Marcelo indigita Montenegro como primeiro-ministro

O Presidente da República já indigitou Luís Montenegro para ser primeiro-ministro, depois de "assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já indigitou Luís Montenegro para ser primeiro-ministro do segundo Governo que vai chefiar, depois de “assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo”, lê-se na nota da Presidência publicada esta quinta-feira no site de Belém.

“Atentos os resultados das eleições para a Assembleia da República, ouvidos os partidos políticos nela representados, nos termos constitucionais, e assegurada a viabilização parlamentar do novo Executivo, o Presidente da República indigitou Luís Montenegro como Primeiro-Ministro do XXV Governo Constitucional”, de acordo com o comunicado de Belém.

“A nomeação e posse do Governo ocorrerão após a publicação dos resultados definitivos das eleições e a reunião constitutiva da nova legislatura da Assembleia da República”, acrescenta ainda a mesma missiva.

A decisão foi tomada depois de ouvidos, esta quinta-feira à tarde, o presidente do Chega, André Ventura, e novo líder da oposição, Carlos César, presidente e secretário-geral interino do PS, partido que cai para a terceira força política de forma inédita e desastrosa, e Luís Montenegro, presidente do PSD e líder da AD – coligação PSD/CDS que ganhou as eleições de 18 de maio, mas sem maioria absoluta. Esta geometria que implica que é necessário a viabilização do respetivo programa de Governo por Chega e/ou PS, garantias que foram dadas pelos dois partidos a Marcelo Rebelo de Sousa.

No espaço de pouco mais de um ano, o Presidente da República volta a chamar Luís Montenegro para formar Governo, depois de umas legislativas antecipadas que deram a vitória reforçada, ainda que minoritária, à AD – coligação PSD/CDS. Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa só decidiu dar novamente o poder a Montenegro depois de ter a “certeza” de que Chega e PS iriam viabilizar o Executivo e dar condições de governabilidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nos destaca rapidez da fibra em novo spot da sua nova linha de comunicação

  • + M
  • 29 Maio 2025

Mafalda Creative, Mariana Bossy, Carlos Coutinho Vilhena e João Manzarra protagonizam o novo filme da nova linha de comunicação. A criatividade é d'O Escritório e a produção da Krypton.

A Nos lançou um novo filme no âmbito da sua nova linha de comunicação que tem o mote de “liga tudo a que ligas“. O novo filme coloca o foco sobre os serviços de fibra da operadora e a sua rapidez.

Em mais um episódio integrado na nova linha de comunicação da marca, regressa-se aos bastidores da produção, entrando pelo portátil dentro. Neste spot Mafalda Creative e Mariana Bossy regressam da gravação do seu podcast, ainda com um registo de velocidade acelerado (x2), o que não passa despercebido a Carlos Coutinho Vilhena e a João Manzarra, que, no seu registo habitual, não fica a dever nada à velocidade das autoras do podcast “Plágio”.

Com criatividade d’O Escritório, produção da Krypton e realização de Augusto Fraga, o filme marca presença em televisão e digital. O planeamento de meios é da Arena Media.

A Nos apostou no final de abril numa nova linha de comunicação, reformulando o ecossistema da sua marca e revendo a comunicação em todos os seus canais. O objetivo, estabelecido a longo prazo, passa por “continuar a alimentar a relação que a marca tem com os portugueses, através daquilo que estes mais gostam“, explicou António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Nos.

Sob o mote “Liga tudo a que ligas“, esta linha de comunicação pretende evidenciar o papel da Nos como facilitadora da ligação entre pessoas, mas também da ligação das pessoas ao que estas mais gostam como futebol, música ou tecnologia.

Para isso, a marca de telecomunicações propôs-se a desvendar, através de uma série de comunicações publicitárias, os “bastidores” dos telemóveis, televisões e computadores, para contar uma série de histórias diferentes que acontecem enquanto se ouve música, se veem notícias ou se fala com as pessoas de quem se gosta.

Para a primeira vaga desta campanha, foi reunido um grupo de figuras como Filomena Cautela, Hélio Imaginário, Júlio Isidro, Salvador Martinha, Fredrik Aursnes, Vangelis Pavlidis, Pedro Gonçalves (Pote), Geovany Quenda ou ainda Carlos Coutinho Vilhena, João Manzarra, Mafalda Creative e Mariana Bossy, os protagonistas deste mais recente filme.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Participação da REN em Cahora Bassa importante para Portugal, diz presidente da HCB

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

A REN mantém uma posição de 7,5% na Hidroelétrica de Cahora Bassa e os dividendos "têm sido significativos", afirmou Tomás Matola, presidente da HCB.

O presidente da Hidroelétrica de Cahora Bassa considerou esta quinta-feira que a posição de 7,5% que a REN tem naquela empresa de Moçambique é “importante” para o posicionamento de Portugal no país e pelos dividendos que a empresa portuguesa recebe.

“Penso que é importante do ponto de vista do posicionamento de Portugal nas ex-colónias e também do ponto de vista de alguma receita, porque os dividendos que a empresa tem pago, mesmo por esses 7,5%, têm sido significativos para a REN”, afirmou Tomás Matola, numa entrevista à Lusa no Estoril, à margem da II Conferência de Energia CPLP.

Cinquenta anos depois da independência do país, o presidente do conselho de administração da maior hidroelétrica de Moçambique, destacou a forma como foi feito o processo de reversão, com passagem do controlo a HCB e da sua gestão de portugueses para moçambicanos em 2007, altura em que a portuguesa REN – Redes Energéticas Nacionais, reduziu a sua participação no capital para 7,5%.

