Governo prepara estratégia para combater desemprego jovem

  • ECO
  • 10 Outubro 2024

O OE para 2025 está entregue. Partidos deram nota negativa à proposta do Governo e Ventura e Montenegro trocaram acusações. Segue-se agora o período de análise antes da votação no final do mês.

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INE confirma aceleração da inflação para 2,1% em setembro

Índice de Preços no Consumidor voltou a situar-se acima dos 2% em setembro, a fasquia fixada pelo Banco Central Europeu, após a forte desaceleração que tinha sido registada em agosto.

A taxa de inflação voltou a situar-se acima dos 2% em setembro, após a forte desaceleração registada em agosto. O Índice de Preços no Consumidor acelerou para 2,1%, em termos homólogos, um aumento de 0,2 pontos percentuais (pp.) à observada no mês anterior, confirmou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, a taxa de inflação acelerou para 2,8%, o que compara com a taxa de 2,4% no mês precedente. Já a taxa dos produtos energéticos diminui -3,5%, menos 1,5% que em agosto, devido à conjugação da redução mensal nos preços dos combustíveis e lubrificantes (-1%) com o efeito de base associado ao aumento registado em setembro de 2023 (3,2%).

Os preços dos produtos alimentares não transformados aceleraram para 0,9%, contra os 0,8% em agosto.

A variação mensal do índice de preços no consumidor foi de 1,3%, menos 0,3% que em agosto e 1,1% em setembro de 2023), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi 2,2%, menos 0,1% que em agosto.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), utilizado como indicador comparável em termos europeus, registou uma variação homóloga de 2,6%, menos 0,8 pontos percentuais que no mês anterior e superior em 0,8 % ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro.

“Esta aceleração do IHPC foi significativamente superior à registada no IPC, em consequência do aumento de preços registado na classe dos restaurantes e hotéis, que tem um peso relativo mais elevado no IHPC que no IPC”, lê-se na nota do INE.

Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 3,3% em setembro, face a 2,3% em agosto, uma taxa superior à correspondente para a área do Euro que era estimada em 2,7%.

A variação mensal do IHPC foi de 1,6%, menos 0,1% que em agosto e 0,8% que em setembro de 2023, enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi 2,6%, menos 0,2% que em agosto.

(Notícia atualizada às 11h21)

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Vendas da BMW e Mercedes travam com queda na procura e concorrência chinesa

No trimestre julho-setembro, as vendas da BMW caíram 13% e as da Mercedes cerca de 3%. A fraca procura e a forte concorrência na China foram os principais motivos da queda das vendas.

As vendas da BMW caíram 13% no trimestre entre julho-setembro, enquanto as da Mercedes registaram uma queda de 3%, avança esta quinta-feira a Reuters. Segundo os fabricantes alemães de automóveis de luxo, a fraca procura e a forte concorrência na China foram os principais motivos da queda das vendas.

Os elevados custos de produção, a gestão da transição para os veículos elétricos, a queda da procura e a crescente concorrência da China são alguns dos desafios atuais do setor automóvel alemão.

O maior mercado automóvel do mundo, o chinês, está a sofrer, face ao declínio da economia, enquanto os fabricantes de automóveis estrangeiros enfrentam uma forte concorrência dos fabricantes locais que oferecem modelos mais baratos. Na China, as vendas da BMW caíram um terço, enquanto as da Mercedes caíram 13%.

O segmento topo de gama da Mercedes, a linha Classe S, foi o mais atingido devido à redução dos gastos dos consumidores chineses. Já a BMW não especificou o desempenho do modelo na China. Ainda assim, avançou que as vendas globais das limusinas Rolls-Royce caíram 16% e a marca Mini sofreu uma queda de 25%.

No que concerne aos veículos elétricos a bateria, a Mercedes classificou o mercado global como “moderado”, com uma queda de 31% nas vendas. Em contraciclo, na BMW as vendas aumentaram 10% no trimestre julho-setembro.

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Euribor descem a três e 12 meses e sobem a seis meses

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 3,184%, continuou acima da taxa a seis meses (3,055%) e da taxa a 12 meses (2,791%).

A Euribor desceu esta quinta-feira a três e a 12 meses, no prazo mais curto para um novo mínimo desde 14 de abril de 2023, e subiu a seis meses.

