Católica é a universidade portuguesa mais empreendedora

O número de antigos alunos de universidades que fundaram startups subiu 42%. Montante gerado, até ao momento, por startups fundadas por alumni das universidades do Top 10, supera os 11 mil milhões.

A Universidade Católica Portuguesa, a Universidade de Lisboa e a Universidade do Porto são as três instituições de ensino superior em Portugal com mais empreendedores entre os seus antigos alunos, revela o “Portugal’s Entrepreneurial University Ranking”, da Startup Portugal.

“Lançámos este ranking com o intuito de divulgar o empreendedorismo universitário e incentivar uma crescente adoção de projetos inovadores nos seus programas curriculares”, explica António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, citado em comunicado, sobre a análise que já vai na sua terceira edição.

 

Em relação ao ranking do ano passado, a Universidade Católica Portuguesa sobe um lugar e a Universidade de Lisboa dois, ocupando o primeiro e segundo lugares, respetivamente. A Universidade do Porto, que desce duas posições em relação à edição do ano passado, fecha o top 3. Universidade NOVA de Lisboa (desce uma posição) e o ISCTE (mantém posição) completam o Top 5.

Para este estudo foram utilizados os dados da plataforma Dealroom, que indicam, pelo menos, 2.333 alumni founders distribuídos pelas 10 melhores instituições de ensino superior em Portugal, uma subida média de 42% face ao ano passado. Foram analisadas mais de 60 instituições de ensino.

Ao nível de investimento, o montante gerado até ao momento por startups fundadas por alumni das universidades do Top 10, supera os 11 mil milhões de euros. A Universidade de Lisboa lidera com cerca de 3 mil milhões, seguida pela NOVA Lisboa, com cerca de 2 mil milhões, e pela Universidade do Porto, a rondar os 1,5 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Universidade do Minho cria rede para monitorização de pescas através de ADN

  • ECO
  • 13 Novembro 2024

Cientistas da Universidade do Minho, no âmbito do projeto Fish-DNA-Monitor, monitorizam pescas através de códigos de barras de ADN. Projeto internacional tem financiamento de 212 mil euros.

Uma equipa do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da Universidade do Minho criou uma rede atlântica que permite a monitorização de pescas baseada em “códigos de barras de ADN”.

Com a recolha de água do mar, podemos identificar espécies através do ADN que estas libertam, conhecido por ADN ambiental”, explica o biólogo Luís Machado, em comunicado.

A rede atlântica, através dos dados genéticos, permite identificar espécies de forma mais rápida e objetiva na fase de larvar. Esta tecnologia está inserida no projeto Fish-DNA-Monitor, que tem um financiamento de 212 mil euros da Aga Khan Development Network e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O projeto junta 15 investigadores da Universidade do Minho, do Instituto Nacional de Investigação em Pescas e Oceanografia da Guiné-Bissau e do Instituto Espanhol de Oceanografia. O projeto ajuda também, de acordo com o comunicado, a gerir os recursos pesqueiros e a formar técnicos no Brasil, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

No âmbito do projeto, os cientistas portugueses deslocaram-se à Guiné-Bissau a dar formação sobre o uso de código de barras de ADN para catalogar espécies com o objetivo de proteger a biodiversidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Magistrados do MP com atrasos de dois anos e meio no pagamento da acumulação de serviço

Os magistrados do Ministério Público que têm trabalhado (por falta de recursos humanos) em regime de acumulação de serviço têm vindo a ser pagos apenas dois anos e meio depois.

Os magistrados do Ministério Público que têm trabalhado (por falta de recursos humanos) em regime de acumulação de serviço têm vindo a ser pagos apenas dois anos e meio depois. A denúncia parte do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) em nota enviada ao PGR, Conselho Superior do Ministério Público e Ministério da Justiça. Foi ainda pedida uma audiência à Ministra da Justiça especificamente sobre este assunto.

“Apesar da excecionalidade conferida pela Lei, o certo é que, por todo o país, com maior incidência no Porto e Lisboa, tem-se recorrido a este instrumento para se suprir necessidades reais e efetivas de serviço. Contudo, os colegas não têm vindo a ser pagos pelo trabalho desempenhado”, diz a nota enviada. Na verdade, na sequência do inquérito realizado junto do Ministério Público, ao qual responderam 75 magistrados, apurou-se que: o tempo médio entre a ordem de serviço do Superior Hierárquico e a deliberação/acórdão do CSMP que determina a acumulação de funções é de 196 dias, o tempo médio entre a emissão do parecer CSMP que fixa a proporção mensal da remuneração e o despacho do Ministério da Justiça de fixação do pagamento pela acumulação de funções é de 216 dias e o tempo médio entre o despacho do Ministério da Justiça de fixação do pagamento e o efetivo pagamento pela DGAJ é de 479 dias”. Feitas as contas, em conclusão, desde o tempo em que o magistrado começa a acumular funções até ao pagamento pela DGAJ passam 891 dias. Ou seja, dois anos, cinco meses e 11 dias.

