Governo vai mudar a lei que permite regresso de funcionários públicos à Caixa Geral de Aposentações

Executivo anterior travou essa possibilidade. Atual ministra do Trabalho está a preparar uma proposta de pedido de autorização legislativa, que já foi discutida no Conselho de Ministros desta semana.

O Governo vai mudar a lei que permite a reinscrição de funcionários públicos na Caixa Geral de Aposentações (CGA), para resolver o diferendo que opôs sindicatos e o anterior Executivo, através de uma proposta de lei de autorização legislativa a submeter ao Parlamento, apurou o ECO. O diploma até já foi ao Conselho de Ministros desta quinta-feira, adiantou a Frente Comum, mas ainda não terá sido aprovado. O ECO questionou o Ministério do Trabalho, que tem esta matéria em mãos, e aguarda resposta.

Em causa está um braço de ferro criado no final do ano passado entre as estruturas sindicais representativas do Estado, nomeadamente a Frente Comum, e o Ministério do Trabalho de Ana Mendes Godinho. Em julho de 2023, a CGA anunciou a possibilidade de os trabalhadores voltarem ao sistema, na sequência de várias sentenças de tribunais que deram razão aos funcionários públicos que estiveram inscritos antes de 1 de janeiro de 2006, depois saíram, e agora regressaram ao Estado.

Mas o então Governo de maioria absoluta socialista decidiu suspender essa circular em novembro até avaliar os seus impactos. Em cima da mesa já estava a alteração da lei por forma a evitar o regresso de trabalhadores à CGA. Mas os trabalhos ficaram por concluir, porque entretanto o Governo caiu com o pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa, a 7 de novembro. Essa matéria ficou na pasta de transição que Ana Mendes Godinho entregou à atual ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho.

Resta saber qual o conteúdo da proposta do Governo, isto é, se vai ou não cumprir com o que estava planeado pelo anterior: travar que funcionários públicos voltem a ser subscritores da CGA, depois de terem saído deste regime, e integrar apenas aqueles com sentenças de tribunais favoráveis.

A questão foi colocada esta sexta-feira à secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, pelo coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), Sebastião Santana. O líder sindical revelou que “foi ao Conselho de Ministros desta quinta-feira uma possível solução para o problema”, contudo, a secretária de Estado disse que, “na próxima semana faria um contacto para esclarecer” o diploma, “uma vez que não tinha na sua posse a documentação necessária”.

“Espero que o Governo diga à CGA aquilo que disse que ia fazer que é garantir a reinscrição de todos os trabalhadores que têm condições. A secretária de Estado não disse isso, mas também não disse o seu contrário”, indicou. E lembrou que “há um conjunto de muitas centenas de sentenças que ditaram que os trabalhadores cumpriam os requisitos para voltarem à CGA”. Por isso, “a Frente Comum não aceita outra solução do Governo que não seja essa”, alertou.

O coordenador da Frente Comum desconhece o número de trabalhadores que poderão voltar a inscrever-se na CGA, mas estima que serão “milhares”, designadamente, “professores, pessoal não docente e trabalhadores do SNS”.

“Muitos professores com contratos precários, que estavam na CGA antes de janeiro de 2006, viram os seus vínculos terminar com as férias letivas, no verão, e depois foram novamente contratados, deixando de poder estar inscritos na CGA. São esses casos, por exemplo, que deveriam voltar à CGA”, exemplifica. Mas também há outras situações de trabalhadores que ficaram desempregados ou até que foram para o privado e depois voltaram a desempenhar funções públicas.

Uma das razões que levou os funcionários públicos a querer voltar à CGA tem a ver com o regime das baixas por doença, que é mais benéfico do que o da Segurança Social. Assim, na Caixa Geral de Aposentações, nos três primeiros dias de incapacidade, não há direito a compensação alguma, sendo que a partir do 4.º e até ao 30.º dia de baixa o trabalhador recebe 90% do ordenado. Na Segurança Social, os primeiros três dias também não são remunerados, mas a partir daí e até ao 30.º dia, o subsídio corresponde a apenas 55% do salário.

A partir de 1 de janeiro de 2006, a CGA passou a ser um sistema fechado e deixou de receber novos subscritores. Assim, os trabalhadores que iniciaram ou reiniciaram funções depois de 31 de dezembro de 2005 passaram a estar inscritos no regime geral da Segurança Social.

