Ranking 2024: Seguradoras Não Vida aproveitaram o maior crescimento em 25 anos
Caravela subiu um lugar no ranking e deu essa novidade ao top 10 das seguradoras nos ramos gerais ou Não Vida. Foi o ano de maior crescimento real do mercado desde o ano 2000.
O mercado de seguros Não Vida, ou gerais, ou ainda de ramos reais em Portugal atingiu um volume de prémios emitidos de 7.517 milhões de euros em 2024, mais 10,3% quando comparado com o ano anterior. As líderes Fidelidade, Generali e Ageas cresceram em conjunto 10,7%, condicionando – porque representam 66% do total – a subida de todo o mercado.
No total foram emitidos 14,3 mil milhões em prémios de seguro em Portugal no ano passado e o ramo Vida ficou com 48% desses prémios. O restante foi para os seguros Não Vida em que Automóvel, Acidentes de Trabalho e Saúde são os ramos com maior procura.
Este crescimento nominal do mercado em 10,3% em Não Vida é o maior crescimento real (7,8%, o restante é inflação) desde o ano 2000 em que este conjunto de ramos reais tinha aumentado 8,8% em termos reais e 11,9% em taxa nominal, segundo dados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS).
Subindo vendas em 16,7%, devido a bom desempenho no ramo Acidentes de Trabalho e quase duplicando as suas operações no estrangeiro, a Caravela ganhou um lugar à CA Seguros passando a ser a sétima maior companhia entre as Não Vida. A fechar o top 10 a Aegon Santander também subiu, e 17,2%, devido principalmente ao incremento de 37,5% as suas vendas de seguros de saúde.
No topo o rank manteve-se: Fidelidade subiu 11,6%, para 2,3 mil milhões de euros de prémios vendidos, reforçando a sua quota de mercado para 30,5%, com uma subida de 17,3% em Acidentes de Trabalho, ramo que no conjunto das seguradoras subiu 9,6%.
A Generali Tranquilidade e a Generali Seguros y Reasseguros (ex-Liberty) registaram um crescimento conjunto de 21% no ramo saúde, segmento que subiu 17,5% no total. Crescimento parecido no ramo saúde teve o Grupo Ageas Portugal, com a Ageas Seguros e a Médis, ficando como terceiro maior grupo Não Vida com 14,2% de quota de mercado.
Em quarto lugar do ranking, a Allianz continua a sua aposta no ramo automóvel em que subiu 16,7% e principalmente em nos seguros facultativos de Danos Próprios onde o crescimento atingiu 23%. A Zurich aumentou 8,9% as suas vendas, com o ramo automóvel a significar 54% das suas receitas em ramos Não Vida.
A Lusitania manteve o sexto lugar apesar de uma quase estagnação nos prémios emitidos com destaque para a manutenção das vendas ao nível do ano anterior em Acidentes de Trabalho e ter sofrido uma quebra de 8% no Automóvel.
Depois houve a troca de Caravela por CA seguros, favorável à primeira, nos 7º e 8º lugares, e a seguir continua a Mapfre, com as suas várias seguradoras a crescerem 3,1%. Fecha o top 10 a Aegon Santander.
Nos lugares seguintes destaque para a Victoria, 11ª entre os grupos Não Vida, a subir 9,9% e a manter o 5º lugar entre as seguradoras saúde com 17% de quota. Destaque também para a UNA que, por troca com a Mudum, subiu ao 12º lugar após um crescimento de 19,2% induzido pelo aumento de 53% no ramo saúde e de 26% no ramo automóvel.
Nas posições mais abaixo no ranking assinale-se a entrada da RNA Seguros em Acidentes Pessoais que a fez crescer prémios em 38,7% e da quase duplicação do volume de prémios da Asisa que passou a ocupar o 17º lugar no ramo saúde quando em 2023 era a 23ª maior.
Resposta à inflação não explica tudo
Com base, entre outros, em comentários da Associação Portuguesa de Seguradores verificou-se em 2024:
- Evolução em torno dos 10% do ramo Acidentes de Trabalho (9,6%), pouco inferior à de 2023, e que confirma a recuperação da produção deste ramo;
- Crescimento muito expressivo do ramo Doença (17,5%), devido ao alargamento da população segura e de um aumento do prémio médio, que tem acompanhado o agravamento dos custos dos serviços de saúde;
- Desaceleração do ramo Incêndio e Outros Danos (7,7%), refletindo, pelo menos parcialmente, a contenção da inflação, que atenuou a atualização dos capitais seguros de alguns segmentos do ramo, como o de multirriscos habitação;
- Reforço do crescimento do ramo Automóvel (9,7%), agora também com um contributo da cobertura de responsabilidade civil, ainda que a evolução da cobertura de danos próprios permaneça mais robusta;
- Os maiores ramos obrigatórios – Acidentes de Trabalho e Responsabilidade Civil Automóvel representam 35% do total de prémios, enquanto em 2017 atingiam 38%. Significa maior procura por seguros facultativos;
- Em sentido oposto, há um reforço dos principais ramos dos seguros gerais: Automóvel, Saúde, Acidentes de Trabalho e Multirrisco são 90% das receitas em Não Vida e eram 84% em 2017;
- A nível de concentração do negócio, as três primeiras do ranking, Fidelidade, Generali e Ageas totalizam 66,4% dos prémios emitidos. Se a estas se juntarem Allianz e Zurich já 80% do mercado está representado. As top 10 significam 92% do mercado total Não Vida;
- Em 2024, estiveram ativas 47 seguradoras em ramos Não Vida, mais duas que um ano antes. Entraram no mercado a alemã HDI Global e MPS – Mútua Portuguesa de saúde, ambas a operarem apenas no último trimestre do ano.
As seguradoras foram agrupadas – por ECOseguros – em 33 grupos, de acordo com a sua propriedade e gestão. Na última coluna é indicado a posição absoluta no ranking geral de 47 companhias.
Veja o ranking:
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