“Em vez do excedente prometido, encontrámos défice de 287 milhões” na Segurança Social, alerta ministra

Ministra aproveitou audição parlamentar para fazer balanço do que encontrou quando chegou à Praça de Londres: em vez de excedente, encontrou défice no subsistema de solidariedade, denunciou.

A ministra do Trabalho adiantou esta quarta-feira, numa audição parlamentar, que em vez do “excedente prometido” pelo Governo anterior encontrou um “défice orçamental de cerca de 287 milhões de euros no subsistema de solidariedade” da Segurança Social. Maria do Rosário Palma Ramalho aproveitou também para denunciar a “ausência de qualquer coordenação” dos organismos com projetos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Indicou também que plano de reestruturação da Santa Casa será conhecido já na próxima semana.

“Quero dizer de forma muito clara que, em vez do superávite prometido, encontrámos défice orçamental de cerca de 287 milhões no sistema de solidariedade”, sublinhou a responsável, no arranque da sua primeira audição regimental.

Segundo Maria do Rosário Palma Ramalho, tal situação deve-se à adoção de “várias medidas tomadas pelo Governo sem dotação orçamental para as empresas, no primeiro trimestre“. Por exemplo, havia um défice de 70 milhões quanto ao Complemento Solidário para Idosos, de 60 milhões relativamente às creches e de 10 milhões relativamente à administração e outras despesas comuns.

Convém explicar que o subsistema de solidariedade abrange as prestações não contributivas, não refletindo a situação global da Segurança Social.

Além disso, o novo Governo deparou-se, acrescentou a mesma, com várias “situações pendentes de diferentes naturezas e importância”, sendo que “praticamente nenhuma” constava da pasta de transição entregue pelo gabinete por Ana Mendes Godinho.

Por exemplo, havia atrasos na elaboração e publicação de diplomas, falta de despachos da tutela em processos de regularização de mobilidade de recursos humanos, e falta de informação sobre a situação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, enumerou a ministra.

A propósito, a ministra apontou esta manhã que o plano de reestruturação desta instituição será conhecido já no dia 18, ou seja, na próxima semana. “Vamos ver, espero que haja condições para continuar em atividades. Não sei qual é a dimensão do buraco“, frisou ainda a responsável, que adiantou que a nova equipa encontrou irregularidades na gestão anterior.

Por outro lado, a governante aproveitou para realçar que o Ministério do Trabalho tem “grande peso” nas medidas do PRR, mas deparou-se, ao chegar à Praça de Londres, com “a ausência de qualquer coordenação” entre os organismos com projetos. “Na pasta de transição, havia apenas uma única página”, declarou a ministra, que adiantou que, entretanto, foi criada uma equipa de apoio e monitorização.

Em três meses, foram, assim, ultrapassados alguns constrangimentos e houve um aumento de 28% do valor aprovado e comprometido, uma subida de 5% do valor pago e um acréscimo de 6% do valor da despesa certificada, adiantou a mesma. “O nível de execução era baixíssimo. Há muito que recuperar“, disse a responsável.

Mais 7.800 a receber CSI

Quanto à proteção social, a ministra indicou, também esta quarta-feira, que há hoje 7.800 novos beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI), depois de terem sido feitas alterações a esta prestação.

Por exemplo, o rendimento dos filhos deixou de ser considerado para o cálculo do valor a receber. Quer isto dizer que, em junho, o total de beneficiários do CSI foi de 135.763 indivíduos.

Outra medida de combate à pobreza já aprovada por este Governo é o cartão social que vem substituir o cabaz alimentar, destacou a ministra. Em causa está um programa que permite às famílias vulneráveis comprar alimentos diretamente nos supermercados, sendo “mais eficiente e mais digno do que o anterior cabaz alimentar“.

Já questionada sobre a lei do trabalho — que o Governo já disse que quer revisitar, e o PS quis saber esta manhã se está em cima da mesa um regresso do banco de horas ou a eliminação do mecanismo que abre a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores das plataformas digitais –, a ministra sinalizou que tudo dependerá do “consenso final” da Concertação Social.

Adiantou também que, até ao momento, 15 estafetas viram reconhecidos contratos de trabalho com plataformas, enquanto 52 viram negado esse vínculo. “São os tribunais a funcionar”, afirmou Maria do Rosário Palma Ramalho.

A ministra foi ainda confrontada com a saída de vários dirigentes (da Santa Casa da Misericórdia ao Instituto do Emprego e Formação Profissional) e garantiu que não fez nenhum saneamento ou exonerações políticas. Disse ainda que “é normal alguma alternância, não há nada de especial”, repetindo a mensagem que o próprio primeiro-ministro já tinha emitido.

Subsídio de desemprego vai mudar?

Quanto ao desemprego, no final de junho a ministra realçou que pode vir a ser possível acumular as prestações sociais com um novo salário, de modo a evitar que seja mais vantajoso, em termos de rendimentos, continuar sem trabalho. Questionada esta manhã pelo Chega sobre esta medida, Maria do Rosário Palma Ramalho sublinhou que a intenção é dar resposta à falta de mão de obra sentida pelos empregadores.

E atirou: “sabemos que as pessoas recusam propostas de emprego com facilidade e que é necessário aumentar a fiscalização. O Governo aprovou há dois Conselhos de Ministros uma medida muito importante, que promove na Administração Pública mais trabalho presencial. Se tivermos mais trabalho presencial, teremos também uma fiscalização mais ativa. Se houver mais fiscalização, as situações de abuso tenderão a diminuir“.