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Chega anuncia voto a favor de descida gradual de IRC

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Presidente do Chega anunciou que o partido votará a favor da redução gradual da taxa de IRC. No entanto, apelou que o Governo tome também medidas sobre a tributação autónoma.

O presidente do Chega desafiou, esta sexta-feira, o Governo a pôr à consideração do parlamento as medidas do “Programa Acelerar a Economia”, e revelou que o seu partido votará a favor da redução gradual da taxa de IRC.

A descida do IRC será sempre votada favoravelmente por nós, porque é uma medida nossa também e que nós próprios propomos, mas não faz sentido apresentar uma descida do IRC isolada do resto“, afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa, numa reação ao pacote de 60 medidas designado pelo Governo como “Programa Acelerar a Economia”, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, e que prevê a descida do IRC para 15% até ao final da legislatura.

O presidente do Chega desafiou o Governo a levar estas propostas ao parlamento, “para que possa haver uma melhoria por parte dos partidos e possam reorientar o programa para as pequenas e médias empresas”. O sentido de voto do Chega irá depender “da capacidade do Governo de estar aberto a estas mudanças”.

Ventura considerou que este programa está “desfasado da realidade portuguesa” e acusou o executivo de “se preocupar quase exclusivamente com as grandes empresas e com os grandes grupos económicos e não se preocupar com aquilo que é a maior parte do tecido empresarial português“.

“São as pequenas e médias empresas que estão asfixiadas em tributação autónoma, estão asfixiadas com Segurança Social, estão asfixiadas com os custos laborais que têm e ao qual este programa não dá resposta”, criticou.

O líder do Chega pediu ao Governo liderado por Luís Montenegro que tome medidas sobre a tributação autónoma, os custos com as rendas ou a falta de liquidez. André Ventura considerou a descida do IRC “é uma medida que vai no sentido positivo, nomeadamente para atrair investimento internacional, mas não resolve os problemas concretos e específicos das empresas”.

Nesta ocasião, o líder do Chega foi questionado sobre as declarações do procurador Rosário Teixeira, em entrevista à SIC, de que o anterior primeiro-ministro, António Costa, não é considerado suspeito na Operação Influencer. “Penso que o que o procurador Rosário Teixeira quis dizer foi que formalmente António Costa ainda não é suspeito porque não é arguido”, afirmou André Ventura, considerando que “isso não afeta as bases da Operação Influencer até haver uma decisão final sobre essa matéria”.

O presidente do Chega reiterou também que o ex-primeiro-ministro “teria poucas condições para continuar no cargo e fez bem demitir-se“.

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Novo presidente da SATA quer acabar com “má gestão” e rejeita mais aviões como o “Cachalote”

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Rui Coutinho admitiu que “o caminho será difícil, por vezes tortuoso”, pois “todas as empresas do grupo estão tecnicamente falidas há muitos anos”. Gestor defende um aumento do tarifário.

O novo presidente do conselho de administração da SATA, Rui Coutinho, considerou esta sexta-feira que houve “muita má gestão” na companhia aérea durante “muitos anos” e não quer mais aviões como a aeronave “Cachalote”. Para Rui Coutinho, “foram cometidos demasiados erros por diversos responsáveis, cujos efeitos influenciam a prestação atual” e “continuarão a condicionar todas as decisões e toda a gestão diária e estratégica do grupo”.

O gestor foi ouvido na Comissão da Economia da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, reunida em Ponta Delgada, após a sua indigitação pelo Governo dos Açores para presidente do conselho de administração da SATA Holding, S.A.. “Houve muita má gestão durante muitos anos na SATA”, frisou, acrescentando que quer “salvar a SATA”.

O presidente recém-indigitado admitiu que “o caminho será difícil, por vezes tortuoso”, pois “todas as empresas do grupo estão tecnicamente falidas há muitos anos” – o grupo, acrescentou, “apresenta uma situação económica e de tesouraria extremamente delicada, com dificuldades imediatas e a prazo”.

Rui Coutinho afirmou que a companhia pública açoriana “tem uma estrutura muito pesada”, de acordo com o seu organigrama, com “diretores para muita coisa”, e propôs-se a “ver quais as rotas que são deficitárias e eliminar, para redução de custos”. “Não há tempo para gastar dinheiro com rotas deficitárias”, declarou, indicando que pretende também reduzir os voos no designado regime ACMI (aluguer de aviões e tripulações) “ao mínimo indispensável”.

