a resolver e que vamos resolver. Vamos apresentar um plano muito brevemente para resolver esse problema”, disse.

O primeiro-ministro vincou que os membros do executivo estão “empenhadíssimos” nessa resolução, assim como em “aprofundar, esclarecer e investigar tudo aquilo que foi ou que possa ter sido mau funcionamento” do INEM. “Mas eu quero que todos saibam que, apesar de estarmos preocupados e a resolver esse problema, há um projeto muito maior do que esse para resolver em Portugal. É o projeto de nós acreditarmos no nosso país, de nós acreditarmos que conseguimos construir mais oportunidades, que conseguimos gerar mais riqueza”, salientou.

O Presidente da República defendeu que é preciso apurar os factos sobre a resposta do INEM no contexto da recente greve e eventuais responsabilidades administrativas e políticas, repetindo neste caso a expressão “doa a quem doer”.

“Tem de ser apurado por que é que aconteceu, quem é que devia ter feito e não fez, quem é que fez, mas fez mal, a nível administrativo e a nível político”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, num hotel de Cuenca, Equador, onde se encontra para participar na 29.ª Cimeira Ibero-Americana.

Interrogado se entende que há responsabilidades administrativas e políticas neste caso do INEM, o Presidente da República respondeu: “Vamos ver”.

“Se houver administrativas e políticas, há administrativas e políticas. Eu uma vez usei, a propósito do caso Tancos, uma expressão que foi considerada muito excessiva na altura, que: é doa a quem doer. No fundo, quer dizer, vendo quais são os planos em que se devia ter agido, não agiu, em que se agiu mal ou agiu tardiamente”, completou.

No final da conferência de imprensa do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já tinha declarado que o Governo está em “sintonia total” com as preocupações manifestadas pelo Presidente da República e provedora de Justiça sobre os problemas no INEM, mas advertiu que “eventuais decisões” só podem ser tomadas após o resultado dos inquéritos em curso.

António Leitão Amaro foi questionado, por várias vezes, sobre os alertas deixados quer pela provedora de Justiça – que admitiu que o Estado poderá ter de pagar indemnizações às famílias das vítimas mortais – quer pelo Presidente da República. “Partilhamos essa preocupação de fazer essa avaliação, e por isso a ordenámos antes de qualquer outro. A primeira entidade a ordenar uma investigação total ao que aconteceu foi o Governo, foi a senhora ministra da Saúde. Sintonia total aí, e o apuramento deve ser feito pela entidade de investigação: as conclusões que se retirarem a partir daí, são retiradas em função do que for o resultado dessa avaliação”, afirmou Leitão Amaro.

O ministro manifestou também “alinhamento total” com a necessidade de avaliação pedida por Maria Lúcia Amaral da eventual responsabilidade do Estado nas mortes que ocorreram após se terem verificado atrasos significativos nos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

“As conclusões dos inquéritos do IGAS (Inspeção-Geral das Atividades em Saúde) podem até gerar resultados diferentes para as diferentes situações”, advertiu. Até lá, defendeu, o foco do Governo, “também muito em sintonia com o que o Sr. Presidente da República tem dito muitas vezes ao longo do seu mandato” tem de ser resolver “os problemas concretos das pessoas, neste caso do funcionamento do INEM”.

Na passada terça-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse esperar que a Inspeção-Geral da Saúde faça uma “avaliação profunda” sobre se foram cumpridos os serviços mínimos na greve do INEM e garantiu que foi feito tudo o que era possível. As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos no Ministério Público, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da IGAS.

(Notícia atualizada às 22h05 com novas declarações do primeiro-ministro)

 

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Parlamento vai avaliar cada caso de deputados assistentes em processos crime

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

A Comissão de Transparência decidiu não incluir no seu regulamento interno de funcionamento qualquer referência ao caso dos deputados assistentes em processos crime.

A Assembleia da República vai avaliar de forma individualizada os casos em que deputados se constituem como assistentes em processos crime para depois decidir se terão ou não de levantar a sua imunidade parlamentar. Fonte parlamentar disse esta quinta-feira à agência Lusa que a Comissão de Transparência decidiu não incluir no seu regulamento interno de funcionamento qualquer referência ao caso dos deputados assistentes em processos crime.