Paulo Lona, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.Hugo Amaral/ECO

O artigo 136.º do Estatuto do Ministério Público estabelece que pelo exercício de funções em regime de acumulação ou de substituição que se prolongue por período superior a 30 dias seguidos ou 90 dias interpolados no mesmo ano judicial, é devida remuneração em montante a fixar pelo membro do Governo responsável pela área da justiça, ouvido o Conselho Superior do Ministério Público. A remuneração prevista no número anterior é fixada tendo como limites um quinto e a totalidade da remuneração correspondente ao exercício de funções no juízo, tribunal ou departamento em causa, em função do grau de
concretização dos objetivos estabelecidos para cada acumulação.

Por sua vez, o artigo 29.º do Estatuto do Magistrados Judiciais dispõe que pelo exercício de funções em regime de acumulação ou de substituição que se prolongue por período superior a 30 dias seguidos ou 90 dias interpolados no mesmo ano judicial, é devida remuneração, em montante a fixar pelo Conselho Superior da Magistratura, em função do grau de concretização dos objetivos estabelecidos para cada acumulação, tendo como limites um quinto e a totalidade da remuneração devida a magistrado judicial colocado no juízo ou tribunal em causa.

“Apesar do paralelismo das magistraturas e da aparente similitude de redação das normas dos respetivos estatutos, a circunstância de o Conselho Superior da Magistratura dispor de autonomia financeira, permite-lhe decidir o pagamento imediato, pelo mínimo legal, aos juízes mal comecem a exercer funções. Na prática, um juiz e um procurador que iniciam acumulação de serviço ao mesmo tempo, são pagos com cerca de 2 anos de diferença”, concluiu a mesma nota.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

H/Advisors CV&A e Acento estabelecem parceria ibérica para assuntos públicos. Diogo Belford representa a CVA

  • + M
  • 13 Novembro 2024

O acordo inclui a coordenação de "áreas de especialização para reforçar a inovação e o desenvolvimento de equipas comuns". A representação é liderada por Diogo Belford.

A H/Advisors CV&A e a Acento uniram-se numa aliança estratégica ibérica para “gerir os assuntos públicos de alto nível”. As duas agências vão coordenar as suas capacidades e dos seus escritórios nos dois países, em Lisboa, Porto, Madrid e Barcelona.

Esta aliança será liderada por Diogo Belford, em representação da CVA, e por David Álvaro, em representação da Acento. Enquanto o representante português considera, conforme citado em comunicado, que esta é “uma oportunidade importante de oferecer uma solução nos dois países ibéricos”, David Álvaro refere “a crescente necessidade de operar em Portugal para clientes espanhóis”.

As duas sociedades contam com uma equipa conjunta de 100 profissionais, com áreas de especialização que vão desde a tecnologia à energia, financeiro, ambiente, saúde, turismo, defesa a fusões e aquisições. O acordo estratégico inclui a coordenação de “áreas de especialização para reforçar a inovação e o desenvolvimento de equipas comuns”, refere-se em nota de imprensa.

A definição dos serviços tem por base a atual carteira de clientes de projetos conjuntos, que tem estado informalmente ativa e em crescimento no último ano e que está agora a consolidar, alargando uma oferta mais estruturada“, lê-se na mesma informação.

A ambição conjunta passa por “fazer avançar os assuntos públicos ibéricos de forma relevante, e ser a primeira a responder a uma necessidade emergente a nível empresarial, nomeadamente de empresas IBEX35, PSI-20, e Fortune 500 com implantação ibérica”, acrescenta-se.

No início deste mês, e um ano após a Cunha Vaz & Associados ter integrado o grupo Havas, passando a H/Advisors CV&A, o fundador da agência, António Cunha Vaz, foi designado para liderar a área de public affairs do grupo, num novo escritório do grupo em Bruxelas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alargar licença parental pode aumentar desemprego

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

Governo prevê que o alargamento da licença parental "pode ter efeitos adversos na ligação dos progenitores ao mercado de trabalho".