Já questionada pelo Bloco de Esquerda, a ministra precisou que, nas suas declarações iniciais, estava a referir-se ao subsídio social de desemprego, mas avisou que nada está fechado, ou seja, não descartou alterações à legislação do próprio subsídio de desemprego.

Por fim, e sobre as pensões, Maria do Rosário Palma Ramalho que o Governo nunca se comprometeu com uma atualização do regime geral.

Ainda assim, o Bloco de Esquerda, pela voz de José Soeiro, quis questionar a ministra sobre as reformas, chamando a atenção para o facto de os pensionistas só terem direito a atualizações após dois anos de estarem a receber essa prestação, mesmo que, entretanto, haja elevados níveis de inflação. “O problema que identificou é um problema real e o Governo está a refletir sobre esta matéria“, explicou a responsável pela pasta do Trabalho.

Semana de quatro dias na Concertação

Esta quarta-feira, a ministra do Trabalho foi também questionada por vários deputados sobre o projeto-piloto da semana de trabalho de quatro dias. Em reação, declarou que está em causa um “estudo muito interessante e de progresso“, que será levado agora aos parceiros sociais.

Avisou, porém, que “não podemos ignorar alguns possíveis efeitos perversos, como a promoção do duplo emprego“. “Não sei se é positivo”, sublinhou.

Quanto à aplicação desse formato inovador na Função Pública (o projeto-piloto envolveu apenas empresas do setor privado, mas chegou a ser sinalizado que também no setor público haveria testes), Maria do Rosário Palma Ramalho esclareceu que o Estado é empregador e enquanto tal “tem de avaliar se é uma solução se é boa ou não”. “Não é com o ministério do Trabalho, terá de ser a secretaria de Estado da Administração Pública”, precisou.

Atualizada às 13h45

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Câmara de Lobos dá benefícios fiscais aos jovens para compra de habitação e reabilitação urbana

Município de Câmara de Lobos aprova pacote de isenções fiscais dirigido a jovens até aos 35 anos, avaliado em 800 mil euros. Conheça os critérios para a atribuição destes apoios no acesso à habitação.

A autarquia de Câmara de Lobos aprovou o regulamento para a atribuição de benefícios fiscais à aquisição de habitação e à reabilitação urbana no município madeirense. Uma medida que pretende fixar a população mais jovem e contribuir para inversão da tendência demográfica atual. Estima que estas medidas impliquem a atribuição de benefícios no valor de 800 mil euros.

Os jovens até aos 35 anos e que residam em Câmara de Lobos vão beneficiar de um conjunto de vantagens fiscais na compra da primeira habitação própria e permanente, nomeadamente a isenção total ou parcial do pagamento do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT) para imóveis até 300 mil euros.

O benefício fiscal é de 100 % nas aquisições até 200 mil euros, de 50% nas aquisições entre os 200 e 250 mil euros e de 25% nas aquisições no patamar seguinte até aos 300 mil euros.

“Considerando o esforço financeiro em que se traduz o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e o Imposto Sobre Imóveis (IMI), e o facto da atribuição de benefícios fiscais na aquisição de habitação poder influenciar a escolha dos jovens em optar por viver em Câmara de Lobos, é demonstrativo da importância da promoção de tais incentivos, a adoção de políticas que promovam o acesso à habitação constitui um interesse público relevante para a promoção e dinamização da economia local e regional“, lê-se no regulamento publicado em Diário da República esta terça-feira.

Critérios para beneficiar da isenção total ou parcial de IMT

  • As aquisições devem ter um valor até 300 mil euros sejam relativos a prédio urbano ou a fração autónoma;
  • Destinada exclusivamente a primeira habitação própria e permanente efetuadas por sujeitos casados, não separados judicialmente de pessoas e bens, ou por sujeitos que vivam em união de facto;
  • Média aritmética simples de idades não pode ultrapassar os 35 anos;
  • Concretizadas mediante financiamento bancário;

O requerimento para reconhecimento do direito a isenção parcial de IMT deve ser apresentado pelos interessados, dentro do prazo máximo de três anos a contar da data de aquisição do prédio urbano ou fração autónoma.

Para ter acesso aos benefícios fiscais previstos é necessário ter a situação tributária regularizada, perante a Autoridade Tributária e Assuntos Fiscais da Região Autónoma da Madeira (AT-RAM); ter a situação contributiva regularizada perante o Instituto de Segurança Social da Madeira (IP-RAM) e ter a situação regularizada no que concerne a taxas e outras receitas devidas ao município de Câmara de Lobos.

O regulamento prevê ainda que os “proprietários de prédio urbano ou fração autónoma que sejam objeto de intervenção de reabilitação urbana reconhecida pela Câmara Municipal, e que sejam exclusivamente afetos a habitação própria e permanente dos interessados, são isentos do pagamento de IMI, pelo período de três anos consecutivos a contar do ano da conclusão das obras de reabilitação, renovável por mais cinco anos mediante requerimento que demonstre a continuação da afetação referida”.

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Estrutura de missão da AIMA vai poder recrutar até 300 pessoas para resolver processos pendentes

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Julho 2024

Reforço da agência passa pelo recrutamento extraordinário de 100 especialistas, 150 assistentes técnicos e 50 assistentes operacionais. Mas não vão ser funcionários públicos.

A Resolução do Conselho de Ministros que cria uma “estrutura de missão” para resolver os 410 mil processos pendentes de legalização de imigrantes pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) foi publicada esta quarta-feira no Diário da República.