Com esta opção, a Comissão Parlamentar de Transparência, em vez de criar uma norma geral, vai em primeira instância emitir parecer sobre cada situação em concreto, remetendo para o plenário a decisão final. De acordo com a Constituição da República, “os deputados não podem ser ouvidos como declarantes nem como arguidos sem autorização da Assembleia, sendo obrigatória a decisão de autorização, no segundo caso, quando houver fortes indícios de prática de crime doloso a que corresponda pena de prisão cujo limite máximo seja superior a três anos”.

Deputados de várias bancadas contactados pela agência Lusa entendem que não deve ser seguida no parlamento uma interpretação tão “maximalista” desse artigo da Constituição da República. Consideram que um deputado que se constitua como assistente num determinado processo – estando na posição de queixoso e tendo apenas como objetivo prestar esclarecimentos –, não tem de chegar ao ponto de ter a sua imunidade parlamentar levantada.

Esta posição, porém, merece reservas a outra corrente de parlamentares que salienta o facto de esse mesmo artigo da Constituição da República sobre levantamento da imunidade referir especificamente os deputados “ouvidos como declarantes”. Face a estas dúvidas, na reunião dos coordenadores da Comissão Parlamentar de Transparência, por consenso, resolveu-se deixar em aberto a situação dos deputados que se constituam como assistentes em processos crime.

Na reunião de hoje da Comissão de Transparência, de acordo com fontes parlamentares, foi também apreciado um convite dirigido ao deputado socialista José Luís Carneiro para se deslocar ao Reino Unido como orador convidado de uma conferência no âmbito das comunidades portuguesas.

Uma situação que o próprio José Luís Carneiro, que foi secretário de Estados das Comunidades Portuguesas entre 2015 e 2019, colocou junto da Comissão Parlamentar de Transparência para saber se esse convite se enquadra dentro dos limites do regime de hospitalidade aplicado aos deputados. A Comissão de Transparência decidiu que essa deslocação se enquadra no regime de hospitalidade caso o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, considerar que tem “interesse parlamentar”.

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Cativações são quase metade dos instrumentos convencionais de despesa em 2025

Unidade Técnica de Apoio Orçamental destaca que as cativações representam quase metade dos instrumentos convencionais de despesa em 2025, atingindo o maior peso e valor nominal desde 2015.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que as cativações representam quase metade dos instrumentos convencionais de despesa em 2025, atingindo o maior peso e valor nominal desde 2015. Na apreciação final ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), a unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras prevê que os instrumentos convencionais de controlo de despesa ascendem a 4.368 milhões de euros.

Na análise entregue esta quinta-feira no Parlamento, os técnicos que dão apoio aos deputados destacam que a dotação programada no OE2025 para os instrumentos convencionais de controlo da despesa totaliza 4.368 milhões de euros, o valor mais elevado da última década, repartindo-se da seguinte forma: dotação provisional (500 milhões de euros), reserva orçamental (517 milhões de euros), cativações (2.017 milhões de euros) e dotações centralizados (1.334 milhões de euros).

As cativações representam quase metade dos instrumentos convencionais de despesa em 2025, atingindo os maiores peso e valor nominal desde 2015“, apontam, assinalando que, por outro lado, a dotação provisional apresenta o menor peso, embora seja o único instrumento consagrado na Lei de Enquadramento Orçamental (LEO).

A UTAO assinala ainda que, em 2025, o valor previsional dos instrumentos de controlo de despesa cresce 73,3%, “a maior expansão da última década, refletindo, sobretudo, o aumento das cativações decorrente da alteração das regras que definem a sua constituição“, uma vez que no próximo ano serão eliminados os tetos nominais aos montantes retidos e quase eliminada a despesa excecionada.

A unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras recorda que o Ministério das Finanças estabelece o valor inicial dos instrumentos convencionais de controlo da despesa e as regras das cativações que determinaram o seu aumento, mas o poder de decisão sobre a utilização e libertação das verbas retidas foi descentralizado para a tutela setorial (46,2%) e aumenta o seu peso em 2025.

Realça ainda que “a despesa em aquisição de bens e serviços é a mais penalizada pela aplicação dos instrumentos de gestão centralizada (1.691 milhões de euros), que subtraem 8,3% à dotação aprovada pelo Parlamento”. Por outro lado, aponta que “o efeito cumulativo da reserva e das cativações orçamentais (líquido das entidades excecionadas da reserva) será 2.479 milhões de euros, dos quais 28,1% no programa orçamental de infraestruturas e habitação”.

