CP admite regresso do Comboio Académico de Castelo Branco até ao Porto
Quando for concluída a modernização da Linha da Beira Alta, a transportadora ferroviária admite retomar a ligação ferroviária e servir estudantes deslocados no Norte do país.
O Comboio Académico pode voltar aos carris quando estiver concluída a modernização da Linha da Beira Alta. O cenário foi admitido nesta quarta-feira por um responsável da CP durante o debate que decorreu em Mangualde sobre as obras naquela linha ferroviária.
“Ter a Linha da Beira Alta completamente modernizada vai permitir-nos ter potencial entre esta linha e a Linha da Beira Baixa, com ligação ao Norte. Castelo Branco, Covilhã e Guarda são cidades com potencial para captar estudantes deslocados — estamos a falar de um conjunto de 12 mil pessoas”, assinalou o diretor de produção da CP para a região centro, Hermenegildo Rico, durante o debate.
Potencial de mercado para o regresso do Comboio Académico parece não faltar. O responsável lembrou que há “concorrência dos [autocarros] expressos ao fim de semana”.
Ter a Linha da Beira Alta completamente modernizada vai permitir-nos ter potencial entre esta linha e a Linha da Beira Baixa, com ligação ao Norte
Na década de 1990, o Comboio Académico circulava às sextas-feiras entre Castelo Branco e Porto, com passagem por cidades como Covilhã, Guarda, Santa Comba Dão, Aveiro e Ovar. Aos domingos era feita a viagem em sentido contrário.
Nessa altura, o comboio tinha de inverter a marcha na estação da Pampilhosa, algo que deixará de ser necessário a partir do final de 2023, com a conclusão da Concordância da Mealhada, com a ligação direta da Linha do Norte à Linha da Beira Alta.
Novo pedido para Barca d’Alva
Além de um eventual regresso do Comboio Académico, a CP voltou a admitir o início de um serviço ferroviário Intercidades entre Lisboa e Porto com passagem pelas linhas da Beira Alta e da Beira Baixa. O cenário foi levantado pelo vice-presidente executivo da transportadora, Pedro Moreira, recordando o repto foi lançado em maio de 2021 pelo então presidente da transportadora, Nuno Freitas.
A sessão de encerramento foi ainda aproveitada para novo pedido de regresso da circulação de comboios entre Pocinho e Barca d’Alva. “O exemplo da reabertura do troço entre Covilhã e Guarda [Linha da Beira Baixa] deve ser repetido no Douro. Defendemos a reabertura do troço entre Pocinho e Barca d’Alva. É necessário um projeto de coesão territorial, de combate ao isolamento, para acesso ao Douro Vinhateiro”, destacou.
Defendemos a reabertura do troço entre Pocinho e Barca d’Alva. É necessário um projeto de coesão territorial, de combate ao isolamento, para acesso ao Douro Vinhateiro.
Pedro Moreira lembrou que no final da semana passada foi tornado público o estudo técnico da Infraestruturas de Portugal, que prevê cerca de 75 milhões de euros de investimento para o regresso dos comboios até à fronteira. Contudo, as obras dependem da eletrificação do Douro até ao Pocinho, intervenção ainda sem calendário previsto.
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