Com as alterações desta quinta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 3,184%, continuou acima da taxa a seis meses (3,055%) e da taxa a 12 meses (2,791%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, avançou esta quinta-feira para 3,055%, mais 0,008 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto mostram que a Euribor a seis meses representava 37,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,2% e 25,8%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou esta quinta-feira, para 2,791%, menos 0,001 pontos do que na quarta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses desceu esta quinta-feira, ao ser fixada em 3,184%, menos 0,039 pontos e um novo mínimo desde 14 de abril de 2023.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Investimento publicitário não acompanha crescimento da indústria gaming

O número de gamers a nível mundial continua a aumentar, mas os marketeers não parecem convencidos de que os jogos sejam um bom canal para as marcas conseguirem contactar os consumidores.

Embora a indústria gaming – que gera receitas anuais de 183,9 mil milhões de dólares, superando as indústrias da música e do cinema – esteja a crescer a nível global, contando já com 3,7 mil milhões de jogadores em todo o mundo, o investimento publicitário no setor não parece acompanhar o crescimento, antes pelo contrário.

Na verdade, desde 2021, a percentagem de anunciantes que planeia aumentar o seu investimento nesta indústria passou de 72% para 52%, numa queda de 20 pontos percentuais (p.p.). Apesar de quase 90% dos anunciantes considerarem que os jogos são um canal seguro para uma marca comunicar, muitos marketeers mostram-se reticentes quanto a investir no gaming enquanto um canal prioritário de comunicação.

As conclusões são do estudo “Gaming: Advertising’s untapped opportunity“, da Warc, que adianta que entre os fatores que podem contribuir para este receio por parte dos anunciantes se encontra o facto de os gamers jogarem em vários aparelhos e formatos, o que não contribui para um aumento do investimento publicitário dentro dos jogos (in-game).

No entanto, as marcas não dependem unicamente dos formatos e dos anúncios dentro dos jogos. Estas podem também escolher alcançar o público gamer através de outros touchpoints, como seja através de criadores de conteúdo em plataformas como o Twitch, em fóruns e plataformas como o Discord, ou até através de patrocínios aos esports (desportos eletrónicos), segundo a WARC.

“Há muito tempo que o gaming é encarado como uma oportunidade emergente e vital para as marcas, em particular para aquelas que querem alcançar públicos mais jovens. No entanto o investimento publicitário continua baixo. Isto pode mudar em breve, numa altura em que os desenvolvedores de jogos estão focados em melhorar a sua monetização ao nível da publicidade. Mas é preciso demonstrar e dar evidências de que os jogos podem ser considerados um meio viável para anunciar”, diz Alex Brownsell, diretor da Warc Media, citado pela MediaPost.

Este ano prevê-se que sejam investidos nos EUA cerca de 6,7 mil milhões de dólares na publicidade em jogos, um aumento de 10% face ao ano anterior. Este valor equivale a 3,7% do total do investimento publicitário digital realizado no país.

Quanto à totalidade do investimento publicitário feito a nível global, este deve crescer 10,5%. Se as previsões da WARC se concretizarem, o mercado publicitário pode ultrapassar, pela primeira vez, a marca de um bilião de dólares de investimento, atingindo os 1,07 biliões de dólares (cerca de 958 mil milhões de euros). A empresa estima ainda que exista um crescimento de 7,2% em 2025 e de 7% em 2026.

Note-se que o volume de investimento publicitário a nível global mais do que duplicou ao longo dos últimos 10 anos, sendo que as empresas Alphabet (dona do Google e do YouTube), Amazon e Meta (dona do Facebook e Instagram) atraíram mais de 70% deste aumento de investimento. Espera-se também que este trio seja responsável por 43,6% de todo o investimento publicitário este ano.

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Cerca de 2.000 clientes do Norte ainda sem energia devido ao temporal

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

E-Redes garante que os trabalhos de reposição da energia elétrica deverão ficar concluídos no final desta manhã. Região Norte foi a mais afetada pelo temporal.

Cerca de dois mil clientes, com especial incidência em Braga, Viana do Castelo e Guimarães, continuavam esta quinta-feira de manhã sem eletricidade devido ao temporal de quarta-feira, mas a situação está a ser resolvida, disse fonte da E-Redes.

Segundo o ponto de situação feito à Lusa pela empresa do grupo EDP, “as equipas já estão no terreno e a expectativa é de ter tudo reposto até ao final da manhã”.

As causas das avarias foram, sobretudo, quedas de árvores e projeção de ramos que danificaram postes e condutores, deixando sem energia, pelas 09:00, de quarta-feira, cerca de 400 mil clientes.

