Leão tem três concorrentes na corrida ao Mecanismo Europeu de Estabilidade

Confirma-se que o ex-ministro das Finanças, João Leão, vai candidatar-se a diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade. Na concorrência tem um italiano, um holandês e um luxemburguês.

O Eurogrupo divulgou esta segunda-feira a lista de candidatos a diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), em substituição do alemão Klaus Regling, e confirma-se que João Leão, ex-ministro das Finanças, foi proposto pelo Governo português. Mas não é o único na corrida: Marco Buti (Itália), Pierre Gramegna (Luxemburgo) e Menno Snel (Países Baixos) também concorrem. A decisão deverá ser tomada a 23 de maio na reunião do Eurogrupo e depois será formalizada em junho.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, o Eurogrupo divulgou que há quatro candidatos para suceder a Regling: Marco Buti (Itália), Pierre Gramegna (Luxemburgo), Menno Snel (Países Baixos) e João Leão (Portugal). Buti foi diretor-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, Gramegna foi ministro das Finanças do Luxemburgo e Snelfoi foi secretário de Estado das Finanças nos Países Baixos.

Da esquerda para a direita: Buti, Gramegna, Leão e Snel.

O prazo de candidaturas para a corrida para o cargo de próximo managing director do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês) acabava esta segunda-feira às 18h (hora em Bruxelas). Com sede no Luxemburgo, esta instituição europeia foi criada em 2012 por causa da crise das dívidas soberanas para ajudar os Estados-membros da Zona Euro com dificuldades de acesso a financiamento nos mercados financeiros.

No comunicado, o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, explica que o mandato de Regling vai acabar a 7 de outubro deste ano e que estes foram os quatro candidatos apresentados pelos Estados-membros da Zona Euro, após ter lançado o repto a 17 de março. Donohoe confirma que os candidatos serão alvo de discussão por parte dos ministros das Finanças da Zona Euro no dia 23 de maio, sendo expectável que se construa um consenso à volta de um dos nomes.

A 16 de junho, o conselho de governadores do MEE, que é constituído pelos 19 ministros das Finanças dos países, terá de eleger formalmente um dos candidatos com uma maioria de qualificação, isto é, 80% dos votos. Os direitos de voto de cada país dependem do número de ações que cada membro tem no stock de capital do MEE: Portugal, por exemplo, tem cerca de 2,5%. Alemanha, França, Itália e Espanha são naturalmente os países com mais votos.

O diretor do MEE é responsável por gerir o dia-a-dia do Mecanismo e tem assento nas reuniões do Eurogrupo, sendo um dos responsáveis que está presente na conferência de imprensa, ao lado do presidente do Eurogrupo e do comissário europeu para a economia. O mandato é de cinco anos e pode ser renovado apenas uma vez.

De acordo com fontes conhecedoras do processo, o Governo português mostra-se confiante com a sua escolha por causa das metas orçamentais alcançadas por Leão ao longo dos anos em que esteve no Executivo. Além do excedente orçamental de 2019, o ex-secretário de Estado do Orçamento conseguiu baixar o défice para 2,8% em 2021, abaixo do limiar de 3% das regras europeias, ainda com a pandemia a pesar nas contas públicas.

Além disso, João Leão tem no currículo um doutoramento no MIT (Estados Unidos), fez parte do grupo de economistas do PS que delineou a estratégia económica em 2015 e manteve sempre um compromisso com a gestão orçamental rigorosa, tendo sido criticado pelas cativações e a execução orçamental abaixo do orçamentado. Contudo, a recente passagem direta para vice-reitor do ISCTE causou polémica por causa dos moldes em que aconteceu.

(Notícia atualizada às 18h22 com mais informação)

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