Polícia Judiciária tem “muita dificuldade em reter” talento
Diretor nacional lamenta o facto de a Polícia Judiciária não conseguir reter "expertise". A polícia está a recrutar peritos, mas os baixos salários não facilitam a tarefa, admite.
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) lamentou esta segunda-feira que aquela autoridade tenha “muita dificuldade em reter expertise“. “Estamos a recrutar pessoas, mas é difícil, porque pagamos pouco”, rematou, durante uma intervenção inserida numa conferência sobre cibersegurança do Banco de Portugal.
À margem do evento, Luís Neves detalhou aos jornalistas que “é preciso ter gente preparada e expertise para combater”, desde logo, a criminalidade informática, que “está em franco crescimento”. “É exponencial. É preciso ter peritos bem preparados, com muito conhecimento”, informou, depois de um início de ano marcado por ciberataques como os que vitimaram a Impresa e a Vodafone.
“É preciso agarrarmos os nossos peritos à instituição Estado”, acrescentou Luís Neves.
O responsável reconheceu que o Governo “incorporou” alguns dos apelos da PJ no programa para a legislatura, com um “reforço dos meios humanos na área da corrupção, criminalidade económica e financeira, no cibercrime e depois no apetrechamento tecnológico”. “O ano passado tivemos, de facto, um recrutamento que vai ao encontro dos objetivos coletivos e estamos expectantes que esse reforço seja para continuar”, rematou.
Questionado acerca do aumento da perceção dos portugueses no que toca à ocorrência de ciberataques, Luís Neves respondeu que “sucederam-se idênticos ataques em muitos outros países no mesmo momento e na mesma conjuntura” em que ocorreram o da Impresa e o da Vodafone. Instado a esclarecer se isso está relacionado com a invasão da Rússia à Ucrânia, o responsável disse que essa é uma das naturezas dos ciberataques, embora exista uma “panóplia” de outras motivações.
Por fim, interrogado sobre se estão a aumentar os ataques com origem na Rússia ou na Bielorrússia, o líder da PJ concretizou: “Tem havido um aumento de ciberataques do ponto de vista daquilo que é conhecido na atividade estatal.” Mas recusou ir mais além, justificando com o segredo a que está obrigado.
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