A designada “Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes na AIMA” vai poder recrutar um “número máximo” de 100 especialistas, 150 assistentes técnicos e 50 assistentes operacionais, mas não terão o estatuto de funcionários públicos.

De acordo com o diploma, as 300 pessoas podem ser recrutadas através de “protocolos com entidades públicas ou privadas”, mediante uma de quatro modalidades contratuais: mobilidade; contrato de trabalho a termo resolutivo certo ou incerto; cedência de interesse público; ou contrato de prestação de serviços.

O Plano de Ação para as Migrações, aprovado em Conselho de Ministros no final de junho, indicava que este recrutamento extraordinário pode envolver “funcionários da própria AIMA, inspetores do ex-SEF (atualmente afetos à Polícia Judiciária) e, eventualmente, outros profissionais ou especialistas recrutados temporariamente para este projeto“.

Os 300 especialistas, assistentes técnicos e assistentes operacionais vão ser divididos em duas equipas: a primeira será responsável pela análise e a tramitação digital dos processos pendentes, enquanto a segunda irá reforçar os atendimentos e a recolha de dados biométricos dos imigrantes que aguardam pela regularização.

A task force será dirigida por um coordenador-geral, que terá de coordenar e articular as duas equipas da missão, ambas chefiadas por dois coordenadores-adjuntos. Compete ainda ao coordenador-geral apresentar ao Ministério da Presidência, que tutela a área das migrações, relatórios mensais e um relatório anual sobre a atividade da estrutura de missão, sendo este último publicado no Portal do Governo.

O Executivo dá à estrutura de missão um prazo inferior a um ano para resolver as pendências, concretamente até 2 de junho de 2025.

No início do mês passado, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, o ministro António Leitão Amaro revelou que a AIMA recebia, em média, cerca de 5.000 novos processos por semana, sendo que a capacidade de resposta estava “abaixo dos 2.000”.

Posteriormente, em audição parlamentar, o presidente da AIMA, Luís Goes Pinheiro, assumiu existirem cerca de 410 mil processos pendentes e revelou que já havia mais de 100 mil pedidos de agendamento. Crente de que vai conseguir resolver as pendências até junho do próximo ano, a capacidade de resposta da agência terá de passar para cerca de 8.400 processos resolvidos por semana.

A criação desta estrutura de missão é uma das 41 medidas anunciadas pelo Governo para dar resposta ao fluxo migratório e às centenas de milhar de processos pendentes na AIMA, que incluem também a “revogação imediata” das manifestações de interesse como condição para os imigrantes poderem aceder a autorização de residência em Portugal.

O plano para as migrações tem um custo de 15 milhões de euros, que estará inscrito no Orçamento do Estado, mas será também financiado por fundos europeus, nomeadamente o Plano de Recuperação e Resiliência e o Portugal 2030, segundo Leitão Amaro.

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Ministra da Saúde promete centro de atendimento clínico para doentes não urgentes em Sete Rios

Ministra continua sem revelar custo do plano de emergência, mas garante que o "valor foi trabalhado" com as Finanças e que não houve necessidade de ultrapassar o orçamento previsto para ULS.

A ministra da saúde prometeu avançar “em breve” com um “centro de atendimento clínico” para dar resposta a doentes não urgentes em Sete Rios, tendo em vista aliviar a pressão sobre os serviços de urgência dos hospitais.

É um desígnio deste Governo atribuir um médico de família a 1,7 milhões de portugueses que não têm ainda esta garantia no SNS”, afirmou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que está a ser ouvida esta quarta-feira no Parlamento, notando que “não é uma tarefa fácil” nem será um objetivo que será atingido “a breve trecho”.

Para retirar a pressão dos serviços de urgência, a responsável recorda que “em breve estará em funcionamento o centro de atendimento clínico no Hospital da Prelada no Porto” que resulta de uma parecia com a Misericórdia do Porto e vai permitir retirar dos hospitais adjacentes os casos que não são considerados urgentes –, as chamadas pulseiras verdes e azuis –– e que de forma voluntária passam a poder optar por ser observados e cuidados numa destas unidades”.

Ana Paula Martins adiantou ainda que este projeto-piloto “será estendido à região de Lisboa”, pelo que “em breve” haverá “uma resposta muito semelhante a esta em Sete Rios”. Deste modo, os doentes considerados não urgentes ou pouco urgentes podem ser encaminhados para “os cuidados de saúde primários para a consulta externa hospitalar ou para um destes centros de atendimento clínico”, explicou.

Durante a intervenção inicial, a ministra da Saúde garantiu ainda que o plano para os serviços de urgência ginecologia-obstétrica “está a ser cumprido”, apesar das “dificuldades” e com o “esforço de todos” os profissionais de saúde.

Já questionada pela deputada socialista Mariana Vieira da Silva sobre o plano de emergência para a saúde, Ana Paula Martins continua sem revelar o custo total, mas garante que o valor “foi trabalhado, naturalmente, com o Ministério das Finanças” e que “em nenhum momento até agora” foi necessário fazer um “reforço orçamental” nem houve “necessidade de ultrapassar aquilo que “estava programado para o orçamento das Unidades Locais e Saúde” (ULS).

Ex-presidente do INEM vai ser ouvido “com caráter de urgência”

Antes da audição da ministra da Saúde foi aprovado por “todos os grupos parlamentares presentes” o requerimento do PS para ouvir o ex-presidente do INEM, com caráter de urgência, sobre o procedimento para a aquisição de helicópteros de emergência médica. O socialista João Paulo Correia justificou o pedido com o facto de existirem versões “contraditórias, divergentes e até conflituantes” sobre o tema. O requerimento inicial pedia também a audição da ministra da Saúde, mas como seria ouvida ainda esta quarta-feira no Parlamento, os socialistas tencionavam abordar o tema, pelo que alteraram ligeiramente o requerimento.