A empresa responsável pela operação da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal continental em baixa, média e alta tensão admitiu, na quarta-feira, que devido à “gravidade dos danos encontrados” em alguns casos a reposição seria mais demorada.

“Face ao esforço das equipas no terreno, que estão a trabalhar desde as 05:00 [de quarta-feira], estamos a mobilizar operacionais de outras áreas geográficas para permitirmos rotação operacional e mantermos este esforço de recuperação na reposição da energia a todos os clientes afetados”, salientou a E-Redes, em comunicado.

De acordo com a informação recebida esta quinta-feira, os trabalhos de reposição da energia elétrica deverão ficar concluídos no final desta manhã.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a região Norte foi a mais afetada pelo temporal, com muitas quedas de árvores devido ao vento forte.

A ANEPC registou entre as 18:00 de terça-feira e as 09:00 de quarta-feira 1.329 ocorrências relacionadas com o vento forte.

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Orçamento em França prevê mais 60 mil milhões em impostos e cortes na despesa

Para "tapar buraco" nas contas públicas, Michel Barnier vai aumentar impostos às empresas que faturam mais de mil milhões de euros por ano e aos cidadãos que ganham mais de 500.000 euros anuais.

Não é só o Governo português que vai apresentar o Orçamento do Estado esta quinta-feira. Também em França o dia vai ficar marcado pela apresentação do projeto de lei das Finanças para 2025, que será o primeiro orçamento do novo primeiro-ministro francês, o conservador Michel Barnier.

O orçamento francês tem um plano de cerca de 60 mil milhões de euros de aumento de impostos e cortes nas despesas para fazer face ao défice orçamental. O governo adiantou já que a proposta irá reduzir o défice público para 5% do Produto Interno Bruto no próximo ano, contra os 6,1% deste ano.

O chefe de governo francês já confirmou que vão ser aumentados os impostos sobre as grandes empresas, com um volume de negócios anual superior a mil milhões de euros, e os cidadãos mais ricos, que ganham mais de 500.000 euros por ano. O objetivo é “tapar o buraco” nas contas públicas do país.

Estima-se que cerca de 300 empresas sejam afetadas. Já no que concerne aos indivíduos mais ricos, a medida prevê com um contributo de cerca de dois mil milhões de euros para os cofres do estado francês. A previsão de Michel Barnier é que o aumento dos impostos dure um ou dois anos.

Michel BarnierLusa

O orçamento apresentado esta quinta-feira deverá também conter mais detalhes sobre os planos para gerir da melhor forma as finanças públicas do país e aumentar a confiança dos investidores.

O défice francês tem sido um problema, tendo a Comissão Europeia aberto, no final de julho, um Procedimento por Défice Excessivo, após Paris ter superado os 5,5% de défice. E a tendência será continuar a subir, a menos que haja cortes ou aumentos de impostos, o que vai conduzir a um maior escrutínio sobre este orçamento.

Na semana passada, o primeiro-ministro francês mostrou-se preocupado com as dívidas “colossais” e em espiral, que são uma “espada de Dâmocles” que paira sobre as finanças da segunda maior economia da União Europeia.

Apesar do “aperto” orçamental, o orçamento francês terá de ser elaborado com “pinças” do ponto de vista político. É que, depois de apresentado, terá de ser aprovado pelo novo parlamento em que, tal como o português, não existe maioria parlamentar. Sem maioria, a expectativa é que Barnier terá de aceitar várias propostas da oposição para que o orçamento tenha “luz verde”.

Esta semana, o Governo do primeiro-ministro conservador francês, Michel Barnier, superou a sua primeira moção de censura, apresentada pela coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), graças à abstenção dos deputados da extrema-direita União Nacional (RN).

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Constitucional rejeita inconstitucionalidade no cálculo de coima de 34 milhões à EDP e Sonae

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

Em causa está um plano que atribuía descontos de 10% sobre o consumo de energia elétrica comercializada pela EDP Comercial aos consumidores titulares do Cartão Continente.

O Tribunal Constitucional rejeitou ser inconstitucional a forma como a lei da concorrência determina as coimas às empresas, de 10% da faturação, num acórdão relativo a um processo em que EDP e Sonae foram condenadas por pacto de não-concorrência.