O novo representante quer “ganhar eficiências e maximizar os recursos humanos e materiais na companhia”, o que “neste momento não é feito”, bem como promover vendas a bordo, cobrar por bagagem adicional e encerrar lojas, transitando o pessoal para os aeroportos, para apoiar os passageiros. O gestor não quer “mais ‘Cachalotes’ ou aviões daquela dimensão”, recusando leasings de aeronaves “extremamente caras”.

O aluguer do avião Airbus A330 para integrar a frota da SATA em 2016 motivou buscas realizadas em 18 de junho pela Polícia Judiciária (PJ) nas instalações da companhia aérea, conforme revelou à agência Lusa fonte da empresa no mês passado. O contrato de leasing custou à SATA mais de 40 milhões de euros, tendo o aparelho ficado parado durante dois anos, devido aos elevados custos de manutenção, segundo um ofício do Governo dos Açores revelado em março de 2021.

Rui Coutinho afirmou que as novas rotas “têm que ser muito bem fundamentadas” e quer aumentar os voos charters no período de inverno, “como forma de reduzir e diluir os custos fixos que a empresa tem”. No quadro da salvaguarda da empresa, o gestor defende um aumento do tarifário “em função da inflação, como consta das obrigações de serviço público”. “Não se pode estar com valores de 2015”, sublinhou.

No âmbito de privatização da Azores Airlines (responsável pelas ligações de e para fora do arquipélago, integrada no Grupo SATA), há que “melhorar os rácios e indicadores”, que “estão bastante desfasados do que era o plano de reestruturação aprovado por Bruxelas”. A Azores Airlines obteve um prejuízo de 25,6 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, face a 22,7 milhões negativos do período homólogo, enquanto a SATA Air Açores (responsável pelas ligações entre as ilhas) melhorou as perdas para 4,7 milhões de euros.

Em 2 de maio, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) cancelou o concurso de privatização da companhia aérea Azores Airlines, anunciando a intenção de lançar um novo procedimento. O executivo alegou que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

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Biden lança campanha “agressiva e direcionada” para recuperar terreno

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Biden viajará para Wisconsin e Pensilvânia – estados que fazem parte da chamada 'parede azul' (a cor dos democratas) dos EUA, e que inclui ainda o Michigan – para tentar recuperar terreno.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, vai intensificar a sua agenda de campanha para a reeleição, com várias iniciativas nos estados de Wisconsin e Pensilvânia, depois do mau desempenho no debate televisivo contra o republicano Donald Trump. A equipa de campanha de Biden anunciou num comunicado o lançamento de uma campanha “agressiva e direcionada” para chegar aos eleitores em “estados disputados que decidirão esta eleição”.

Neste fim de semana, Biden viajará para Wisconsin e Pensilvânia – estados que fazem parte da chamada ‘parede azul’ (a cor dos democratas) dos Estados Unidos, e que inclui ainda o Michigan – para tentar recuperar terreno, numa altura em que as sondagens indicam que está em queda de popularidade.

Apesar destas indicações negativas, o Partido Democrata anunciou que bateu um recorde de arrecadação de fundos de 127 milhões de dólares (cerca de 120 milhões de euros) em junho, vantagem que aproveitará para “novos esforços no campo da organização e mobilização”. Na conta na rede social X (antigo Twitter), Joe Biden afastou qualquer desistência da corrida à Casa Branca em novembro: “Deixem-me dizer isto de forma clara: Sou o presidente dos EUA. Sou o nomeado do partido Democrata. E continuarei na corrida”.

Durante a Convenção Nacional Republicana – onde Trump deverá aceitar a nomeação e que terá lugar em Milwaukee, Wisconsin, dentro de duas semanas – os democratas vão aproveitar a ocasião para iniciativas de campanha contra “o ódio e o extremismo”. Biden também começará a aumentar o ritmo de entrevistas, incluindo uma que irá ser difundida já esta noite, ao jornalista George Stephanopoulos, na rede televisiva ABC.

Após uma viagem a Wisconsin e Pensilvânia, o Presidente Biden regressará a Washington para a cimeira da NATO na próxima semana. Nessa cimeira, Biden fará um discurso de abertura e participará numa conferência de imprensa, antes de regressar a ações de campanha no sudoeste dos Estados Unidos, focada em envolver os eleitores negros e latinos.

Durante as celebrações do Dia da Independência, na quinta-feira, 4 de julho, Biden respondeu àqueles que lhe pediam para permanecer na corrida com um retumbante “Não vou a lugar nenhum”. Há vários dias que o Presidente tem vindo a responder, de forma privada e pública, a perguntas sobre se conseguirá enfrentar um segundo mandato aos 81 anos e se está em condições de derrotar Trump.