“Houve passagem de conhecimento por parte da REN. Daí até agora, tendo em conta que a REN tem uma posição, embora não executiva, no conselho de administração, temos (continuado a) troca de experiência” e também “a cooperação estratégica, afirmou. “A gestão e operação é feita pelos moçambicanos, porque houve de facto uma boa passagem de conhecimento”, sublinhou, conhecimento esse que foi também importante para o posterior desenvolvimento de outros projetos de energia em Moçambique.

“Houve desenvolvimento de capacidades em Moçambique, quer da parte da HCB quer do lado da Eletricidade de Moçambique [EDM]”, acrescentou, apontando como exemplo o aumento e modernização das linhas do sistema de transporte de energia. Há beira de celebrar 50 anos de vida, Cahora Bassa já não é a única hidroelétrica no país, que já tem “pequenas centrais hídricas”, mas continua a ser “a guardiã do conhecimento do ponto de vista de geração de energia hídrica”, enfatizou o gestor.

O “grande desafio” neste momento é dar resposta ao “crescimento da procura doméstica”, em virtude do desenvolvimento da economia e industrialização de Moçambique, e à “procura regional”, porque a região tem “um défice de energia agravado pela África do Sul”, mas ao mesmo tempo, é “uma oportunidade para Cabora Bassa crescer e expandir-se”, destacou Tomás Matola.

Por isso, Cabora Bassa que hoje ainda “tem a mesma capacidade de produção deixada pelos portugueses”, tem projetos de expansão, sublinhou. Um desses projetos é a Central Norte, em fase de estudos, mas que Tomás Matola acredita que “este ano” seja “aprovado em Conselho de Ministros”, podendo iniciar-se a sua construção dentro de dois anos, e prolongando-se até 2031 ou 2032.

Para este investimento, a HCB “vai abrir capital só para a Central Norte, numa perspetiva de projet finance, em 40%”, e os restantes 60% ficam na mão da HCB, que vai usar os seus próprios recursos, mas também terá de recorrer ao endividamento para garantir o financiamento necessário.

Além disso, vai ter um projeto de energia fotovoltaica para a geração inicial de 400 megawatts de energia solar, que está em fase de “pré-estudo”, mas que prevê expandir a capacidade, sendo aberto a operadores privados. Nessa sociedade, a HCB admite ficar com entre 5% a 10% do capital.

A 12 de maio deste ano a Hidroelétrica de Cahora Bassa anunciou em edital que iria distribuir 7.400 milhões de meticais (102,6 milhões de euros) em dividendos aos acionistas, entre o quais a REN, num valor de 0,28 meticais (0,4 cêntimos de euro) por ação.

A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, detida em 85% pela estatal Companhia Elétrica do Zambeze e pela REN em 7,5%, possuindo a empresa 3,5% de ações próprias, enquanto o restante capital está nas mãos de cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.

A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros, contando com quase 800 trabalhadores, sendo uma das maiores produtores de eletricidade na região austral africana, abastecendo os países vizinhos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon vai utilizar conteúdos do New York Times para treinar IA

  • + M
  • 29 Maio 2025

Depois de ter processado a dona do ChatGPT por violação de direitos de autor, o New York Times celebra agora o seu primeiro acordo de licenciamento de conteúdo para treinar modelos de IA generativa.

A Amazon vai ter acesso ao conteúdo editorial do The New York Times (NYT) para o utilizar nas suas plataformas de inteligência artificial, mediante uma parceria celebrada entre as partes. Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.

O acordo “levará o conteúdo editorial do Times para uma variedade de experiências dos clientes da Amazon”, refere a The New York Times Company, em comunicado, citada pelo NYT. Além de notícias do NYT, também estão abrangidos pelo acordo conteúdos do NYT Cooking (site de culinária e receitas) e do The Athletic (jornal desportivo que o grupo New York Times comprou em 2022 por cerca de 550 milhões de dólares).

O acordo é consistente com o nosso princípio de longa data de que vale a pena pagar por jornalismo de alta qualidade. Está alinhado com a nossa abordagem de garantir que o nosso trabalho é valorizado adequadamente, seja através de acordos comerciais ou da aplicação dos nossos direitos de propriedade intelectual“, refere Meredith Kopit Levien, diretora executiva do The Times, numa informação aos trabalhadores.

Segundo refere o próprio jornal norte-americano, o uso do seu conteúdo editorial pela Amazon será usado para treinar os modelos de IA da empresa. Este uso deve ainda estender-se à Alexa, assistente virtual desenvolvida pela Amazon.

O acordo “incluirá a exibição em tempo real de resumos e pequenos trechos de conteúdos do Times em produtos e serviços da Amazon, como a Alexa, e o treino de modelos” próprios de inteligência artificial da Amazon, avançou a empresa de notícias norte-americana, citada pela CNBC.

Esta é a primeira vez que o The New York Times concorda com um acordo de licenciamento dos seus conteúdos para o treino de inteligência artificial generativa.

Recorde-se que no final de 2023, o NYT processou a Microsoft e a OpenAI, criadora e proprietária do ChatGPT, por violação de direitos de autor, naquela que foi a primeira ação legal iniciada por um grande meio de comunicação social norte-americano contra as donas de plataformas de inteligência artificial.