Assim, segundo o acórdão de 04 de outubro, o TC decidiu “não julgar inconstitucional a norma do artigo 69.º, n.º 2, do Novo Regime Jurídico da Concorrência, aprovado pela Lei n.º 19/2012, de 8 de maio, na sua redação originária, ao fixar abstratamente como máximo da coima montante equivalente a 10% do volume de negócios do agente da infração no exercício anterior à condenação e, em consequência”, negando provimento aos recursos apresentados pela EDP e pela Sonae.

As empresas sustentaram “a inconstitucionalidade da norma impugnada com base na violação do princípio do Estado de direito (artigo 2.º da Constituição), do princípio da legalidade (artigo 29.º, n.os 1 e 3, da Constituição), do princípio da proibição de sanções ilimitadas (artigo 30.º, n.º 1, da Constituição), do princípio da separação de poderes (artigo 111.º da Constituição), do princípio da proporcionalidade (artigo 18.º, n.º 2, da Constituição), do princípio da igualdade (artigo 13.º da Constituição) e do princípio da culpa (artigos 1.º e 27.º da Constituição)”, de acordo com o acórdão.

Em fevereiro deste ano, o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou por sua vez o recurso interposto pela Sonae e pela EDP à coima de 34 milhões de euros aplicada, por acordo de não concorrência entre as empresas.

O TC já tinha antes avaliado este processo, sobre outros aspetos, tendo decidido que não eram questões de constitucionalidade. Acabou, depois de vários recursos, por avaliar a questão a constitucionalidade da norma da lei da concorrência que permite a fixação destas coimas, tendo decidido que não é inconstitucional.

No acórdão da Relação sobre o processo Sonae/EDP, a que a Lusa teve acesso, o tribunal concluiu que “a sentença recorrida procedeu a uma adequada ponderação dos factos e subsunção destes ao direito aplicável ao caso, não se encontrando afetada dos vícios que lhe vinham imputados, devendo ser mantida e, nessa conformidade, devem ser julgados totalmente improcedentes os recursos interpostos”.

Em setembro de 2020, o Tribunal da Concorrência confirmou a condenação dos grupos EDP e Sonae por pacto de não-concorrência, reduzindo em 10% as coimas de 38,3 milhões de euros aplicadas em maio de 2017 pela Autoridade da Concorrência (AdC).

Na decisão sobre os pedidos de impugnação apresentados pela EDP Energia, EDP Comercial, Sonae Investimentos e Sonae MC – Modelo Continente às coimas aplicadas pela AdC, o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, considerou ter ficado provado, durante o julgamento iniciado em 05 de junho de 2020, a existência de um acordo de não concorrência e o envolvimento das “casas-mãe” das entidades subscritoras da parceria Plano EDP Continente.

O plano, celebrado em 2012, consistia na atribuição de descontos de 10% sobre o consumo de energia elétrica comercializada pela EDP Comercial aos consumidores titulares do Cartão Continente que celebrassem um contrato de fornecimento de energia elétrica em baixa tensão no mercado liberalizado com a EDP Comercial.

Sonae MC analisa “meios para assegurar defesa dos seus interesses”

Entretanto, a MC disse estar “a analisar” como irá defender-se da rejeição pelo Tribunal Constitucional da inconstitucionalidade da forma como a Concorrência determina coimas, num acórdão relativo a um processo em que EDP e Sonae foram condenadas por pacto de não-concorrência.

“A MC encontra-se a analisar a decisão que acabou de ser notificada, para aferir os meios que lhe assistem para assegurar a defesa dos seus interesses, em prol da sua reputação e da afirmação dos seus valores”, avançou a empresa do grupo Sonae numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

(Notícia atualizada às 14h com reação da Sonae MC)

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Jovens sem acesso a isenção de IMT se forem donos de imóvel em ruína

  • Lusa
  • 10 Outubro 2024

Os proprietários de uma habitação em ruína ou apenas de parte dela, na sequência de partilhas, não têm direito a beneficiar da isenção do IMT e Imposto do Selo na compra da primeira casa.

As pessoas que sejam proprietárias de uma habitação em ruína ou apenas de parte dela, na sequência de partilhas, não têm direito a beneficiar da isenção do IMT e Imposto do Selo na compra da primeira casa.

Esta é a leitura que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) faz dos casos que lhe têm chegado, via pedido de informação vinculativa, sobre a possibilidade de se usufruir daquele benefício no IMT e no Imposto do Selo quando se é proprietário de um prédio urbano classificado como habitacional, mesmo que este não esteja em condições de ser habitado.

