SCP e SLB com lucros, Porto não. E os passivos?
O campeonato está a chegar ao fim, mas as contas ainda são de meio do ano. Os números das SAD mostram o SCP como campeão dos lucros, Benfica acima da linha de água, sem vendas, e o Porto em crise.
Se no relvado o Sporting está a lutar para apanhar os rivais, nas contas, na primeira metade da temporada, o clube de Alvalade é o campeão. Obteve os maiores lucros entre os “três grandes” suportado nas vendas de jogadores. Voltou a “terreno” positivo, onde já estava o Benfica, enquanto o Porto passou para o vermelho… nos resultados líquidos, mas também nos capitais próprios. E os passivos? A fatura das três SAD já supera os mil milhões de euros.
A SAD liderada por Bruno de Carvalho — foi reeleito para mais quatro anos à frente do Sporting — fechou os primeiros seis meses da época 2016/2017 com lucros de 46,5 milhões de euros, o melhor resultado semestral de sempre, depois dos prejuízos no período homólogo. O Benfica, que lidera o campeonato, ficou em segundo nas contas: teve lucros de 4,6 milhões, uma quebra de 43%, já o Porto agravou os prejuízos. Passou de 17,6 para quase 30 milhões de euros negativos.
O que explica tamanha diferença nos resultados do Sporting face ao Benfica e Porto? Os jogadores, ou melhor, as vendas de atletas. Enquanto o clube de Alvalade fez vendas recorde: João Mário rendeu 40 e Slimani permitiu encaixar 30 milhões de euros, o Benfica salienta que “este resultado não inclui as alienações de Gonçalo Guedes e Hélder Costa, que ascenderam a um montante de 45 milhões de euros e irão representar um impacto positivo próximo dos 38,9 milhões de euros no próximo semestre”. E o Porto? Não vendeu.
As vendas de jogadores têm grande influência no desempenho financeiro das SAD, sendo que essa fica patente quando se olha, além dos resultados líquidos, para os resultados operacionais com e sem os direitos dos atletas. Com atletas, o Sporting obteve resultados operacionais de 52 milhões, já o Benfica apresentou um valor de 11,6. O Porto perdeu quase cinco milhões. Sem atletas, só o Benfica teve um saldo positivo: 18,1 milhões. O Porto perdeu 21,7 e o Sporting 1,3 milhões.
O clube da Luz realça que “o resultado deste período [primeiro semestre da época desportiva] está principalmente alicerçado no crescimento da atividade operacional do grupo, excluindo as transações de direitos de atletas, com especial ênfase para a exploração dos direitos de televisão”. As receitas de televisão do Benfica aumentaram 19,4% para 19,3 milhões de euros, isto devido ao contrato celebrado com a Nos.
Passivos acima dos mil milhões
O Benfica viu os lucros encolherem, mas as receitas mesmo sem vendas de jogadores seguraram os resultados. E permitiram ao clube liderado por Luís Filipe Vieira amortizar as dívidas. O passivo dos encarnados foi o único a encolher neste período, registando-se uma quebra de 20,5 milhões de euros para 434,96 milhões de euros, montante que é, ainda assim, o mais elevado entre as três SAD. É quase metade do total, que continua a aumentar.
O passivo dos “três grandes”, como um todo, passou da fasquia dos mil milhões de euros no final do ano passado. É, agora, de 1.077,8 milhões de euros, tendo aumentado em quase 80 milhões de euros no espaço de um ano. O do Sporting cresceu em 10,3 milhões, para 265 milhões, já o do Porto disparou em 90 para 377 milhões. Com os prejuízos a avolumarem-se, a SAD liderada por Pinto da Costa vê o passivo crescer, mas os capitais próprios a deteriorarem-se. É a única das três com saldo negativo: 3,44 milhões de euros.
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