Zelensky demite chefe da Força Aérea após queda de caça F-16

  • Lusa
  • 30 Agosto 2024

Um caça F-16 ucraniano despenhou-se na segunda-feira e o piloto morreu, poucas semanas após vários destes aviões de combate terem chegado à Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou esta sexta-feira a demissão do comandante da Força Aérea, Mykola Olegchchuk, um dia após a revelação da queda de um caça norte-americano F-16 entregue a Kiev. “Decidi substituir o comandante da Força Aérea das Forças Armadas Ucranianas”, disse Zelensky na rede Telegram, após a publicação do decreto da demissão no ‘site’ da presidência.

Um caça F-16 ucraniano despenhou-se na segunda-feira e o piloto morreu, poucas semanas após vários destes aviões de combate terem chegado à Ucrânia, segundo o comando militar de Kiev em comunicado divulgado três dias depois.

As circunstâncias da queda do aparelho não foram especificadas pelo Estado-Maior das Forças Armadas, que indicou que aviões F-16 foram utilizados para repelir ataques de mísseis da Rússia.

Os caças demonstraram a sua “alta eficiência” e abateram quatro mísseis de cruzeiro inimigos, segundo a nota publicada nas redes sociais. “Ao aproximar-se do alvo seguinte, o contacto com uma das aeronaves foi perdido. Mais tarde descobriu-se que o avião caiu e o piloto morreu”, descreveu ainda. Para esclarecer as causas do incidente, foi criada uma comissão especial.

A Força Aérea Ucraniana, por sua vez, identificou o piloto como o tenente-coronel Oleksí Mes e destacou que “morreu a defender o seu país” e “salvou os ucranianos dos mortais mísseis russos”. De acordo com o Wall Street Journal, que cita um responsável norte-americano sob anonimato, a queda da aeronave foi resultado de um erro do piloto e não de fogo inimigo.

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Comissão Europeia em vias de ser dominada por homens, mas não será a mais desequilibrada

Ao gabinete de von der Leyen, em Berlaymont, chegaram 27 nomes de candidatos a comissários. Destes, apenas seis são de mulheres, um deles Maria Luís Albuquerque.

Estão entregues (quase) todos os nomes dos candidatos a comissários europeus. Falta apenas a Bélgica, mas tudo indica que o nome em cima da mesa será o de um homem.

Depois de a maioria dos Estados-membros ter rejeitado o pedido de von der Leyen de submeter dois nomes – só a Bulgária apresentou um homem e uma mulher –, o futuro executivo comunitário está em vias de ser dominado por homens. Algo que, na realidade, não seria muito diferente dos anteriores executivos em funções. Na verdade, nem seria o mais desequilibrado da história.

As primeiras mulheres comissárias só apareceram em 1989 com a segunda Comissão de Jacques Delors (1989-1992): Christiane Scrivener (França) e Vasso Papandreou (Grécia) entre 15 homens, um deles, António Cardoso e Cunha, o primeiro comissário português. Depois disso, a representatividade feminina no executivo comunitário foi aumentando progressivamente, mas só o primeiro elenco governativo de von der Leyen, (2019-2024) conseguiu alcançar um número tão alto de personalidades femininas: 13 mulheres (uma delas Elisa Ferreira) e 14 homens.

Agora numa segunda ronda, a presidente reeleita e primeira mulher a chegar ao cargo de topo em Bruxelas, viu essa conquista a desvanecer-se progressivamente ao longo do mês de agosto. Além de os 25 Estados-membros restantes se terem recusado a submeter dois nomes, a maioria dos países colocou na corrida figuras masculinas ignorando o desejo de ser formada uma comissão paritária. Ao gabinete de von der Leyen, em Berlaymont, chegaram os nomes de seis candidatas mulheres (excluindo a própria presidente e a chefe para a diplomacia, Kaja Kallas que embora tenha sido formalmente indicada pelo Conselho Europeu, em junho, terá ainda de passar pelo crivo do Parlamento Europeu) e de 19 homens.

Mas olhando para trás, o número de mulheres que consta desta proposta para o próximo elenco governativo não fica muito longe de executivos anteriores.

Depois do executivo de 1989, Delors, que voltou a ser reeleito para um terceiro mandato, não fez a mesma proeza e voltou a ter um executivo composto apenas por homens (1993-1994). No mandato seguinte (1995-1999), foi a vez do luxemburguês Jacques Santer escolher quatro mulheresEmma Bonino (Itália), Ritt Bjerregaard (Dinamarca), Anita Gradin (Suécia) e Monika Wulf-Mathies (Alemanha) – para integrar a sua equipa composta por 20 pessoas, da qual fazia parte João de Deus Pinheiro.