O seu fraco desempenho no debate da semana passada contra Trump gerou especulações sobre se ele deveria ser substituído antes da convenção democrata, em agosto. Biden confessou numa reunião, esta quarta-feira, com governadores democratas na Casa Branca, que tem de dormir mais e que evitará organizar eventos depois das 20:00 (o debate contra Trump iniciou-se às 21:00).

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Novo MNE britânico apela a cessar-fogo “imediato” em Gaza

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

David Lammy garantiu que que iria "trabalhar (...) para apoiar um cessar-fogo imediato (em Gaza) e para retirar os reféns" israelitas mantidos pelo Hamas.

O novo ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, apelou esta sexta-feira a “um cessar-fogo imediato” na guerra na Faixa de Gaza, na primeira intervenção após a sua nomeação.

Nomeado chefe da diplomacia após a vitória dos trabalhistas liderados por Keir Starmer nas eleições legislativas britânicas de quinta-feira, Lammy garantiu que que iria “trabalhar (…) para apoiar um cessar-fogo imediato (em Gaza) e para retirar os reféns” israelitas mantidos pelo Hamas. “Farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar [o Presidente norte-americano] Joe Biden a conseguir esse cessar-fogo”, acrescentou.

Segundo a agência noticiosa AFP, será possível a política do novo governo trabalhista seguir a dos conservadores quanto à guerra entre Israel e Hamas em Gaza, provocada pelo ataque dos islamitas palestinianos em outubro, que levou a uma retaliação por parte dos israelitas.

Os trabalhistas sofreram algumas derrotas simbólicas contra candidatos que centraram a campanha no conflito do Médio Oriente e criticaram, em particular, a posição de Keir Starmer como demasiado pró-israelita, um sinal de que o tema continuará a ser sensível para o novo governo.

David Lammy é um advogado de ascendência escrava, que tem entre os seus amigos o antigo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Conhecido pela sua sinceridade, Lammy, de 51 anos, já tinha revelado que a história dos seus antepassados, que foram escravizados até ao século XIX na Guiana, um território sul-americano onde existem plantações de cana-de-açúcar, iria influenciar a forma como abordará o seu mandato.

“Levarei muito a sério a responsabilidade de ser o primeiro ministro dos Negócios Estrangeiros que é descendente do tráfico de escravos”, afirmou recentemente. Responsável pelas questões internacionais no Partido Trabalhista nos últimos dois anos, realizou mais de 40 visitas ao estrangeiro, durante as quais aperfeiçoou a sua visão da diplomacia britânica de acordo com uma doutrina que descreve como “realismo progressivo”.

Esta é uma doutrina combina a abordagem pragmática de Ernest Bevin, chefe da diplomacia do Partido Trabalhista no final da década de 1940, com o idealismo ético de Robin Cook no final da década de 1990. O primeiro ajudou a criar a NATO após a Segunda Guerra Mundial, enquanto o segundo supervisionou intervenções no Kosovo e na Serra Leoa, antes de abandonar o governo de Tony Blair na sequência da invasão do Iraque.

No passado, Lammy criticou fortemente o antigo Presidente dos EUA e recandidato ao lugar, Donald Trump, que descreveu como “sociopata com simpatias neo-nazis”. Desde então, o agora ministro diz ter sido mal interpretado e, segundo a imprensa britânica, encontrou-se recentemente com conselheiros do candidato republicano às presidenciais de novembro. Keir Starmer foi indigitado esta manhã pelo Rei Carlos III.

O Partido Trabalhista ganhou as eleições legislativas de quinta-feira, voltando ao poder após 14 anos do Partido Conservador no governo. Quando faltava atribuir dois dos 650 lugares, os trabalhistas tinham conseguido 412 deputados, uma margem significativa em relação aos 326 necessários para ter uma maioria no parlamento, segundo resultados provisórios divulgados pela televisão britânica BBC.

Os conservadores seguiam com 121 deputados e os liberais democratas com 71. Relativamente às eleições anteriores, os trabalhistas elegeram até agora mais 211 deputados, os conservadores perderam 250 e os liberais democratas ganharam 63, de acordo com a BBC.

 

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Sindicato dos Magistrados do Ministério Público promove abaixo-assinado contra “falsidades”

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

O documento desmente que não haja escrutínio no interior do Ministério Público e considera inadmissível a designação dos magistrados como "justiceiros que perseguem políticos".

