Startups portuguesas angariaram 3,6 mil milhões de investimento em três anos. País é o 16º na Europa
Portugal ocupa o 16º lugar entre os países europeus com maior investimento em startups. Portugal Ventures e European Innovation Council estão entre os principais investidores no país.
Portugal ocupa a 16º lugar entre os 39 países europeus com mais investidores ativos na área das startups tecnológicas, registando 1.488 transações e 3,6 mil milhões de euros de investimento entre 2000 e 2023, de acordo com um relatório da Organização Europeia de Patentes (OEP), publicado esta quinta-feira. O Reino Unido lidera o investimento em startups.
Os principais investidores em iniciativas de base tecnológica em Portugal por número de transações são a Portugal Ventures (196), European Innovation Council (115), EIT Health (55), Caixa Capital (42), Startup Braga (38), Armilar Venture Partners (37), Shilling VC (33), ESA BIC PORTUGAL (33), Eurostars SME programme (31) e o Indico Capital Partners (30). De acordo com o estudo, estas entidades representam cerca de 40% do investimento em Portugal na área das tecnologias.
Conforme apurou o ECO junto da OEP, por investimento, os dez maiores investidores em iniciativas de base tecnológica em Portugal são Portugal Ventures (72,4 milhões de euros), European Innovation Council (52,2 milhões), Armilar Venture Partners (51,3 milhões de euros), Indico Capital Partners (45 milhões de euros), Caixa Capital (23,6 milhões de euros), Shilling VC (19,7 milhões de euros), Eurostars SME programme (4 milhões de euros), Startup Braga (1,3 milhões de euros) e EIT Health (1,2 milhões de euros).
“As startups desempenham um papel crucial na comercialização de ideias disruptivas com grande potencial para estimular o progresso“, afirma o presidente da OEP. “No entanto, conforme destacado no relatório de Mario Draghi, muitas empresas inovadoras enfrentam obstáculos financeiros para crescer na Europa” realça António Campinos, citado em comunicado.
Muitas empresas inovadoras enfrentam obstáculos financeiros para crescer na Europa.
“Este défice de financiamento dificulta a transformação da inovação em startups escaláveis, levando os empreendedores a procurar oportunidades no exterior”, diz o líder da OEP, destacando que “colmatar esta lacuna é crucial para revitalizar o crescimento sustentável em toda a Europa”.
O relatório mostra ainda que o Reino Unido, Alemanha e França lideram o financiamento total e o número de transações, com uma forte presença de investidores no setor tecnológico. Em conjunto, estes três países foram responsáveis por um total de aproximadamente 75.800 transações, com um financiamento total de cerca de 392 mil milhões de euros entre 2000 e 2023, apoiado por cerca de 6.100 investidores com uma carteira de pelo menos dez empresas que operam nos três países.
Os Países Baixos, a Suíça, a Noruega, a Suécia e a Bélgica também apresentam níveis elevados de investimento apoiado por patentes, com mais de 240.400 transações acumuladas e quase 88,5 mil milhões de euros no mesmo período.
O relatório introduz uma nova métrica – o Technology Investor Score 1 (TIS) – que mede a percentagem de empresas na carteira de um investidor que apresentaram pedidos de patentes. O estudo revela que 88% dos investidores europeus têm carteiras que incluem empresas com patentes.
Os cinco investidores mais centrais da rede europeia de co-investidores são grandes entidades públicas especializadas no financiamento de tecnologias, nomeadamente o European Innovation Council (CEI), a Innovate UK, o Programa Eurostars para as PME, a Bpifrance e o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT). O top 100 inclui também instituições públicas pan-europeias, como o Banco Europeu de Investimento (BEI) e outras agências nacionais de inovação.
O estudo demonstra ainda que “entre os investidores privados que ocupam as 100 principais posições, 62% concentram-se no financiamento da fase inicial, enquanto apenas 22% se especializam no financiamento da fase final, o que sublinha o capital limitado disponível na Europa para aumentar a escala das tecnologias e colocar as invenções no mercado. Em oposição, os “investidores privados representam 98 dos 100 investidores mais importantes da rede de co-investidores dos EUA, sendo mais de metade especializados em empresas em fases avançadas, o que reflete um maior apoio privado à expansão das empresas de alta tecnologia”.
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