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UTAO aponta para resultado orçamental mais favorável do que o previsto

Unidade Técnica de Apoio Orçamental considera que existe espaço orçamental para melhor resultado do que o previsto e que a receita fiscal está subestimada, enquanto o investimento está sobrestimado.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) acredita que o excedente orçamental deste ano se deverá fixar acima dos 0,4% do PIB, previstos pelo Governo, permitindo também um ponto de partida mais favorável para o próximo ano. Os técnicos coordenados por Rui Nuno Baleiras consideram ainda que a receita fiscal está subestimada, enquanto o investimento está sobrestimado.

Na apreciação final da proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entregue esta quinta-feira no Parlamento, a unidade considera que as previsões da receita e da despesa entre 2024 e 2025 “indiciam espaço para um resultado orçamental mais favorável do que o estimado em 2024, proporcionando um ponto de partida mais favorável para 2025”.

Segundo a UTAO, no próximo ano, a previsão da receita fiscal evidencia indícios de subestimação e a do investimento de sobreavaliação. “A previsão do investimento público, ao não incorporar os atrasos na implementação do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], constitui um risco descendente para este objetivo no biénio, mas abre espaço para um resultado orçamental de curto prazo mais favorável“, pode ler-se no relatório.

Os técnicos recordam que o PRR “é maioritariamente financiado por subvenções, mas a não realização desta despesa, na componente financiada por empréstimos (313 milhões de euros), poderá beneficiar o saldo orçamental”. Já no próximo ano “o recurso previsional à componente de empréstimos é superior (1.049 milhões de euros), pelo que eventuais atrasos nesta despesa, embora perniciosos a curto prazo para o PIB (efeito da procura agregada), poderão ter um efeito mais favorável sobre o resultado orçamental de curto prazo” do que o esperado no OE2025.

Já a revisão em alta da despesa com prestações sociais na estimativa para este ano “parece exceder as medidas que a justificam, o que poderá constituir uma margem orçamental, indiciando um resultado melhor do que o estimado para o ano em curso e um ponto de partida orçamental mais favorável para o ano de 2025, constituindo um risco ascendente“.

Por seu lado, em 2025, “as previsões da receita evidenciam indícios de uma perspetiva excessivamente conservadora na componente fiscal, com probabilidade de subvalorização desta receita, indiciando uma subvalorização entre 0,45% e 0,58% do Produto Interno Bruto (PIB). Já as previsões da despesa para o próximo ano “encontram-se globalmente coerentes com as medidas de política, exceto no respeitante aos objetivos do investimento, que não incorporaram os atrasos na execução do PRR”.

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Peniche recebe Fórum da Advocacia Penal Portuguesa amanhã

Cláudia Amorim, advogada e Sócia da Sévulo e Presidente da Direção do Fórum Penal, e Fernanda de Almeida Pinheiro, Bastonária da Ordem dos Advogados, farão a abertura do evento.

Nos dias 15 e 16 de novembro terá lugar, em Peniche, o segundo Fórum da Advocacia Penal Portuguesa. Cláudia Amorim, advogada e Sócia da Sévulo e Presidente da Direção do Fórum Penal, e Fernanda de Almeida Pinheiro, Bastonária da Ordem dos Advogados, farão a abertura do evento.

Durante os dois dias do evento estarão ainda em análise os seguintes temas: a correspondência eletrónica e a recente jurisprudência do Tribunal Constitucional, criptomoedas e investigação criminal, a dimensão processual da perda sem condenação e de bens de terceiros, o sistema prisional português à luz do caso Petrescu e os novos desafios das redes sociais.

Serão também oradores e moderadores:

  • Manuel da Costa Andrade | Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
  • Sofia Ribeiro Branco | Advogada | Conselho Consultivo do Forum Penal
  • David Silva Ramalho | Advogado
  • Tiago Rodrigues Bastos | Advogado
  • Maria João Antunes | Professora Catedrática na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
  • Ana Rita Duarte de Campos | Advogada
  • Dirce Rente | Advogada | Vice-Presidente da Direção do Forum Penal
  • Ana Brito Camacho | Advogada | Vogal Conselho Superior da Ordem dos Advogados
  • Vânia Costa Ramos | Advogada
  • João Viana | Advogado | Vice-Presidente da Direção do Forum Penal
  • Tiago Melo Alves | Advogado
  • Manuel Magalhães e Silva | Advogado | Conselho Consultivo do Forum Penal

O encerramento da iniciativa ficará a cargo de Nuno Brandão, advogado e Professor Auxiliar Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Presidente da Assembleia Geral do Fórum Penal e de Germano Marques da Silva, advogado e Professor Catedrático Jubilado pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e Coordenador do Conselho Consultivo do Fórum Penal.

