Arquitetos Mutualistas chamados a pagar mais pelo incêndio na Torre Grenfell
A seguradora mutualista britânica Wren exigiu dinheiro extra dos seus 64 membros ateliers de arquitetura para fazer face a sinistros. São ainda consequências do incêndio da Torre Grenfell.
A Wren Insurance Association, companhia de seguros mutualista britânica, exigiu dinheiro extra aos seus membros — escritórios de arquitetura — para cobrir um défice financeiro causado pelo aumento das indemnizações relacionadas com revestimentos de edifícios, surgidos após a tragédia da Grenfell Tower, relata o site profissional Architects Journal.

A seguradora conta 64 membros e um volume anual de prémios de cerca de 20 milhões de libras e afirmou ter tomado a “difícil decisão” de emitir uma chamada suplementar de capital, além dos prémios anuais, para “proteger o sucesso a longo prazo da mutualista e permitir que continue a apoiar os seus membros”. Esta “chamada” adicional de financiamento é um compromisso legalmente vinculativo para os membros se os prémios anuais não cobrirem as despesas.
O incêndio da Grenfell Tower, em 2017, expôs os riscos de revestimentos potencialmente inseguros, levando a um grande volume de reclamações de seguro de responsabilidade profissional (PII) feitas por arquitetos e a pagamentos significativos por parte das seguradoras. A Wren afirmou ter recebido “um grande número de notificações relacionadas a revestimentos desde a tragédia”, principalmente referentes a obras realizadas antes de 2019.
Desde a tragédia da Grenfell Tower, em 2017, os arquitetos em todo o Reino Unido têm enfrentado um elevado número de reclamações relacionadas a revestimentos e risco de incêndio, o que levou muitas seguradoras a restringirem ou retirarem coberturas.
Em setembro último havia 2.864 edifícios com revestimento inseguro em que as obras de correção ainda não haviam começado, representando 52% de todos os edifícios identificados como necessitando de reabilitação, segundo o relatório mais recente do Building Safety Regulator.
Os sinistros declarados estão relacionados com projetos de arquitetura utilizando revestimentos. Segundo investigações posteriores a combinação de materiais usada no sistema de revestimento da Torre Grenfell não cumpria os regulamentos de construção aplicáveis a edifícios de grande altura. Numa renovação realizada em 2016 foram aplicados painéis ACM compostos por duas finas folhas de alumínio unidas por um núcleo de plástico em polietileno (PE). Por trás do revestimento, foi instalada isolação de espuma de poliisocianurato (PIR).
O núcleo de polietileno do revestimento era altamente inflamável e, em combinação com o material isolante, contribuiu para a rápida propagação do fogo pela fachada do edifício durante o incêndio da Grenfell Tower, em 14 de junho de 2017, que causou a morte de 72 pessoas.
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