Hospital Universitário Infanta Elena celebra a sua III Jornada de Humanização Sanitária
Para destacar o papel complementar neste modelo de assistência de cuidados próximos e sustentáveis.
O encontro reuniu profissionais, docentes e representantes institucionais para aprofundar a forma como a humanização transforma os cuidados na prática diária, desde a acessibilidade e a comunicação até ao acompanhamento emocional ou à organização interna dos cuidados.
A jornada foi inaugurada por Marta del Olmo, gerente territorial do hospital, que lembrou que a humanização «faz parte do ADN do Infanta Elena desde a sua origem», ao ponto de se tornar uma forma de trabalhar, e não um departamento ou ação isolada. Durante a sua intervenção, sublinhou que o hospital «tomou desde o primeiro dia a decisão estratégica de construir uma cultura corporativa centrada na dignidade, autonomia e experiência das pessoas, incorporando a sua voz em cada projeto, cada circuito e cada inovação. Esta abordagem, consolidada ao longo de quase duas décadas, permitiu ao hospital incorporar inovação tecnológica, redesenho de processos e novas estratégias de acompanhamento sem perder o eixo essencial: compreender a pessoa na sua dimensão clínica, emocional e social».
Na mesma linha, a diretora de Humanização, Atenção e Segurança do Paciente da Secretaria de Saúde, Celia García Menéndez, situou essa visão dentro da estratégia regional, destacando que a Comunidade de Madrid foi pioneira na Espanha ao implementar «planos de humanização que integram segurança do paciente, participação ativa, qualidade percebida, acessibilidade universal e humanização das infraestruturas».
Durante a sua intervenção, ela lembrou que a excelência na assistência «só se sustenta quando protegemos a humanidade daqueles a quem atendemos», sublinhando a necessidade de ouvir os pacientes e as famílias para adaptar os processos às suas necessidades reais, incluindo aquelas que nem sempre são visíveis: sensoriais, cognitivas, sociais ou emocionais.
Por sua vez, a Dra. Patricia Ferrero Sereno, vice-reitora de Enfermagem e Psicologia da Universidade Alfonso X, contribuiu com a visão formativa e académica e sublinhou que a humanização deve fazer parte da formação clínica das novas gerações, sustentada no conhecimento científico, nos métodos de trabalho e na aprendizagem permanente.
PROJETOS
O evento permitiu conhecer oito projetos selecionados entre os doze apresentados pelas equipas do hospital. As iniciativas abordam áreas tão diversas como evitar o estigma da obesidade, a comunicação na UCI, o acompanhamento farmacêutico, a resiliência psicológica em pacientes oncológicos, o apoio entre mulheres com cancro da mama, a atenção integral ao luto perinatal, a recuperação funcional de idosos e a participação ativa dos pacientes no processo de diagnóstico.
Os profissionais concordaram que a humanização se reflete nos resultados: melhoria da acessibilidade, maior compreensão dos processos, redução do stress emocional, fortalecimento do acompanhamento familiar e uma comunicação mais eficaz entre equipas e pacientes. O encontro deixou claro que a humanização não é um conceito abstrato, mas um quadro operacional que transforma a qualidade dos cuidados de forma mensurável.
Por fim, o testemunho de Javier García Pajares, técnico de Relações Institucionais da Ilunion, foi um dos momentos mais significativos do encontro. O seu relato, marcado pela convivência com uma deficiência sensorial, destacou a importância da acessibilidade, do acompanhamento adequado e do tratamento não paternalista. Assim, explicou como os ambientes inclusivos e a comunicação adaptada permitem uma autonomia real e lembrou que «um sistema de saúde humanizado é aquele que compreende as suas necessidades e o acompanha sem julgar». A sua intervenção reforçou a ideia de que a humanização adquire pleno sentido quando se ouve quem vive os processos de saúde a partir de dentro.
RECONHECIMENTOS
A entrega de prémios, que também integrou a jornada, valorizou a criatividade e o esforço das equipas. O projeto do Serviço de Radiodiagnóstico obteve o segundo prémio nessa mesma categoria. Em projetos em desenvolvimento, o primeiro prémio foi para a proposta de «Atenção ao luto perinatal» e o segundo para «A consulta farmacêutica centrada na pessoa».
Durante a sua intervenção no encontro, a responsável pela Experiência do Paciente do hospital de Valdemoro, María Rosa Vicente, retomou o fio condutor das intervenções anteriores e reafirmou que a humanização é o eixo transversal do modelo de assistência do hospital de Valdemoro. Além disso, lembrou que a cultura do hospital é construída graças ao compromisso dos seus profissionais e à confiança das pessoas que o procuram.
Na sua mensagem, sublinhou que «a humanização não é um projeto; é uma forma de trabalhar que nos acompanha desde o início, que se renova com cada inovação e que nos obriga a melhorar todos os dias para atender as pessoas com dignidade, empatia e rigor».
O evento contou com o apoio da Johnson & Johnson, Ilunion, Grupo Social ONCE e Universidade Alfonso X el Sabio, entidades comprometidas com a acessibilidade, a inovação social, a formação em humanização e a construção de ambientes mais inclusivos. A sua participação reforça uma visão comum: avançar para um sistema de saúde mais próximo, mais justo e centrado nas pessoas.
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