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) calcula que o alargamento do período da licença parental inicial possa custar mais 404 milhões de euros e tenha “efeitos adversos na ligação ao mercado de trabalho“.

No documento que o MTSSS enviou à Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, sobre as prestações de parentalidade, e a que a Lusa teve acesso, são apresentados dois cenários sobre o impacto do alargamento da licença parental inicial, que pressupõe o pagamento do respetivo subsídio, de 120 ou 150 dias para 180 ou 210 dias.

Este alargamento foi aprovado em 27 de setembro no Parlamento, com os votos contra do PSD e do CDS e será discutido na generalidade na Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, antes de ser novamente discutido e votado em plenário.

O MTSSS admite que “o custo da medida para 2025 é esperado que esteja num intervalo entre os 228 milhões de euros e os 404 milhões de euros” e apresenta as contas para os dois cenários, um que tem em conta respostas comportamentais, efeitos de segunda ordem e evolução moderada de salários e beneficiários, e outro que não tem em conta estes fatores.

Em relação ao cenário que considera as respostas comportamentais, o MTSSS refere que aqui teve em conta “a maior prevalência de licenças parentais iniciais partilhadas entre os progenitores”.

“Com o aumento do período da licença parental inicial de quatro para seis meses, haverá uma maior tendência a partilha por ambos os progenitores de dois períodos de 15 dias consecutivos, ou de um período de 30 dias”, refere o ministério.

Por outro lado, refere, o alargamento da licença parental “pode ter efeitos adversos na ligação dos progenitores ao mercado de trabalho, especialmente aqueles que detêm contratos ou situações laborais menos estáveis”.

No entender do MTSSS, isto poderá acontecer “mesmo que o sistema de vigilância contra a discriminação dos progenitores seja atuante e atento”. “Esse tem sido, infelizmente, o registo histórico não apenas em Portugal, como também noutros países desenvolvidos”, refere.

Neste cenário, o ministério estima que a evolução do número de beneficiários possa ser mais elevada, “em resultado de todas as políticas de apoio à família e conciliação da vida familiar e profissional que têm vindo a ser adotadas”. Neste caso, aponta que venham a haver 36.408 beneficiários, a receber uma prestação mensal médio de 1.120, 64 euros.

Neste cenário, o impacto da medida pode oscilar entre mais cerca de 367 milhões de euros e quase 404 milhões de euros.

Já no cenário que não considera respostas comportamentais, e considerando um aumento de 3,5% no número de beneficiários e de 4,4% no valor da prestação média, o ministério calcula que a aplicação da medida leve a “um crescimento da despesa adicional de 50%, ou seja, 228,3 milhões de euros”.

O MTSSS já esclareceu, entretanto, que o alargamento da licença parental inicial não está contemplado no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) porque a medida ainda não foi objeto de aprovação final.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Operação Babel: Julgamento arranca a 6 de janeiro em Vila Nova de Gaia

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

O julgamento da Operação Babel, relacionada com a alegada viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, arranca a 6 de janeiro no Tribunal de Vila Nova de Gaia.

O julgamento da Operação Babel, relacionada com a alegada viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, arranca a 6 de janeiro no Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

Segundo um despacho judicial, a que a agência Lusa teve acesso esta quarta-feira, o julgamento realizar-se-á “todas as segundas, terças e quartas-feiras (de manhã e de tarde) de cada uma das semanas a partir do dia 6 de janeiro de 2025 (inclusive)”.

A 13 de setembro, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto decidiu levar a julgamento os 16 arguidos (seis pessoas e 10 sociedades) nos exatos termos da acusação do Ministério Público (MP), incluindo o antigo vice-presidente da Câmara de Gaia Patrocínio Azevedo, o empresário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, por dezenas de crimes económicos, nomeadamente corrupção e tráfico de influências.

Em causa está a suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em Vila Nova de Gaia em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, pelo menos até 2022, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Vão também ser julgados o advogado João Lopes, Luísa Aparício, que à data dos factos dirigia a Direção Municipal de Urbanismo e Ambiente da autarquia de Gaia, um economista espanhol e 10 sociedades, a maioria pertencente ao Grupo Fortera, com capitais israelitas e ligado aos negócios e à promoção imobiliária.

A investigação sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia, promotor imobiliário, “combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul”, contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais, como relógios.

O despacho judicial diz que a primeira semana de julgamento (dias 6,7 e 8) “fica reservada para as exposições introdutórias (caso não sejam prescindidas), a identificação dos arguidos e a audição dos mesmos (caso pretendam prestar declarações)”.

