Carros vão ser o novo “hub de dados”

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Verónica Pestana, da RYD, destacou na conferência Outlook Auto que os carros serão o novo centro de dados, permitindo uma transformação digital nas compras e pagamentos dentro dos veículos.

Os automóveis estão a passar por uma transformação digital que os tornará o próximo grande “hub de dados”, afirmou Verónica Pestana, Iberia Country Manager da RYD, durante o painel sobre inovação tecnológica na conferência Outlook Auto, que decorreu nos dias 24 e 25 de setembro, no Estúdio ECO.

Segundo a especialista, a digitalização dentro dos veículos não só vai revolucionar a forma como os consumidores interagem com os seus carros, como também transformará o modo como se fazem compras e pagamentos. “Acreditamos que tudo aquilo que está em mobile vai transitar para dentro do carro. Isto quer dizer que os carros vão ser o grande hub de data“, afirmou. Verónica Pestana reforçou que, com o uso de inteligência artificial (IA), será possível analisar preferências dos consumidores, permitindo compras e vendas cruzadas diretamente através dos veículos, com toda a conveniência.

Tecnologia e IA no interior dos veículos

Além disso, a Iberia Country Manager da RYD sublinhou a importância da IA e da conectividade 5G para garantir a fluidez destas operações em tempo real, tornando os pagamentos ainda mais seguros e eficientes. Driver sit vai ser a nova forma de pagamento. Tudo feito por voz, sem ter de olhar para o telemóvel, mais seguro”, explicou, referindo-se ao futuro dos pagamentos por comandos de voz no automóvel.

Verónica Pestana, Iberia Country Manager da RYDHugo Amaral/ECO

O painel, moderado por Shrikesh Laxmidas, Diretor-Adjunto ECO, também contou com a participação de Luís Barroso, CEO da Mobi.E, que salientou o papel pioneiro de Portugal no desenvolvimento de uma rede de carregamento totalmente interoperável e com livre acesso a dados em tempo real. “Somos o único país que tem a informação totalmente integrada numa mesma plataforma”, destacou, referindo-se à importância da transparência no acesso à rede de carregamento elétrica para os utilizadores.

Expansão da rede elétrica e desafios de carregamento

Entre 2020 e 2024, Portugal viu um crescimento significativo no número de postos de carregamento, passando de 880 para mais de 5.300, segundo o CEO. “Entre 2020 e 2024, este crescimento foi feito sobretudo à custa de investimento privado”, revelou. Luís Barroso ainda mencionou o desenvolvimento de novos projetos-piloto, em colaboração com municípios, para instalar postos de carregamento em áreas residenciais e comerciais que não possuem parqueamento próprio, uma iniciativa que procura responder à crescente procura por soluções acessíveis de carregamento.

Luís Barroso, CEO da Mobi.EHugo Amaral/ECO

“Está neste momento em procedimento concursal um novo projeto-piloto que visa instalar em cidades (que manifestaram o seu interesse para o efeito) postos de carregamento, de média a baixa potência, em ruas onde não há parqueamento próprio. É um trabalho que a Mobi.E faz, que passa, por um lado, por se juntar aos municípios para os sensibilizar para esta necessidade e para esta gestão do espaço urbano e, por outro, por ajudar os operadores. Dependendo da dimensão das cidades, vamos ter entre dois a seis pontos de carregamento na mesma rua“, partilhou.

Segurança rodoviária e fadiga

André Azevedo, CEO da WingDriver, abordou a questão da segurança no trânsito e a importância da tecnologia na prevenção de acidentes causados por erro humano. “94% dos acidentes são causados por erro humano. Porquê? Fadiga é o terceiro maior causador de acidentes a nível mundial, mas é o fator que causa acidentes mais graves, uma vez que não há travagem e o embate acontece na velocidade a que o veículo estava a circular”, explicou.

André Azevedo, CEO da WingDriverHugo Amaral/ECO

Nesse sentido, o CEO destacou o desenvolvimento de um sistema baseado em IA, que utiliza câmeras para monitorizar o comportamento facial dos condutores, detetando distrações, fadiga e stress: “O nosso sistema dá um alerta sonoro e visual bastante eficiente, que permite às pessoas mudarem o seu comportamento”, explicou André Azevedo, que revelou que a ideia surgiu após ele e o seu sócio adormecerem ao volante na mesma semana.

Ainda assim, a inovação no setor automóvel não se restringe ao interior dos veículos, como mostrou Vasco Azevedo, Gestor de Rede da Glassdrive, que sublinhou a importância dos sistemas avançados de apoio ao condutor (ADAS), obrigatórios em todos os novos carros a partir de julho de 2024.

Vasco Azevedo, Gestor de Rede da GlassdriveHugo Amaral/ECO

“Na atividade de substituição de vidro automóvel, a nossa inovação entra na parte de sistemas de apoio ao condutor. Trata-se de um conjunto de câmaras e sensores com algoritmos que fazem a monitorização toda do meio ambiente e que depois providenciam informação para o condutor ou para a viatura para que circulem em segurança, nomeadamente o sistema ADAS. Mas para que este funcione é importante que as faixas estejam bem demarcadas para que o carro consiga ler bem e consiga poder avisar o condutor“, alertou.

Transformação digital e talento

No encerramento do painel, Luís Barroso e Verónica Pestana também chamaram a atenção para o desafio de retenção de talento nas empresas tecnológicas ligadas ao setor automóvel.

Painel “Inovação tecnológica e o impacto nas infraestruturas (e segurança)”Hugo Amaral/ECO

“Tivemos de flexibilizar. Pusemos uma série de políticas diferenciadas que não tínhamos, mas essa foi a única forma de fazer a retenção de talento”, afirmou Verónica Pestana. Já Luís Barroso reconheceu que, apesar da competitividade inicial da Mobi.E, o setor empresarial do Estado enfrenta dificuldades em premiar o talento de forma eficiente: “As empresas do setor empresarial do Estado são muito conservadoras e o grau de liberdade para a gestão e para premiar a evolução é muito difícil, com uma tendência de dividir o mal por todos”.

Ainda assim, destacou o trabalho híbrido como uma solução que têm adotado para suprir este desafio e concluiu: “O talento é importantíssimo”.

Assista à talk aqui:

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SEUR lança o Singular by SEUR, um “mercado” para apoiar as PME do setor alimentar gourmet

  • Servimedia
  • 26 Setembro 2024

Foi criado com o objetivo de ser “uma montra para as pequenas empresas espanholas de produtos alimentares de alta qualidade” para chegar a mais consumidores.