A controvérsia esteve no centro das divergências entre o instituto e o ministério, tendo levado ao pedido de demissão de Luís Meira como presidente do INEM. Num esclarecimento à Lusa, o Ministério da Saúde afirmou não compreender por que razão o INEM não abriu um concurso público para aquisição do serviço de transporte aéreo de doentes, evitando prolongar o ajuste direto com a empresa Avincis.

Em comunicado, o INEM respondeu que, com base numa resolução do Conselho de Ministros (RCM) do ano passado, ainda do anterior Governo de António Costa, foi lançado um concurso público em janeiro que recebeu duas propostas acima do preço base (12 milhões de euros por ano). Em face da demissão de Luís Meira, o Governo nomeou em regime de substituição pelo período de 60 dias Vítor Almeida.

A ministra da Saúde anunciou ainda que vai ser criada uma comissão de peritos independentes e com experiência em urgência e emergência médica para analisar como se poderá refundar o INEM e garantiu que a tutela nunca impediu o instituto de lançar outro concurso.

(Notícia atualizada com mais informação às 11h16)

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Governo lança leilão de 99,75 milhões em setembro para armazenamento de energia

O leilão será lançado a par com uma estratégia para a Flexibilidade de Rede e Armazenamento.

A ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, anunciou que será lançado um leilão de armazenamento de energia no valor de 99,75 milhões de euros, no próximo mês de setembro.

O leilão será lançado a par com uma estratégia para a Flexibilidade de Rede e Armazenamento, indicou a governante, numa audição regimental que decorre esta manhã, na Assembleia da República. Já era conhecida a intenção de lançamento deste leilão, no entanto a ministra coloca-lhe agora uma data.

Os 99,75 milhões são oriundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Na atualização do PRR avançada pelo Governo em abril, encontrava-se destinada uma verba, proveniente do programa REpower EU, no valor de 100 milhões de euros, dedicada à aposta nas baterias e na flexibilidade da rede elétrica.

PNEC com meta mais exigente

A ministra adiantou ainda que a meta do peso das renováveis no consumo final de energia vai subir de 47% para 51% até 2030, uma evolução que Maria da Graça Carvalho considera “substancial”. Com esta atualização, Portugal procura alinhar-se com as metas definidas a nível europeu no âmbito do pacote Fit for 55.

O processo de revisão do PRR está “praticamente concluído”. O documento será colocado em consulta pública e a tutela espera que o ritmo seja célere, de forma a entregar a versão final à Comissão Europeia com brevidade.

 

 

 

 

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Carmona Rodrigues resgata ex-vereadora para a Águas de Portugal que foi “chumbada” para o IHRU

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Gabriela Seara era a escolha do ministro Miguel Pinto Luz para presidir ao IHRU, mas a nomeação não teve ‘luz verde’ da CReSAP. Agora, vai ser assessora de Carmona Rodrigues na Águas de Portugal.

António Carmona Rodrigues, que foi presidente da Câmara de Lisboa entre 2005 e 2007, iniciou funções como presidente da Águas de Portugal no passado dia 5 de junho, e decidiu chamar para sua assessora uma das vereadoras do tempo em que presidiu a autarquia da capital portuguesa. Gabriela Seara vai agora para um cargo que não precisa da aprovação da CReSAP, que semanas antes travou a sua nomeação para o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), revela o Observador (acesso pago).

O nome de Gabriela Seara tinha sido proposto pelo ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, para liderar o instituto responsável pela política nacional de habitação. Mas a antiga vereadora do urbanismo da Câmara de Lisboa no mandato de Carmona Rodrigues, que até já se tinha demitido da função de adjunta da vereadora para os Direitos Sociais, Educação e Saúde que desempenhava atualmente na autarquia, nem chegou à fase de entrevista na CReSAP — que não tornou público o parecer deste “chumbo”.

À frente do IHRU continua, para já, o nome escolhido por Marina Gonçalves, anterior ministra da Habitação. António Gil Leitão iniciou funções na empresa pública em junho do ano passado, a par com Filipa Serpa dos Santos, Cristina Matela Tavares e Fernando dos Santos Almeida, com mandatos a terminar em 2028. Cristina Matela Tavares, entretanto, renunciou, tendo sido nomeada para o seu lugar (administradora financeira), ainda pelo anterior Governo, Sónia Barbosa.

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#26 O que fazias quando tinhas 16 anos? Yamal levou a Espanha à final

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Muitos adeptos dirão que o futebol venceu no Espanha x França. Ao longo do Euro 2024, a Espanha foi apelidada como a equipa mais divertida de assistir e a França como uma das mais aborrecidas. Rótulos à parte, foi um belo jogo, especialmente a primeira parte. Kylian Mbappé entrou com uma grande assistência para Randal Kolo Muani e a França estava no contexto perfeito para as suas características: em crescimento, em vantagem no marcador e confortável contra uma Espanha em dificuldades. Lamine Yamal, menino de 16 anos, deu esperança. O golo foi magnífico, mas o momento foi fundamental e pode muito bem ter salvado a Espanha de um diferente desfecho. E menos feliz, digamos.