O Tribunal de Vila Nova de Gaia enumera várias razões para agendar o início do julgamento, quando ainda decorre prazo para contestação dos arguidos.

A presidente do coletivo de juízes diz que, além de ter sido decretada a especial complexidade, “o processo assume, ainda, natureza urgente em virtude de três dos arguidos se encontrarem privados da liberdade”.

Desde maio de 2023 que Patrocínio Azevedo e Paulo Malafaia estão em prisão preventiva, enquanto o advogado João Lopes está com obrigação de permanência na habitação com pulseira eletrónica (OPHVE).

O julgamento antevê-se bastante demorado tendo em conta, designadamente, o número de arguidos e de testemunhas (só na acusação estão arroladas 51 testemunhas) a ouvir, a complexidade das matérias em discussão e o vastíssimo acervo probatório documental e pericial já junto aos autos“, sublinha a juíza.

A magistrada frisa que, atentos os prazos máximos previstos de prisão preventiva e de OPHVE, “urge imprimir celeridade processual aos presentes autos em ordem à conclusão do julgamento e prolação da decisão no mais curto espaço de tempo possível”.

“Em face das razões expostas, entende este Tribunal designar, desde já, as datas de realização da audiência de julgamento, sem prejuízo, naturalmente, de os arguidos continuarem a beneficiar do prazo em curso (50 dias) para apresentação das suas contestações e sendo certo que o julgamento se prevê iniciar findo aquele prazo. Dessa forma, não se coartarão — parece-nos — quaisquer direitos de defesa dos aqui arguidos”, justifica.

O julgamento será realizado numa sala que “oportunamente” será indicada, estando a “decorrer diligências com vista a dotar as instalações do tribunal dos equipamentos necessários para o efeito, que se prevê estejam concluídas brevemente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Caso EDP. Juíza que decide recurso de Pinho foi casada com o procurador do julgamento

Defesa de Pinho pede o afastamento da juíza desembargadora: "situação que, em tese, é adequada a poder gerar desconfiança sobre a imparcialidade do magistrado que se encontre nessa situação”.

A magistrada designada para julgar o recurso da condenação de Manuel Pinho e Ricardo Salgado – no âmbito do caso EDP – foi casada com o procurador do Ministério Público (MP) do julgamento realizado em primeira instância. Por esse facto, numa exposição enviada ao Tribunal da Relação de Lisboa, a que o ECO teve acesso, a defesa de Manuel e Alexandra Pinho pede o afastamento da mesma.

“Não pondo em causa nem a honorabilidade, nem a competência, nem a isenção da senhora juíza”, as defesas alegam que o problema está na aparência de objetividade que deve ser salvaguardada”, pode ler-se na exposição de poucas páginas. “Uma situação que, em tese, é adequada a poder gerar desconfiança sobre a imparcialidade do magistrado que se encontre nessa situação”. A desembargadora Alexandra Veiga, que aceitou os recursos na Relação do antigo ministro da Economia e da mulher, não se declarou impedida.

“O casamento, mesmo que dissolvido, é particularmente valorado em sede do regime de impedimentos previsto no artigo 39.º do Código de Processo Penal (CPP)”, diz a exposição assinada por Ricardo Sá Fernandes e Manuel Magalhães e Silva. Segundo esse artigo, nenhum juiz pode exercer a sua função num processo penal nas seguintes circunstâncias: “Quando for, ou tiver sido, cônjuge ou representante legal do arguido, do ofendido ou de pessoa com a faculdade de se constituir assistente ou parte civil ou quando com qualquer dessas pessoas viver ou tiver vivido em condições análogas às dos cônjuges; quando ele, ou o seu cônjuge, ou a pessoa que com ele viver em condições análogas às dos cônjuges, for ascendente, descendente, parente até ao 3.º grau, tutor ou curador, adotante ou adotado do arguido, do ofendido ou de pessoa com a faculdade de se constituir assistente ou parte civil ou for afim destes até àquele grau; quando tiver intervindo no processo como representante do Ministério Público, órgão de polícia criminal, defensor, advogado do assistente ou da parte civil ou perito; ou quando, no processo, tiver sido ouvido ou dever sê-lo como testemunha.”

Manuel Pinho foi condenado a 10 anos de prisão efetiva por corrupção, fraude fiscal e branqueamento. Ricardo Salgado condenado a seis anos e três meses por corrupção e branqueamento. E Alexandra Pinho condenada a quatro anos e oito meses de prisão. A magistrada decidiu penas superiores às pedidas pelo Ministério Público (9 anos para Pinho e seis anos para Salgado) numa decisão que já ficou marcada por ser a primeira em que um ex-governante é condenado pelo crime de corrupção.