O jornal norte-americano argumentava que “milhões” dos seus conteúdos e artigos publicados foram e estavam a ser usados sem a sua permissão para “alimentar” as plataformas de inteligência artificial das empresas tecnológicas, de forma a torná-las mais completas, fiáveis e inteligentes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alunos da Faculdade de Economia do Porto ganham acesso a 12 terminais da Bloomberg

A FEP está a "revolucionar o ensino das Finanças": os alunos têm 12 terminais da Bloomberg à disposição para contactarem com as dinâmicas dos mercados financeiros.

Nelson Rodriguez (Bloomberg), Etienne Huret (Natixis) e Óscar Afonso (FEP) na inauguração do novo “Bloomberg Finance Lab, powered by Natixis” na Faculdade de Economia da Universidade do Porto29 maio, 2025

Os alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) passam a ter acesso ao Bloomberg Finance Lab, um espaço com 12 terminais da empresa de informação financeira que os vai aproximar da realidade dos mercados financeiros globais. A universidade está confiante de que este espaço vá “revolucionar o ensino das Finanças”.

“Dotar os estudantes da FEP de competências práticas que complementam a formação teórica dada em aula” é um dos grandes propósitos deste novo espaço. Segundo a FEP, estes sistemas vão permitir aceder a dados económicos e financeiros em tempo real, e acompanhar as principais notícias com impacto nos mercados.

Neste laboratório, financiado pela Natixis em Portugal — “que se assume agora como premium sponsor da faculdade” — os estudantes podem “simular operações de investimento e testar estratégias de gestão de carteiras e avaliação de risco, utilizando uma tecnologia amplamente adotada pelo setor”, detalha a universidade num comunicado.

A inauguração do Bloomberg Finance Lab é um marco importante no percurso de modernização da FEP.

Óscar Afonso

Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)

Presente na inauguração do novo espaço, Caio Gattai, gestor para o Sul da Europa da Bloomberg, considerou que “este novo espaço proporcionará aos estudantes o acesso às mesmas ferramentas e dados financeiros de ponta utilizados pelos principais profissionais do setor a nível mundial, enriquecendo a experiência académica com aprendizagem prática e aplicada”.

Os estudantes terão ainda a oportunidade de obter a certificação internacional Bloomberg Market Concepts (BMC).

Para Óscar Afonso, diretor da FEP, “a inauguração do Bloomberg Finance Lab é um marco importante no percurso de modernização” desta universidade. “Representa uma aposta estratégica na qualidade e na inovação do ensino, nomeadamente das finanças, e na futura empregabilidade dos estudantes”, assinalou.

Já Etienne Huret, CEO da Natixis em Portugal, destacou a importante ligação entre o setor financeiro e o meio académico “para impulsionar a inovação e preparar as novas gerações para os desafios de um mercado global cada vez mais exigente e tecnológico”.

Novo “Bloomberg Finance Lab, powered by Natixis” na Faculdade de Economia do Porto (FEP)20 maio, 2025

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Renova inaugura exposição de fotografia que retrata as bem-aventuranças na Igreja de Santa Cruz do Castelo

  • + M
  • 29 Maio 2025

A exposição assinala os 20 anos do livro “Amor Causa”, uma encomenda feita pela Renova a François Rousseau, com inspiração nos ensinamentos de Cristo aos 12 apóstolos.

A Renova inaugurou na Igreja de Santa Cruz do Castelo (Lisboa) uma exposição de fotografia que retrata as bem-aventuranças através da lente de François Rousseau, fotógrafo francês. A mostra, que conta com curadoria do Padre João Norton, tem como objetivo a angariação de fundos para a preservação do património cultural e religioso da Igreja de Santa Cruz do Castelo.

A exposição assinala os 20 anos do livro “Amor Causa”, uma encomenda artística feita pela Renova a François Rousseau, com inspiração nos ensinamentos de Cristo aos 12 apóstolos.

“O livro ‘Amor Causa’ é agora reeditado e tivemos o cuidado de incluir os textos das Bem-Aventuranças nas línguas que marcaram a sua transmissão ao longo dos séculos: o aramaico, que corrigimos nesta nova edição, o hebraico, o grego, o latim e, também, nas línguas modernas, de modo a mostrar o percurso dessas palavras e da forma como viajaram até nós”, diz Paulo Pereira da Silva, presidente do Conselho de Administração da Renova, citado em comunicado.

Já François Rousseau refere que este “é um projeto com um sentido humanista que encaixa na perfeição na missão da Igreja de Santa Cruz do Castelo: estar próxima e valorizar a comunidade à sua volta”.

O trabalho fotográfico de François Rousseau foi realizado nas favelas do Rio de Janeiro, onde François Rousseau “descobriu a pessoa que representou Cristo e os 12 cidadãos que assumem o papel de Apóstolos, não recorrendo a modelos ou a cenários artificiais, escolhendo fotografar pessoas reais, pessoas com vidas, por vezes periféricas, marcadas por dificuldades e por uma beleza crua”, refere-se em nota de imprensa.

“A exposição integra o programa de dinamização cultural de Santa Cruz, que tem como objetivo angariar fundos para a salvaguarda do património da Igreja, nomeadamente para o restauro dos altares e de 11 telas da Cartuxa de Évora, da autoria de Domingo António de Sequeira”, refere o padre Edgar Clara, pároco da Igreja de Santa Cruz do Castelo.

Patente até 31 de dezembro, a exposição pode ser visitada de segunda-feira a domingo, das 9h às 19h.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A mobilidade como fator de coesão nacional, na Local Summit

Combater a "pobreza de mobilidade" e desenvolver esforços para encontrar 3.000 milhões de euros para transformação das frotas de autocarros são desafios para a mobilidade deixados na Local Summit.