O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) lançou um abaixo-assinado contra as críticas públicas de que tem sido alvo o MP, repudiando “falsidades” e rejeitando qualquer condicionamento relativamente ao poder político ou aos partidos da oposição.

O documento, que começou a circular pelos procuradores na quinta-feira e ao qual a Lusa teve acesso, desmente que não haja escrutínio no interior do Ministério Público (MP) e considera inadmissível a designação dos magistrados como “justiceiros que perseguem políticos” ou a comparação a polícias políticas, como a PIDE.

“Os magistrados do Ministério Público abaixo assinados rejeitam, veementemente, a forma como têm sido tratados na praça pública e vêm demonstrar o seu profundo repúdio pelo desconhecimento e desinformação gerada por um conjunto limitado de cidadãos que proferem juízos infelizes, falsos e despropositados, baseados em preconceitos e que nada têm que ver com a realidade dos homens e mulheres que trabalham nesta magistratura”, lê-se.

Intitulado “Em defesa dos cidadãos e da justiça”, o abaixo-assinado do SMMP lembra a defesa do interesse público em diversas áreas e reitera a importância da autonomia do MP como uma conquista do 25 de Abril, ao vincar que se trata de “uma das garantias mais importantes” e que a sociedade portuguesa “é um verdadeiro Estado de Direito” democrático.

Basta de falsidades que visam descredibilizar, desprestigiar e menorizar a magistratura do Ministério Público e que contribuem, de forma avassaladora, para a crise das instituições portuguesas, colocando, assim, em sério perigo o Estado de Direito democrático”, refere o texto, que acrescenta: “Os magistrados do Ministério Público não são correntes de transmissão da vontade do poder executivo ou da oposição e nem por estes se deixam condicionar”.

As críticas de diversos quadrantes da sociedade sobre a mediatização de buscas ou a utilização prolongada de escutas e a sua divulgação em meios de comunicação social são igualmente repudiadas, tal como a atribuição das fugas de informação de processos em segredo de justiça aos procuradores.

“A independência de um sistema de justiça não é apenas um conceito vazio/vago, é antes a pedra de toque de qualquer sociedade que se queira livre, democrática e respeitadora dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”, aponta o abaixo-assinado, que recorda que “o caminho que culmina na perda de independência da Justiça, começa, muitas vezes, pelo domínio do Ministério Público, enquanto titular da ação penal, por parte do poder executivo”.

Questionado pela Lusa sobre a difusão deste documento entre procuradores, o SMMP confirmou a existência do abaixo-assinado e destacou a adesão: “Em 24 horas recolheu mais de 500 assinaturas. Remete-se para a próxima segunda-feira a sua divulgação oficial e eventuais esclarecimentos”.

O abaixo-assinado do SMMP surge numa fase em que o MP tem estado debaixo de fortes críticas de diversos quadrantes da sociedade e que levou ao aparecimento de um manifesto por uma reforma na Justiça, subscrito por 50 personalidades.

Em causa nas críticas ao MP está, sobretudo, a atuação em dois processos com repercussões políticas: a Operação Influencer, que levou à queda do Governo socialista, e o caso que investiga suspeitas de corrupção na Madeira, que resultou também na demissão do Governo regional.

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Provedora de Justiça defende proteção igual nos transportes rodoviário e ferroviário

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Maria Lúcia Amaral recomenda que se altere a lei e se equipare o grau de proteção dispensado aos passageiros dos transportes rodoviários aos do ferroviário no reembolso e indemnização.

A Provedora de Justiça enviou uma recomendação ao Ministro das Infraestruturas e Habitação para que altere a lei e que equipare o grau de proteção dispensado aos passageiros dos transportes rodoviários aos do ferroviário no reembolso e indemnização. Em comunicado, a Provedora, Maria Lúcia Amaral, dá conta da recomendação, que emitiu depois de analisada a situação, na sequência de uma queixa.

Assim, “enviou uma recomendação ao Ministro das Infraestruturas e Habitação no sentido de proceder a alteração legislativa que equipare o grau de proteção dispensado aos passageiros dos transportes rodoviários ao grau, mais elevado, assegurado aos do ferroviário”. Esta recomendação “resulta de análise de queixa recebida que alegava a inconstitucionalidade das normas que excluem os passageiros titulares de assinatura, passe ou título sazonal dos direitos ao reembolso e à indemnização”.

