Preços no consumidor disparam 8,5% nos EUA em março. Inflação em máximos de 40 anos

EUA registaram a taxa de inflação mais elevada em quatro décadas. Preços no consumidor subiram 8,5% no mês passado, à boleia da energia e alimentação, ficando acima do esperado.

Os preços no consumidor dispararam 8,5% nos EUA em março, à boleia da energia e alimentação, com a taxa de inflação a ficar ligeiramente acima do esperado (projeção era de 8,4%) e a atingir máximos de 40 anos, adiantou o Departamento do Trabalho americano esta terça-feira.

Desde dezembro 1981 que os preços dos bens e serviços do dia-a-dia não registavam uma subida anual tão pronunciada como agora. Os preços já vinham a acelerar por causa de problemas nas cadeias de distribuição registados após a pandemia, mas a guerra na Ucrânia trouxe implicações sérias no abastecimento dos mercados energéticos e da alimentação, contribuindo para encarecer ainda mais as coisas ao consumidor.

Excluindo os preços da alimentação e da energia, o índice de preços no consumidor subiu 6,5% no mês passada, em linha com as expectativas dos analistas. A chamada inflação subjacente atingiu o valor mais elevado desde agosto de 1982.

Em termos mensais, a subida da taxa de inflação de 1,2% também ficou em linha com o que era amplamente antecipado, correspondendo, ainda assim, à maior subida desde setembro de 2005 e a uma aceleração acentuada em relação os 0,8% registados em fevereiro.

A aceleração da inflação reforça a ideia de uma Reserva Federal norte-americana mais agressiva para evitar o descontrolo dos preços. A Fed já começou a subir as taxas de juro em 25 pontos base em março – para um intervalo entre 0,25% e 0,50%, na primeira subida em três anos — e vai continuar a apertar as condições financeiras nos próximos meses.

Tudo aponta para que o banco central — que tem como meta uma inflação de 2% — aumente novamente os juros em 50 pontos (o dobro da subida em março) na próxima reunião de maio.

Após estes dados serem conhecidos, os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão em alta. A aceleração da taxa de inflação já era esperada e ficou aproximadamente em linha com as estimativas dos analistas.

O índice industrial Dow Jones soma 0,30% para 34.409,67 pontos no arranque da sessão em Wall Street, enquanto o S&P 500 ganha 0,64% para 4.440,81 pontos. Já o tecnológico Nasdaq é o que mais ganha, depois de na sessão anterior estar sob pressão, e avança 1,25% para 13.579,29 pontos.

(Notícia atualizada às 14h35)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Preços no consumidor disparam 8,5% nos EUA em março. Inflação em máximos de 40 anos

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião