Trump anuncia alívio nas restrições às emissões dos carros
Trump eliminou as restrições "horríveis" da era Biden para a produção de carros, um passo "histórico" que, diz, vai reduzir os custos para consumidores e proteger a indústria automóvel do país.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira o alívio nas regulamentações sobre a economia de combustível e as emissões dos veículos, que tinham sido reforçadas pelo seu antecessor, defendendo que irá reduzir o preço destes veículos.
“Estamos oficialmente a remover os padrões CAFE ridiculamente restritivos e horríveis de Joe Biden, que impuseram restrições dispendiosas e todo o tipo de problemas”, frisou o republicano na Sala Oval da Casa Branca, citado pela agência France-Presse (AFP).
Trump referia-se às regulamentações de Economia Média de Combustível Corporativa (CAFE, na sigla em inglês), implementadas inicialmente em 1975 e endurecidas pelo ex-presidente democrata. Desde que regressou à Casa Branca, em janeiro, o governante, cético em relação às alterações climáticas, revogou ou enfraqueceu várias medidas que promoviam a transição para os veículos elétricos.
“O meu governo está a dar o passo histórico de reduzir os custos para os consumidores americanos, proteger os empregos na indústria automóvel americana e tornar a aquisição de veículos muito mais acessível para inúmeras famílias americanas”, salientou Trump.
O programa CAFE exige que os veículos atinjam a melhor economia de combustível possível por quilómetro. O Governo de Biden tinha determinado uma melhoria de 8% para os modelos de 2024 e 2025 e de 10% para os modelos de 2026, para atingir mais de 50 milhas por galão até 2031 (80 km por 3,78 litros).
As três principais construtoras automóveis norte-americanas receberam bem a decisão do Presidente republicano, em reações divulgadas ainda antes do anúncio da Casa Branca. “Enquanto maior fabricante de veículos dos EUA, agradecemos a iniciativa do Presidente Trump de alinhar os padrões de economia de combustível com a realidade do mercado”, sublinhou Jim Farley, CEO da Ford.
Acrescentou que é possível fazer “progressos reais nas emissões e na eficiência de combustível, oferecendo aos clientes opções e preços acessíveis”, classificando a decisão como “uma vitória para os clientes e para o bom senso”. Antonio Filosa, CEO da Stellantis, partilhou desta opinião, elogiando a medida para “realinhar os padrões CAFE com as condições reais do mercado global”, visando desenvolver a indústria automóvel norte-americana.
Um porta-voz da General Motors reiterou o compromisso do grupo “em fornecer a melhor e mais vasta gama de veículos elétricos e com motor de combustão interna do mercado”.
Mas Gina McCarthy, que trabalhou nas administrações Biden e Obama como conselheira para as questões climáticas, entre outras funções, acredita que este retrocesso acabará por prejudicar a indústria automóvel e agravar as alterações climáticas. “Se há uma coisa de que podemos ter a certeza é que esta administração nunca agirá no melhor interesse da nossa saúde ou do ambiente”, destacou em comunicado.
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