Educação digital, ferramenta fundamental para combater a nova onda de fraudes online

  • Servimedia
  • 9 Dezembro 2025

O governo e grandes empresas como Visa, SHEIN ou CaixaBank intensificam os seus esforços para que os cidadãos aprendam a identificar fraudes cada vez mais sofisticadas

Num ambiente digital cada vez mais complexo, a luta contra a fraude online tornou-se uma prioridade para administrações, empresas tecnológicas, instituições financeiras, organizações de consumidores e comércios online. A expansão dos pagamentos eletrónicos, o boom do comércio online e a proliferação de canais digitais geraram novas oportunidades, mas também um terreno fértil para os cibercriminosos aperfeiçoarem as suas técnicas.

O «Relatório Semestral de Ameaças da Visa», publicado recentemente, confirma esta tendência global: as fraudes já não respondem a táticas isoladas, mas sim a operações altamente profissionalizadas que operam à escala internacional. De acordo com o documento, a fraude digital industrializou-se graças a infraestruturas criminosas cada vez mais poderosas, à crise de autenticidade gerada por conteúdos falsificados e ao uso de estratégias avançadas de monetização que permitem aos criminosos armazenar dados comprometidos para ativá-los posteriormente.

Como explicou David Capezza, diretor interino de risco da Visa Europa, em declarações ao jornal «Expansión», «no ano passado, criámos uma unidade chamada Disrupção de Fraudes da Visa, com a qual, nos últimos 12 meses, identificámos tentativas de fraude no valor de mil milhões de dólares a nível global. Tenho o prazer de dizer que, mais uma vez, a nossa organização na Europa está a impulsionar grande parte deste processo e evitámos fraudes no valor de 260 milhões de dólares [224 milhões de euros]. Estamos a identificar estas fraudes antecipadamente».

A necessidade de aumentar a consciencialização dos cidadãos também se reflete em Espanha. Um estudo recente da Wallapop mostra que 74% dos espanhóis não se sentem preparados para identificar uma fraude cibernética, apesar de a maioria perceber um aumento nas tentativas de fraude, especialmente em momentos de alto consumo, como a Black Friday. Os inquiridos destacam que as técnicas dos fraudadores estão cada vez mais sofisticadas, o que dificulta a sua deteção.

Consciente dessa vulnerabilidade, o Governo de Espanha, através do Instituto Nacional de Cibersegurança (Inicibe), reforçou neste outono a sua estratégia de sensibilização com a campanha «Se algo digital o preocupa, o 017 trata disso», uma mensagem direta que pretende lembrar aos cidadãos que existe um serviço público e gratuito onde podem esclarecer dúvidas, denunciar incidentes e receber acompanhamento em caso de suspeita de fraude. A iniciativa procura aproximar o suporte técnico às famílias, PME e grupos vulneráveis, e sublinha a importância de recorrer sempre a fontes oficiais em caso de incerteza.

Paralelamente, as empresas privadas também intensificaram as campanhas de prevenção, sensibilização e divulgação para alertar sobre as fraudes e fornecer as ferramentas necessárias para acabar com elas. Destaca-se a colaboração entre a SHEIN e a Associação Espanhola de Consumidores, que lançaram uma campanha nacional para melhorar a segurança nas compras online durante a época natalícia, um dos períodos com maior incidência de fraudes. A iniciativa, que visa promover o «consumo positivo», inclui um decálogo com recomendações essenciais para comprar com garantias, desde verificar se o site é seguro até rever as condições de venda, usar ligações protegidas, atualizar os dispositivos, denunciar qualquer fraude e exercer os direitos do consumidor.

Por outro lado, o CaixaBank lançou este ano uma campanha de sensibilização em colaboração com o grupo teatral Tricicle, com o objetivo de transmitir mensagens de cibersegurança de forma próxima, visual e humorística. A entidade pretende chegar a um público amplo, lembrando que os ataques de phishing e a usurpação de identidade continuam a aumentar e que a melhor defesa é identificar os padrões de fraude antes que o utilizador forneça informações sensíveis.

O conjunto destas iniciativas demonstra que a prevenção da fraude online se tornou um desafio comum que exige cooperação, inovação e pedagogia. Em última análise, a cibersegurança não é apenas uma questão tecnológica, mas um elemento fundamental para manter a confiança na economia digital e garantir que as oportunidades do ambiente online se desenvolvam com segurança, transparência e responsabilidade.

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