A SEUR lançou a Singular by SEUR (es.singular.shop), uma plataforma criada para apoiar “uma parte fundamental da economia espanhola, as PME”. A empresa explicou que “desde a sua criação tem trabalhado em estreita colaboração com empresários, jovens e empresas familiares em todo o país, ajudando-os a crescer e a alcançar mais clientes em Espanha e no mundo, graças à sua rede internacional com a Geopost”.

Neste sentido, indicou que Singular by SEUR é uma ferramenta mais para reforçar esta aliança e apoiar uma rede empresarial que é uma parte fundamental do tecido económico espanhol. No seu lançamento, o site apresenta mais de 500 produtos de várias marcas alimentares exclusivas da mais alta qualidade, desde carnes e enchidos premium, queijos, conservas, frutas, doces e mel, que, a partir de hoje, têm uma nova montra para destacar as qualidades destes produtos gourmet e inspirar os consumidores de todo o mundo.

De acordo com o último barómetro E-shopper do SEUR, os produtos alimentares e frescos estão entre os 10 artigos mais populares vendidos em Espanha através da Internet. A este respeito, a empresa indicou que “esta plataforma será o ponto de encontro entre os utilizadores que procuram produtos alimentares de qualidade e as PME que trabalham neste segmento, permitindo-lhes assim consumir de forma responsável e contribuir para a manutenção do comércio local”.

Para este trabalho de ligação entre consumidores e marcas, a SEUR salientou que não recebe qualquer comissão ou lucro, uma vez que defende que o seu único objetivo com esta iniciativa é valorizar estas empresas e que, com o seu trabalho e talento, possam chegar a mais clientes. Por esta razão, a SEUR nomeou uma equipa para selecionar as marcas a serem exibidas nesta plataforma com base em critérios como a qualidade do produto, o compromisso com a comunidade local e a exclusividade da oferta.

“As PME foram e são estratégicas para a economia espanhola e, por conseguinte, para o SEUR, já que são um reflexo do funcionamento da economia do nosso país. Por esta razão, queremos impulsionar o seu negócio, dar-lhes visibilidade através desta plataforma e, assim, reforçar o nosso compromisso com elas. Além disso, para oferecer as melhores garantias, este serviço será efetuado por SEUR frio para que os produtos cheguem frescos desde a origem até ao destino. A SEUR é a referência no setor dos transportes porque nos adaptamos a todo o momento às necessidades de todos os nossos clientes”, afirma Santiago Hernández, Diretor de Marketing e Vendas da SEUR.

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Congresso Europeu do Sono analisa o impacto do sono na saúde e centra-se em novas investigações

  • Servimedia
  • 26 Setembro 2024

O Congresso Europeu do Sono reúne esta semana em Sevilha, investigadores, cientistas e estudantes para debater os últimos desenvolvimentos no domínio do sono e do repouso.

No âmbito do Congresso Europeu do Sono, especialistas do Hospital Virgen de la Macarena, em Sevilha, sublinharam a importância do sono e a ideia de que um sono de qualidade, muitas vezes conseguido através de medidas relativamente simples, como o cumprimento de rotinas e regras corretas de higiene do sono, pode ser crucial para uma boa saúde, tanto física como mental, e para a prevenção de doenças em diferentes domínios, como o cardiovascular ou neurológico.

Neste sentido, empresas como a Ikea também colocaram o descanso na mira e, juntamente com a Sleep Alliance, apresentaram o estudo “Condições socioeconómicas e sono”, no qual uma das principais conclusões é que as famílias com um nível socioeconómico baixo dormem pior e têm mais distúrbios do sono. Assim, um dos dados mais notáveis é que 58% das crianças de bairros desfavorecidos têm má qualidade de sono e a insónia aumenta de 15,6% para 17,1% em populações com níveis de escolaridade mais baixos.

Com estas conclusões, e para facilitar um descanso acessível à maioria, a IKEA propôs os seis “essenciais” do descanso, indispensáveis para promover um sono ótimo: conforto, luz, temperatura, som, qualidade do ar e arrumação.

Esta correlação entre a qualidade do sono e o estatuto socioeconómico surge poucas horas depois da recente publicação do estudo Aladino, da Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutricional (Aesan), sobre a prevalência da obesidade e do excesso de peso em crianças de 6 a 9 anos, que também mostra uma relação entre os baixos rendimentos e o excesso de peso em crianças destas idades. O excesso de peso é crónico nas crianças de famílias com rendimentos inferiores a 18.000 euros por ano, uma vez que as taxas se mantêm estáveis desde 2011, ano em que foi realizado o primeiro estudo.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 26 de setembro

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Ao longo desta quinta-feira, 26 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Depois das ondas, município de Mafra aposta no turismo militar

Mafra acolhe, nesta sexta-feira, a VII Cimeira do Turismo Português, evento que assinala o Dia Mundial do Turismo. Autarca pretende reforçar a marca do município e atrair mais investimento.

Depois do turismo de ondas e de atividades ao ar livre estar sob os holofotes mundiais na Ericeira, designada Reserva Mundial de Surf, o presidente da câmara de Mafra quer agora apostar no turismo militar. Hugo Luís considera ter razões de sobra para o fazer, num concelho com obras militares edificadas e uma secular tradição equestre militar. Para tal, vai aproveitar a VII Cimeira do Turismo Português, que o município acolhe nesta sexta-feira, para dar visibilidade ao território e atrair mais investimento e turistas.

“Mafra tem uma história muito forte relacionada com o exército e, neste momento, o município tem um projeto de requalificação de um conjunto de instalações no antigo centro militar de educação física de Mafra, na ordem dos quatro milhões de euros, em parceria com o Exército, e que tem potencial para atrair parceiros privados”, avança o autarca. “Esta requalificação visa, também trazer, depois, praticantes e profissionais qualificados nesta área, mas, acima de tudo, a organização de provas internacionais”, completa.

Esta é já uma tradição secular no concelho que tem o Palácio Nacional de Mafra como património mundial da Unesco. É precisamente este local histórico que nesta sexta-feira receberá a VII Cimeira do Turismo Português, numa iniciativa da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) para assinalar o Dia Mundial do Turismo. O concelho da área metropolitana de Lisboa recebe o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, entre outros nomes de relevo, como os antigos ministros Paulo Portas, Luís Marques Mendes e Luís Amado. Francisco Calheiros, presidente da CTP, será o anfitrião.

Esta cimeira acaba por dar visibilidade e projeção a tudo o que tem sido feito em Mafra, porque queremos continuar a atrair investimento e agentes económicos ligados ao turismo, os quais possam acrescentar valor económico ao concelho.

