Zurich recusa aderir à OPA do BBVA sobre o Sabadell

  • ECO Seguros
  • 15:15

A seguradora, segunda maior acionista do Banco Sabadell com cerca de 5% do capital, considera que "a oferta em vigor não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell".

O grupo segurador Zurich, a segunda maior acionista do Banco Sabadell com cerca de 5% do capital, já anunciou que “não tem intenção de aderir” à oferta pública de aquisição (OPA) hostil lançada pelo BBVA sobre o rival Sabadell, avançou o jornal El Mundo.

O banco liderado por Josep Oliu apresentou um requerimento ao regulador da bolsa espanhola pedindo que este adote um “critério público” que obrigue os acionistas que pretendam tornar públicas as suas intenções de aderir à OPA do BBVA de tornar vinculativo o anúncio.

“A oferta em vigor não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell, para além das perspetivas da própria entidade”, afirmou o grupo segurador à agência EFE citada pelo jornal.

Desde que o BBVA anunciou a OPA hostil, a Zurich, sócia do negócio bancasurance do Sabadell, tem vindo a reforçar a sua participação. Em março deste ano mantinha uma posição de 4,100% tendo agora 4.947% das ações do banco, indicou a Forbes Espanha.

O comunicado do grupo segurador coincide com a apresentação por parte do banco catalão de um requerimento à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola pedindo que o regulador adote “de forma preventiva”, um “critério público” que obrigue todos os acionistas que pretendam tornar públicas as suas intenções relativamente à OPA do BBVA de tornar vinculativo o anúncio, com o objetivo de “evitar potenciais manipulações de mercado”.

No documento enviado à CNMV citado pelo El Mundo, o banco presidido por Josep Oliu propõe que os investidores que anunciem publicamente a intenção de aderir à OPA sejam obrigados a registar a totalidade da sua participação e a comprometer-se, por escrito, a concretizar essa adesão. O objetivo, explica o Sabadell, é garantir que “cumprem o que anunciam”.

O diretor-executivo da instituição financeira, César González-Bueno, já tinha denunciado esta segunda-feira que há a possibilidade de existirem investidores institucionais que anunciam publicamente a intenção de aderiram à OPA lançada pelo BBVA, sem intenções de avançar, mas antes fazer pressão sobre acionistas minoritários para que aceitem a troca.

Desta forma, poderia ultrapassar o limiar dos 30% mínimo necessário para viabilizar a aquisição e poderia avançar para uma segunda OPA que pelo menos ao mesmo preço, explica o jornal. Assim, quem não vendesse as ações na primeira oferta poderia fazê-lo mais tarde a um preço potencialmente mais vantajoso.

O banco também solicitou à CNMV que “corrija de imediato” a atuação de qualquer acionista que já tenha declarado publicamente a sua intenção de aderir à OPA, de modo a que apresente todas as informações que permitam aos investidores “dispor dos elementos de juízo necessários para compreender adequadamente a possível motivação dessa comunicação”.

Até à data, apenas dois acionistas manifestaram publicamente a intenção de aderir à OPA. O terceiro maior acionista do banco, com 3,86% do capital, David Martínez, é o empresário mexicano e fundador da Fintech Europe, e o fundo Algebris Investments, que detém 0,05%.

“A oferta em vigor não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell, para além das perspetivas da própria entidade”

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