Ana Paula Vitorino, Faustino Gomes, Luís Nobre e Nuno Piteira Lopes analisaram o estado dos transportes em PortugalAndré Dias Nobre

Num contexto político em que os partidos portugueses trocam considerações, acusações e farpas relativas a uma eventual revisão constitucional, a presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Ana Paula Vitorino, levou à segunda edição da Local Summit a defesa de instituir a mobilidade e a acessibilidade aos transportes como direito constitucional, à semelhança do que acontece com a habitação, saúde e educação.

Durante a sua intervenção no painel “Mobilidade Urbana e Planeamento Sustentável nas Autarquias”, nesta Local Summit organizada pelo ECO/Local Online, Ana Paula Vitorino defendeu efusivamente que “a mobilidade e acessibilidade devem ser um direito equiparado a um direito constitucional”. Contudo, questionada sobre a pertinência de aproveitar as propostas de alteração à Constituição que estão a ser anunciadas para formalizar a proposta, Ana Paula Vitorino realça que o “‘ser equiparado a’ não obriga necessariamente a uma revisão constitucional – espero que não haja revisão constitucional, pelo menos nos termos em que tem sido falado”. Deve, sim, ser considerado um “direito constitucional nos atos de planeamento dos governos, Assembleia da República e das autarquias”, reitera.

Para a investigadora e ex-secretária de Estado dos Transportes, a fórmula para melhorar os transportes públicos passa por haver “mais e melhor oferta, e não poluente – o que implica a descarbonização das frotas de transportes públicos –, pela diminuição das deslocações não obrigatórias e por “um bom planeamento e ordenamento do território”.

Faustino Gomes, presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, no Local SummitAndré Dias Nobre

Mas estas medidas exigem investimentos elevados. “A estimativa nacional são três mil milhões de euros, que não podem ser suportados inteiramente pelos operadores, pelo orçamento do Estado, muito menos pelo orçamento das câmaras”, contabilizou a presidente da AMT.

Por seu lado, durante a sua intervenção, o presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, Faustino Gomes, citou o Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMMUS) como um exemplo de “planeamento que visa criar uma mobilidade metropolitana alinhada com as necessidades da população” e que funciona em rede entre os vários municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML).

“É fundamental termos um plano metropolitano, que é construído com base nas estratégias de cada um dos municípios, mas depois há que coser fronteiras, que a rede de cada um fale com a dos municípios do lado e passemos a olhar a rede como um todo”, advogou.

Cada município não é uma ilha, está interligado com todos os que estão à volta.

Faustino Gomes

Presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa

Partindo do princípio de que “cada município não é uma ilha, está interligado com todos os que estão à volta”, a rede entre as várias câmaras da AML reveste-se assim de notória importância para este responsável.

O papel das câmaras é igualmente defendido por Ana Paula Vitorino. Não se deve “pensar em políticas ativas de transporte sem ter uma participação ativa dos municípios”. Aliás, reforçou, “não vale a pena pensar o país sem os poderes locais. Não se pode ignorar o poder local“.

Há outra questão premente para a antiga governante socialista: “Temos de pensar no país como um todo”. Não se pode, diz, estar “sempre focado no litoral” no que diz respeito ao planeamento dos transportes públicos. Para Ana Paula Vitorino, existe uma outra realidade no país e que tem sido mais descurada em benefício da faixa junto ao mar. “A pobreza de mobilidade existe em todo o interior”, avisou, assinalando que “não é com benefícios fiscais” que se consegue “povoar e dinamizar a atividade económica” nesta zona do país. É preciso, sim, “criar as condições e depois as pessoas vão. Ninguém irá para um sítio onde não terá uma vida de qualidade”, alertou.

“A política também é um ato de coragem”

Luís Nobre, autarca de Viana do Castelo, notou que “os decisores sentem pressão” da comunidade quando se trata de implementar no terreno uma melhor rede de transportes que vá ao encontro das suas necessidades. Como resposta, o município não teve com meias medidas e decidiu “ir mais além do discurso” e “dar um sinal claro à sociedade” ao assumir o papel de operador numa altura em que se encontrava a desenvolver o plano de mobilidade sustentável municipal. Aqui, detalhou, os dois eixos fundamentais eram os modos suaves e a descarbonização.

Para Luís Nobre, “a política também é um ato de coragem”. E, como tal, adiantou, vai avançar com “esse serviço, a partir de setembro, e com uma frota totalmente elétrica”. O município também delineou uma “geografia superior, porque a definição de área urbana estava contida às freguesias do núcleo e periféricas, e criando mais um anel, com parques empresariais.”

Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Luís Nobre, no Local SummitAndré Dias Nobre

Para o autarca de Viana do Castelo é importante encontrar soluções que vão ao encontro das necessidades da população. “Não interessam transportes se não forem inclusivos na dimensão da eficiência, mas também social e económica de acesso aos mesmos“.

No caso de Cascais, ainda há “um longo caminho longo a percorrer no que diz respeito à descarbonização, nomeadamente para atrair mais gente para o transporte público”, vincou o número dois da câmara, Nuno Piteira Lopes, que se vai candidatar à presidência da autarquia nas próximas eleições. A gratuitidade dos transportes públicos no concelho deu um “contributo”, mas não convence toda a população a utilizá-los em detrimento do veículo próprio. Segundo Nuno Piteira Lopes, ainda é preciso fazer “um caminho paralelo com os mais jovens”, uma vez que “são os catalisadores das grandes mudanças”.

Os números mais recentes não são os melhores: “Um dado que me tem preocupado é que apenas 12% dos alunos utilizam transporte público para ir para a escola, apesar de ser seguro, viável e ter videovigilância”. O município quer elevar a fasquia para os 30% utilizadores jovens nos próximos anos. O que passa por ir ao encontro dos interesses dos mais novos, como frotas com acessibilidade para necessidades especiais, videovigilância ou wifi.

Nuno Piteira Lopes espera que o número também aumente a par da requalificação da linha de comboio de Cascais e o alargamento de uma faixa em cada sentido exclusiva para uso dos transportes públicos, na A5 e até ao Centro Comercial Colombo.

A propósito desta matéria, o seu homólogo de Viana vai mais longe: é preciso “alguma literacia e sensibilização” para a troca do transporte individual pelo coletivo.

Um dado que me tem preocupado é que apenas 12% dos alunos utilizam transporte público para ir para a escola, apesar de ser seguro, viável e ter videovigilância.

Nuno Piteira Lopes

Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

Por fim, neste painel da Local Summit, o vice-presidente da câmara de Cascais aproveitou a sessão para apelar aos seus homólogos da AML que, independentemente da cor partidária de cada um, não deixem cair por terra todos os avanços e dinamismo que foi conseguido até agora no que diz respeito a políticas de transporte público na região. E que prevaleça, por isso, uma coesão política.

Nuno Piteira Lopes fez este apelo uma semana depois das eleições legislativas que reconduziram a Aliança Democrática (AD) ao Governo e a poucos meses das eleições autárquicas. “Independentemente de quem venha a ser eleito [nas autárquicas, que haja um] compromisso no sentido de Estado para que as coisas continuem a correr bem”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Teresa Lameiras deixa direção de comunicação e marca da SIVA|PHS

Ligada ao setor automóvel há mais de três décadas, Teresa Lameiras liderou a comunicação de marcas como Seat, Volkswagen Audi, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra.

Teresa Lameiras, diretora de comunicação da SIVA, em entrevista ao ECO - 19SET22

Teresa Lameiras deixou a direção de comunicação e marca da SIVA. “É com muita alegria que digo – Até sempre!! Comecei a minha carreira aos 19 anos, na Renascença, enquanto ainda estudava. Foi o primeiro passo de um percurso que me levou ao setor automóvel”, recorda a profissional no LinkedIn.

Licenciada em Direito, Teresa Lameiras iniciou o seu percurso profissional no setor automóvel em 1989 na área de relações públicas. Desde então desempenhou várias funções nas áreas de comunicação, formação, recursos humanos e marketing, tendo ficado responsável pelo marketing e comunicação da Seat em 2003, tendo sido responsável também pelo lançamento da marca Cupra.

Em 2021 assumiu também a direção de comunicação e marca do grupo SIVA|PHS, representando marcas como Volkswagen Audi, Seat, Škoda, Bentley, Lamborghini, Volkswagen Veículos Comerciais e Cupra, que manteve até ao momento.

Tenho um enorme orgulho neste trajeto, que só foi possível graças às equipas, jornalistas e parceiros com quem tive o privilégio de trabalhar. Termino este ciclo de sucesso com alegria e gratidão, iniciando um outro– diferente, mas igualmente desafiante – com maior enfoque na minha vida pessoal e familiar”, despede-se a profissional, desejando ainda “as maiores felicidades à nova Administração” do grupo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Governos dos últimos 6 anos não são sérios sobre tornar Portugal num hub tecnológico a sério”, diz CEO da Cloudflare

  • ECO
  • 29 Maio 2025

"Não posso investir se não posso ter pessoas que venham para Portugal e que treinem as equipas", diz o gestor, admitindo que está a repensar Lisboa como sede europeia. Nega o incidente em Tires.

“Os governos dos últimos seis anos falharam em cumprir com as suas promessas e não são sérios sobre tornar Portugal numa fábrica de unicórnios ou num hub tecnológico a sério”, afirma Matthew Prince, o CEO da Cloudflare que, recentemente, na rede social X, acusou Portugal de ser um “país pouco sério” por causa do atraso dos vistos e burocracia sufocante.

Não posso investir se não posso ter pessoas que venham para Portugal e que treinem as equipas”, diz o gestor, admitindo que está a repensar Lisboa como sede europeia. “A resposta é sim, porque não podemos continuar a operar desta forma”, disse o gestor da tecnológica americana de cibersegurança ao Observador.

Nega ainda o incidente com bagagens em Tires, relatado ao ECO pelo responsável do aeródromo. “Não há base factual para essa história”. “Não tenho absolutamente nenhuma ideia sobre o que estão a falar”, diz. Na segunda-feira o ECO questionou a empresa sobre o tema, bem como sobre intenção de cortar investimento no país, sem obter nenhuma resposta.

“Isto não é sobre um Governo em particular”, garante o CEO da tecnológica norte-americana, em declarações ao Observador. “Acho que já contactei praticamente por todas as vias [o Governo] e já levei a questão a quase toda a gente com quem consigo falar”, diz. “Não vou nomear especificamente quem é que me desiludiu, digo que em todos os níveis o Governo português me tem deixado desiludido”, garante ao jornal online.

Com escritório em Lisboa desde 2018, o responsável diz ter escolhido o país “pelas pessoas, não foi por causa de impostos”. “Sei que há muita especulação à volta disso, de que poupamos dinheiro com os impostos — não poupamos nenhum dinheiro com os impostos ao estar em Portugal, isso é completamente irrelevante”, diz, negando ter recebido benefícios fiscais. “Não, não. Certamente não quando comparado com qualquer outro ponto onde estávamos.”

Promessas não cumpridas pelos Governos

Quanto às promessas feitas pelos governos, e não cumpridas, o CEO da tecnológica de cibersegurança diz: “O Governo prometeu ajudar a reduzir as complicações com a imigração para as pessoas que precisássemos de trazer para o país, porque não conseguíamos encontrar pessoas [em Portugal] que fossem especialistas nesses campos.”

Terão prometido “assistência para minimizar a burocracia para podermos continuar a operar e que seriam um bom parceiro para nós quando interagíssemos com a União Europeia, enquanto nossa sede europeia. E, enquanto nós estivemos à altura dos nossos compromissos, eles não estiveram”, acusa.

Já a Cloudflare comprometeu-se a “contratar pelo menos 100 pessoas nos próximos três anos, mais de metade deles cidadãos portugueses”, diz, garantindo que tem investido “milhões de euros” no país. “Se juntar todos os compromissos que fizemos, ter um novo escritório, contratar… Só os salários de 400 funcionários é um investimento grande que fizemos no país. Mas seria o dobro se o país estivesse à altura das promessas”, acusa.

“Temos 15 casos de renovação de vistos que estão a arrastar-se há anos. E, mais uma vez, fizemos chegar esta questão a toda a gente. Temos dez funcionários que não podem sequer renovar a autorização de residência, porque a burocracia demora tanto que não conseguiram fazê-lo antes de o visto expirar”, afirma.

Apesar de admitir a possibilidade de Lisboa deixar de ocupar a posição de sede europeia, irá manter escritório no país. A “equipa em Lisboa é de classe mundial e está a fazer algum do trabalho mais importante”, da tecnológica. “Não vamos encerrar o escritório, o trabalho ou as pessoas que temos aqui”, diz, mas não se compromete com mil funcionários nos próximos três anos. “Não sei se posso fazer isso”, diz.

“Há três anos, parei de recomendar Portugal [a outras empresas]”, diz. “Digo-lhes que há os ingredientes certos, mas problemas sérios. E, até que sejam resolvidos, recomendo cautela.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo prolonga até 15 de junho prazo para limpeza de terrenos florestais

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

Os proprietários têm mais 15 dias para limpar os terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas.

O Governo prolongou por mais 15 dias, até 15 de junho, o prazo para os proprietários procederem à limpeza de terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas, como pediram as associações do setor.

“Os trabalhos de gestão de combustível na rede secundária de faixas de gestão de combustível podem decorrer até 15 de junho de 2025”, lê-se num despacho conjunto dos secretários de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, e das Florestas, Rui Ladeira, hoje publicado no Diário da República.

O despacho altera um anterior, de 16 de abril, que determinava que os trabalhos de gestão de combustível na rede secundária de faixas de gestão de combustível podiam decorrer até 31 de maio.

A decisão foi tomada após consulta à AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Guarda Nacional Republicana, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Infraestruturas de Portugal.

“Verifica-se, no entanto, que as condições meteorológicas dos últimos meses limitaram os períodos disponíveis para a realização dos trabalhos de gestão de combustível, criando, ainda, condições para uma maior produção primária líquida dos ecossistemas, com a consequente maior acumulação de combustível”, refere-se no despacho agora publicado.

No entanto, acrescentaram os governantes, “o perigo de incêndio rural previsto até ao final do período inicialmente definido, 31 de maio, condiciona, em grande parte do território nacional, a realização de trabalhos e outras atividades de gestão de combustível”.

Além disso, “a prorrogação do prazo em análise está igualmente sujeita aos condicionalismos determinados pelo Decreto-Lei 82/2021, de 13 de outubro”, nos “concelhos em que se verifique um nível de perigo de incêndio rural ‘muito elevado’ ou ‘máximo’”.

O executivo prolongou inicialmente o prazo até 31 de maio, segundo o despacho, “considerando as condições meteorológicas que se têm verificado, com persistência de precipitação e elevados teores de água nos solos, o que limita os períodos disponíveis para a realização dos trabalhos de gestão de combustível”.

Por outro lado, estavam “a decorrer ações de recuperação após a passagem das tempestades que assolaram várias regiões do continente e que, localmente, criaram grandes acumulações de combustível lenhoso derrubado”, notaram também Paulo Simões Ribeiro e Rui Ladeira.

A gestão de faixas de combustível em terrenos florestais em redor de edificações, infraestruturas e aglomerados, prevista na lei até 30 de abril, visa prevenir fogos rurais, mas a Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) pediu ao Governo o prolongamento de “mês e meio” no prazo, devido às condições meteorológicas.

Perante as dificuldades na contratação de empresas para a limpeza, nomeadamente por escassez de mão-de-obra e limitação de equipamentos, a FNAPF e a ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente consideram insuficiente o prazo para a realização da maior parte dos trabalhos e pediram mais tempo, antes que as autoridades iniciem a fiscalização dos incumprimentos e aplicação de contraordenações.

O presidente da FNAPF, Luís Damas, disse à Lusa que voltou a pedir ao Governo o prolongamento do prazo pelo menos até meados de junho e “alguma tolerância” para com os atrasos.