Quando o italiano Romano Prodi tomou posse como presidente da Comissão Europeia, em 1999, o seu mandato só terminou em 2004. António Vitorino fazia parte do executivo, que contava com a presença de cinco mulheres: Loyola de Palacio, Viviane Reding, Margot Wallström, Anna Diamantopoulou, Michaele Schreyer.

Depois, chegou a vez de Durão Barroso, o primeiro português a chegar à presidência da Comissão Europeia, e, para já, o único que correu o risco de ver a sua proposta de executivo chumbada pelo Parlamento Europeu.

Reformulado o elenco governativo, o colégio de comissários (2004-2009) foi aprovado. Tratava-se de um executivo formado por 10 mulheres (duas delas foram substituídas por homens) e 18 homens (cinco foram substituídos, um deles por uma mulher). No segundo mandato à frente da Comissão Europeia (2010-2014), Durão Barroso contava com 28 comissários, desses sete eram mulheres. A partir daí houve uma alteração das regras.

A 22 de maio de 2013, o Conselho Europeu decidiu que a Comissão deve ser é composta por um número de membros igual ao número de Estados-membros, de modo a que cada um deles tivesse o direito de nomear um membro da Comissão, algo que até então não era o caso. Neste elenco, inclui-se já o Presidente e o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política Externa.

Esta alteração dos tratados entrou em vigor a tempo da entrada em funções da comissão de Jean Claude Juncker. O luxemburguês contava com sete mulheres na equipa, sendo que do total de 27 comissários (um deles Carlos Moedas, comissário para a Inovação e Tecnologia), quatro não chegaram até ao fim do mandato (dois deles mulheres).

Agora, o novo executivo comunitário poderá contar com oito comissárias, a menos que a Bélgica decida surpreender a colocar na corrida também uma mulher. Para além de von der Leyen e de Kaja Kallas, foram colocadas na corrida Dubravka Šuica (Croácia); Ekaterina Zaharieva (Bulgária); Henna Virkkunen (Finlândia); Teresa Ribera (Espanha), Jessika Roswall (Suécia) e Maria Luís Albuquerque, por Portugal.

Nova comissão ainda não é garantida

Dos 28 nomes propostos pelos Estados-membros para integrar o próximo colégio de comissários, não é certo que todos sejam aceites por Ursula von der Leyen. O processo está a ser negociado diretamente entre a presidente da Comissão Europeia e os chefes de Governo, conforme as pastas que quererá criar na próxima legislatura, o peso político e, claro, o equilíbrio de géneros. É expectável que a composição oficial seja proposta no Parlamento Europeu já em setembro.

Depois disso, segue-se um processo rigoroso que promete escrutinar o currículo e competências de cada um dos candidatos, que deverá decorrer entre setembro e outubro. Será nesta fase que muitos se arriscam a ficar pelo caminho, tal como já aconteceu em mandatos anteriores. Mas antes das audições em Estrasburgo, será ainda feita uma avaliação da idoneidade pela Comissão dos Assuntos Jurídicos (JÚRI) aos aspirantes a comissários que terão de responder por escrito a questões gerais e também já específicas das comissões competentes.

Respondido o questionário, cada candidato a Comissário é submetido a audições no Parlamento Europeu, especificamente nas comissões parlamentares que correspondem à sua área de responsabilidade. Durante estas audições, os comissários são questionados sobre a sua competência, experiência e visão para a pasta que lhes foi atribuída.

Findas as audições, as comissões parlamentares emitem então uma recomendação sobre a adequação de cada Comissário para o seu cargo. Se um candidato não for considerado adequado, o Parlamento pode pedir que seja substituído, ou que a pasta atribuída seja alterada.

Caso não haja chumbos, o novo colégio é depois votado em bloco no hemiciclo, em Estrasburgo e posteriormente pelo Conselho Europeu.

A expectativa é de que a nova Comissão entre em funções a 1 de novembro, tal como está previsto nos tratados. No entanto, não se exclui que sejam substituídos alguns candidatos durante o decorrer do processo, estando por isso, também, em cima da mesa a hipótese de o executivo só tomar posse a 1 de dezembro.

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Governo rejeita gratuitidade do serviço da Lusa

  • Lusa
  • 30 Agosto 2024

"Não defendemos a gratuitidade dos serviços da Lusa (...) Gratuitidade não, evidentemente criar melhores condições e tentar reduzir custos para os órgãos de comunicação social", disse o ministro.

