Direto Mesmo com a guerra, rating de Portugal deve melhorar em 2022 e 2023, segundo o Governo. Acompanhe aqui
Fernando Medina arrancou o debate parlamentar sobre o Orçamento do Estado para 2022. "Não posso dizer que as pessoas não têm perda de poder de compra", disse o ministro.
O novo ministro das Finanças teve esta terça-feira a sua primeira prova de fogo na Assembleia da República numa audição parlamentar para discutir a proposta do Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022). O tema da inflação e dos salários, a carga fiscal e a preocupação com o crescimento económico foram os temas a marcar o confronto com os deputados. Tanto à esquerda como à direita há quem peça um aumento salarial ao ritmo da taxa de inflação para evitar a perda de compra que o Governo admite que vai haver. “Não posso dizer que as pessoas não têm perda de poder de compra“, admitiu Fernando Medina perante a insistência dos deputados.
Na sua primeira intervenção, o ministro das Finanças reconheceu o “aumento dos preços pesa já sobre os orçamentos familiares e empresariais” e força o aumento das taxas de juro por parte do banco central. Perante este cenário incerto e instável, este é um “Orçamento de mitigação da inflação e dos seus efeitos”, classificou. “Este é um Orçamento que responde ao presente e protege o nosso futuro“, concluiu.
Pelo PSD, foi Duarte Pacheco, coordenador do PSD na COF, a arrancar com as perguntas. “Este não é o Orçamento que o país precisa. É um mau Orçamento“, começou por dizer, criticando o Governo por “navegar à vista sem rumo e sem uma rota bem definida”. “Não responder aos problemas estruturais” da economia portuguesa, como a produtividade e competitividade de Portugal, notou, referindo que isso é necessário para ter folga para as respostas sociais e para reduzir a dívida pública.
Os deputados do Chega, da Iniciativa Liberal, do PCP e do Bloco de Esquerda também insistiram com o ministro das Finanças para dizer qual será a perda de poder de compra dos portugueses, em particular dos funcionários públicos, cujo salário depende da decisão do Governo. Medina fugiu à questão, mas admitiu, tal como já tinha dito anteriormente, que as medidas de mitigação não vão compensar totalmente o aumento dos preços.
O que foi transversal a toda a audição foi o tema da redução do défice e do endividamento público. Fernando Medina reconheceu que a dívida pública é um “calcanhar de Aquiles” que o país tem, principalmente em tempos conturbados. “Não considero que se deva menorizar o objetivo de redução do défice orçamental”, sublinhou, argumentando que é preciso preparar o país para uma eventual crise no futuro. Mais tarde, João Nuno Mendes, secretário do Tesouro, disse que a expectativa do Governo é que haja melhorias do rating de Portugal em 2022 e 2023 graças às “contas certas”, depois de em fevereiro o ex-ministro das Finanças, João Leão, ter admitido que a guerra era um “desafio adicional” a essa expectativa.
Releia aqui a audição de Fernando Medina na comissão de orçamento e finanças (COF):
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