Hugo Luís

Presidente da Câmara Municipal de Mafra

O autarca de Mafra vê no evento uma janela de oportunidades para o concelho, com um enorme impacto económico na região, tanto na hotelaria como na restauração. “Esta cimeira acaba por dar visibilidade e projeção a tudo o que tem sido feito em Mafra, porque queremos continuar a atrair investimento e agentes económicos ligados ao turismo, os quais possam acrescentar valor económico ao concelho”. A expetativa envolve unidades hoteleiras, assume Hugo Luís.

O concelho tem cerca de dez unidades hoteleiras de maior dimensão, mas “Mafra é o segundo município na área Metropolitana de Lisboa com maior número de alojamentos locais (cerca de 900), a operar principalmente entre Mafra e Ericeira”, calcula.

Esta é igualmente uma oportunidade para dar a conhecer o turismo militar que o presidente de câmara considera ser um “ativo estratégico do destino Mafra, associado à história do concelho”. Aliás, nota, “há uma história de Mafra associada à equitação, uma vez que todos anos, e em parceria com a Escola das Armas do Exército, o município também participa na organização da Semana Equestre Militar de Mafra”.

Na história deste território inclui-se um elemento fundamental para defender a capital portuguesa das tropas napoleónicas no início do século XIX. Mafra é um dos concelhos que faz parte das Linhas de Torres, sistema defensivo erguido pela arte do Duque de Wellington.

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Alívio fiscal? Multidisciplinares permitem que sociedades de advogados paguem IRC como uma empresa normal

Os advogados que queiram fugir à transparência fiscal já o podem fazer se as sociedades de advogados onde exercem passarem a sociedades multidisciplinares, passando a ser tributados em sede de IRC.

Os advogados que queiram fugir ao regime da transparência fiscal já o podem fazer se as sociedades de advogados onde exercem passarem a sociedades multidisciplinares. Ou seja: se passarem a ter profissionais de outras áreas nos seus escritórios. Os advogados estavam obrigados a pagar impostos pelo regime da transparência fiscal, em sede IRS, mas se escaparem a essa obrigatoriedade serão tributados pelo regime geral de IRC, que tem uma taxa muito mais baixa. Ou seja, até aqui, os advogados eram tributados como sócios e não como empresa, o que faz com que paguem valores muito altos de impostos a título individual.

A transparência fiscal é o regime obrigatório que incide sobre certas pessoas coletivas que faz operar a desconsideração parcial da respetiva personalidade jurídica para efeitos de tributação, apurando-se o lucro tributável na esfera jurídica das pessoas coletivas mas não sendo estas tributadas em sede de IRC, exceto quanto às tributações autónomas. Sendo, ao invés, os respetivos sócios tributados diretamente em sede de IRS.

Em causa o novo estatuto da Ordem dos Advogados, que entrou em vigor em abril e que passou a permitir sociedades de advogados multidisciplinares.

Esta tem sido, aliás, a orientação da Autoridade Tributária (AT) que acaba com dúvidas que ainda pudessem existir. “Isto decorre da lei mas já existem várias orientações da AT a confirmar este entendimento”, explicou José Luís Moreira da Silva, presidente da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP), em declarações à Advocatus.

Assim sendo, os lucros das sociedades de advogados deixam de ser imputados diretamente aos sócios e tributados em IRS nas a sociedade passa a pagar IRC como qualquer empresa à taxa de 21%, muito mais baixa quando comparada com as taxas de IRS, que, juntamente com o adicional de solidariedade, podem chegar aos 53%. E se houver distribuição de dividendos aos sócios, estes pagarão IRS a 28%.

“Com esta alteração é conferido o Direito à Liberdade fiscal do Advogado”, explica o advogado Pedro Marinho Falcão, sócio da Cerejeira Namora, Marinho Falcão & Associados.

“Esta solução tem o defeito de não ser neutra, isto é, exige uma mudança de natureza relevante da sociedade. Também aumenta a desigualdade, pois para as multidisciplinares há um regime diverso das sociedades de advogados. A lei devia ser neutra e ter um regime igual independentemente do tipo de sociedade”, explica ainda José Luís Moreira da Silva. Que acrescenta que “infelizmente, várias sociedades que nunca pensaram em ser multidisciplinares estão a pensar ser apenas por esta questão fiscal”.

Talk Advocatus "O futuro das sociedades multidisciplinares" - 23JUN23
José Luís Moreira da Silva, presidente da ASAPHugo Amaral/ECO

Com a entrada em vigor do novo Estatuto da Ordem dos Advogados os advogados podem constituir ou ingressar como sócios ou associados em sociedades profissionais de advogados ou em sociedades multidisciplinares, nos termos do regime previsto na Lei n.º 53/2015, de 11 de Junho. Com a introdução do regime das sociedades multidisciplinares o regime de transparência fiscal passa a ser aferido através do ponto 2) da alínea a) do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC, ou seja, as sociedades multidisciplinares apenas estarão sujeitas ao regime de transparência fiscal se cumprirem cumulativamente os seguintes requisitos:

  • A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de 75 %, do exercício conjunto ou isolado de atividades profissionais especificamente previstas na lista a que se refere o artigo 151.º do Código do IRS;
  • Se durante mais de 183 dias do período de tributação, o número de sócios não seja superior a cinco;
  • Nenhum dos sócios seja pessoa coletiva de direito público;
  • E pelo menos, 75 % do capital social seja detido por profissionais que exercem as referidas atividades, total ou parcialmente, através da sociedade.

“Se não preencher cumulativamente os referidos requisitos, a sociedade multidisciplinar deixará de estar sujeita ao regime de transparência fiscal e passará a ser tributada, numa primeira fase, no âmbito do regime geral em sede de IRC. Neste caso, e numa segunda fase, os resultados distribuíveis [dividendos] serão sujeitos a tributação em sede de IRS na esfera dos sócios. Acresce que no regime geral existe a possibilidade de os sócios deliberarem a não distribuição de resultados (dividendos) de forma a poderem ou fortalecer as suas reservas ou realizar investimentos. No regime de transparência fiscal esta decisão é irrelevante na medida em que haverá sempre uma imputação do rendimento líquido aos sócios independentemente da sua vontade”, concluiu Pedro Marinho Falcão.

Para o advogado António Macedo Vitorino “a dita transparência fiscal traz bloqueios ao desenvolvimento do negócio da advocacia. Desincentiva o investimento e potencia uma lógica de curto prazo, de distribuição de resultados no imediato que não podem ser guardados como reservas e reinvestidos porque são logo sujeitos a uma tributação muito superior à tributação em IRC”.

O regime de transparência fiscal foi estabelecido com a criação do Código do IRC há mais de 30 anos. Num contexto diferente do que se encontra atualmente, o mesmo tinha três objetivos principais: neutralidade fiscal, combate à evasão fiscal e a eliminação da dupla tributação económica.