O ministro dos Assuntos Parlamentares afirmou esta sexta-feira que o Governo não defende a gratuitidade do serviço da Lusa, mas está a trabalhar com o conselho de administração da agência para reduzir custos para os órgãos de comunicação social.

Pedro Duarte falava num painel sob o tema “Crise nos Media: o Estado deve intervir?” na Universidade de Verão do PSD, iniciativa de formação política de jovens que decorre até domingo em Castelo de Vide “Portalegre), moderado pelo jornalista e diretor do Eco, António Costa. “Não defendemos a gratuitidade dos serviços da Lusa (…) Gratuitidade não, evidentemente criar melhores condições e tentar reduzir custos para os órgãos de comunicação social, acho que vamos caminhar nesse sentido”, afirmou o ministro, que tutela a comunicação social.

Em 31 de julho, o Estado comprou 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, passando a deter 95,86% do capital da agência de notícias portuguesa. Pedro Duarte disse que o Governo está a trabalhar com o conselho de administração da agência de notícias Lusa para encontrar “preços especiais, descontos” para todos os órgãos de comunicação social “com particular ênfase para a comunicação social local e regional”.

O ministro admitiu que o atual Governo tem, neste ponto, uma visão diferente do anterior executivo do PS, que defendia essa gratuitidade, por considerar que tal teria “alguns problemas associados”.

“Não podemos nunca criar uma lógica de que há uma visão apenas, uma abordagem do acontecimento. Há um risco de, se distribuirmos de repente o serviço da Lusa gratuitamente, aquele ser o único prisma em que é olhado”, disse, acrescentando que o Governo recebeu alertas de representantes de jornalistas de que esta gratuitidade poderia ter como consequências despedimentos noutros meios.

Na fase das perguntas, vários jovens que participam na Universidade de Verão do PSD questionaram o Governo sobre a o reforço da sua presença na Lusa, nomeadamente como pretende assegurar a independência editorial da agência de notícias.

“Também aí vamos fazer a curto prazo algumas alterações para podermos reforçar essa independência. Neste momento, o Governo nomeia o conselho de administração diretamente e este escolhe as direções. Vamos tentar encontrar uns ‘layers’ [camadas] intermédios que reforcem essa independência, a última coisa que o Governo quer é interferir no funcionamento editorial dos órgãos”, afirmou, dizendo não poder adiantar, para já, mais detalhes.

O ministro, que defendeu que o Estado deve ter um papel perante a crise dos media que considerou estrutural, afastou do plano de ação para o setor que o executivo está a preparar um modelo de apoios diretos, como aconteceu com o anterior executivo no tempo da pandemia. “O plano de ação para os media vai ter essa linha vermelha, não vai ter nunca apoios diretos como aconteceu há uns anos”, assegurou.

Do lado contrário à intervenção do Estado no setor da comunicação social, o jornalista António Costa defendeu que a RTP deveria deixar de ter receita publicitária privada, um repto que não teve resposta direta, mas com o ministro a questionar se haverá condições para aumentar o financiamento anual via Orçamento do Estado.

Pedro Duarte disse estar a preparar “uma revolução tranquila” com o conselho da administração da RTP para promover a sua modernização tecnológica e deixou uma pista. “Temos de garantir muita qualidade na informação, não se justifica os portugueses pagarem 190 milhões de euros por ano para, perdoem-me a expressão, dar concursos ao final da tarde”, disse.

Ainda sobre o reforço da posição do Estado na Lusa, o ministro Pedro Duarte rejeitou a visão do jornalista António Costa de que se trataria de uma “subsidiação encapotada” do grupo Global Media.

“Não foi uma subsidiação de maneira nenhuma (…) Este foi um gesto para purificar – é um pouco excessiva a palavra – a Lusa no sentido de estar liberta de alguns constrangimentos de ter agentes de mercado que faziam parte da estrutura acionista da Lusa condicionando-a. Nós queremos mudar o contrato de serviço público da Lusa, modernizando-a trazendo-o a este tempo, e os estatutos permitiam a esse acionista bloquear esse novo contrato de serviço público, agora já o podemos fazer”, explicou.

(Notícia atualizada às 19h55 com mais informação)

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Haitong Bank lança oferta de compra de obrigações de até 230 milhões

  • Lusa
  • 30 Agosto 2024

A operação, de até 230 milhões de euros, é "dirigida exclusivamente a investidores qualificados e decorrerá entre 02 de setembro de 2024 e 13 de setembro de 2024".