Num outro despacho, publicado em 17 de abril, relativo às freguesias prioritárias para efeitos de fiscalização, foram “identificadas 988 freguesias (34% do número total), cobrindo 2.871.924 ha [hectares] de área total (32% da superfície de Portugal continental) e englobando 1.988.232 ha de espaços florestais (37% da sua área total)”.

“Mantiveram-se os critérios adotados desde 2022, que incorporam as componentes de perigosidade conjuntural de incêndio rural e de valor dos ecossistemas”, explicava-se no despacho dos secretários de Estado da Proteção Civil e das Florestas. Os proprietários com terrenos a menos de 50 metros de edifícios de habitação ou atividades económicas terão de proceder à gestão de combustível numa faixa com largura de 50 metros em territórios florestais ou de 10 metros em territórios agrícolas.

A GNR, no âmbito da Campanha Floresta Segura 2025, destinada à prevenção de incêndios florestais, sinalizou, entre 16 de fevereiro e 30 de abril, “10.417 terrenos que poderão vir a estar em infração por falta de gestão de combustível”, indicou a divisão de comunicação da força de segurança.

A gestão de combustíveis visa reduzir material vegetal e lenhoso de modo a dificultar a propagação e intensidade do fogo, à volta das habitações e aglomerados populacionais em espaço rural, com a maioria das sinalizações nos distritos de Leiria (2.606), Bragança (1.162), Santarém (941), Coimbra (818) e Viseu (798).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“O Chega não vai viabilizar uma moção de rejeição ao Governo”, garante Ventura

André Ventura entende que "é impensável uma crise política". Mas, enquanto "líder da oposição", não vai ser "muleta do Governo" e, por isso, rejeita agora acordos com a AD.

O presidente do Chega, André Ventura, garante que “não vai viabilizar uma moção de rejeição ao programa do Governo”, para evitar uma crise política. Mas, agora, enquanto “líder da oposição”, rejeita acordos com a AD de Luís Montenegro, afirmou esta quinta-feira à saída da segunda ronda de encontros com o Presidente da República, em Belém, que antecede a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro.

Sobre o Orçamento do Estado para 2026, deixou o sentido de voto em aberto, reiterando que terá “uma maioria pronta e alternativa para governar caso essa situação se coloque”.

“O Chega não vai viabilizar uma moção de rejeição ao programa do Governo e, por isso, não permitirá que soluções irresponsáveis e irrealistas criem numa nova crise política, num momento em que os portugueses querem estabilidade, um Governo e um Parlamento com capacidade de funcionar”, começou por indicar Ventura, acompanhado por comitiva composta por Cristina Rodrigues, Ricardo Regallo Dias, Diogo Pacheco de Amorim e Rita Matias.

O líder do partido de extrema-direita “deu a garantia de que não inviabilizará a entrada em funções do Governo na mesma expectativa de, no futuro, caso o Chega vença as legislativas, haja por parte dos outros partidos, e no caso específico do PSD, a mesma tolerância democrática”, salientou.

No entanto, alertou o Chega “foi mandatado para ser o líder da oposição” e procurará “garantir ao país que há uma maioria pronta e alternativa para governar Portugal quando e como essa situação se coloque”. Ou seja, o partido não será “muleta do Governo” nem irá “sustentar a governação”.

E rejeita acordos com a AD de Luís Montenegro. “Os portugueses querem o Chega a liderar a oposição, não vamos fazer o contrário, que é acordos de governação. O Chega quer liderar oposição, não é bom estar a fazer conluios e a distribuir lugares. O Chega tem de estar preparado a qualquer altura para ser Governo”, frisou. “É habituem-se. Há uma nova forma de fazer oposição, não vamos deixar um milímetro de corrupção por investigar e um milímetro de dinheiro mal atribuído”, acrescentou.

Por isso, reforçou, o Governo “deve sentir que tem no Chega um adversário de respeito, mas nunca deve presumir e pensar que tem no Chega uma espécie de espelho do PS, que fecha os olhos à corrupção ou ao fenómeno da imigração e da insegurança”. “Não esperem de nós nem cartas brancas, nem ser a semelhança do que o PS ou o PSD fizeram em Portugal”, atirou.

Sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2026, deixou o voto em aberto mas com avisos à navegação: “Não posso dizer como vamos votar, porque não o conhecemos e o que vimos no último ano é que o PSD preferiu fazer um OE à medida do PS e não da maioria de direita no Parlamento. É preciso haver quem, de forma construtiva, saiba fazer oposição e ser alternativa. Se PS e PSD se entenderam durante 40 anos, porque não o fazem novamente?”.

Quanto à reeleição do candidato da AD, José Pedro Aguiar-Branco, para presidente da Assembleia da República, o líder do Chega referiu que “estão a existir conversas entre as bancadas e o Chega está a ter uma postura construtiva”. De lembrar que, no ano passado, Aguiar-Branco só foi eleito à quarta tentativa, depois do Chega ter rasgado o acordo com a AD. Mas, desta vez, poderá ser diferente, já que Ventura quer assumir-se como um líder da oposição “responsável”. Para além disso, Marcelo Rebelo de Sousa quer que “a Assembleia da República entre rapidamente em funções”, revelou.