“Circunstâncias em que ocorreram pagamentos, atuação do arguido no Ministério, a criação de estruturas financeiras com manifesto objetivo de ocultar o dinheiro, provam a existência de pacto corruptivo entre Ricardo Salgado e Manuel Pinho para que este continuasse ao serviço do BES/GES”, disse a juíza.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Web Summit fica em Lisboa após 2028? “Em anos tech é o próximo século, mas espero ficar para sempre”

As big techs estão de regresso à cimeira tecnológica, garante Paddy Cosgrave. Com a expansão do evento, as receitas subiram 30%, para lucros entre 4 a 5 milhões de euros, contabilizou.

“Nos últimos nove anos Lisboa transformou-se. Penso que a Web Summit teve algum papel nisso”, reagiu Paddy Cosgrave. E quanto a ficar para lá de 2028, data em que termina o contrato da cimeira de tecnológica com o Estado português? “Para mim em anos tech, 2028 é quase o próximo século. Mas a Web Summit encaixa perfeitamente com Lisboa e espero que possamos ficar para sempre”, disse o CEO da Web Summit, esta terça-feira, em conferência de imprensa durante a cimeira tecnológica que decorre até 14 de novembro.

Esta edição da cimeira em Lisboa marca o regresso de Paddy Cosgrave ao cargo de CEO da organização que cofundou. Um afastamento temporário ditado pela polémica em torno das suas publicações nas redes sociais sobre a atuação de Israel em Gaza, depois do ataque do Hamas. O que aprendeu com isso?

“Deu-me uma enorme oportunidade de refletir sobre o que é verdadeiramente a Web Summit. Acho que fizemos as maiores mudanças na Web Summit numa década. Falei com muitos amigos que têm vindo à cimeira há anos, muitos participantes, para realmente chegar à essência do que é a Web Summit: conectar pessoas e ideias”, respondeu o CEO.

E as big techs, que abandonaram a cimeira em massa, também aprenderam as suas lições e estão a voltar? “Todas as big techs estão cá. Provavelmente, temos três que não estão: Intel, VW e Stripe”, disse Paddy Cosgrave, questionado pelo ECO sobre o tema.

Segundo a organização, a edição deste ano da cimeira conta com “algumas das maiores tecnológicas no mundo como parceiros da Web Summit 2024, incluindo a Meta, IBM, Adobe, Huawei, Visa, DELL, Alibaba, SAP, Qualcomm e Samsung”. “Outras grandes marcas a participar com oradores incluem Google, Amazon, Microsoft e Signal”, acrescenta.

“Estamos a usar todo o espaço disponível. Temos lá fora cadeiras e mesas, o que funciona [porque] o tempo está bom. Temos tido imensa sorte com o tempo em Lisboa. Está hoje um pouco mais frio, mas solarengo. Ontem esteve maravilhoso. Rezemos para que não chova amanhã”, disse ainda, quando questionado pelo ECO sobre se a evolução no dossiê relativo à expansão do espaço da FIL, previsto no acordo com o Estado português. “Quanto ao futuro estamos sempre disponíveis para discutir” o tema, diz.

Brasil com a maior participação de sempre

Com mais duas Web Summits a realizar-se este ano, no Rio de Janeiro e no Qatar, as receitas da cimeira cresceram. “Crescemos as receitas cerca de 30%, o máximo. Tem sido um ano muito lucrativo. Fizemos quatro a cinco milhões de lucro e cerca de 10 a 11 milhões de EBITDA”, revelou o gestor.

Quanto a novas localizações, Cosgrave não revelou novas regiões fechadas, embora admita manter interesse em realizar cimeiras em África e na Ásia. O CEO destaca o impacto positivo da Web Summit Rio no número de participantes no evento na capital portuguesa.

“O impacto de termos ido para o Brasil está a ser que os brasileiros estão a vir para Lisboa em números verdadeiramente extraordinários”, nota. “O número de brasileiros a viajar [para cá], o número de empresas brasileiras a participar e o número de brasileiros em todo o mundo que estão a criar aqui as suas empresas”, prossegue. “Deve haver mais startups brasileiras cá do que portuguesas. É de loucos”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Não vamos deixar ninguém para trás na transição digital”, diz ministra da Juventude

Balseiro Lopes frisou a inclusão digital e anunciou que o Governo vai lançar em 2025 um programa para promover as áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática para raparigas nas escolas.