O Haitong Bank lançou uma oferta de compra de obrigações com prazo de vencimento em 8 de fevereiro de 2025 de até 230 milhões de euros, segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“O Haitong Bank, S.A. informa que, na prossecução da sua estratégia financeira, para otimizar liquidez e margem, procedeu hoje ao lançamento de uma oferta particular de compra (a “Oferta”), até ao valor nominal global máximo de Euro230.000.000” de obrigações emitidas a 08 de fevereiro de 2022, e “com data de vencimento a 08 de fevereiro de 2025”, lê-se na mesma nota divulgada.

A instituição detalha ainda que esta operação é “dirigida exclusivamente a investidores qualificados e decorrerá entre 02 de setembro de 2024 e 13 de setembro de 2024”.

“Em caso de válida aceitação das respetivas ordens no âmbito da Oferta, os titulares das Obrigações terão direito, por cada Obrigação, a receber o respetivo valor de capital em dívida e os juros corridos entre o primeiro dia do período de juros em curso e a data de liquidação da Oferta”, acrescenta.

O Haitong Bank teve lucros de 5,1 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma subida de 12,4% face ao período homólogo.

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Companhia aérea de Neeleman tenta evitar falência

A brasileira Azul está a estudar opções para fugir a um pedido de proteção de credores, incluindo uma reestruturação da dívida. Companhia aérea é credora da TAP SGPS.

A Azul, companhia fundada por David Neeleman, antigo acionista da TAP, está a avaliar opções para fazer face ao pagamento da dívida e evitar um pedido de proteção de credores, incluindo uma fusão com a Gol. Ações desvalorizam 70% desde o início do ano.

Entre as hipóteses que estão a ser consideradas pela empresa, está uma emissão equivalente a 800 milhões de dólares garantida pela unidade de transporte de carga aérea, segundo avançou na quarta-feira a agência Bloomberg. O plano poderá também passar pela conversão em capital de uma dívida de 600 milhões de euros a seis empresas de leasing de aeronaves ou uma fusão com a brasileira Gol, também em dificuldades, tendo contratado o City para avaliar uma operação.

Ainda de acordo com a agência, outra possibilidade seria avançar para um pedido de proteção de credores, que a gestão rejeita, no entanto, estar em cima da mesa. O CEO, John Rodgerson, afirmou em entrevista à Reuters que a companhia está financeiramente saudável e em “negociações amigáveis” com os seus credores.

A notícia da Bloomberg fez despenhar a cotação das ações da Azul. As perdas de 24% elevaram para cerca de 70% a desvalorização dos títulos desde o início do ano, que não recuperaram da queda mesmo depois das declarações de Rodgerson.

A companhia fundada em 2008 pelo empresário David Neeleman, que tem a maioria das ações mas apenas 4,49% dos direitos económicos, está a ser fortemente penalizada pela queda de cerca de 14% do real contra o dólar este ano. As perdas cambiais contribuíram para que a Azul registasse um prejuízo de 3.865 milhões de reais no segundo trimestre de 2024, o equivalente a 624 milhões de euros. A empresa atribuiu ainda o resultado ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul e à redução temporária da capacidade internacional.

Os caminhos da Azul e da TAP cruzaram-se no final de 2015 quando David Neeleman comprou, através da Atlantic Gateway, 61% do capital da companhia aérea portuguesa no processo de privatização. De forma a reforçar o capital, a Azul subscreveu 90 milhões de euros em obrigações convertíveis em ações da TAP, com maturidade em 2026 e uma taxa de juro de 7,5%. Como os juros só serão pagos no momento do reembolso, a fatura aumenta de ano para ano. O Observador noticiou este mês que a “conta” já ia em 160 milhões de euros no final de 2023. A Parpública também subscreveu 30 milhões de euros dos mesmos títulos.

A dívida é uma responsabilidade da TAP SGPS, que é atualmente detida a 100% pelo Estado, e deixou de ter qualquer participação acionista na companhia aérea. Os seus ativos são a Portugália, a participação de 49,9% na SPdH, mais conhecida como Groundforce, a participação de 51% na Cateringor e a Manutenção & Engenharia Brasil, que se encontra em processo de insolvência. Ativos que não geram recursos para saldar a fatura.

Nos últimos anos várias companhias aéreas brasileiras entraram em dificuldades. Em janeiro, a Gol pediu proteção de credores nos EUA. Antes disso e na sequência da pandemia da covid-19, também entraram em falência a Avianca e a Latam Airlines.

Neil Glynn, diretor da Air Control Tower, aponta numa nota de research que as responsabilidades futuras da Azul totalizam 33,3 mil milhões de reais (equivalente a 5,37 mil euros de euros), o equivalente a 6 vezes o EBITDA. Como termo de comparação, a TAP tem um rácio de 2,1 vezes.