Segundo a nota, “a legislação portuguesa presentemente em vigor sobre esta matéria, que foi essencialmente impulsionada por iniciativas legislativas da União Europeia, embora reconheça o direito à indemnização dos passageiros titulares de uma assinatura, passe ou título de transporte sazonal nos transportes rodoviário e ferroviário, admite a sua exclusão em algumas situações”.

Para equiparar os utentes dos dois modos de transporte, Maria Lúcia Amaral “recomenda que também no transporte rodoviário se condicione a exclusão do direito à indemnização à existência de alternativas de transporte viáveis abrangidas pelo respetivo título de transporte”.

O transporte ferroviário viu a sua situação alterada a nível europeu em 2018, com uma diretiva que estabeleceu que ficavam excluídos do direito à indemnização os titulares de assinatura, passe ou título de transporte sazonal, mas só se existissem comprovadamente alternativas viáveis de transporte. Esta alteração não se alargou, no entanto, ao transporte rodoviário.

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Extrema-direita mais longe da maioria absoluta em França nas últimas sondagens

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

As últimas três sondagens, antes da segunda volta, indicam que o partido de Le Pen terá entre 170 e 230 deputados. Para a maioria absoluta são necessários, pelo menos, 289 deputados.

As últimas três projeções para as eleições legislativas em França, divulgadas esta sexta-feira, dão a vitória à União Nacional (RN, extrema-direita), afastando contudo o cenário de maioria absoluta para o partido de Marine Le Pen e Jordan Bardella. Sendo necessários pelo menos 289 assentos parlamentares para uma maioria absoluta em França, as três sondagens para a segunda volta das eleições, que se realiza no próximo domingo, apontam para um intervalo entre 170 e 230 deputados para a RN.

Além disso, as projeções de lugares sugerem que a Nova Frente Popular (NFP) dos partidos de esquerda e extrema-esquerda poderá estar muito próxima da extrema-direita. A sondagem do Instituto de Estudos de Opinião e Marketing de França (IFOP) atribui entre 170/210 lugares ao RN e entre 155/185 ao NFP, aos quais se devem juntar os entre 10/18 deputados independentes de esquerda.

O bloco ‘macronista’, Juntos, teria entre 120 a 150 assentos, enquanto o conservador Partido Republicano (LR) ganharia entre 50 e 65, com os outros cinco a 15 a ir para os regionalistas ou outros independentes, segundo a sondagem realizada para Le Figaro e Sud Radio.

Por seu lado, o instituto de sondagens Elabe prevê que a RN obtenha 200-230 lugares, enquanto toda a esquerda (NFP e independentes) obteria 165-190. O Juntos obteria 120-140 deputados, enquanto o LR obteria 35-50, com 10 a 12 para independentes e regionalistas, de acordo com a sondagem do Elabe para o canal BFM e o jornal La Tribune.

A extrema-direita ‘lepenista’ obteria entre 175 e 205 deputados, segundo a terceira sondagem, realizada pela Ipsos para a Radiotelevisão estatal.

O NFP obteria entre 145 e 175 assentos, com outros entre 14 a 16 para os independentes de esquerda. O Juntos ficaria com um total entre os 118 e os 148 e os Republicanos manter-se-iam estáveis com 57-67. Outros 14-20 lugares seriam atribuídos a outros independentes e regionalistas.

As três sondagens preveem uma elevada taxa de participação, entre 64% e 70%. Na primeira volta, no fim de semana passado, a taxa de participação foi de 66,7%. Nas eleições legislativas anteriores, em 2022, a participação foi de 47,51% dos eleitores na primeira volta e de 46,23% na segunda volta.

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Dívida da dona da Visão é de 32,2 milhões

  • + M
  • 5 Julho 2024

O grupo dono da Visão e da Exame deve ao Estado 17 milhões de euros, 53% dos créditos reconhecidos em sede de PER.  

A dívida total da Trust in News (TIN), dona da Visão, Exame, Caras ou Courrier International é de 32,252 milhões de euros. O montante é avançado pelo Jornal de Negócios, que cita a lista provisória de credores elaborada pelo administrador judicial provisório nomeado pelo tribunal, que foi publicada no Citius esta sexta-feira.

De acordo com o título, o grupo deve ao Estado 17 milhões de euros (8,9 milhões à Segurança Social e 8,1 milhões ao Fisco), 53% dos créditos reconhecidos em sede de PER da TIN. A proposta de reestruturação da dívida indica o pagamento das dívidas ao Estado em 150 prestações mensais. Aos bancos e restantes credores, propõe-se pagar, após 24 meses de carência, 55% do capital em prestações mensais entre o 25.º e o 179.º mês, liquidando os remanescentes 45% na 180.ª prestação, aponta o Negócios.