O Governo vai apresentar a Estratégia Nacional Digital ainda este ano e no qual a inclusão terá um papel central, afirmou esta quarta-feira, Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e da Modernização, num discurso em que salientou os direitos digitais das crianças, dos idosos e das mulheres. “Não vamos deixar ninguém para trás”, sublinhou a ministra, na Web Summit 2024, que decorre até 14 de novembro em Lisboa.

Balseiro Lopes começou o discurso a referir que a transição digital não é algo que possa ser evitado, “pois já está a acontecer e afeta-nos a todos”

“Mas a questão crucial mantém-se: Será que estamos a fazer tudo estamos a fazer tudo o que podemos para garantir que as pessoas estão no centro desta transição?”, questionou, antes de dizer que : “A resposta honesta, receio, é não.”

A ministra identificou três áreas em que a sociedade, incluindo o Governo português, tem de atuar: “a utilização responsável da tecnologia pelas crianças, inclusão digital, a inclusão digital das gerações mais velhas e as disparidades de género nos domínios STEM [ciência, tecnologia, engenharia e matemática]”.

Em relação essa última vertente, referiu no passado, “as mulheres não tinham as ferramentas necessárias para escrever o seu próprio futuro, especialmente em domínios como a ciência e a tecnologia”, recordando que, na Europa e em Portugal, apenas uma em cada cinco especialistas em TIC são mulheres.

“Atualmente, mulheres representam metade da população da UE, mas nem sequer conseguimos 20% dos atuais especialistas em TIC”, frisou.

Balseiro Lopes aproveitou a conferência de tecnologia para fazer um anúncio. “É por isso que temos o orgulho de anunciar que, no início de 2025 apresentaremos o primeiro Programa Nacional Girls in STEM em Portugal”.

Explicou que não é uma iniciativa isolada, mas sim uma prioridade nacional, “um um compromisso para garantir que o futuro da ciência, tecnologia, engenharia e matemática seja tecnologia, engenharia e matemática seja mais inclusivo do que do que nunca”.

“Para o conseguir, temos de atuar o mais cedo possível para mostrar às jovens raparigas que podem ser tudo o que quiserem e que os domínios STEM estão abertos para elas e que desde o início da educação, queremos que elas sintam que as suas capacidades, curiosidade e ambição são verdadeiramente valorizadas” salientou.

Para a ministra, este programa não é apenas uma resposta a uma injustiça é um passo ousado na direção certa. “Estamos a tentar mudar a face das STEM”.

Adiantou que “ao equipar as raparigas com os conhecimentos, as competências e oportunidades de que necessitam, estamos a investir num futuro onde todos têm a oportunidade de liderar e ter sucesso nos campos que definirão o futuro”.

Sobre o uso da tecnologia pelos mais jovens, a Balseiro Lopes opinou que “não é justo deixar as crianças explorarem este mundo sozinhas“. “Devemos capacitá-las com conhecimentos e competências para identificarem os riscos e protegerem-se”, adiantou.

Para os mais idosos, a tecnologia não é uma ferramenta, pode ser uma barreira, sublinhou. “Não se trata apenas de uma questão técnica, trata-se de uma questão humana”.

“E é uma questão que temos de resolver agora, com empatia e com o entendimento de que toda a gente merece os mesmos direitos e oportunidades”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

China anuncia novas políticas fiscais para estabilizar o mercado imobiliário

  • Lusa
  • 13 Novembro 2024

Governo do gigante asiático reduziu o imposto de transação sobre a habitação e unificou política fiscal para compra de segunda casa em grandes cidades. IVA sobre terrenos também baixa.

A China anunciou esta quarta-feira novas medidas fiscais para “promover a estabilidade e o desenvolvimento saudável” do mercado imobiliário, no âmbito de uma campanha cada vez mais persistente das autoridades para apoiar o setor, mergulhado numa crise prolongada.

As políticas, a aplicar a partir de 1 de dezembro, incluem alterações aos impostos sobre as transações imobiliárias e aos impostos sobre o valor acrescentado dos terrenos, segundo um comunicado do Ministério das Finanças do país asiático.

As medidas anunciadas incluem uma redução do imposto de transação sobre a habitação, a fim de facilitar a aquisição de imóveis pelas famílias que procuram simultaneamente a sua primeira casa e uma segunda casa.

A taxa preferencial de 1%, até agora aplicável a casas até 90 metros quadrados, passa a aplicar-se a apartamentos até 140 metros quadrados em todo o país, eliminando as diferenças entre cidades.