Chega admite avançar com uma CPI ao caso Spinumviva

“Não é impossível chegar a um entendimento. Só houve até agora conversações entre as várias bancadas, ainda não houve entre os líderes dos partidos, que poderão ocorrer depois da reunião entre o presidente do PSD e o Presidente da República e deixei o compromisso ao Presidente da República que, ainda esta noite, o informarei sobre qualquer entendimento, que espero venha existir, de governabilidade da Assembleia da República. Não é uma situação igual à do ano passado. Tudo indica que teremos fumo branco”, indicou.

Relativamente ao caso Spinumviva, a empresa da família Montenegro e que motivou a queda do Governo e as eleições antecipadas, Ventura admite avançar com avançar com uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). “Houve agora uma evolução com um pedido de informação pelo Ministério Público, ainda não é conhecido se teremos ou não inquérito criminal e que mais esclarecimento o primeiro-ministro vai dar”, lembrou.

Porém, e “recebidos esses esclarecimentos, o Chega avaliará a necessidade de uma CPI”, salientou. “O Chega não pode de parte a CPI ao caso da Spnumviva. Se o Chega tiver de avançar por entender que há suspeitas graves, o Chega avançará sem nenhum receio como o caso das gémeas. Não temos medo de nenhum poder, de nenhum contrapoder”.

Sobre se apoio a candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República, o líder de Chega escusou-se a fazer comentários. “Nos próximos tempos falaremos com toda abertura. O Chega ainda não decidiu se terá candidato próprio ou não”, disse.

(Notícia atualizada às 17h37)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de um milhão de votos foram “desperdiçados”

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

Portalegre, Europa e Fora da Europa são os círculos mais prejudicados em termos globais, indica um estudo do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico.

Mais de um milhão de votos nas últimas eleições legislativas ficaram sem representatividade no parlamento, sendo Portalegre, Europa e Fora da Europa os círculos mais prejudicados em termos globais, indica um estudo.

A análise, intitulada “Votos sem representatividade”, elaborada por Henrique Oliveira do Departamento de Matemática do Instituto Superior Técnico, da Universidade de Lisboa, contabilizou 1.146.034 votos sem representatividade no país, somando os restos de todos os círculos eleitorais analisados, excluindo votos brancos e nulos.

De acordo com este trabalho académico, o eleitor médio do interior de Portugal tem “apenas 65% de representatividade face a valores acima dos 85% nos grandes círculos”, sendo o círculo da Europa o que apresenta a taxa de representatividade mais baixa de todo o sistema eleitoral, 43%.

O estudo dividiu o total de “votos desperdiçados” em duas categorias: do tipo A, votos que não contribuíram para a eleição de qualquer deputado num determinado círculo; e os votos de tipo B, ou seja, a proporção de votos de partidos que conseguiram eleger pelo menos um deputado, mas que ficaram por converter em mandatos adicionais após a aplicação do método de D’Hondt.

Os “círculos recordistas” da percentagem de votos sem representatividade são os da Europa (56.7%), Portalegre (42.5%) e Fora da Europa (41.2%). “Em geral, os círculos do interior têm percentagens mais elevadas de votos desperdiçados. A Madeira deixou de ter elevados restos face à votação de 2024 (39.1%) devido à força local Juntos Pelo Povo (JPP) ter elegido um deputado nesse círculo”, é detalhado.

Analisando os “votos desperdiçados” que não contribuíram para a eleição de qualquer deputado, do tipo A, os círculos com maior percentagem deste tipo mantêm-se Portalegre (40,6%), Fora da Europa (39,4%) e Europa (36,6%). Em contraste, Lisboa, Porto e Setúbal, círculos com maior número de deputados eleitos, surgem como os distritos com menor desperdício: 2,6%, 6,4% e 7,2%, respetivamente.

Quanto aos votos desperdiçados do tipo B, que, embora tenham contribuído para a eleição de deputados, não chegaram a ser suficientes para garantir mais um mandato, os círculos com percentagens mais elevadas são Guarda (24,4%), Açores (23,0%), Castelo Branco (20,2%), Europa (20,0%) e Viana do Castelo (18,8%).

O estudo salienta que, nestes casos, mesmo quando os partidos têm representação parlamentar, “uma fatia significativa dos seus votos não se traduz em mandatos adicionais”.

“Este tipo de análise revela que o sistema eleitoral atual não apenas penaliza os partidos pequenos e os eleitores em círculos reduzidos através de votos totalmente desperdiçados, mas também impede que os votos em partidos com representação sejam aproveitados de forma plena”, lê-se no estudo, que aponta a necessidade de equacionar soluções como um círculo nacional de compensação, agregação de círculos ou “mecanismos adicionais de redistribuição de votos sobrantes”.

A análise adianta ainda que todas as forças políticas verificam “um elevado” número de votos desperdiçados. No caso do PS, o desperdício de votos explica o facto de ter agregado mais boletins mas ter ficado com menos deputados (58) do que o Chega (60), partido que “teve melhor coeficiente de vantagem na transformação dos votos em mandatos”.

O mais eficiente a converter votos em mandatos foi a AD – coligação PSD/CDS-PP, com restos de apenas 4,5% da sua votação e uma taxa de conversão de 95,5% dos votos, seguindo-se o Chega com 89,3%, e o PS que desce para 85,6%. No outro extremo, o BE – que desceu de cinco para uma deputada – apenas conseguiu converter 18,6% de todos os seus votos em mandatos.

O estudo conclui que “a proporcionalidade do sistema eleitoral português não é uniforme em todo o território” e alerta que esta “desigualdade intrínseca pode comprometer a legitimidade do sistema, sobretudo quando se torna sistemática e que se tem repetido em eleições legislativas sucessivas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.