Novobanco alcança lucro recorde de 744,6 milhões em 2024 e distribui mais de 30% em dividendos

Apesar do novo máximo histórico, o banco somou apenas 1,5 milhões de euros ao resultado líquido que tinha alcançado em 2023, crescendo apenas 0,2%. Vai entregar cerca de 30% do lucro aos acionistas.

Os lucros do Novobanco totalizaram 744,6 milhões de euros em 2024. É um resultado líquido recorde, que superou por apenas 1,5 milhões de euros o alcançado em 2023. Os lucros do banco aumentaram, assim, apenas 0,2% em 2024, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, mas terão sido melhores do que as expectativas da empresa, que chegou a perspetivar uma quebra nos lucros do ano passado.

“O ano de 2024 foi mais um marco importante para o Novobanco com a obtenção da notação de investment e com o fim do acordo do mecanismo de capitalização contingente. Estes factos contribuem decisivamente para explorar as oportunidades no mercado de capitais, com o objetivo último de continuar a apoiar as famílias e empresas nacionais ao longo da sua vida”, comenta o CEO, Mark Bourke, citado num comunicado.

Perante estes resultados, e agora com permissão para remunerar os seus acionistas, onde se inclui o Estado português, o Novobanco “irá propor à assembleia geral de acionistas, a realizar no dia 21 de março de 2025, a distribuição de um dividendo no montante de 224,6 milhões de euros”.

Esse valor corresponde a um pay-out de quase 30,2% do resultado líquido anual, calculou o ECO, e de 60% do resultado do segundo semestre, informou a empresa através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco admite também passar a distribuir anualmente 60% dos resultados (mais informação no final deste artigo).

O desempenho do Novobanco visto à lupa:

Fonte: Novobanco

“Resultados sustentáveis” a caminho da bolsa

Semanas depois de ter confirmado a intenção de avançar para a bolsa — mediante uma Oferta Pública Inicial (IPO) que pode ocorrer já no início do verão, caso se verifiquem condições favoráveis no mercado –, o Novobanco apresenta-se esta quinta-feira com uma margem financeira que, em 2024, melhorou 3,2% e ascendeu a 1.179,4 milhões de euros, “apesar da média da Euribor [a seis meses] em 2024 ser inferior à registada no período homólogo”, salienta a instituição.

Enquanto isso, as comissões subiram mais de 9%, para 323 milhões de euros, suportadas pela “crescente base de clientes”, que aumentou 5,5%, e “pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentas as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”. Essas iniciativas “compensaram as alterações legislativas nas comissões de empréstimos”, refere o Novobanco.

Com isto, o produto bancário comercial engordou 4,4% em 2024, fixando-se nos 1.502,4 milhões de euros. Já o produto bancário total, que inclui os resultados de operações financeiras e outros resultados de exploração, cresceu 8,3%, para 1.562,7 milhões.

No ano passado, o Novobanco incorreu também em quase 500 milhões de euros de custos operativos, um agravamento anual de 4,2%, e registou outro custo de 62,7 milhões de euros com o “término antecipado” do mecanismo de capital contingente, “com a extinção de ativos no valor de 161,6 milhões de euros e de passivos no valor de 98,9 milhões”, que já era conhecido.

O fim antecipado do Acordo de Capital Contingente (CCA) em dezembro, criado em 2017 aquando da venda do Novobanco à Lone Star por mil milhões de euros, irá permitir ao fundo norte-americano avançar com a venda da sua participação de 75%.

Na vertente operacional, os recursos totais subiram 6,7%, para 37,6 mil milhões de euros, com os depósitos a crescerem 5,7%. Nos empréstimos, o crédito a empresas subiu 0,5%, para 13,891 milhões, e o crédito a particulares somou 3,6%, para 12,088 milhões, com os empréstimos para a compra de habitação a aumentarem 1% e superando 10 mil milhões. Feitas as contas, o Novobanco fechou 2024 com uma carteira de empréstimos a clientes líquida de imparidades de perto de 28 mil milhões.

O banco concluiu 2024 com um rácio de capital tier 1 fully loaded de 20,8%, observando-se uma melhoria de 2,6 pontos percentuais.

Banco passa a distribuir 60% dos resultados anuais

Numa apresentação divulgada paralelamente esta quinta-feira, o Novobanco procede ainda à atualização da sua estratégia para os próximos anos, apontando para a distribuição de 60% dos resultados anuais sob a forma de dividendos ordinários a cada ano.

O banco prevê ainda o lançamento de programas de recompra de ações para “otimizar” o “capital em excesso”, a que deverão corresponder mais de 3,3 mil milhões de euros para distribuir ao longo dos próximos três anos”, de acordo com a referida apresentação, intitulada “novo momentum”.

Fonte: Novobanco

(Notícia atualizada pela última vez às 8h48)

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