Em cidades como Pequim, Xangai (leste), Cantão (sudeste) e Shenzhen (sudeste), as políticas fiscais para a segunda habitação também serão unificadas, oferecendo maiores incentivos aos compradores nas principais zonas urbanas.

As autoridades anunciaram ainda uma diminuição da taxa de pagamento antecipado do imposto sobre o valor acrescentado dos terrenos, com um ajustamento em baixa de 0,5% em diferentes regiões, na esperança de facilitar o desenvolvimento de projetos imobiliários.

O custo de transação no mercado da habitação em segunda mão vai ser também reduzido: a isenção do IVA será aplicada à venda de todas as casas com mais de dois anos.

O ministro chinês da Habitação, Ni Hong, afirmou recentemente que o setor imobiliário tinha “atingido o fundo do poço” e anunciou a expansão do seu programa de financiamento de projetos imobiliários, que atingirá o equivalente a cerca de 529 mil milhões de euros até ao final de 2024, oferecendo um maior acesso ao crédito aos promotores para concluírem as obras em curso.

Em maio passado, as autoridades já tinham lançado um vasto pacote de medidas para tentar reanimar o setor, com milhares de milhões de yuan em empréstimos para projetos de habitação subsidiada ou a redução das entradas exigidas para a compra de casas, aumentando também o número de pessoas que podem ser consideradas como compradores de primeira habitação.

A situação financeira de muitos promotores imobiliários chineses agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições no acesso ao financiamento bancário para os grupos que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares (310 mil milhões de euros).

Perante esta situação, o Governo anunciou várias medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores, cuja prioridade era concluir os projetos vendidos em planta, uma questão que preocupa Pequim devido às suas implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rendimento das famílias per capita na OCDE sobe 0,4% no segundo trimestre

Dados da OCDE indicam que rendimento das famílias real per capita cresceu na maioria dos países, mas contraiu-se no Canadá e na Alemanha. Reino Unido e Itália registaram os maiores aumentos.

O rendimento real das famílias per capita na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aumentou 0,4% no segundo trimestre, em comparação com 1,3% no trimestre anterior, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) real per capita cresceu 0,3%, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela instituição.

Apesar do aumento global do rendimento familiar real per capita, a tendência foi mista. Dos 15 países para os quais existem dados disponíveis, oito registaram um aumento, enquanto sete tiveram uma diminuição. Entre as economias do G7, o rendimento familiar das famílias per capita cresceu na maioria dos países, mas contraiu-se no Canadá e na Alemanha. O Reino Unido e Itália registaram os maiores aumentos (1,1% e 1,0%, respetivamente).

Por seu lado, nos Estados Unidos o rendimento familiar real per capita subiu 0,4%, abaixo dos 1,2% no primeiro trimestre, principalmente devido ao crescimento reduzido na remuneração dos empregados e nos pagamentos de benefícios sociais do governo.

França também registou um aumento (0,3%), abrandando face aos 0,5% no primeiro trimestre, enquanto a Alemanha registou diminuições tanto no rendimento real das famílias per capita (-0,2%) como no PIB real per capita (-0,3%). Segundo a OCDE, o primeiro reflete em parte o fraco crescimento da remuneração dos empregados e dos rendimentos de propriedade, combinado com o aumento dos impostos sobre o rendimento e a riqueza.

Por outro lado, olhando para a evolução entre o quarto trimestre de 2021 e o segundo trimestre de 2024, Portugal registou o maior aumento do rendimento real das famílias per capita dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), devido sobretudo ao aumento da remuneração dos trabalhadores. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pela instituição com sede em Paris, o rendimento familiar subiu 2,1% naquele período.

Esta evolução resulta sobretudo do crescimento homólogo de 23% da remuneração dos trabalhadores em Portugal em termos reais, desde o final de 2021, ultrapassando as das economias do G7.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Temo que a Europa não esteja a acompanhar outros continentes”

  • Conteúdo Patrocinado
  • 13 Novembro 2024

A afirmação é de Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que defendeu na Web Summit a necessidade de ter tecnologia de origem europeia para garantir controlo total.

Arrancou esta terça-feira o segundo dia da Web Summit Lisboa, onde a SIBS volta a marcar presença como parceira para os pagamentos digitais. Pelo espaço da fintech portuguesa no evento passaram parceiros e especialistas SIBS para partilhar projetos inovadores e perspetivas sobre o futuro. “As transformações na tecnologia estão a andar muito, muito depressa. Temo que a Europa não esteja a ser capaz de acompanhar o que está a acontecer noutros continentes e acho que este é um dos principais desafios”, comentou Vítor Bento.