Os 4 Cantos do Espanha x França

Duelo de Titãs

No decurso do Euro 2024, observou-se grandes exibições de vários médios da França e da Espanha e, portanto, controlar esta zona poderia ser uma das prioridades dos dois treinadores. A Seleção de Didier Deschamps procurou condicionar a saída de bola da Espanha, com vigilância especial sobre Rodri e Fabián Ruiz (em certos momentos). Observou-se assim iniciativa dos defesas-centrais Nacho e Laporte na primeira fase de construção, com conduções a rasgar e criar soluções. Já no segundo tempo, Deschamps errou em substituições. Aos 62 minutos, tirou Kanté e Rabiot e perdeu força no meio-campo, especialmente na pressão e recuperação de bola. Arriscou por estar em desvantagem, mas do outro lado havia Rodri, Fabián Ruiz e Dani Olmo.

Nem em sonhos…

Quantos de nós já sonhámos em marcar golo e ajudar a nossa seleção a chegar à final de uma grande competição? Agora imaginem fazê-lo com 16 anos, com talvez o melhor golo de todo o torneio e contra a França. E claro, tornou-se no mais jovem de sempre a marcar em Europeus. Lamine Yamal deve ser um menino muito feliz. Adrian Rabiotdisse que se Yamal quisesse estar na final, teria de fazer algo especial. E fez. É também fundamental o timing do golo, pois chega numa fase em que a Espanha estava a arrastar-se e a entrar num contexto muito perigoso, frente a uma França a crescer e confortável. É claramente o momento mais importante da partida.

Kylian Mbappé não foi personagem principal

Kylian Mbappé é um jogador especial e tem tudo para ser o melhor do mundo. Foi oficializado pelo Real Madrid e havia muita expetativa em torno do craque francês para o Euro 2024. Resumidamente, não correspondeu. Há quem aponte ao problema do nariz e adaptação da máscara. Neste jogo frente à Espanha, era altura de se agigantar e até começou muito bem, com uma grande assistência para o 1-0 da França. Esteve melhor que em certos jogos passados, mas, com o desenrolar do jogo, também errou e teve nos pés alguns lances em que poderia ter feito melhor. Deve ser frustrante. Antoine Griezmann vai pelo mesmo caminho. É vice-capitão, uma das maiores estrelas da França e esteve longe do seu rendimento habitual.

E assim se faz história

A Espanha registou algo inédito: foi a primeira vez que uma seleção chegou às seis vitórias consecutivas num Campeonato da Europa. A Itália tinha feito 5 em 2021, tal como a Chéquia em 2004, os Países Baixos em 1992 e a França em 1984. Mais que isso nunca tinha sido feito. Já a França, dez anos depois, volta a perder numa fase final no tempo regulamentar e igualou a sua pior marca de golos de bola corrida num Europeu (1G; em 2024 e 2008).

 

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Portugal compromete-se com ajuda à Ucrânia de 220 milhões este ano e igual valor em 2025

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Ajuda portuguesa será centrada na tecnologia em vários equipamentos, como por exemplo, ao nível de drones e materiais conexos como os têxteis. Portugal vai investir 2% do PIB em defesa até 2029.

A ajuda portuguesa à Ucrânia alcançará este ano um valor superior a 220 milhões de euros, sendo repetido em 2025, segundo o primeiro-ministro, que reiterou o compromisso de atingir os 2% de investimento em defesa em 2029.

Luís Montenegro falava aos jornalistas na terça-feira, antes de um jantar na residência oficial de Portugal em Washington, acompanhado dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo, no âmbito da cimeira da NATO que decorre até quinta-feira.

A cimeira, que se iniciou na terça-feira com uma cerimónia evocativa dos 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, siga em inglês), tem entre os temas centrais o apoio à Ucrânia, com uma proposta do secretário-geral, Jens Stoltenberg, para que a Aliança se comprometa com um valor anual de 40 mil milhões de euros.

Aos jornalistas, o primeiro-ministro português reiterou o compromisso, já assumido no final de junho, de apresentar na cimeira um plano para que Portugal atinja um investimento em segurança e defesa de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2029.

“Temos um compromisso que ontem mesmo formalizei numa carta que enviei ao secretário-geral da NATO de que o atingir dos 2% da nossa despesa orçamental com a área da defesa será atingido um ano antes daquilo que estava previsto, em 2029”, disse.

Dentro do esforço dos aliados da NATO no investimento na segurança e defesa, disse, “está também contemplada uma contribuição financeira de grande monta nesta coligação internacional à volta do apoio militar, humanitário, político e económico à Ucrânia”.

Só este ano, estimamos poder vir a atingir um valor de apoio superior a 220 milhões de euros, que será repetido no próximo ano, tudo indica dentro daquilo que vai ser o acerto final que agora nesta cimeira será estabelecido”, disse.

Montenegro defendeu que, se este é um esforço do país por razões securitárias, “é um esforço que tem o retorno da atividade económica que também pode ser gerada” e detalhou alguns dos setores que poderá beneficiar.

Será centrado na tecnologia, em todo o conhecimento que já temos em vários materiais, em vários equipamentos. Temos, por exemplo, ao nível dos drones, dos veículos não tripulados, uma competitividade muito significativa, e temos depois outros materiais que são conexos, por exemplo, à nossa indústria têxtil, altamente competitiva para muitos dos equipamentos que as forças militares necessitam”, referiu.

Questionado sobre notícias que dão conta de uma execução orçamental aquém do previsto na área da Defesa nos últimos anos, o primeiro-ministro assegurou que o objetivo é ter orçamentos “que não sejam letra morta”. “Como sabem, ainda não temos nenhum aprovado por nós, mas tentaremos que os objetivos orçamentais não sejam apenas instrumento de desenho na redação do orçamento”, disse.