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Emprego público recua 0,4% para 746,5 mil com fim dos contratos com professores

No terceiro trimestre, registou-se uma diminuição de 3.213 postos de trabalho face julho, que resultou sobretudo "da cessação de contratos a termo no final do ano letivo dos educadores e docentes".

O emprego público recuou 0,4% para 746.502 postos de trabalho entre julho e setembro, face ao trimestre anterior, devido ao fim do ano letivo e, consequentemente, à “cessação de contratos a termo dos educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário”, segundo a síntese estatística da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), publicada esta quinta-feira.

“Em comparação com o trimestre anterior, o emprego no setor das administrações públicas diminuiu 3.213 postos de trabalho (-0,4%), com quebras em todos os setores, exceto na Administração Local”, de acordo com o mesmo relatório. O maior recuo verificou-se na Administração Central, que perdeu 3.553 trabalhadores, a que corresponde um decréscimo de 0,6%.

Para esta variação negativa contribui “essencialmente” a “redução de emprego nos estabelecimentos de Educação e Ensino Básico”, com menos 3.086 funcionários, “em resultado da cessação de contratos a termo no final do ano letivo dos educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário e nas Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação (-649 postos de trabalho), igualmente decorrente da cessação de contratos a termo no final do ano letivo”, lê-se no mesmo documento.

Em sentido inverso, na área governativa da Saúde, verificou-se um aumento de 476 postos de trabalho face, fruto do “acréscimo do emprego na carreira de enfermeiro, em particular com vínculo permanente”. Além disso, houve mais 1.044 contratações na administração local, designadamente para as carreiras gerais de técnico superior, que integrou mais 668 trabalhadores, e de assistente técnico e assistente operacionais que, no seu conjunto, vincularam 224 funcionários. Mas o aumento de trabalhadores na área da Saúde e das autarquias não foi suficiente para compensar o impacto negativo da perda de trabalhadores nas escolas.

É habitual registarem-se diminuições no emprego público no terceiro trimestre, porque coincide com o final do ano letivo e muitos contratos a termos de docentes e educadores de infância terminam. Já na variação homóloga, em comparação com setembro do ano passado, verificou-se um crescimento de 1% ou de 7.428 postos de trabalho nas Administrações Públicas. Face a 31 de dezembro de 2011, início da série estatística, houve um aumento de 2,6% ou de 18.801 funcionários nas Administrações Públicas.

Para o aumento de 7.428 postos de trabalho, em termos homólogos, contribuiu o emprego na Administração Central que subiu 0,8%, correspondendo a mais 4.302 postos de trabalho, e o aumento de 3% ou de 4.062 postos de trabalho na Administração Local, que decorreu “sobretudo do acréscimo nas câmaras municipais”, indica a DGAEP.

Na Administração Central, o aumento homólogo de emprego ocorreu principalmente nas carreiras de educadores de infância e docentes dos estabelecimentos de ensino básico e secundário”, que integrou mais 2.121 trabalhadores, na carreira de técnico superior, que contratou mais 1.305 funcionários, na carreira de docente universitário que criou mais 862 lugares, na de polícia judiciária (+741) e na de enfermeiro (+571).

Ganho médio mensal sobe 8% para 2.112,6 euros

Quanto à evolução das remunerações no Estado, o ganho médio mensal, que inclui outras parcelas do vencimento, como subsídios, subiu, em julho, 8% ou 157,1 euros, atingindo os 2.112,6 euros, na comparação com o mesmo período do ano passado. Esta evolução resulta “do aumento da remuneração base média mensal e das restantes componentes do ganho, como subsídios, suplementos regulares e pagamento por horas de trabalho suplementar”, de acordo com o mesmo relatório.

Já o valor da remuneração base média mensal, que se cinge apenas ao ordenado e exclui outros subsídios, situava-se em 1.763,4 euros, em julho, o que corresponde a um aumento de 6,9% ou 113,3 euros em comparação com o período homólogo, isto é, com julho do ano passado.

O crescimento salarial “é resultado da conjugação de vários fatores, tais como: a entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios, medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas e a atualização do valor da retribuição mínima mensal garantida para 820 euros e do valor da base remuneratória da Administração Pública para 821,83 euros”, explica a DGAEP.