O antigo Chairman da SIBS e atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) defendeu que a Europa deve apostar em garantir autonomia tecnológica. “A Europa está a falhar em assegurar as suas próprias plataformas tecnológicas. Isso é um desafio”, insistiu.

Vítor Bento, antigo Chairman da SIBS e atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB)

Também por isso, considerou que “garantir a interoperabilidade” do MB WAY com outras soluções europeias é importante e reconheceu o trabalho positivo da SIBS neste sentido. Aliás, esta quarta-feira foi feita, ao vivo na Web Summit, uma demonstração prática de uma transação que envolve a aplicação portuguesa, a Bizum (Espanha) e BANCOMAT (Itália). “Essa devia ter sido a forma de fazer as coisas há muito tempo”, apontou Vítor Bento.

Celebrar a inovação

Passaram nove anos desde que a SIBS apresentou no mercado português o MB WAY, solução desenhada para acelerar a transferência de dinheiro entre utilizadores e que, de lá para cá, cresceu em número de clientes e em funcionalidades. “Tornou-se uma das soluções mais compreensivas do mercado, com cerca de 15 funcionalidades como códigos QR, pagamentos NFC, levantamentos de dinheiro sem cartão, pagamentos autorizados e muito mais, incluindo solidariedade social com mais de 350 instituições em Portugal”, descreveu Rui Lima.

O Chief International Officer (CIO) da SIBS – que falou, aqui, sobre o papel da inovação na empresa – garante que o caminho de futuro passa pela inovação contínua, que trará a utilização de “dados biométricos como medida de segurança nos pagamentos” e com novos casos de uso em setores tão díspares quanto o dos transportes públicos ou da restauração.

Rui Lima, Chief International Officer da SIBS

Assegurar toda a infraestrutura de pagamentos no recinto da Web Summit Lisboa é tarefa confiada à SIBS desde a primeira edição da cimeira tecnológica, em 2016. De acordo com Rui Lima, a fintech portuguesa garante este ano “uma rede de ATM que suporta mais de 180 nacionalidades dentro e fora do evento, e mais de 250 terminais para cerca de 100 comerciantes presentes”. Recorde-se que, em 2023, foram registadas mais de 85 mil transações durante a última edição da cimeira.

Soluções tecnológicas de futuro

Além de uma série de conversas com responsáveis da SIBS e ligados ao setor financeiro, o espaço da empresa na Web Summit conta com a presença de perto de duas dezenas de parceiros que desenvolveram novos produtos tendo como base os serviços da SIBS. Esta terça-feira, houve tempo para conhecer três projetos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do SIBS Labs pela Card4B, Dipsit e Sandbit.

“O grande desafio é trazer as pessoas para os transportes públicos”, apontou João Almeida, CEO da Card4B, enquanto apresentava a iniciativa que lidera. Esta empresa “oferece soluções de mobilidade para as cidades” e quer simplificar a forma como os utilizadores pagam pela sua deslocação. “O meu sonho é termos uma solução que permita retirar todo o hardware dos transportes e registar entradas e saídas apenas pelo MB WAY”, afiançou.

João Almeida, CEO da Card4B

Já a Dipsit, fundada em janeiro de 2023 por David Henriques, está a desenvolver uma aplicação móvel para “conectar ofertas e eventos” nas cidades e potenciar os negócios locais. A solução ainda está a ser trabalhada no ecossistema SIBS Labs, uma rede que o empreendedor considera muito útil por permitir “falar com outros parceiros e trocar ideias”, e não tem, para já, data de lançamento.

David Henriques, CEO e fundador da Dipsit

Hugo Loureiro é fundador e CEO da Sandbit, uma plataforma de gestão e aluguer de sombras e espreguiçadeiras. “Desenvolvemos uma app que faz a ligação entre as concessões de praia e os consumidores. Queremos ir para fora de Portugal, nomeadamente para os países do Mediterrâneo para onde vamos no próximo ano”, confirmou o responsável. Sobre a importância de integrar a SIBS Lab, o CEO diz que “a parceria deu reconhecimento e credibilidade” junto de consumidores e comerciantes, traduzindo-se em “venda de contratos”.

Hugo Loureiro, fundador e CEO da Sandbit

A Web Summit Lisboa realiza-se até quinta-feira, dia 14. Pode acompanhar no ECO a presença da SIBS no evento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.