BE acusa Governo de impor “quebra” de salários ao recusar atualizar à inflação

  • Lusa
  • 15 Abril 2022

"Quando o Governo se recusa a atualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal", disse Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou esta sexta-feira o Governo de “impor uma quebra real dos salários” em Portugal ao recusar atualizá-los à taxa de inflação.

“Quando o Governo se recusa a atualizar os salários à inflação o que está a dizer é que vamos ter uma quebra real dos salários em Portugal e que quer controlar o ciclo da inflação, não pelo controlo dos preços especulativos que estão a criar este ciclo de inflação, mas sim pela quebra dos rendimentos do trabalho”, afirmou a bloquista, no Porto, à margem da apresentação do Desobedoc 2022 – Mostra de Cinema Insubmisso.

Para Catarina Martins são, uma vez mais, os trabalhadores a pagar uma crise que não provocaram. O ciclo da inflação não tem nada a ver com os salários, mas sim com os combustíveis, referiu. E, acrescentou, a única forma de o travar é controlar preços e limitar margens, porque “há quem esteja a ganhar muito com este ciclo de inflação e com a especulação que faz dos preços”.

“Atualizar os salários, pelo contrário, não tem nenhum problema do ponto de vista da inflação porque nem sequer aumenta a procura, é só prevenir que os salários não percam poder de compra”, sustentou.

O ministro das Finanças entregou na quarta-feira no Parlamento a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) que mantém a economia numa rota de recuperação, ao mesmo tempo que procura mitigar os impactos da escalada de preços devido à guerra na Ucrânia. A proposta de OE2022 vai ser debatida na generalidade na Assembleia da República a 28 e 29 de abril, estando a votação final global marcada para 27 de maio.

Questionada ainda sobre uma notícia do Público desta sexta-feira, a dar conta que o ex-ministro da Finanças João Leão vai gerir um projeto no Iscte – Instituto Universitário de Lisboa financiado pelo Orçamento do Estado que ajudou a preparar, Catarina Martins recusou fazer comentários. “Sobre essa matéria não tenho qualquer comentário a fazer”, disse.

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