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Governo designa novos dirigentes para APA e DGEG

  • ECO e Lusa
  • 30 Agosto 2024

José Pimenta Machado será o novo presidente da Agência Portuguesa do Ambiente e Paulo Carmona assume a Direção-Geral de Energia e Geologia. Ambos em regime de substituição.

É oficial. O Governo também vai mudar as lideranças da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). José Carlos Pimenta Machado vai assumir a presidência da APA e Paulo Carmona será o novo diretor-geral da DGEG, segundo um comunicado enviado às redações pelo gabinete da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho. Ambos ficam em regime de substituição.

Após ter afastado Jerónimo Cunha da DGEC, no cargo há menos de um ano, a ministra indica que a designação de Carmona produz efeitos no próximo dia 2 de setembro. A escolha assegura, segundo a governante, a “continuidade e o normal funcionamento do serviço, até à abertura do procedimento concursal e subsequente nomeação de um novo titular”.

Licenciado em Administração e Gestão de Empresas, pela Universidade Católica, Paulo Carmona “traz uma vasta experiência na gestão e liderança em diversos setores, incluindo o energético”, indica a nota, que acrescenta que um novo diretor-geral é “um passo importante para reforçar a dinâmica que o Governo pretende incutir no setor da energia, especialmente num momento em que se enfrentam desafios cruciais, como a promoção das energias renováveis e a transição energética”.

Já José Pimenta Machado, licenciado em Engenharia do Ambiente pela universidade de Aveiro, “reflete o compromisso do Governo em fortalecer a liderança da APA, órgão crucial para a implementação das políticas ambientais em Portugal”. Até agora era o número dois da agência. Pimenta Machado substitui Nuno Lacasta, que em 31 de janeiro cessou funções, a seu pedido, depois de ter sido constituído arguido na Operação Influencer, que investiga negócios de exploração de lítio e produção de energia a partir de hidrogénio. O processo judicial levou em finais de 2023 à demissão do então primeiro-ministro, António Costa.

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Timor-Leste é desde o 166.º membro da Organização Mundial do Comércio

  • Lusa
  • 30 Agosto 2024

"A OMC pode ajudar a desenvolver o potencial de Timor-Leste, acompanhar o seu objetivo de diversificar a sua economia"

A adesão de Timor-Leste à Organização Mundial do Comércio (OMC), aprovada há seis meses na 13.ª Conferência Ministerial da organização, foi oficializada esta sexta-feira com o país a tornar-se no 166.º membro do organismo que rege o comércio mundial.

O protocolo de adesão, aprovado pelo Parlamento timorense em 3 de junho, foi entregue pelo vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, Francisco Kalbuadi, à diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, em 22 de julho. “É com grande entusiasmo que dou as boas-vindas a Timor-Leste como novo membro da OMC, logo a seguir às Comores”, afirmou Okonjo-Iweala numa declaração divulgada esta sexta-feira.

“A OMC pode ajudar a desenvolver o potencial de Timor-Leste, acompanhar o seu objetivo de diversificar a sua economia e complementar os seus esforços para aderir à Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)”, lê-se na declaração.

A recente entrada de dois novos membros na organização, a primeira em oito anos, “dá um voto de confiança na OMC e nos seus valores de abertura, transparência, boa governação e Estado de Direito”, disse Okonjo-Iweala. Timor-Leste apresentou a candidatura à OMC em 2015.

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OE2025. IL acusa PSD de ceder ao PS e seguir caminho do “que se lixe o país”

  • Lusa
  • 30 Agosto 2024

"Agora parece-me que estamos num caminho em que o PSD começa a dizer 'que se lixe o país', e isso, de facto, parece-nos muito preocupante", disse o líder dos liberais, Rui Rocha.

O presidente da Iniciativa Liberal acusou esta sexta-feira o PSD de estar a ceder ao PS nas negociações do Orçamento de Estado para 2025 e seguir um caminho em que começa “a dizer que se lixe o país”.

“Eu recordo que já houve momentos em que se defendia qualquer coisa como ‘que se lixem as eleições’. E, agora, parece-me que estamos num caminho em que o PSD começa a dizer ‘que se lixe o país’, e isso, de facto, parece-nos muito preocupante, não por nós, mas pelo país”, afirmou Rui Rocha à margem de uma visita à AgroSemana – Feira Agrícola do Norte na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto.

O líder liberal disse que os sinais que tem recebido nos últimos meses do PSD são de cedência ao PS e que, caso esse seja o caminho escolhido, “o país vai ter mais do mesmo”. “Ora, para esse tipo de posicionamento, nós não estamos disponíveis”, garantiu.