No total há 180 credores. Depois do Estado, o terceiro maior credor é a Impresa (4,2 milhões) e o quarto o Novobanco (3,5 milhões). CTT (1,86 milhões de euros), BCP (717 mil euros), Associação Portuguesa de Imprensa (36,3 mil euros), Lusa (27,57 mil euros), Reuters (25,4 mil euros), APCT – Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (21 mil euros), Sport Lisboa e Benfica (8,8 mil euros), ANJE (4,3 mil eurus euros), Cláudio Ramos Unipessoal (3,4 mil euros), Misericórdia do Porto (2,3 mil euros) e Facebook (480 euros) são outros dos credores.

A lista de credores da TIN pode ser impugnada até dia 12 de julho. O prazo para as negociações com os credores, que arrancam de seguida, estende-se até 15 de setembro, podendo ser prorrogado por mais um mês.

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Especialistas querem regular estratégias de marketing dos influenciadores

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

Segundo a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, está a ser elaborado um manual de boas práticas, em conjunto com a Direção-Geral do Consumidor (DGC).

O grupo de trabalho que avaliou o impacto da lei que restringiu a publicidade alimentar dirigida a crianças e jovens quer regular as estratégias de marketing dos influenciadores digitais e aumentar para 18 anos a abrangência da legislação.

Os especialistas mostram preocupação com o ambiente digital, lembrando que cerca de 80% das infrações detetadas foram no online, e sugerem melhorar “o enquadramento legal português de modo a permitir regular as estratégias de marketing dos criadores de conteúdo digital (“influenciadores”)”.

É um dos desafios que Portugal tem, e que outros países também têm, neste momento, porque, de facto, o ambiente digital é difícil de controlar e de fiscalizar e nós não temos provavelmente as ferramentas adequadas para o efeito“, admitiu a diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS), Maria João Gregório.

Conta que já foi testada uma ferramenta que utiliza a inteligência artificial para poder identificar quais os anúncios aos quais as crianças estão expostas quando navegam em diferentes plataformas em redes sociais, mas apenas como estudo piloto, e recorda que estas aplicações “têm um conjunto de desafios, nomeadamente relacionados com as questões da proteção de dados”.

Para tentar encontrar soluções, a responsável explica que Portugal tem trabalhado em articulação com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem vindo ao longo dos últimos anos a desenvolver novas ferramentas e aplicações para ajudar os Estados Membros a fazerem esta monitorização.

Maria João Gregório recorda ainda que “o marketing digital não tem fronteiras” e reconhece que “é difícil, em plataformas que não estão sediadas no nosso país, conseguir fazer cumprir a legislação nacional“.

Quanto aos influenciadores, diz que está a ser elaborado um manual de boas práticas, em conjunto com a Direção-Geral do Consumidor (DGC).

O grupo de trabalho, coordenado pela DGS e que inclui representantes da DGC, Direção-Geral da Educação e Direção-Geral de Veterinária, foi responsável por avaliar o impacto da lei de 2019 que restringiu a publicidade dirigida a menores de 16 anos de alimentos e bebidas com elevado valor energético, sal, açúcar e gorduras.

No relatório da primeira avaliação os peritos sugerem alterar o limite etário da abrangência da lei para os 18 anos, para conseguir um “maior alinhamento com as restantes restrições a menores previstas no Código da Publicidade“, assim como um melhor seguimento das recomendações da OMS sobre esta matéria.

Recomendam igualmente que se invista mais em projetos de investigação para desenvolver “soluções tecnológicas que sejam capazes de monitorizar mais eficazmente o marketing digital”, uma das dificuldades encontradas.

Os peritos pedem igualmente “mecanismos mais ágeis de monitorização” da publicidade alimentar nas áreas envolventes das escolas e dos parques infantis, nomeadamente definindo “um sistema de report das campanhas de comunicação disponíveis nos mupis destas áreas”, em articulação com os municípios.

Sugerem igualmente a realização regular, a cada cinco anos, do inquérito alimentar nacional, bem como o acesso a outros indicadores de consumo alimentar, nomeadamente dados referentes ao volume de vendas de alimentos, para “permitir ter dados de qualidade para avaliar o impacto desta e de outras medidas de saúde pública”.