Neste setor em concreto, o chefe do Governo comprometeu-se com um reforço do investimento “nas capacidades de recrutamento e retenção de capital humano e na valorização da carreira dos militares”.

Vamos também precisar de fazer um investimento no apetrechamento das nossas Forças Armadas com os equipamentos que estão na Lei de Programação Militar”, disse, apontando como exemplo a aprovação no último Conselho de Ministros de uma resolução que autoriza o início das discussões técnicas e negociais para a eventual aquisição de aeronaves A-29 Super Tucano.

Questionado se não teme que uma eventual eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos possa pôr em causa os objetivos traçados pela NATO, Montenegro salientou que “há compromissos que estão muito para além da política interna de cada país”.

“A mim o que concentra toda a atenção e ao Governo de Portugal é que esta Aliança que comemora 75 anos de existência — tendo começado com 12 nações e sendo nós uma das fundadoras — conseguiu chamar para si até ao momento mais vinte, e tem interações com vários países importantes noutras geografias”, disse.

Montenegro, acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, participa hoje na cerimónia de cumprimentos oficiais pelo secretário-geral da NATO e pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aos chefes de Estado e de Governo presentes em Washington e na reunião do Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política dos aliados.

Ao final do dia, o primeiro-ministro irá, acompanhado pela mulher, ao jantar na Casa Branca oferecido aos chefes de Estado e de Governo que participam na cimeira.

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Regulador da Saúde alerta que privados só podem publicitar urgências com licença e os mesmos recursos do SNS

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Entidade Reguladora da Saúde detetou práticas publicitárias que visam "Serviços de Urgência” ou "Serviços de Atendimento Permanente” em hospitais e clínicas privadas que não têm licença para tal.

As unidades privadas de saúde só podem publicitar serviços de urgência se tiverem licenças adequadas, cumprindo os mesmos requisitos técnicos e de recursos humanos exigidos ao Serviço Nacional de Saúde.

Num alerta de supervisão emitido esta quarta-feira, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) diz que tomou conhecimento de diversas práticas publicitárias que visam “Serviços de Urgência” (SU), “Serviços de Atendimento Permanente” (SAP) ou serviços descritos com expressões similares disponibilizados em prestadores de saúde privados “sem que tais serviços estivessem efetivamente compreendidos nas licenças de funcionamento” que detinham.

Lembra que os SU de unidades privadas “devem garantir, por analogia, o cumprimento do enquadramento jurídico aplicável a serviços públicos idênticos”, designadamente, a existência dos recursos mínimos determinados para os SU do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “dada a similaridade do serviço prestado e a igual necessidade de garantia de recursos mínimos para salvaguarda da qualidade e segurança dos cuidados prestados”.

A ERS considera que, para permitir uma resposta eficiente e adequada em situação urgente, um SU de uma unidade privada deve garantir, no mínimo, para além do cumprimento dos requisitos técnicos e de equipamentos, os requisitos de recursos humanos definidos para a tipologia de Serviço de Urgência Básica (SUB).

Em relação aos SUB, recorda que, em termos de recursos humanos, a legislação exige dois médicos e dois enfermeiros em presença física, Técnico(s) de Diagnóstico e Terapêutica de áreas profissionais adequadas, de acordo com a diversidade dos exames a efetuar, um Assistente Operacional com funções de auxiliar de ação médica e um Assistente Técnico, por equipa.

Sublinha ainda que é seu entendimento que um serviço de atendimento permanente deve ser disponibilizado em regime de 24 horas diárias, incluindo fins de semana e feriados, com presença física de equipa médica e de enfermagem.

No alerta de supervisão, a ERS recorda igualmente que o cidadão tem o direito a decidir, de forma livre e esclarecida, sobre os cuidados de saúde que lhe são propostos e de escolher livremente a entidade prestadora de cuidados de saúde, na medida dos recursos existentes, “estando esta livre escolha diretamente dependente da informação prévia que lhe é prestada”.

Considerando a perceção dos utentes quando procuram serviços de urgência, diz ser “expectável que a publicitação dos serviços em apreço represente a disponibilização de meios equiparados aos previstos para os serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde”.

Assim, recorda que as práticas publicitárias referentes à disponibilização de serviços de urgência, ou que utilizem expressões relacionadas com o contexto de “urgência”, sem que os prestadores detenham a licença de funcionamento que contemple a prestação deste tipo de cuidados de saúde, são consideradas proibidas, pois são suscetíveis de induzir os utentes em erro.

Na mesma linha, as práticas publicitárias referentes à prestação de cuidados de saúde em serviços de atendimento permanente, ou que utilizem terminologias diretamente associadas ao conceito de SAP, sem que os prestadores detenham a licença necessária, são igualmente consideradas proibidas, por também poderem induzir os utentes em erro.

A ERS informa que a violação do decreto-lei que estabelece o regime jurídico das práticas de publicidade em saúde é punível com coimas de 250 euros a 3.740 euros, ou de 1.000 euros a 44.891 euros, consoante se trate de pessoa singular ou coletiva. O diploma pune também a negligência.

Assim, são aplicáveis, em função da gravidade da infração, do potencial impacto e da culpa do agente, sanções acessórias de apreensão de suportes, objetos ou bens utilizados, interdição temporária de exercer a atividade profissional ou publicitária ou “privação de direito ou benefício outorgado por entidades reguladoras ou serviços públicos, até ao limite de dois anos”.