Nos dois casos em que a AT foi chamada a pronunciar-se, um refere que a casa de que é proprietário tem “condições deficientes de habitabilidade” e o outro argumenta que o prédio (de que possui um terço) “não tem condições habitacionais visto estar em ruína”, mas a ambos o fisco dá a mesma resposta.

Apesar da falta de condições, refere a AT, “o destino normal dos mesmos não deixa de ser a habitação”. Assim, conclui, os contribuintes em causa não podem beneficiar das isenções de IMT e Imposto do Selo que entraram em vigor em agosto e que se dirigem a pessoas com até 35 anos à data da escritura da casa que pretendam comprar.

Num destes casos, além das deficientes condições de habitabilidade, trata-se de dois prédios urbanos (integrados numa quinta) que não apresentam uma afetação de habitação, com o contribuinte a observar que “nem tão pouco o são em verdade material”, pois “não passam de infraestruturas devolutas integradas num computo de terrenos agrícolas” e esclarecendo “que sobre os mesmos não impende qualquer tipo de licenciamento para que se tornem habitáveis”.

Apesar desta descrição, a AT refere que nas fichas de avaliação destes prédios consta como afetação “prédio não licenciado, em condições muito deficientes de habitabilidade”, para concluir que “não obstante estas condições, o destino normal dos prédios é precisamente a habitação” ou nem se poderia “equacionar as ‘condições de habitabilidade’ senão perante um prédio com licença ou destino normal de habitação”.

Ao abrigo do IMT Jovem, as pessoas até aos 35 anos beneficiam de isenção deste imposto e do Imposto do Selo na compra da primeira habitação própria e permanente, sendo aquela isenção total para imóveis até 316.772 euros (4.º escalão do imposto) e parcial entre este valor e os 633.453 euros (parcela em que se aplica a taxa de 8% correspondente a este escalão).

Para terem acesso a esta medida, que é atribuída de forma automática, os jovens não podem ter sido proprietários de imóveis nos três anos anteriores à compra da casa, nem considerados dependentes para efeitos de IRS no ano anterior à compra, entre outros requisitos.

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Instituto Coordenadas identifica a sustentabilidade e a segunda mão como um desafio e um estímulo para as empresas de moda e para o setor do luxo em Espanha.

  • Servimedia
  • 10 Outubro 2024

As grandes empresas de moda e de retalho estão a intensificar os seus modelos de distribuição com um canal específico de segunda mão, tanto em Espanha como a nível internacional.

Uma tendência ascendente que responde a vários fatores , como a procura de moda sustentável, as preferências das novas gerações, as alterações legislativas e a oportunidade de captar valor adicional ao longo do ciclo de vida dos artigos ou das peças de vestuário, de acordo com uma análise do Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada, centrada na emergência do segmento de segunda mão.

Indica que as empresas espanholas de moda têxtil, mas também gigantes e referências de outros setores, como o luxo, optaram por uma mudança baseada no facto de que as roupas ou artigos podem coexistir com um uso que dura e coloca a sustentabilidade e a circularidade como um desafio, estímulo e negócio para estas empresas.

“A sustentabilidade é uma pedra angular das empresas, ou deveria ser, e o facto de serem elas a oferecer artigos em segunda mão é uma resposta a uma mudança nas preferências dos compradores; mas é também uma tendência em certas exigências, uma vez que as plataformas de comércio eletrónico especializadas na venda e compra de vestuário ou de todo o tipo de produtos têm um negócio crescente”, disse Jesús Sánchez Lambás, vice-presidente do Instituto Coordenadas.

Na sua análise, sublinha que a circularidade pode acabar por ser rentável e constitui uma história de compromisso com a sociedade que, através dos factos, deve somar-se a um futuro sustentável. “É ao mesmo tempo um estímulo e um desafio, pois tem impacto no modelo de negócio de uma empresa onde o equilíbrio é fundamental para que o segmento de segunda mão não afete as vendas primárias”, reflete.

Dos casos analisados no mercado espanhol, a Zara destaca-se como o primeiro expoente, que no final de 2023 lançou o seu serviço de “pré-propriedade” em Espanha com o objetivo de ajudar os clientes a prolongar a vida útil das suas peças de vestuário. Seguiu o exemplo de outros gigantes, como a H&M e a sua plataforma global Sellpy, que chegou a Espanha em 2021. Outras empresas emergentes, como a Shein, estão também a integrar práticas ligadas à reutilização de peças de vestuário e anunciaram recentemente a chegada à Europa da sua plataforma de compra e venda de roupas em segunda mão.