“O regime, para além de iníquo e desajustado ao contexto atual das sociedades de advogados, potencializa uma situação de concorrência desleal face às sociedades estrangeiras que, ao optarem por se localizar em Portugal como sucursais, vêm-lhe ser aplicado o regime geral do IRC (sem transparência fiscal)”, explica José Pedroso de Melo, of counsel da TELLES.

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Silopor aumenta investimentos previstos em 220% para 1,3 milhões de euros em 2024

Ministério das Finanças aprovou revisão do orçamento da Silopor. Empresa revê em alta os investimentos previstos para este ano e vai aumentar o quadro de pessoal em 20%.

A Silopor, empresa pública em liquidação desde 2001 e que faz a gestão dos silos portuários, responsáveis pelo armazenamento de mais de metade dos cereais consumidos em Portugal, vai aumentar os investimentos em cerca de 220% este ano, para 1,3 milhões de euros. Para fazer face a problemas operacionais e de pessoal, o Governo deu ‘luz verde’ a uma revisão do plano orçamental da empresa, permitindo um aumento do quadro de pessoal de 20%.

A informação consta de uma resposta do gabinete do Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, remetida aos deputados, após ser questionado pelo PCP sobre a garantia dos direitos dos trabalhadores da empresa.

A Silopor está em liquidação há 24 anos por imposição de Bruxelas, mas a dar lucros desde 2016, e o anterior Executivo decidiu, a 29 de dezembro de 2023, renovar o mandato da comissão liquidatária da empresa até ao final da concessão (30 de junho de 2025), porque já estava em gestão, na sequência da demissão do então primeiro-ministro, António Costa.

Os trabalhadores da empresa que gere os silos da Trafaria (Almada), Beato (Lisboa) e Vale de Figueira (Santarém) têm pressionado o Ministério das Finanças para integração nos quadros de mais de 20 trabalhadores de empresas de trabalho temporário, a atualização do Acordo de Empresa para 2024 e o descongelamento das carreiras profissionais e recuperação do tempo de serviço durante os anos da Troika.

O Governo adianta agora que, através do gabinete do secretário de Estado do Tesouro e Finanças, João Silva Lopes, enquanto acionista pediu à comissão liquidatária da Silopor para preparar uma revisão do plano de atividades e orçamento da empresa para 2024. Para esse efeito, deveriam ser analisadas “obras e intervenções consideradas urgentes e inadiáveis para salvaguardar totalmente a segurança das pessoas e bens e a atividade dos terminais” e “a adequação do quadro de pessoal, tendo sempre presente as orientações do Setor Empresarial do Estado”.

Ministério das Finanças aprovou recentemente a revisão do plano de atividades e orçamento da Silopor para 2024

O Ministério das Finanças explica que aprovou recentemente a revisão desse plano, através do qual “instou a comissão liquidatária da Silopor a cumprir os requisitos legais aplicáveis à contratação dos 16 trabalhadores temporários, bem como na conversão dos cinco contratos a termo certo em contratos de trabalho sem termo“.

Segundo o ministério tutelado por Joaquim Miranda Sarmento, “como resultado do compromisso deste Governo em tentar solucionar, no mais curto espaço de tempo possível, os problemas operacionais e de pessoal que herdou, a Silopor irá, e face a 2023″ aumentar o quadro de pessoal em 20%, bem como aumentar os gastos com pessoal em 8,4%.

Finanças indicam que a Silopor irá aumentar o quadro de pessoal em 20% e os gastos com pessoal em 8,4%

As Finanças indicam ainda que a empresa irá também “aumentar os investimentos previstos para o corrente ano em cerca de 220%, ou seja, de 404.000 euros (previstos anteriormente) para 1,3 milhões de euros, estimados neste momento“, bem como “os fornecimentos e serviços externos, nos quais se enquadram as intervenções de manutenção e conservação consideradas pela CL [Comissão Liquidatária] como urgentes, em 44%“.

Com a revisão do plano, está também previsto o “aumento dos gastos com intervenções de conservação e reparação, considerados urgentes pela comissão liquidatária da empresa, e que agora ascenderão a 3,6 milhões de euros, nos quais se incluem, por exemplo, uma dragagem no Terminal da Trafaria, essencial para continuar a receber navios de maior calado”.

Para o Ministério das Finanças, “conforme foi confirmado pela comissão liquidatária da Silopor, ficarão resolvidas todas as questões pendentes de admissão/contratação de pessoal”.

Conforme foi confirmado pela comissão liquidatária da Silopor, ficarão resolvidas todas as questões pendentes de admissão/contratação de pessoal

Ministério das Finanças

O futuro da empresa continua, contudo, em aberto. Em agosto, fonte oficial do Ministério das Finanças e do Ministério das Infraestruturas afirmou em resposta às questões colocadas pelo ECO, que “o Governo está a estudar a solução mais adequada para a Silopor, procurando mitigar as condicionantes operacionais existentes, associadas às limitações relacionadas com a situação de liquidação da Silopor que se arrasta há mais de duas décadas”, mas não revelou se prefere privatizar ou manter a atividade na esfera pública, entregando-a à Administração do Porto de Lisboa (APL).

No ano passado, a empresa fechou a atividade com o melhor resultado de sempre, atingindo lucros de 5,4 milhões, segundo o relatório e contas do exercício de 2023. A Silopor foi constituída em 1986 como spinoff da Empresa Pública de Abastecimento de Cereais. Contudo, por imperativo das regras comunitárias que consideraram ilegais as ajudas públicas, o então Governo de António Guterres decretou a dissolução da entidade (Lei 188/2001), com efeitos retroativos a 19 de junho de 2000.

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Depois de Marrocos, PTC Group aponta mira à China e quer recrutar 200 pessoas

Até 2030, o grupo de Oliveira de Azeméis, presente em sete mercados, quer atingir os 7.000 colaboradores para responder às necessidades de negócio, o que exige a contratação de 1.000 pessoas por ano.

Depois de entrar em Marrocos, o português PTC Group aponta mira à China e está a reforçar a equipa. Este ano quer recrutar 200 profissionais, dos quais cerca de três dezenas para o mercado nacional. Hoje com 1.200 colaboradores em sete mercados, até 2030 quer atingir cerca de 7.000 trabalhadores a nível global. Depois de fechar o ano passado com 26 milhões de euros de faturação, aponta para um crescimento de 34% este ano.