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Hoje nas notícias: Concessionárias, REN e propinas

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Em metade das auditorias aos apoios acordados entre o anterior Governo e as concessionárias de autoestradas para travar a subida das portagens no ano passado, a Inspeção-Geral de Finanças apurou valores a regularizar a favor do Estado. A REN está de volta a tribunal para impugnar a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE). Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

IGF deteta apoios pagos a mais a concessionárias

Em três das seis auditorias realizadas à atribuição do apoio acordado entre o Governo de António Costa e as concessionárias de autoestradas, que permitiu limitar em 2023 o aumento das taxas das portagens a 4,9% em vez dos cerca de 10% da inflação, a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) apurou milhares de euros a regularizar a favor do Estado. Foi o caso das concessionárias da Brisa Concessão Rodoviária, em que foi determinado um acerto de 58,9 mil euros; da Autoestradas do Douro Litoral, com um acerto a favor do Estado de 4,6 mil euros; e da Autoestradas do Litoral, cujo acerto é na ordem dos 4,3 mil euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

REN volta a tribunal para impugnar taxa extraordinária sobre energia

A REN vai voltar a contestar a cobrança da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE), tendo dado entrada já este mês com um novo processo no Tribunal Tributário de Lisboa. Desde que esta taxa foi criada, em 2014, a empresa que gere as redes de transporte de energia em Portugal já pagou 250 milhões de euros, o que dá uma média de 25 milhões de euros por ano. Em maio, o Tribunal Constitucional declarou a ilegalidade da aplicação da CESE ao setor das renováveis e do petróleo, o que o presidente da REN considerou “boas notícias”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Fisco paga devolução de propinas até ao fim do mês

A Autoridade Tributária (AT) vai pagar o prémio salarial de valorização das qualificações até 31 de julho, apesar de ainda não ter recebido os pedidos considerados elegíveis por parte do Ministério da Educação. O incentivo vai ser pago por transferência bancária. Mais de 175 mil jovens recém-licenciados candidataram-se ao apoio que devolve os valores das propinas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Após chumbo para presidir ao IHRU, Carmona Rodrigues resgata ex-vereadora sua para a Águas de Portugal

António Carmona Rodrigues, que foi presidente da Câmara de Lisboa entre 2005 e 2007, iniciou funções como presidente da Águas de Portugal no passado dia 5 de junho, e decidiu chamar para sua assessora uma das vereadoras da altura em que presidia à autarquia da capital. Gabriela Seara é repescada para a empresa pública para um cargo que não precisa de aprovação por parte da Cresap, entidade que semanas antes travou a sua nomeação para o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Privados publicitam urgências e serviços de saúde para os quais não têm licença

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu um alerta de supervisão, dirigido a todos os prestadores de saúde, em que denuncia que há hospitais e clínicas privadas que estão a publicitar “serviços de urgência”, “serviços de atendimento permanente”, ou de “atendimento urgente” e de “urgência permanente” sem que tenham licença de funcionamento para a prestação deste tipo de cuidados. Entre 2023 e maio deste ano, foram detetadas 467 infrações ao Regime Jurídico das Práticas de Publicidade em Saúde, que resultaram na abertura de processos de contraordenação e, consequentemente, em coimas de milhares de euros.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Economia regenerativa traz prosperidade, mas implica transformações profundas no mundo, avisa John Fullerton

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  • 10 Julho 2024

John Fullerton, fundador do Capital Institute, defende que as empresas devem mudar a lógica de produção, consumo e geração de riqueza para proteger o ambiente e, em simultâneo, criar valor.

“O que estou a sugerir é que não estamos a viver uma era de transformação, mas antes uma transformação de era. Não sabemos como é que será chamada pelos historiadores, mas diria que será conhecida como era regenerativa”, apontou John Fullerton nos primeiros minutos da sua intervenção na Conferência BCSD Portugal 2024. O fundador do Capital Institute esteve na Cordoaria Nacional, em Lisboa, para falar sobre o conceito de economia regenerativa e sobre a forma como as empresas e os indivíduos precisam de repensar a produção e o consumo de recursos.

John Fullerton, fundador do Capital Institute
John Fullerton, fundador do Capital Institute © Fotografia: Filipa Lima Gomes

Mais do que continuar a explorar o que o planeta tem para oferecer, sem olhar ao custo ambiental e social em prol da geração de riqueza, Fullerton acredita que é possível colocar as grandes organizações ao serviço da sustentabilidade. “Esta mudança é muito desconfortável e radical e algo que não estará completo no meu período de vida”, reconhece o especialista.

Esta economia regenerativa que advoga – e sobre a qual teorizou em 2015 quando escreveu o artigo “Capitalismo Regenerativo” – implica “um novo olhar e a eliminação de obstáculos para alcançar todo o potencial” de transformação que traz. Fullerton acredita que “perdemos 25 anos com o movimento ESG sem fazer escolhas e decisões radicais”, assente numa ideia de “evolução incremental” que já não serve os propósitos da sociedade atual. “O incrementalismo funciona bem quando estamos a lidar com transição, mas não quando estamos a lidar com a necessidade de transformação. E sim, as empresas odeiam a incerteza, mas temos pena porque a ignorância e a negação não são certamente estratégias para o sucesso”, sublinha.

E como é que se coloca em prática esta ideia? John Fullerton defende ser urgente criar “um desenvolvimento regenerativo” que, aos olhos de hoje, seria visto como “atividade filantrópica”: a proteção e restauro dos ecossistemas naturais. “Mas restaurar a função do ecossistema em todos os ecossistemas degradados é uma prioridade absolutamente urgente. Encorajo as empresas a usar os seus ativos e a sua escala para participar nesse esforço mesmo que não gere grandes lucros”, apela.

