Crescimento “notável” da marca Continente aumenta distância para concorrente Pingo Doce
Analistas aplaudiram conjunto de resultados "sólido" do grupo Sonae, destacando o forte desempenho registado pela retalho alimentar, que cresceu duas vezes mais que o seu concorrente direto.
Um conjunto de resultados “sólido”, impulsionado por um “desempenho notável” do negócio de retalho alimentar, onde a empresa detém a marca Continente. É esta a leitura dos analistas dos números reportados pela Sonae, esta quarta-feira após o fecho do mercado. Com um crescimento comparável de 9% no terceiro trimestre do ano, o Continente afastou-se — ainda mais — do Pingo Doce, concorrente direto no mercado nacional.
Num segmento de mercado altamente concorrencial, o retalho alimentar da Sonae voltou a provar que consegue ultrapassar as dificuldades. “O segmento alimentar da MC apresentou um forte crescimento LfL de 9% no trimestre, um desempenho particularmente robusto, suportado pelo sólido crescimento de volumes”, adiantou a CEO da Sonae Cláudia Azevedo, numa mensagem na apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano.
Esta evolução compara com um crescimento comparável de 4,4% do Pingo Doce, no mesmo período. Uma diferença (favorável aos hipermercados detidos pela empresa da família Azevedo) que apenas se tem vindo acentuar. No trimestre anterior, no qual as vendas do setor beneficiaram com o efeito Páscoa, a divisão de retalho alimentar da MC tinha registado uma subida comparável de 10,5%, enquanto o Pingo Doce cresceu as vendas em 6,5%.
A diferença de crescimento LfL [do Continente] em relação ao Pingo Doce (negócio de retalho alimentar da Jerónimo Martins em Portugal) continua a aumentar: ampliou-se para 4,6 pontos percentuais no 3.º trimestre, em comparação com 4 pontos percentuais no 2.º trimestre e 3,9 no 1.º trimestre.
“O foco dos resultados da Sonae esteve no desempenho da Sonae MC, particularmente na sua divisão de retalho alimentar”, comenta o JB Capital, num comentário aos resultados da Sonae, a que o ECO teve acesso.
Os analistas explicam que a “diferença de crescimento LfL [do Continente] em relação ao Pingo Doce (negócio de retalho alimentar da Jerónimo Martins em Portugal) continua a aumentar: ampliou-se para 4,6 pontos percentuais no 3.º trimestre, em comparação com 4 pontos percentuais no 2.º trimestre e 3,9 no 1.º trimestre”, resumem.
Também a analista do CaixaBI, Rita Machado Belo, realça o “desempenho notável” da unidade de retalho alimentar, apesar do contexto difícil no mercado nacional, “refletindo a resiliência e a eficácia da sua estratégia de negócio”.
“Este trimestre, o retalho alimentar da MC reforçou a sua posição de liderança no retalho alimentar português, atingindo receitas de 1,88 mil milhões de euros, a refletir um aumento sólido dos volumes”, remata a mesma especialista. Este número compara com 1,4 mil milhões faturados pelo Pingo Doce no mesmo período.
Este trimestre, o retalho alimentar da MC reforçou a sua posição de liderança no retalho alimentar português, atingindo receitas de 1,88 mil milhões de euros, a refletir um aumento sólido dos volumes.
“A Sonae MC apresentou um sólido conjunto de resultados com uma forte evolução de margem no trimestre“, reforça o CaixaBank/BPI, também num comentário aos resultados reportados pela empresa da Maia.
Apesar da unidade de retalho alimentar merecer a maioria das menções, os resultados do grupo como um todo foram aplaudidos por analistas e investidores, o que refletiu no desempenho em bolsa. As ações da holding, que fecharam a valorizar 0,97% para 1,46 euros, chegaram a escalar mais de 6% durante a última sessão para 1,534 euros, um máximo de janeiro de 2008.
A Sonae fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 200 milhões de euros, o que representa um aumento de 38%, e o volume de negócios consolidado cresceu 17%, para 8,2 mil milhões de euros, “com expansão orgânica, reforço de posições de liderança, exploração de sinergias e gestão ativa do portefólio”, segundo a apresentação de resultados partilhada pela companhia esta quarta-feira após o fecho do mercado.
O EBITDA aumentou 22%, para 861 milhões de euros, também a refletir o desempenho dos negócios consolidados, com destaque para a MC, que concluiu, no ano passado, a combinação da Druni e da Arenal.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Crescimento “notável” da marca Continente aumenta distância para concorrente Pingo Doce
{{ noCommentsLabel }}