“Até 2030, prevemos atingir um total de cerca de 7.000 colaboradores em todo o mundo. Para alcançar este objetivo, será necessário expandir a equipa em aproximadamente 1.000 pessoas por ano, o que pretendemos fazer recorrendo, também, a programas de formação. Através destes programas acreditamos que vamos encontrar talentos qualificados num mercado cada vez mais competitivo”, adianta Tiago Monteiro, fundador e CEO PTC Group, fornecedor global de serviços de engenharia, tecnologia e consultoria, com sede em Oliveira de Azeméis.

Este ano, o grupo, que tem na sua carteira de clientes o grupo automóvel Stellantis ou a Leroy Merlin, tem cerca de 200 vagas disponíveis, das quais 32 para Portugal (Porto, Vila Nova de Gaia, Aveiro, Leiria, Marinha Grande, Lisboa, Venda do Pinheiro, Oeiras). A nível global as vagas distribuem-se pelo Brasil, Argentina, Bélgica, França e México.

Alguns dos perfis procurados são QA Engineer, Backend Engineer (Algorithms), Architect/DevOps Engineer (Azure), Cloud Engineer, Java Architect, Test & Automation QA, Data Governance Analyst, Manager Process Engineering, QA Automation Engineer (Cypress and/or Playwright), UX/UI, e Analista de Produto.

Os profissionais irão juntar-se a uma equipa de mais de mil colaboradores, dos quais cerca de 100 em Portugal prestando apoio a projetos nacionais e internacionais.

“As posições são oferecidas em regime presencial, híbrido ou remoto, abrangendo diferentes níveis de experiência e especializações, com oportunidades para contratação efetiva, estágios e cargos de consultoria. As áreas de recrutamento abrangem diversos setores, tais como a banca, telecomunicações, tecnologia, indústria, entre outros“, explica o fundador do PTC Group.

Até 2030, prevemos atingir um total de cerca de 7.000 colaboradores em todo o mundo. Para alcançar este objetivo, será necessário expandir a equipa, em aproximadamente, 1.000 pessoas por ano, o que pretendemos fazer recorrendo, também, a programas de formação.

Para atrair perfis de engenharia, o grupo está a desenvolver o projeto trainee. “Trazemos engenheiros e técnicos do mercado para que internamente possamos ter formação. Depois de dois a três meses, os formandos passam a exercer funções de Júnior nos projetos do setor automóvel e de tecnologia”,

“Através deste projeto trainee, junto da PTC Academy, outra empresa que temos dentro do nosso ecossistema, estamos a tentar encontrar alternativas para responder a um mercado que está com uma dificuldade muito grande de dar resposta à grande procura por mão de obra”, continua. “Temos de dar formação às pessoas, temos que reciclar ‘pessoas’ que estão no mercado e só assim é que vai ser possível dar resposta às necessidades dos nossos clientes. Acredito que através destes programas vamos encontrar talentos qualificados”, continua.

Para complementar a estratégia de atração de talentos, o grupo está também a fazer parcerias com universidades e institutos de formação técnica. “Estas colaborações permitem-nos identificar talentos ainda em fase de formação, proporcionando estágios e projetos de pesquisa conjunta que expõem os estudantes às procuras reais do mercado automóvel e tecnológico”, justifica Tiago Monteiro.

Crescimento de 34% na faturação

Depois de, no ano passado, o grupo ter fechado com um volume de negócios de 26 milhões de euros, para este ano estima um crescimento na casa dos dois dígitos na faturação.

“A nossa previsão é de um crescimento de 34% para 2024, e a estratégia que nos guiará envolve a expansão para novos mercados e o fortalecimento das nossas capacidades internas”, aponta Tiago Monteiro.

“Recentemente expandimos para Marrocos, o que faz parte da nossa estratégia global de crescimento. Continuaremos a explorar oportunidades de expansão geográficas, possivelmente na Ásia (China), que possam fortalecer a nossa oferta e a nossa posição no mercado”, aponta.

Hoje o grupo já está presente em sete mercados — além de Portugal, Brasil, Espanha, México, Estados Unidos, Marrocos e China, onde têm escritório e querem acelerar o negócio — sendo o “principal foco” nesta fase “consolidar o crescimento”.

Recentemente expandimos para Marrocos, o que faz parte da nossa estratégia global de crescimento. Continuaremos a explorar oportunidades de expansão geográficas, possivelmente na Ásia (China), que possam fortalecer a nossa oferta e a nossa posição no mercado.

“Embora os novos mercados estejam sempre na nossa mira estratégica, acreditamos que maximizar o potencial das regiões onde já temos uma base estabelecida é a melhor abordagem para sustentar o crescimento a longo prazo. Isso inclui investir nos nossos hubs de engenharia, recrutamento e TI, além de expandir a oferta de serviços e formar equipas ainda mais robustas para dar resposta à crescente procura nesses territórios”, ressalva o CEO do grupo português.

Entre os serviços prestados pelo grupo, as áreas que têm tido “maior procura” são a engenharia automóvel, especialmente relacionada ao design e a consultoria especializada em processos de digitalização e transformação tecnológica”, indica o responsável.

Só no grupo automóvel dono das marcas Fiat e Peugeot, o PT Group tem cerca de 500 engenheiros dedicados — “o nosso expertise vai desde o design, conceção e industrialização de veículos completos.”

“Embora tenhamos registado um sucesso e crescimento expressivo, os desafios no setor automóvel são diversos. O aumento das exigências regulatórias para veículos elétricos e as ações relacionadas à sustentabilidade são apenas algumas das dificuldades enfrentadas. Esses fatores exigem uma adaptação constante dos nossos processos e a reavaliação contínua das nossas estratégias”, diz quando questionado sobre o impacto do atual momento do setor automóvel na operação.

“O setor de TI, voltado para soluções de ERP (Enterprise Resource Plannig) e gestão integrada, também tem sido um foco crescente”, ao nível de procura adianta.

A expansão para mercados como China e México aponta para um crescimento na procura de recrutamento especializado e serviços de suporte técnico local, alinhados às especificidades de cada mercado. A tecnologia relacionada à automação e inteligência artificial também é uma área que prevemos aumento de procura, à medida que mais indústrias adotam essas soluções”, diz.

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Mário Ferreira e Carlos Martins financiam autocarros chineses que estão a “limpar” concursos

Criada por engenheiros do Porto que convenceram os líderes da Pluris e Martifer a tornarem-se sócios, a Energia Fundamental "carrega" a Zhongtong e já destronou a Mercedes nos autocarros em Portugal.

Na lista de vencedores dos concursos públicos para o fornecimento de autocarros elétricos para o transporte urbano de passageiros e respetiva infraestrutura de carregamento há um nome que se tem repetido: Energia Fundamental. Mas, afinal, quem financia e quem manda nesta empresa do Porto, que entrou no mercado em plena pandemia com uma “pedrada” de autocarros chineses para a STCP e que no ano passado matriculou 209 veículos, com uma quota de 54% no segmento elétrico?