E insistiu: “Se é para ter um país semelhante àquele que tínhamos com António Costa [ex-primeiro-ministro], não estamos disponíveis e não viabilizaremos um orçamento que perpetua alguns dos piores vícios políticos com uma compra de clientelas sem assegurar a reestruturação e a reforma”.

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Lidl lança campanha focada no regresso das férias

  • + M
  • 30 Agosto 2024

A campanha conta com a criatividade da Brandworkers e com a produção da Hand. Presente em televisão, digital, lojas e folhetos, o planeamento de meios ficou a cargo da Havas Media.

De forma a convidar os consumidores a “reviverem as boas memórias das férias e a prepararem-se para esta nova etapa” de regresso à rotina, o Lidl lançou uma nova campanha onde recupera os elementos mais marcantes da campanha de verão.

Sob o mote “Encha a despensa, sem esvaziar a carteira”, a campanha conta com a criatividade da Brandworkers e com a produção da Hand. Presente em televisão, digital, lojas e folhetos, o planeamento de meios ficou a cargo da Havas Media.

Sendo que o final das férias significa, por norma, um momento de mudança e de regresso à rotina onde os gastos tendem a aumentar – especialmente com o início de um novo ano letivo – o Lidl “preparou uma seleção especial de produtos essenciais” para que os consumidores “voltem a abastecer a despensa, desde peixe fresco, queijos e iogurtes até charcutaria e mercearia seca, como massas e cereais, sempre com a máxima qualidade ao melhor preço”.

A campanha “demonstra que no Lidl é possível encontrar todos os produtos necessários para um novo período que se inicia, economizando tempo e dinheiro”, refere o retalhista em comunicado.

“Esta iniciativa vem reforçar que o Lidl Portugal é, de facto, o aliado de todos os seus clientes, em todas as etapas da sua vida, oferecendo-lhes as melhores soluções para o seu dia-a-dia, combinando sempre qualidade, preço e conveniência”, acrescenta a marca.

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Montenegro é o político com mais exposição mediática na televisão em julho

  • + M
  • 30 Agosto 2024

Montenegro assegurou a liderança mediática por dois meses seguidos, depois de ter vindo a intercalar a primeira posição com presidente do Chega desde fevereiro.

Luís Montenegro manteve-se na liderança da exposição mediática na televisão em julho, depois de ter destronado André Ventura no mês anterior.

O primeiro-ministro e líder do PSD liderou o top de exposição mediática ao protagonizar 165 notícias, com 6 horas e 45 minutos de duração, seguindo-se na segunda posição André Ventura, líder do Chega, com 132 notícias e 5 horas e 32 minutos de duração. Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, subiu ao terceiro lugar, intervindo na primeira pessoa em 91 notícias com 3 horas e 45 minutos de duração, substituindo no pódio o selecionador nacional da equipa masculina de futebol, Roberto Martinez, que abandonou o ranking.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que surgia na segunda posição em junho, caiu para a quarta posição, ao ter protagonizado 77 notícias com cerca de 3 horas de duração. O top cinco fica fechado com Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, que interveio na primeira pessoa em 57 notícias com 2 horas e 17 minutos de duração. Os dados são do serviço Telenews, da MediaMonitor (Grupo Marktest).

Na lista dos 10 nomes que mais figuraram nas notícias em julho segue-se Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal (2 horas e 12 minutos), Inês Sousa Real, líder do PAN (2 horas e 1 minuto), Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP (1 hora e 41 minutos), Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (1 hora e 41 minutos) e Margarida Blasco, ministra da Administração Interna (1 hora e 40 minutos).

A análise foi feita, de acordo com dados da Telenews, aos principais noticiários dos canais generalistas e excluiu programas, debates ou entrevistas. A contabilização do tempo refere-se ao tempo total de duração da notícia em causa.

Também segundo a Marktest, durante o mês de julho, os três principais canais da televisão portuguesa – RTP1, SIC e TVI – emitiram 223 horas de informação regular, uma subida mensal de 7,1% e uma quebra homóloga de 9,3%.

No sétimo mês do ano foram emitidas 6.348 notícias, mais 8,3% face ao mês anterior e menos 5,8% em relação a julho de 2023. A duração média das notícias emitidas foi de 2 minutos e 7 segundos, menos 1 segundo do que a duração registada em junho.

A RTP1 voltou novamente a ser a estação a emitir mais notícias, com um total de 2.317 peças (menos 123 que em junho). Já a SIC foi a estação que dedicou mais tempo em grelha à informação regular, com 84 horas de duração (mais 5 que as registadas pela RTP1 no mês passado).

