Ministra diz que cimeira de IA em Paris contribuiu para “arranjar consensos”

  • Lusa
  • 15:21

No final da cimeira de Paris, a ministra que representou Portugal fala na necessidade de "arranjar consensos" e de requalificar os trabalhadores.

A ministra da Juventude e Modernização fez esta terça-feira um balanço “muito positivo” da cimeira de inteligência artificial (IA) de Paris, dizendo que esta é um desafio global com necessidade de encontrar consensos.

“O balanço é obviamente muito positivo, a inteligência artificial tem hoje uma centralidade e como não conhece fronteiras exige que estes fóruns internacionais se multipliquem”, afirmou Margarida Balseiro Lopes.

“É a oportunidade de sentar à mesma mesa governos, empresas, academia, organizações internacionais e sociedade civil”, sublinhou a governante, salientando que “a primeira grande vantagem desta cimeira foi exatamente essa”.

O segundo aspeto que “destacaria como positivo tem a ver com as principais mensagens que ficaram”, ou seja, “a necessidade de encararmos estes desafios como globais e, portanto, da necessidade de arranjar consensos, de trabalhar em diálogo, de promover um modelo de governo e de soluções que sejam verdadeiramente globais”.

Outra mensagem tem a ver com a necessidade “de encararmos a inteligência artificial como requerendo a segurança, qualidade e fiabilidade”, prosseguiu. O desenvolvimento de sistemas de qualidade – “a fiabilidade e a qualidade dos dados são centrais”, tal como a segurança dos mesmos.

A ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, representou o Governo português na cimeira global de IA em ParisRODRIGO ANTUNES/LUSA

Em terceiro lugar, “e aqui faço já uma ligação também com a atualidade nacional, com a Agenda Nacional de Inteligência Artificial, que começámos o processo de auscultação agora no início do ano, tem a ver com a necessidade em apostar em programas de reskilling e upskilling“. Ou seja, “apostar na formação, na qualificação, apostar na reconversão”, elencou.

Isto porque, “obviamente, que a inteligência artificial tem impactos brutais, oferece oportunidades únicas, mas traz também desafios”. Quando se fala do impacto no mercado de trabalho, “falamos da necessidade de trabalhar com as pessoas que vão ser impactadas no sentido de continuarmos a contar com elas ativas no mercado de trabalho”, destacou.

“No nosso roteiro de inteligência artificial, que temos desenvolvido desde o início do ano, definimos três eixos, e um dos eixos é precisamente o talento, o capital humano e, portanto, muito centrado nesta ideia da necessidade de nós formarmos e qualificarmos para as áreas da inteligência artificial”, referiu Margarida Balseiro Lopes.

Obviamente, que a inteligência artificial tem impactos brutais, oferece oportunidades únicas, mas traz também desafios.

Margarida Balseiro Lopes

Ministra da Juventude e Modernização

Um outro aspeto tem a ver com a necessidade da IA “estar disponível e acessível para todos”. Na segunda-feira, à margem da cimeira, “fizemos uma reunião bilateral com o ministro brasileiro, Mauro Vieira, e ele tinha sido um dos oradores num dos eventos de ontem [segunda-feira], e sei que uma das mensagens que ele passou foi precisamente a necessidade de a inteligência artificial ser acessível para todos”, apontou.

Esta preocupação está, de certa forma, “plasmada na cimeira Luso-Brasileira” onde Portugal vai firmar um acordo com o Brasil nestas áreas do digital.

Há, “de facto, esta preocupação, que é de garantir que nós conseguimos tirar partido da inteligência artificial para reduzir desigualdades e para garantir o melhor acesso e o maior acesso das pessoas às grandes mais-valias que a inteligência artificial traz”, defendeu a ministra.

O relatório Draghi apontava no sentido de “afirmar a Europa” com “um papel ativo como um hub e um centro, ou seja, estou a falar de dar centralidade à Europa, à União Europeia, ao projeto europeu, como um polo de inovação, de investigação e depois de inovação, e para isso, obviamente, é essencial a mensagem deixada pela presidente da Comissão Europeia, referiu.

Von der Leyen anunciou esta terça-feira um investimento muito significativo, superior a 200 mil milhões de euros para a inteligência artificial, com um conjunto de guidelines, destinados para “gigafábricas” e não só fábricas de IA, como estava inicialmente previsto. “Sobre estes investimentos acredito que teremos mais novidades nas próximas semanas”, adiantou a ministra.

No dia internacional das mulheres e das meninas na ciência, Margarida Balseiro Lopes recordou que em breve será apresentado o programa nacional das raparigas nas STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. “É essencial conseguirmos contar com o papel das mulheres nesta área”, rematou.

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