Em 2018, uma década após criarem uma empresa de instalação elétrica (BLB – Bilobite Engenharia) que se tornou fornecedor de iluminação LED para a EDP e já entrara nos painéis solares, vendo que esse mercado ia “saturar”, Ricardo Guimarães e Mário Ribeiro pensaram em alternativas na área da mobilidade. Juntaram-se a Pedro Figueiral, ex-gestor de energia da Glintt, e “[foram] parar aos autocarros elétricos”. Com o topo da tecnologia na Ásia — “estão cinco ou seis gerações à frente da Europa na mobilidade elétrica” –, contactaram três empresas chinesas e no verão de 2019 fecharam a representação da Zhongtong em Portugal.

“A estratégia era entrar no mercado com uma ‘pedrada’. Este mercado é muito fechado, com poucas empresas clientes e fornecedoras a nível nacional, e tínhamos o estigma de representar uma marca chinesa. Em 2020 estava a sair o caderno de encargos da STCP e ganhámos esses cinco autocarros. Tinha de ser STCP ou Carris porque são as mais difíceis: concurso público, cliente experiente, com especificações muito detalhadas. A partir daí já começaram a atender-nos o telefone. Apostámos tudo nesse primeiro contrato, de perto de dois milhões de euros. Mas o importante não era o valor, mas ‘fazer a pedrada’”, recorda Ricardo Guimarães.

Ricardo Guimarães, sócio gerente da Energia Fundamental, em entrevista ao ECO - 27MAI24
Ricardo Guimarães, sócio gerente da Energia FundamentalRicardo Castelo/ECO

Seguiram-se vários outros clientes com operações de transporte de norte a sul do país, como a Frota Azul, Sandbus e Translagos (grupo Barraqueiro), Alsa Todi, Metro Mondego, Carris ou Transportes Urbanos de Braga (TUB). Até agora, contabilizando já os 35 para a operação de metrobus na região de Coimbra, que serão todos entregues este ano, já vendeu 265 veículos em Portugal. Em 2023, a Zhongtong matriculou 209 autocarros, destronando a histórica Mercedes-Benz (198) e ficando também à frente de marcas como Iveco, MAN, Caetano ou Volvo. E se a análise for afunilada aos elétricos citadinos, a quota desta construtora chinesa sobe de 22% para 54%.

O gestor de 44 anos, engenheiro eletrotécnico formado na Universidade do Porto (FEUP), garante que “não é só pelo preço que [está] a ganhar os contratos públicos”. Nos veículos para a Metro Mondego nem foi a proposta mais barata. “Maximizamos as questões técnicas e equilibramos o preço. E depois temos competências na área da engenharia e da contratação pública. Outros fabricantes asiáticos tentam vir sozinhos, mas esbarram totalmente na contratação pública europeia”, explica. Internamente, a Energia Fundamental tem apenas seis pessoas e prefere trabalhar com uma rede de subcontratados, como acontece na preparação da entrega dos veículos.

Financiadores abrem a “torneira”

Quando partiram “para esta aventura dos autocarros”, os sócios da BLB usaram uma empresa que tinham criado anos antes para separar os trabalhos de consultoria dos trabalhos de execução para um projeto com a Iberdrola. Tinha alguns contratos plurianuais de auditorias “lá agarrados” e uma faturação residual, mas como não tinha dívidas, estava limpa do ponto de vista bancário e tinha contas positivas, aproveitaram essa sociedade e fizeram um aumento de capital com verbas próprias para poder ganhar o primeiro contrato.

No entanto, donos de uma “pequena empresa elétrica” e numa fase da Covid em que os bancos estavam a “fechar brutamente a torneira”, nem com o contrato da STCP como garantia conseguiram o apoio da Caixa Geral de Depósitos. “Recusaram liminarmente o empréstimo. Não estávamos à espera. (…) A BLB não tinha esse arcaboiço para projetos individuais e precisávamos do dinheiro para comprar os autocarros. Fomos atrás de investimento e batemos a várias portas”, relata Ricardo Guimarães.

Entrada de Mário Ferreira e Carlos Martins como investidores permitiu-nos ter dinheiro fresco com alguma rapidez, mas sobretudo ter alavancagem bancária. Aí abriram-se as portas [dos bancos]. De outra forma não teríamos conseguido.

Ricardo Guimarães

Sócio-gerente da Energia Fundamental

Foi então que apareceram como investidores no projeto a Pluris Investments, de Mário Ferreira (que também é acionista do ECO), e a Black and Blue Investments, holding familiar controlada por Carlos Martins — entretanto, a participação passou para a sociedade que o chairman da Martifer detém ligada à energia (Enable Energy). A negociação aconteceu na reta final de 2020, com os dois conhecidos empresários a ficarem com 37,5% cada um.

“Isso permitiu-nos ter dinheiro fresco com alguma rapidez, mas sobretudo ter alavancagem bancária. Aí abriram-se as portas [dos bancos]. De outra forma não teríamos conseguido”, indica o gestor da BLB, que mantém 20% do capital e tem também como sócio (5%) Sérgio Mota, ex-colaborador da gaiense Irmãos Mota, construtora de carroçarias para o transporte pesado de passageiros.

Ricardo Guimarães, sócio gerente da Energia Fundamental, em entrevista ao ECO - 27MAI24
Ricardo Guimarães, sócio-gerente da Energia Fundamental, em entrevista ao ECORicardo Castelo/ECO

A gerência da empresa está entregue a Ricardo Guimarães e a Sérgio Mota, mas “os acionistas envolvem-se muito”, destaca o porta-voz. “Estamos a falar de muito dinheiro. As pessoas têm de avalizar e é bom que saibam e que concordem [com as decisões]. Acabamos por ter quase um conselho de administração informal com reuniões regulares para estarem a par do projeto e darem as suas opiniões e a sua ajuda. Por exemplo, a direção financeira está na responsabilidade de Bruno Marques, que é da estrutura do Eng.º. Carlos Martins. Aproveitamos essa sinergia e são eles que tratam com os bancos. Normalmente as coisas só me chegam para assinar”, expõe.

Teste português e “roda” em Espanha

De 4,5 milhões de euros em 2022, a faturação disparou para quase 80 milhões no ano passado. “Foi uma loucura. Entregámos uma brutalidade de autocarros. Ainda por cima caiu tudo ao mesmo tempo: os subsídios [para a renovação de frotas] e as empresas a precisarem dos veículos para mostrar ao cliente”, frisa o sócio-gerente. Se 2023 foi um ano de execução, este está a ser de “preparação para 2025”, uma vez que “o mercado todo anda ao sabor do timing do lançamento dos subsídios”.