Como prioridade, Fullerton aponta o investimento em agricultura regenerativa – uma aposta que está a ser feita por várias grandes multinacionais -, mas também na indústria química e, de forma mais genérica, no incentivo à economia circular. Mas para tudo isto é preciso, alerta, ter lideranças fortes e empresas com “saúde” que apliquem os oito princípios do autor sobre a economia regenerativa.

Colaboração é essencial

No debate que se seguiu à intervenção de John Fullerton, Uta Jungermann, do WBCSD, defendeu a importância da “colaboração entre todos os setores e geografias para conseguirmos enfrentar os desafios globais”. Trazer as grandes multinacionais para este debate é, considera, fundamental porque “têm essa capacidade” de influenciar as cadeias de valor. Aliás, Jungermann aponta a redução das emissões de tipo 3 (da cadeia de valor) como exemplo de algo que, “por definição, não podemos fazer sozinhos”.

Para Luís Rochartre, responsável de sustentabilidade da UNOBVIOUS Solutions, as empresas não devem focar-se apenas no cumprimento das suas obrigações de ESG e na identificação dos riscos para o negócio, mas também “identificar as oportunidades para ir mais além”. “Precisamos de começar uma conversa sobre estratégia, sobre para onde as empresas querem caminhar e que objetivos querem atingir. As empresas estão focadas no reporte e não no que podem fazer mais”, insiste.

John Fullerton reconhece que “as oportunidades são muitas no sentido tradicional do negócio”, mas não tem dúvidas de que o verdadeiro potencial “são as oportunidades que ainda não conseguimos antecipar” e que resultarão do processo de transformação em curso. “As oportunidades são o que vai sair do processo e não algo que podemos planear. Isso é uma forma radicalmente diferente de pensar”, afirma.

Assista aqui à intervenção completa de John Fullerton na Conferência BCSD Portugal 2024:

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Os vistos de trânsito estão a crescer e a aumentar o fluxo de turistas para o Qatar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos

  • Servimedia
  • 10 Julho 2024

Estes vistos permitem aos viajantes explorar cidades como Doha, Riade e Dubai durante as suas escalas.

Viajar para o Médio Oriente é entrar num misto de inovação e tradições milenares. Com cidades repletas de opções culturais, países como o Qatar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos implementaram vistos de trânsito que não só facilitam a circulação dos viajantes, como também oferecem a oportunidade de explorar os seus principais pontos de interesse durante as escalas. Estes vistos transformam uma escala prolongada numa viagem em si, dando a possibilidade de descobrir culturas e paisagens cativantes em poucas horas.

No Qatar, o visto de trânsito gratuito permite uma estadia de até 4 dias (96 horas) para os viajantes que chegam ao aeroporto Hamad de Doha. Doha alberga o Museu de Arte Islâmica, uma joia arquitetónica com uma impressionante coleção de arte islâmica de todo o mundo no seu interior.

Outra atração turística é o Souq Waqif, com as suas ruelas estreitas e mercados movimentados que representam o comércio tradicional mais autêntico do país. Entretanto, a moderna zona de West Bay, com os seus arranha-céus e centros comerciais de luxo, reflete o rápido desenvolvimento da cidade. Além disso, graças à rede de metro, os visitantes podem aproveitar ao máximo a sua estadia, deslocando-se pela cidade de forma rápida e eficiente.

ARÁBIA SAUDITA

A Arábia Saudita recebeu 27 milhões de turistas em 2023 e continua a crescer como um destino líder. Para impulsionar ainda mais o setor, o Reino está a oferecer um visto de trânsito gratuito através da Saudi Airlines. Isto permite aos viajantes explorar o país durante as escalas de até quatro dias.

Na capital, Riade, destaca-se o Museu Nacional da Arábia Saudita, que oferece um olhar abrangente e aprofundado sobre a cultura e a história do país. No bairro histórico de Diriyah, Património Mundial da UNESCO, os visitantes viajarão no tempo para conhecer em primeira mão o modo de vida saudita. Jeddah, no Mar Vermelho, é famosa pela sua Corniche, um longo passeio marítimo com vistas espetaculares. Os viajantes podem também apreciar a rica gastronomia saudita e explorar os mercados locais para uma autêntica experiência cultural.

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Nos Emirados Árabes Unidos, Dubai e Abu Dhabi também têm vistos de trânsito que permitem aos viajantes explorar os seus pontos turísticos mais famosos durante escalas prolongadas. Ambas as cidades permitem que os passageiros desfrutem de uma estadia de até quatro dias.

Desde escalar o icónico Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, a um passeio pelo Dubai Mall ou a um abra (barco tradicional) no Dubai Creek para explorar os mercados das especiarias e do ouro, o Dubai é um epicentro de atividades e planos. Em Abu Dhabi, a Grande Mesquita Sheikh Zayed ou o Louvre Abu Dhabi, que combina arte e história numa estrutura arquitetónica impressionante, deixarão os visitantes sem palavras. Para os entusiastas do automobilismo, a cidade também possui o parque temático Ferrari World.

Para tirar o máximo partido de cada hora destes vistos de trânsito, é importante planear com antecedência – reservar alojamento e transporte com bastante antecedência pode ajudar a evitar quaisquer problemas e permitir uma experiência mais tranquila. Além disso, recomenda-se vivamente que se familiarize com os costumes e as leis locais para poder desfrutar da sua viagem.

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