Padaria Portuguesa vai entrar noutros países e manter gestão nacional, diz novo dono de Espanha

Grupo espanhol Rodilla disse ao ECO que o negócio, o primeiro além-fronteiras da empresa, demorou o tempo “habitual nestes casos” por partilharem valores de artesanato e qualidade.

A Padaria Portuguesa vai entrar noutros países, após ser comprada pelo grupo espanhol Rodilla, e manter a gestão nacional. A garantia foi dada pela empresa de María Carceller Arce ao ECO, embora sem detalhes sobre as geografias — além de Espanha — para onde irão os pães de Deus e os croissants brioche criados por Nuno Carvalho (fundador e CEO) e pelo chef pasteleiro Paulo Cardoso.

“Gostamos do país e da proximidade e adoramos a qualidade do produto e a dedicação ao serviço ao cliente. A Rodilla valoriza o artesanato, a qualidade dos produtos, o atendimento e a proximidade, sendo que estes mesmos valores são representados pela Padaria Portuguesa”, disse fonte oficial da Rodilla, em declarações enviadas ao ECO.

Questionado sobre se planeia manter o plano de expansão da marca até 2028 — que prevê a abertura de, pelo menos, mais 40 lojas até 2028 — o grupo confirma que essa estratégia de crescimento vai continuar “com o mesmo ritmo de expansão, incluindo um plano de expansão internacional”, embora não apresente mais detalhes sobre os países e o número de futuras padarias.

Em relação ao processo de aquisição, a Rodilla diz ao ECO que se prolongou durante o tempo “habitual nestes casos” de empresas europeias de média dimensão. “Não demorou mais do que o esperado, porque partilhámos os mesmos valores e visão sobre a importância da qualidade do produto, do artesanato e da vocação para o serviço ao cliente”, reiterou.

Assim que o negócio receber a aprovação da Autoridade da Concorrência, o grupo Rodilla irá concentrar-se no período de transição, garantindo que será um procedimento “cuidado” e focado na gestão das equipas e nas operações diárias da empresa.

Continuaremos a contar com a gestão portuguesa que tem levado esta marca tão querida pelo mercado português ao sucesso. O Nuno continuará a apoiar-nos para que a transição e a colaboração entre as duas equipas sejam o mais tranquilas possível”, afirmou a empresa espanhola, deixando em aberto a hipótese de o fundador e CEO sair após a fase de transição.

O grupo Rodilla é composto pelas marcas Rodilla, Hamburguesa Nostra, Vaca Nostra, Café de Indias e Jamaica e nasceu em 1939 em Madrid. Por detrás desta holding de restauração está a cervejeira Damm desde 2015. A Damm é uma empresa com histórico de investimentos em Portugal, porque além de ter uma das maiores empresas do distrito de Santarém — antiga Font Salem, onde foi produzida a cerveja Cintra –, em 2012 comprou à Sumol+Compal a marca de cerveja Tagus por cerca de 2,6 milhões de euros.

O plano de crescimento anunciado pel’A Padaria Portuguesa em outubro prevê mais lojas na Grande Lisboa e no Porto para atingir os 120 espaços nos próximos três anos. O investimento da panificadora, no valor total de 16 milhões de euros, envolve a criação de até 600 postos de trabalho para atingir os 1.600 colaboradores. O objetivo é que a faturação supere os 80 milhões de euros, praticamente o dobro dos cerca de 44 milhões de euros de volume de negócio registado em 2024.

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