A primeira fase do projeto passa por “estabilizar o negócio” no mercado português, onde a chinesa Zhongtong, que tem agora também uma parceria com uma empresa da Lituânia para o leste europeu, viu uma oportunidade de entrar na Europa com menos riscos. “Portugal é um mercado controlado, periférico e pequeno. Se se estampassem com o parceiro português era diferente de se estamparem na Alemanha ou França, com a projeção [negativa] para a marca”, sustenta o representante português.

Na mira, avança o sócio-gerente da Energia Fundamental, está já a expansão para outros países europeus. “Estamos a trabalhar com eles [Zhongtong] sobretudo Espanha, até porque já temos um cliente espanhol [Alsa] para quem vendemos autocarros para a operação em Portugal. Mas é um primeiro passo para depois ir com eles” para outras geografias, projeta Ricardo Guimarães.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 26 Setembro 2024

Esta quinta-feira, Pedro Nuno reúne com bastonária dos advogados e decorre a audição ao ministro da Educação. INE apresenta evolução das rendas, e o BdP do crédito. Ibersol apresenta resultados.

Depois de exigir a demissão de secretária de Estado da Justiça, a bastonária da Ordem dos Advogados reúne-se com Pedro Nuno Santos. Isto no mesmo dia em que decorre uma audição parlamentar com o ministro da Educação, Fernando Alexandre, e em que o INE divulga novos dados sobre a evolução das rendas em Portugal. Banco de Portugal revela dados sobre os créditos concedidos em agosto e a Ibersol apresenta resultados.

Bastonária dos Advogados pressiona líder da oposição

O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, vai reunir-se com a bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeira Pinheiro. O encontrou acontece poucas horas após exigir a demissão da secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo. Em causa está uma alteração que permite a tribunais e Ministério Público nomearem advogados oficiosos em caso de falhas nas escalas.

Como evoluem as rendas em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar estatísticas relativas às rendas de habitação ao nível local no período do segundo trimestre do ano. Nos primeiros três meses do ano, o valor mediado dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares aumentou, em termos homólogos, 10,5% para 7,46 euros o metro quadrado (m2). Ainda assim, um decréscimo de 3,2% relativamente aos quatro trimestres do ano passado. Os senhorios vão poder aumentar até 2,16% as rendas no próximo ano, já a partir de 1 de janeiro de 2025.

E quanto emprestaram os bancos em agosto?

O Banco de Portugal (BdP) revela as estatísticas dos novos empréstimos e depósitos bancários relativas a agosto deste ano. Os dados anteriores mostraram que a concessão de crédito ao consumo subiu 6,6% em julho face ao mesmo mês em 2023 – o maior crescimento em mais de quatro anos. Já o stock de empréstimos concedidos às empresas cresceu 0,2% no mesmo mês de referência – foi a primeira variação anual positiva desde dezembro de 2022.

Ibersol apresenta resultados financeiros

A Ibersol SGPS vai apresentar os resultados financeiros do primeiro semestre do ano, já depois do encerramento das bolsas. A empresa que explora as cadeiras de restauração Pizza Hut e KFC, entre outras, registou 900 mil euros de prejuízos no primeiro trimestre deste ano, face aos lucros de 200 mil euros registados no período homologo.

Ministro da Educação explica colocação de professores

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, vai ser ouvido na comissão parlamentar da Educação, a requerimento do Chega, para prestar esclarecimentos sobre “irregularidades na colação de professores no âmbito do concurso interno e externo”. Em particular, o partido liderado por André Ventura fala num excesso de vagas disponibilizadas que resultou em situações onde professores foram colocados em agrupamentos sem componente letiva, ou seja, sem horários atribuídos, apesar de terem sido alocados a vagas que teoricamente estavam disponíveis.

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Iniciativas que premeiam os idosos face ao preconceito de idade

  • Servimedia
  • 26 Setembro 2024

De acordo com a OMS, uma em cada duas pessoas no mundo tem atitudes preconceituosas em relação aos idosos e, na Europa, cerca de 40% dos cidadãos reconhecem que os idosos são discriminados.

Por ocasião do Dia Internacional das Pessoas Idosas, que se comemora a 1 de outubro, e num futuro próximo, várias organizações estão a premiar o valor das pessoas idosas e a destacar os esforços de instituições, empresas e profissionais que contribuem para o seu bem-estar e combatem o envelhecimento.

Os Prémios PMP-Dia Internacional das Pessoas Idosas são uma iniciativa da Plataforma para as Pessoas Idosas e Reformadas (PMP). Têm como objetivo reconhecer o trabalho de indivíduos, organizações ou entidades que trabalham para melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas e dos reformados. A primeira edição dos Prémios PMP terá lugar no dia 30 de setembro no Salão de Assembleias da sede da Fundação ONCE em Madrid.

Nos próximos dias, 30 residências DomusVi de diferentes partes de Espanha apresentarão os prémios “Ser Mayor tiene premio”, uma campanha para reivindicar o valor e a contribuição social dos idosos. Estes prémios prestam homenagem às pessoas mais longevas das residências, às carreiras de vida e/ou profissionais, ao trabalho de entidades e pessoas do setor e à experiência dos colaboradores mais seniores.

Os Prémios Fundação Edad&Vida reconhecem projetos e iniciativas que promovem o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos. Incluem categorias como a investigação científica, a inovação empresarial e as políticas sociais centradas no envelhecimento ativo e saudável.

A nível institucional, os Prémios Andaluzia Seniores Ativos, promovidos pelo Governo Regional da Andaluzia, destacam o papel ativo dos idosos na sociedade e a sua contribuição em diferentes áreas, como o voluntariado, a ciência ou a cultura. Os Prémios Princesa das Astúrias (Concordia), embora não estejam diretamente ligados ao dia 1 de outubro, reconhecem as organizações que trabalham para os idosos.

 

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Fintech francesa Qonto entra em Portugal com solução para PME e freelancers

Fintech francesa conta com uma equipa de 1.600 pessoas, de 78 nacionalidades, distribuídas por cinco países. Bélgica, Áustria e Países Baixos são novos mercados de entrada.

Alexandre Prot e Steve Anavi, fundadores da Qonto

A francesa Qonto prepara-se para entrar em Portugal no âmbito do seu plano de expansão europeu. A partir de 1 de outubro, as PME e os freelancers nacionais podem aceder à solução financeira empresarial da fintech que, além de Portugal, entra igualmente na Bélgica, Áustria e Países Baixos. “Pretendemos tornar-nos a solução financeira empresarial preferida de 1 milhão de clientes em toda a Europa até 2026”, avança Alexandre Prot, cofundador e CEO da fintech, em declarações ao ECO.