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Da América até Angola, onde aparece o escritório de Lisboa no caso do BCG?

A BCG admitiu um pagamento de milhões de euros em subornos através de escritório em Lisboa para negócios em Angola. Mas afinal o que está em causa neste caso e o que foi acordado com a justiça?

Quase 13 milhões de euros foi quanto a Boston Consulting Group (BCG) pagou à justiça norte-americana para arquivar uma investigação de subornos que passaram pelo escritório de Lisboa da consultora. Um acordo que foi revelado esta semana e que envolve milhões de euros. Mas afinal o que aconteceu? Vamos por partes.

Segundo explica o Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA), o processo começou com uma denúncia da própria consultora. Corria o ano de 2014, quando a BCG detetou um email interno suspeito de violar as regras do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) – em português, Lei sobre Práticas de Corrupção no Estrangeiro. Assim foi aberta uma investigação.

Várias foram as provas encontradas pelas autoridades norte-americanas que indicavam atos ilícitos. “A investigação do Governo encontrou provas de que, desde 2011 ou por volta dessa data até 2017, a BCG, através do seu escritório em Lisboa, Portugal, pagou ao seu agente em Angola o equivalente a aproximadamente 4,3 milhões de dólares [cerca de 3,9 milhões de euros] em comissões para ajudar o BCG a obter negócios com agências do Governo Angolano, em particular, o Ministério da Economia de Angola e o Banco Nacional de Angola”, lê-se na nota divulgada.

Ou seja, o escritório de Lisboa da BCG foi a “luva” dos subornos que levaram este caso à justiça norte-americana. Uma coisa é certa, as autoridades estão convictas de que alguns funcionários do escritório em Portugal tinham conhecimento de que o “agente tinha laços estreitos com funcionários do Governo angolano e membros do partido político no poder” na altura.

O agente da BCG enviou parte das comissões em moeda angolana aos funcionários do governo angolano associados ao Ministério da Economia de Angola,

Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América

Mas em que consistiam esses subornos? As autoridades dos EUA explicam que a BCG concordou em pagar ao agente 20% a 35% do valor de “quaisquer contratos públicos adjudicados” pelo governo e “enviou os fundos para três entidades offshore diferentes do agente”. “O agente da BCG enviou parte das comissões em moeda angolana aos funcionários do governo angolano associados ao Ministério da Economia de Angola”, lê-se. A identidade desse “agente” nunca é identificada pelas partes.

“Alguns funcionários da BCG em Portugal tomaram medidas para ocultar a natureza do trabalho do agente para a BCG quando surgiram questões internas, incluindo alterar datas de contratos e a falsificação do alegado produto do trabalho do agente”, referem.

No total, foram angariados pelo “agente” 11 contratos com o Ministério da Economia de Angola, na altura liderado por Abrahão Gourgel, e um com o Banco Nacional de Angola, que teve três diferentes governadores nesse período – José Lima Massano, José Pedro de Morais e Walter Filipe. O que garantiu à BCG uma faturação de 22,5 milhões de dólares, cerca de 20,2 milhões de euros, com lucros de 14,4 milhões de dólares, quase 13 milhões de euros.

Acordo de quase 13 milhões de euros

A investigação já dura há vários anos, mas só esta semana foi divulgado o ponto final, pelo menos em território americano. A justiça norte-americana e a BCG chegaram a um acordo: “Chegámos a esta conclusão apesar das provas de suborno cometido por funcionários ou agentes da empresa“, refere o Departamento de Justiça na nota divulgada. Mas que conclusão foi essa?

A consultora multinacional, presente em mais de 50 países e com mais de 32 mil trabalhadores, aceitou pagar 14,4 milhões de dólares, quase 13 milhões de euros. Este valor corresponde ao lucro estimado que a consultora teve com os subornos no mercado angolano.

Assim, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não acusa a BCG pelas práticas de corrupção em Angola, entre 2011 e 2017. A razão, segundo a justiça norte-americana, prende-se com a “cooperação” da consultora e às medidas entretanto tomadas pela mesma.

As medidas a que se referem foi a posição da consultora assim que soube do sucedido. A BCG garante ter afastado os sócios envolvidos, com cortes no bónus e sem prémio de saída, e encerrado o escritório em Luanda. A consultora reforçou ainda os mecanismos de controlo interno.