Apesar desta análise, o INE publicou esta quinta-feira dados mais atualizados com a evolução dos salários na Administração Pública, uma vez que se reportam a setembro e não a julho. De acordo com este instituto, o salário médio bruto total no Estado cresceu 7%, no terceiro trimestre, atingindo os 1.975 euros euros, o que compara com os 2.112,6 euros, apurados pela DGAEP.

Analisando a componente regular, que inclui não só o salário como também os subsídios de refeição, diuturnidades e outras prestações pagas todos os meses mas exclui prémios de caráter extraordinário, o salário da função pública aumentou 7,5% para 1.709 euros. E o vencimento base, que se cinge ao ordenado sem contar com outro tipo de subsídios ou prémios, avançou 6,7% para 1.714 euros brutos mensais, enquanto a DGAEP aponta para um ordenado base médio mais alto, de 1.763,4 euros.

Em termos reais, isto é, descontando o impacto da inflação, que desacelerou para 2,2%, em setembro, as remunerações total, regular e base na Administração Pública aumentaram 4,7%, 5,2% e 4,4%, respetivamente, segundo o INE.

(Notícia atualizada às 18h59)

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Fã de Vhils? Tem de conhecer “Diafragma”

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 14 Novembro 2024

E já que falamos de exposições, um pouco mais a sul, não pode perder a acabadinha de inaugurar exposição individual do artista Alexandre Farto, também conhecido por Vhils, na Galeria Vera Cortês.

“Diafragma” representa o regresso de Vhils ao pensamento escultórico, onde usa as técnicas características do seu trabalho – Vhils desenvolveu uma linguagem visual singular com base na remoção das camadas superficiais de paredes e outros suportes através de ferramentas e técnicas não convencionais (como explosões pirotécnicas), des­cascando as camadas da cultura material como um arqueólogo urbano con­temporâneo, destruindo para criar, formulando proposições visuais poderosas e poéticas a partir de materiais que a cidade rejeita, humanizando zonas deprimidas com os seus retratos em grande escala – para desvendar rostos e símbolos que habitam as paisagens contemporâneas. Nesta galeria de Lisboa encontrará obras únicas e novas séries do artista em que o território urbano é palco para refletir as desigualdades sociais e sobre as questões colocadas pelos avanços tecnológicos.

Em “Diafragma”, Alexandre Farto aka Vhils traz a luz e a sombra como mote principal. De que forma? Explorando o domínio sobre a escuridão, a descoberta da energia elétrica, que representou uma revolução – literal e metafórica – que permitiu ao homem controlar a sombra. Se a falta de luz sempre foi associada ao desconhecido, ao perigo e ignorância, a claridade representava o conhecimento e a criação. Foi no século XIX que o homem passou a domar a noite; e a atividade humana ganhou uma nova dimensão, sem os limites da luz natural. Feita a partir de lâmpadas tubulares, um elemento presente no quotidiano urbano e que nos conecta ao ritmo frenético das cidades modernas, a nova série expõe as camadas da vida nas metrópoles.

A velocidade, a conectividade, a deslocação dos indivíduos nas cidades são impulsionadas pela energia. A falta de acesso à luz elétrica é também, segundo o artista, o que perpetua a desigualdade. Hoje, a inteligência artificial e o desenvolvimento digital motivam provavelmente a maior revolução tecnológica desde então. A série “Blinders” utiliza estores como suporte para provocar uma reflexão sobre a cegueira contemporânea perante o avanço tecnológico. Esta é também a era da desinformação, do neocolonialismo digital, da dependência e da vigilância. A luz elétrica permitiu-nos controlar o mundo físico; a tecnologia de hoje desafia-nos a pensar se estamos a iluminar o caminho certo ou a criar novos campos de cegueira. Vhils faz-nos questionar sobre a busca incessante pelo controle da terra (e além dela): até que ponto estamos prontos para ficar na sombra dessa nova luz?

Um regresso à base, depois de no último ano ter inaugurado importantes projetos de intervenção pública, no­meadamente o monumental painel de azulejo na Gare de Orly em Paris, e exposições in­stitucionais de destaque em Bruxelas, na Coreia e na América do Sul.

“Diafragma”, por Alexandre Farto aka Vhils

Galeria Vera Cortês
Rua João Saraiva, nº16 – 1º
1700-250 Lisboa
Tel.: 21 395 01 77

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