Sobre o impacto da lei, consideram que esta “parece não estar ainda a ser suficiente para garantir que as crianças vivem, circulam e navegam em ambientes livres de marketing a alimentos não saudáveis”.

Face às recomendações da OMS a este respeito, o relatório aponta fragilidades à lei portuguesa: “não protege todos os menores e não contempla todas as técnicas de marketing (como o patrocínio, ofertas, ‘brand marketing’, embalagens dos produtos, pontos de venda), assim como os programas com audiência mista”.

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Senhorios com rendas antigas já podem pedir isenção de IMI

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

O apoio aos senhorios corresponde a uma compensação equivalente à diferença entre o valor da renda e 1/15 do valor patrimonial tributário da casa.

Os senhorios que pretendam receber a compensação por terem rendas antigas já podem avançar com o pedido de isenção de IMI que lhes era exigido para completar a candidatura ao apoio.

A informação de que o formulário para este pedido de isenção de IMI já se encontra disponível foi agora publicada no Portal das Finanças, com a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) a referir que este pedido de isenção se dirige aos contratos de arrendamento celebrados antes de 1990 (conhecidos por contratos de rendas antigas) e que não transitaram para o Novo Regime do Arrendamento Urbano.

O apoio aos senhorios corresponde a uma compensação equivalente à diferença entre o valor da renda e 1/15 do valor patrimonial tributário (VPT) da casa. As candidaturas a esta compensação arrancaram no início deste mês – devendo as mesmas ser feitas no portal da Habitação –, com o processo a exigir que os senhorios incluam o pedido de isenção de IMI da casa entre os documentos que têm de ser submetidos.

Este pedido de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis era, assim, uma das peças que faltava para que o processo de candidatura à compensação pudesse avançar. O apoio aos senhorios é pago mensalmente, com a informação publicada no Portal da Habitação a referir que apenas há direito à compensação “se a renda for inferior a 1/15 do Valor Patrimonial Tributário do imóvel, dividido por 12 meses”.

A compensação é atribuída por um período de 12 meses, renovável por iguais e sucessivos períodos, e é paga até ao dia 08 de cada mês, para o IBAN indicado na candidatura. Para que haja renovação, dois meses antes de terminar o período de 12, o senhorio deve avançar com novo pedido, demonstrando que se mantêm os requisitos para ter direito.

Segundo os dados disponíveis, há cerca de 125 mil senhorios com rendas antigas que não transitaram para NRAU, designadamente de inquilinos com idade igual ou superior a 65 anos ou com um grau de deficiência superior a 60% e também as rendas de agregados com um rendimento anual bruto corrigido (RABC) inferior a cinco retribuições mínimas nacionais anuais.

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Orbán admite após reunião com Putin que Moscovo e Ocidente estão “muito distantes” sobre guerra na Ucrânia

  • Lusa
  • 5 Julho 2024

"É preciso dar muitos passos para chegar mais perto do fim da guerra, mas o passo mais importante foi o estabelecimento de contatos e vou continuar a trabalhar", disse Orbán, após reunião com Putin.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, reconheceu esta sexta-feira, após encontrar-se em Moscovo com o Presidente russo, Vladimir Putin, que as posições da Rússia e do Ocidente estão “muito distantes” sobre a guerra na Ucrânia.

“Queria ouvir e escutei a opinião de Putin (…) As posições estão muito distantes, é preciso dar muitos passos para chegar mais perto do fim da guerra, mas o passo mais importante foi o estabelecimento de contactos e vou continuar a trabalhar”, afirmou Orbán em declarações à imprensa no âmbito da sua visita de surpresa à capital russa, que motivou críticas dos seus pares europeus.

Após a reunião à porta fechada de mais de duas horas e meia, Vladimir Putin voltou a descartar um cessar-fogo com a Ucrânia, alegando que ajudaria o “regime de Kiev” a recuperar e preparar-se para contra-atacar: “A Rússia é a favor do fim completo e definitivo do conflito”.

O líder do Kremlin defendeu “a retirada completa de todas as tropas ucranianas” das autoproclamadas repúblicas populares pró-russas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e das regiões parcialmente anexadas de Zaporijia e Kherson, no sul, bem como de “outras condições” que devem ser analisadas “com suficiente detalhe” em possíveis reuniões futuras.

Putin disse ter encarado a visita a Moscovo do primeiro-ministro da Hungria, que detém a presidência rotativa da União Europeia, como uma forma de tentar restabelecer o diálogo com Bruxelas, numa altura em que as relações “estão no seu ponto mais baixo”.

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