“A auto-revelação voluntária e atempada da BCG da má conduta, que ocorreu depois de a BCG ter descoberto provas, sob a forma de um email de 2014, de uma potencial violação da FCPA e a cooperação total e proativa da BCG nesta matéria, incluindo o fornecimento de todos os factos relevantes conhecidos sobre a má conduta, incluindo sobre os indivíduos envolvidos”, foram algumas das justificações do acordo apresentadas pela justiça norte-americana.

A BCG teve durante vários anos um escritório em Luanda, que era liderado pelo Alexandre Gorito. Este sócio, segundo refere o Expresso, foi incumbido da supervisão do projeto Solange, onde a BCG prestou serviços à Wise Intelligent Solutions, empresa de Malta controlada por Isabel dos Santos, para desenhar a reestruturação da petrolífera Sonangol. Mas quando “explodiu” o Luanda Leaks, a consultora garantiu o fim das relações com Isabel dos Santos e o marido, Sindika Dokolo.

O ECO/Advocatus já questionou o Ministério Público se vai abrir uma investigação ao sucedido. Mas até ao momento não teve resposta.

Veja aqui o documento do acordo:

 

Da TAP ao Banco de Portugal

A BCG em Portugal tem 76 funcionários e em 2023 faturou 23,3 milhões de euros, revelam dados do relatório da Informa D&B avançados pelo Expresso. Cerca de 81% da faturação anual da BCG Portugal vem do mercado nacional e 19% de fora da União Europeia.

A BCG teve um papel na comissão parlamentar de inquérito sobre as rendas da energia em Portugal, entre junho de 2018 e maio de 2019. A sua participação deveu-se ao assunto das “portas giratórias” entre o Estado e o setor privado, uma vez que entre 2007 e 2008 cedeu um consultor, João Conceição, ao gabinete de Manuel Pinho, na altura ministro da Economia, ao mesmo tempo que tinha trabalhos na EDP.

A consultora teve também envolvida na realização do relatório que avaliou a supervisão feita por Carlos Costa, antigo governador do Banco de Portugal, ao Banco Espírito Santo (BES), mas não só. A BCG trabalhou ainda com a TAP, tendo recebido, segundo o Expresso, dezenas de milhões de euros pela prestação de consultoria à companhia aérea, de acordo com a comissão parlamentar de inquérito sobre a companhia aérea portuguesa.

Várias são as empresas do setor público que ao longo dos anos têm contratado os serviços da BCG. Segundo revela o Expresso, há 20 contratos desde 2008 e, ao todo, o preço dos contratos assinados ascende aos 3,5 milhões de euros.

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MNE húngaro de visita a Moscovo para garantir fornecimento de gás

  • Lusa
  • 30 Agosto 2024

“Hoje é preciso coragem na Europa para o dizer, mas a Hungria está satisfeita com a cooperação energética russa”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto.

O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, viajou esta sexta-feira para a Rússia para garantir o fornecimento de energia a Budapeste com o diretor-executivo da Gazprom, uma visita que poderá aumentar as tensões com Bruxelas. “Sem o gás russo, a segurança energética da Hungria não pode ser garantida. Não é uma questão de ideologia, mas de física e matemática”, disse o chefe da diplomacia no Facebook.

“Hoje é preciso coragem na Europa para o dizer, mas a Hungria está satisfeita com a cooperação energética russa”, acrescentou, numa mensagem acompanhada de uma fotografia que o mostra em São Petersburgo com o líder da empresa russa, Alexei Miller. Este país da Europa central, sem litoral e sem acesso ao mar, depende quase exclusivamente do gás russo.

A maioria das entregas chega através do gasoduto TurkStream e da sua extensão, Balkan Stream, sob o Mar Negro para a Bulgária, Sérvia e Hungria. O gás restante provém de um gasoduto que atravessa a Ucrânia. No entanto, Kiev anunciou a sua intenção de não renovar o contrato de trânsito que o vincula à Rússia até 31 de dezembro.

A Ucrânia está também a bloquear as entregas do grupo Lukoil, que fornece “um terço das importações de petróleo húngaras” através do oleoduto Druzhba. Uma decisão criticada de forma virulenta este verão por Budapeste. A Hungria, o único país membro da UE que se manteve próximo de Moscovo após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, critica regularmente as sanções contra a Rússia, ao mesmo tempo que tenta impedir a ajuda militar a Kiev.

No início de julho, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, suscitou indignação e incompreensão ao reunir-se com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Moscovo, sem consultar os seus parceiros, enquanto a Hungria detém a presidência rotativa do Conselho da União Europeia. Peter Szijjarto, condecorado no final de 2021 com a Ordem da Amizade pelo seu homólogo russo, Sergei Lavrov, visitou a Rússia dez vezes desde o início do conflito na Ucrânia.

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