“Para a Qonto, é um passo importante lançar-se em Portugal porque a economia é essencialmente impulsionada pelas PME. Ao mesmo tempo, as empresas portuguesas carecem de soluções financeiras abrangentes adaptadas às suas operações diárias, apesar da rápida evolução digital no setor de serviços bancários”, considera Alexandre Prot.

“Com o elevado crescimento das PME e um forte espírito empreendedor, existe uma clara procura por serviços bancários comerciais convenientes e económicos. Isso apresenta à Qonto a oportunidade de fornecer uma solução financeira completa que simplifica as operações bancárias para PME e freelancers portugueses, particularmente sensíveis às taxas e que preferem, cada vez mais, plataformas móveis e online“, justifica o cofundador da fintech francesa, com Steve Anavi.

Fundada em 2017 em França, a startup tem vindo a aumentar a sua presença geográfica com a entrada em Espanha (2019), Alemanha (2020) e Itália (2023). Mercados que, adianta a empresa, têm registado desde o seu arranque uma taxa de crescimento anual composta de clientes de 86% e uma taxa anual composta de receitas de 138%. Com esta recente expansão, a Qonto duplica — de quatro para oito — o número de mercados e o seu potencial target de clientes de 12,8 milhões de PME para 17,4 milhões.

“A Qonto é uma empresa europeia desde o primeiro dia. Quando lançámos em França em 2017, já lançamos as bases para construir uma empresa que poderia integrar e atender perfeitamente mercados em toda a UE”, diz Alexandre Prot. A fintech tem uma licença de instituição de pagamento da autoridade de supervisão francesa ACPR (Autoridade de Controlo Prudencial e de Resolução), destaca.

A Qonto atende 500.000 empresas europeias de um total de 12 milhões de PME e freelancers nos nossos quatro principais mercados e construiu uma equipe de mais de 1.600 pessoas em cinco escritórios. Por isso, acreditamos que hoje é o momento certo para trazermos a nossa experiência em novos mercados europeus, incluindo Portugal, e dar resposta às necessidades das PME e freelancers nesses países.

Alexandre Prot

Cofundador e CEO da Qonto

“Iniciámos a nossa expansão internacional em 2019, expandindo para Itália e Espanha, e depois para a Alemanha em 2020 a partir da nossa sede em Paris. Para fortalecer nossa presença local, abrimos escritórios em cada país em 2021. A Qonto teve um forte crescimento orgânico, antes de nossa primeira aquisição bem-sucedida com a principal solução financeira digital alemã, a Penta, em 2022″, afirma o CEO.

“Hoje, a Qonto atende 500.000 empresas europeias de um total de 12 milhões de PME e freelancers nos nossos quatro principais mercados e construiu uma equipe de mais de 1.600 pessoas em cinco escritórios. Por isso, acreditamos que hoje é o momento certo para trazermos a nossa experiência em novos mercados europeus, incluindo Portugal, e dar resposta às necessidades das PME e freelancers nesses países”, refere.

A fintech avança para Portugal visando uma fatia de um target de 1,2 milhões de PME e trabalhadores independentes e um valor de mercado que estima de 625 milhões de euros. Mas quando questionado sobre os objetivos de angariação de clientes em Portugal ou receitas, o CEO não avança valores. “O nosso objetivo é fornecer às empresas portuguesas a solução de financeira empresarial de que precisam para se concentrarem no que realmente importa. Entraremos em Portugal com a ambição de melhorar continuamente para melhor atender às suas necessidades locais específicas”, diz apenas.

Olhando para todos os mercados, a fintech, que já serve meio milhão de clientes quer tornar-se a “a solução financeira empresarial preferida de 1 milhão de clientes em toda a Europa até 2026.”

O que oferece?

Das dificuldades surgem ideias de negócio e foi isso que está na origem da criação da fintech. “A Qonto oferece uma solução financeira empresarial personalizada que se destaca no mercado por abordar as necessidades específicas de PME e freelancers. A ideia nasceu com meu cofundador Steve Anavi, como éramos empreendedores e experienciamos as dificuldades do business banking. Trabalhamos para criar a solução que sonhávamos como empreendedores e lançamos o Qonto”, descreve o CEO.

Os clientes têm uma conta empresarial que engloba “serviços bancários empresariais, incluindo cartões, contas e transferências e ferramentas financeiras, incluindo faturas, escrita contabilística, e muito mais”, descreve. “A nossa oferta de contabilidade foi ainda mais fortalecida com a nossa recente aquisição da empresa de contabilidade francesa Regate no início deste ano”, indica. A compra da Regate, startu que em setembro de 2022 levantou 20 milhões de euros numa ronda de série A, foi conhecida em março.

Escritório local?

Para já, não há planos de abertura de escritório local. “Já tivemos experiência de lançamentos em novos mercados europeus e, historicamente, começamos com nossas equipas centralizadas executando o lançamento, depois abrimos escritórios locais dedicados, recrutamos mais pessoas localmente, localizamos os produtos e construímos parcerias locais”, descreve o CEO.

Nas próximas semanas e meses, avaliaremos o sucesso do nosso lançamento em Portugal e definir as necessidades de uma equipe local dedicada e focada para melhor apoiar nossos clientes portugueses. Esta equipa pode começar a operar remotamente antes de estar fisicamente localizada no país.

Alexandre Prot

Cofundador e CEO da Qonto

“Para esta primeira fase de implementação, temos equipas em todos os escritórios trabalhando juntas para fazer isso acontecer”, diz.

Nas próximas semanas e meses, avaliaremos o sucesso do nosso lançamento em Portugal e definir as necessidades de uma equipe local dedicada e focada para melhor apoiar nossos clientes portugueses. Esta equipa pode começar a operar remotamente antes de estar fisicamente localizada no país”, diz ainda sem precisar datas.

“Embora não tenhamos planos específicos para abrir um escritório local em Portugal no momento, estamos comprometidos em adaptar nossa estratégia em 2025 para atender às necessidades da nossa crescente comunidade”, ressalva.

Hoje a startup conta com uma equipa de 1.600 pessoas, de 78 nacionalidades, distribuídas por cinco países. “Continuamos a contratar para várias funções em muitos dos nossos departamentos e escritórios”, diz o gestor.

“O nosso modelo de trabalho flexível oferece opções totalmente remotas e híbridas, com contratos na Europa para atrair os melhores talentos. Valorizamos a presença física e a colaboração realizando eventos regulares da equipa e da empresa no país contratual de cada membro.”

Desde a sua criação, a Qonto angariou 622 milhões de euros junto de investidores.

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