Zurich recusa aderir à OPA do BBVA sobre o Sabadell
A seguradora, segunda maior acionista do Banco Sabadell com cerca de 5% do capital, considera que "a oferta em vigor não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell".
O grupo segurador Zurich, a segunda maior acionista do Banco Sabadell com cerca de 5% do capital, já anunciou que “não tem intenção de aderir” à oferta pública de aquisição (OPA) hostil lançada pelo BBVA sobre o rival Sabadell, avançou o jornal El Mundo.

“A oferta em vigor não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell, para além das perspetivas da própria entidade”, afirmou o grupo segurador à agência EFE citada pelo jornal.
Desde que o BBVA anunciou a OPA hostil, a Zurich, sócia do negócio bancasurance do Sabadell, tem vindo a reforçar a sua participação. Em março deste ano mantinha uma posição de 4,100% tendo agora 4.947% das ações do banco, indicou a Forbes Espanha.
O comunicado do grupo segurador coincide com a apresentação por parte do banco catalão de um requerimento à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola pedindo que o regulador adote “de forma preventiva”, um “critério público” que obrigue todos os acionistas que pretendam tornar públicas as suas intenções relativamente à OPA do BBVA de tornar vinculativo o anúncio, com o objetivo de “evitar potenciais manipulações de mercado”.
No documento enviado à CNMV citado pelo El Mundo, o banco presidido por Josep Oliu propõe que os investidores que anunciem publicamente a intenção de aderir à OPA sejam obrigados a registar a totalidade da sua participação e a comprometer-se, por escrito, a concretizar essa adesão. O objetivo, explica o Sabadell, é garantir que “cumprem o que anunciam”.
O diretor-executivo da instituição financeira, César González-Bueno, já tinha denunciado esta segunda-feira que há a possibilidade de existirem investidores institucionais que anunciam publicamente a intenção de aderiram à OPA lançada pelo BBVA, sem intenções de avançar, mas antes fazer pressão sobre acionistas minoritários para que aceitem a troca.
Desta forma, poderia ultrapassar o limiar dos 30% mínimo necessário para viabilizar a aquisição e poderia avançar para uma segunda OPA que pelo menos ao mesmo preço, explica o jornal. Assim, quem não vendesse as ações na primeira oferta poderia fazê-lo mais tarde a um preço potencialmente mais vantajoso.
O banco também solicitou à CNMV que “corrija de imediato” a atuação de qualquer acionista que já tenha declarado publicamente a sua intenção de aderir à OPA, de modo a que apresente todas as informações que permitam aos investidores “dispor dos elementos de juízo necessários para compreender adequadamente a possível motivação dessa comunicação”.
Até à data, apenas dois acionistas manifestaram publicamente a intenção de aderir à OPA. O terceiro maior acionista do banco, com 3,86% do capital, David Martínez, é o empresário mexicano e fundador da Fintech Europe, e o fundo Algebris Investments, que detém 0,05%.
“A oferta em vigor não representa uma proposta atrativa para os acionistas do Sabadell, para além das perspetivas da própria entidade”
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