Ações sorriem com resultado das eleições na Alemanha. Bunds e euro também valorizam
Principal índice da Bolsa de Frankfurt lidera ganhos entre os congéneres na Europa. Obrigações alemãs sobem, assim como o euro face ao dólar.
As ações e as obrigações alemãs estão a subir esta segunda-feira, depois de os conservadores terem vencido sem maioria absoluta as eleições legislativas antecipadas na Alemanha, tal como apontavam as sondagens, enquanto os investidores aguardam pelas negociações para a formação de um novo governo de coligação.
O DAX, principal índice da Bolsa de Frankfurt, é mesmo o que mais sobe (+0,8%) entre os congéneres europeus esta manhã. Seguem-se o PSI, em Lisboa, que soma ganhos de 0,35%, e o espanhol IBEX 35 (+0,2%).
Mais cautelosos, o pan-europeu Stoxx 600 e o britânico FTSE 100 abriram na linha de água, e, em Paris, o índice CAC 40 recua mesmo 0,2%.
Já a taxa de rendibilidade das Bunds alemãs a 10 anos, que serve de referência para a Zona Euro, subia 2 pontos base, para 2,48%, na manhã desta segunda-feira, enquanto o euro valorizava 0,44% face ao dólar norte-americano.
Os investidores esperam que o próximo Governo na Alemanha reforme o chamado travão da dívida para aumentar a despesa fiscal e impulsionar a maior economia da Zona Euro, sobretudo face à pressão da nova administração norte-americana para que os países europeus invistam mais na sua própria Defesa.
“No final, [foi] um resultado que se aproximou das últimas sondagens e deverá ser um resultado muito favorável ao mercado”, disse Peter Schaffrik, estratega macro global da RBC Capital Markets, citado pela Reuters.
“Embora Merz pareça determinado a aliviar o chamado travão da dívida, que limita o endividamento anual a 0,35% do PIB, não será fácil porque ele precisará de uma maioria de dois terços no Parlamento”, reconhece Susannah Streeter, chefe de mercados da Hargreaves Lansdown.
O bloco dos conservadores alemães, CDU/CSU, liderado por Friedrich Merz, venceu as eleições deste domingo com 28,6% dos votos, seguido pelo partido de extrema-direita AfD (20,8%), segundo dados oficiais.
O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, obteve cerca de 16,4% nas eleições de domingo, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6% dos votos. A Esquerda (Die Linke) alcançou cerca de 8,8%, acima dos 4,9% de 2012.
Friedrich Merz prepara-se agora para encetar negociações para a formação de um novo Governo de coligação. Ainda não é claro se este incluirá um ou dois parceiros.
Estabilidade na confiança empresarial
Esta terça-feira, na ressaca do ato eleitoral, foram publicados dados sobre a confiança dos empresários na Alemanha em fevereiro, que se mantinha estável antes da ida às urnas, quando o inquérito foi realizado.
O Instituto Alemão de Investigação Económica (Ifo) informou que o índice de confiança dos empresários para o conjunto da Alemanha se manteve em 85,2 pontos em fevereiro, valor idêntico ao verificado em janeiro. A avaliação do estado atual da economia piorou, mas as expectativas para os próximos meses melhoraram.
O instituto Ifo compila este indicador de confiança com as respostas de 9.000 empresas dos setores da indústria transformadora, dos serviços, do comércio grossista e retalhista e da construção.
As empresas inquiridas mostraram-se menos satisfeitas com a sua situação atual, mas melhoraram as suas perspetivas. “A economia alemã está à espera”, afirmou o presidente do Ifo, Clemens Fuest, ao apresentar o inquérito de confiança.
No setor da indústria transformadora, a confiança dos empresários melhorou porque as empresas estão menos pessimistas em relação aos próximos meses, embora considerem que a sua situação atual é pior. Além disso, a evolução das encomendas estabilizou no setor da indústria transformadora.
A confiança piorou no setor dos serviços porque as empresas estão menos satisfeitas com a sua situação atual e avaliam as suas perspetivas de forma menos favorável.
O ceticismo aumentou especialmente nos setores dos transportes e da logística.
No setor do comércio, tanto grossista como retalhista, a confiança aumentou. E no setor da construção, a confiança dos empresários aumentou porque as perspetivas são menos pessimistas, embora as empresas tenham afirmado que continua a haver falta de encomendas.
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