“Representa uma oportunidade significativa para transformar a indústria da moda em práticas mais sustentáveis, o que exige o empenhamento de todos os departamentos da empresa”, acrescenta Sánchez Lambás. Noutros setores, a Ikea, a cadeia de mobiliário sueca, acaba de dar mais um passo em frente no seu compromisso com a sustentabilidade com o seu novo serviço “pre-owned”, uma plataforma de compra e venda de mobiliário em segunda mão de particulares, exclusivamente da sua própria marca, tendo Madrid e Oslo sido as cidades escolhidas para testar o serviço.

SECTOR DO LUXO

“O facto de serem os próprios fabricantes e marcas a lançar o ‘pre-owned’ é um sinal inequívoco: há mercado e, mais interessante, dão mais transparência e segurança a todo o processo”, diz o Instituto Coordenadas.

O relatório defende que o setor do luxo é precisamente mais um dos que tem entrado com força neste segmento nos últimos anos, destacando estes atributos: garantia, transparência e qualidade em todo o processo de compra e venda. Não é de estranhar que se trate de produtos de elevado valor e que marcas como a Gucci, Stella McCartney, Prada, Hermès, entre outras, tenham lançado os seus serviços diretamente no seu canal de vendas ou em aliança com plataformas especializadas.

Na joalharia fina e na relojoaria, o primeiro expoente em Espanha foi o grupo Rabat, que lançou em março passado o seu serviço “Rabat Pre-Owned & Vintage”, destinado a oferecer aos colecionadores e amantes da joalharia fina a possibilidade de redescobrir os relógios. Segundo a empresa, os valores-chave desta proposta assentam na transparência e na ética ao longo de todo o processo de aquisição das peças, bem como na manutenção oficial, na legitimidade e na autenticidade certificada.

A análise salienta que o objetivo é impulsionar a economia circular e a sustentabilidade, permitindo que os colecionadores desfrutem de relógios vintage e de coleção nas mesmas condições em que foram fabricados. A ascensão da segunda mão na alta relojoaria e na joalharia também foi impulsionada por marcas como a Watches of Switzerland, com programas que permitem passar de mão em mão peças exclusivas com um ciclo de vida não expirado, ou a Bucherer, que decidiu dar este salto quando percebeu que os clientes e compradores estavam interessados em relógios intemporais. A Rolex anunciou o seu próprio serviço em dezembro de 2022.

À escala mundial, de acordo com os dados compilados pelo Statista, o mercado de usados continuará a crescer e o segmento que mais crescerá entre 2024 e 2029 será o da moda, seguido da eletrónica e do mobiliário. O mercado de segunda mão está em franca expansão, não só na moda, mas também em setores como a tecnologia, a decoração e os artigos de luxo, oferecendo soluções mais sustentáveis e acessíveis a consumidores conscientes que também procuram fazer poupanças.

Esta política, profundamente enraizada no setor automóvel, provou a sua eficácia contra as redes de pirataria e contrafação que têm tanto impacto em alguns setores, através do envolvimento das próprias marcas e das suas redes de distribuição, salientando que a economia circular gera elementos virtuosos para além da sustentabilidade.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de outubro

  • ECO
  • 10 Outubro 2024

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Venda da TAP decidida até junho. Há interessados fora da Europa

  • ECO
  • 10 Outubro 2024

Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, adianta que o Governo quer fechar os detalhes do modelo de privatização da TAP ainda em 2024 e o processo de venda até junho de 2025.

O Governo quer fechar os detalhes do modelo de privatização da TAP ainda este ano, de forma a avançar com o processo ainda no primeiro semestre de 2025. Os detalhes sobre a venda da companhia foram adiantados pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, ao jornal galego Faro de Vigo.

Gostaria muito de fazer o processo no primeiro semestre de 2025 – e isso é chegar ao fim e poder decidir. Temos uma decisão e depois podemos fechar o processo. É um processo que leva tempo e temos de o fazer de uma forma muito transparente e sólida, é esse o nosso ponto de vista”, resumiu Hugo Espírito Santo.

Além das europeias Air France-KLM, IAG e Lufthansa, a venda da TAP também está a despertar o interesse de mais empresas fora da Europa. Sem avançar com mais detalhes, o secretário de Estado das Infraestruturas indicou que o processo “será desenvolvido, simultaneamente, com conversas com entidades como IAG, Lufthansa, Air France ou outras que estejam disponíveis para fazer uma aposta e entrar nesta corrida”, disse

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