“Não é democracia – é tirania disfarçada”. EUA atacam governo alemão

  • ECO e Lusa
  • 2 Maio 2025

O "ataque" de Marco Rubio à Alemanha – bem como à sua política de imigração – é feito depois da secreta interna alemã ter classificado o partido de extrema-direita AfD como "extremista".

A Alemanha acaba de conceder aos seus serviços de inteligência novos poderes para vigiar a oposição. Isso não é democracia — é tirania disfarçada“. As palavras são de Marco Rubio, secretário de Estado do Governo de Donald Trump, e surgem após os serviços secretos (Departamento para a Proteção da Constituição, BfV, na sigla em alemão), ligados ao Ministério do Interior, terem classificado o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, como “extremista”.

“O que é verdadeiramente extremista não é a AfD — que ficou em segundo lugar nas eleições recentes —, mas sim as políticas letais de imigração de fronteiras abertas instituídas, às quais a AfD se opõe. A Alemanha deveria mudar de rumo“, acrescenta o político norte-americano numa publicação na rede social X.

A classificação de “extremista”, atribuída pela BfV à AfD, é feita tendo em conta que o partido “desvaloriza grupos inteiros da população na Alemanha e mina a sua dignidade humana”, o que “não é compatível com a ordem democrática básica”, refere esta entidade em comunicado, onde destaca, em particular, “a atitude hostil geral do partido em relação aos migrantes e aos muçulmanos”.

A ideologia do partido de extrema-direita alemão “visa excluir certos grupos populacionais da participação igualitária na sociedade, submetendo-os a um tratamento desigual que não está de acordo com a Constituição”, aponta ainda o BfV, referindo na sua declaração o “grande número de declarações anti-estrangeiros, anti-minorias, anti-islão e anti-muçulmanos” feitas pelos dirigentes do partido.

A atribuição desta classificação por parte do serviço de informação interno alemão deverá permitir que o partido de extrema-direita, liderado por Alice Weidel e que conquistou mais de 20% dos votos alemães nas eleições de 23 de fevereiro, seja colocado sob forte vigilância. Deverá assim ser conferido às autoridades meios significativos de vigilância e controlo, incluindo as comunicações privadas.

O serviço de informação interno da Alemanha já tinha classificado a organização juvenil do partido de extrema-direita AfD, bem como vários braços regionais em estados da antiga Alemanha de Leste, como “extremistas”.

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