Quase nove milhões de pessoas na UE trabalhavam nas TIC. Portugal acima da média
Desde 2012, a proporção de trabalhadores nas TIC em Portugal aumentou 2,6 pp. E, apesar de ainda muito desigual, a percentagem de mulheres cresceu 6,5 pp.
Em 2021, quase nove milhões de pessoas na União Europeia (UE) trabalhavam como especialistas em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), representando 4,5% da mão de obra total disponível na UE. Portugal situa-se no meio da tabela, com 4,7%, ligeiramente acima da média apurada em todos os Estados-membros. Apesar de bem distante de países como a Suécia (8%) ou a Finlândia (7,4%), a trajetória nacional tem sido crescente: desde 2012, a proporção de trabalhadores na área das TIC aumentou 2,6 pontos percentuais (pp). E, apesar de ainda muito desigual, a percentagem de mulheres disparou 6,5 pp, revelam os dados divulgados pelo Eurostat, o gabinete de estatísticas da União Europeia.
Portugal contava, no ano passado, com 4,7% de especialistas em TIC, um aumento de 0,7 pp comparativamente a 2020, e de 1,2 pp se compararmos o valor apurado em 2019.
Olhando para a trajetória a nacional, é possível concluir que, em nove anos, de 2012 a 2021, a proporção cresceu 2.6 pp, situando-se, agora, um pouco acima da média na UE, algo que não acontecia em 2012, ano em que Portugal (2,9%) figurava nos dez piores lugares do ranking, bem distante da média da UE (3,7%).
Em 2021, o país lusitano ocupa já o 12.º lugar do ranking, e são 15 os Estados-membros que registam mesmo percentagens inferiores. É o caso da Roménia (2,6%), Grécia (2,8%), Polónia e Bulgária (ambas com 3,5%).
Na ponta extrema, com as percentagens mais altas de profissionais a trabalhar nas TIC, estão a Suécia a Finlândia e o Luxemburgo, com 8%, 7,4% e 6,7%, respetivamente.
Nem 21% dos profissionais das TIC em Portugal são mulheres
Quando olhamos, contudo, para os países que têm a maior percentagem de mulheres nas TIC, o cenário muda totalmente, começando desde logo pelo pódio. A Bulgária (28,2%), a Roménia (26%) e Malta (25,6%) saltam, imediatamente, para o primeiro, segundo e terceiro lugares, respetivamente. Ainda assim, o setor está longe de alcançar a paridade.
Apesar de um ligeiro aumento durante a última década, as mulheres representavam menos de um quinto dos especialistas em TIC (19,1%) em 2021.
Portugal, uma vez mais, consegue ultrapassar a média da UE, registando 20,7% de mulheres a trabalhar no setor. Embora o valor tenha sido mais alto em 2020, quando se registou uma percentagem de 21,2%, o percurso nacional tem sido de evolução. Desde 2013 — ano em que o Eurostat tem registo do número mais baixo — o valor disparou 7,4 pp.
As piores classificações pertencem à República Checa, Hungria e Eslováquia. Nestes países apenas 10%, 14% e 14,9%, respetivamente, são trabalhadoras mulheres especialistas no setor das Tecnologias da Informação e Comunicação.
Luísa Ribeiro Lopes, presidente do .PT e coordenadora-geral do INCoDe.2030, alertou, recentemente, em entrevista à Pessoas, precisamente para o incumprimento das metas no que toca à igualdade de género até 2023, ano estabelecido pela Organização das Nações Unidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Já sabemos que não iremos alcançar estas metas em 2030, mas temos de fazer um esforço para contrariar os números que dizem que só daqui a 60 anos podemos falar de igualdade nas profissões”, afirmou.
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