Francesa 42 “festeja” nos Aliados depois de dois anos a programar em Lisboa

Escola de programação “sem horários nem professores” abre campus no centro do Porto, com investimento anual de um milhão de euros. Liderada por Pedro Santa Clara, já teve 20 mil candidatos na capital.

Dois anos depois de abrir em Lisboa, a escola de programação 42, fundada em Paris em 2013 e considerada uma das melhores e mais inovadoras do mundo nesta área de especialização, vai estacionar no Porto. Num investimento anual de cerca de um milhão de euros, o campus situado junto à Avenida dos Aliados abre portas a 4 de junho aos primeiros candidatos que queiram conhecer o espaço, a equipa e o modelo de aprendizagem gamificado, “sem horários nem professores”.

O diretor da 42 em Portugal, Pedro Santa Clara, adiantou ao ECO que o campus da 42 Porto estará instalado num espaço cedido pela Critical Techworks no centro da cidade Invicta, no antigo Palácio dos Correios, mesmo ao lado do edifício da autarquia liderada por Rui Moreira. O gestor adverte que o modelo de aprendizagem da 42 “assenta na experiência prática de desenvolvimento de projetos, com a partilha entre pares, em que todos são alunos e professores em simultâneo”, pelo que “para esta metodologia ser bem-sucedida, a presença física no campus é muito importante”.

Já estão abertas as candidaturas para o primeiro curso, que arranca no final de outubro. No entanto, antes de se tornarem alunos da 42, os candidatos têm de concluir dois jogos de lógica online com a duração de cerca de 2h, uma visita de uma hora ao campus e ainda um bootcamp intensivo de 26 dias, em que “mergulham” na metodologia da escola e em projetos de programação. Para este verão estão agendadas três “Piscines”, como são designadas estas experiências, em que conta receber 600 pessoas.

Pedro Santa Clara, diretor da escola de programação 42 em Portugal

“A experiência diz-nos que em cada Piscine cerca de um terço dos candidatos desiste e o objetivo é precisamente esse: que os próprios candidatos possam mergulhar no modelo da 42 e decidir se este é o ideal para si, antes de se comprometerem a longo prazo. No final pretendemos selecionar cerca de 350 alunos por ano, mas tudo depende da capacidade e progressão dos candidatos, pois não há número limite de vagas que possam ser preenchidas”, resume Pedro Santa Clara, para quem esta abertura no Porto é “um passo natural no crescimento” do projeto no país.

Com a direção executiva entregue a Mafalda Sousa Guedes, que assume a mesma função na capital, a 42 Porto tem como parceiros fundadores a SaltPay e a Critical Techworks, contando também com o apoio da Amorim, BA Glass, Ecosteel, Sodecia, Sogrape, Sonae, Prozis, Vicaima, João Nuno Macedo Silva e Câmara do Porto. São os mecenas corporativos ou individuais que suportam as propinas a 100%, não sendo exigido aos candidatos qualquer background académico ou experiência em programação. O único requisito é terem, pelo menos, 18 anos ou completado o 12º ano de escolaridade.

O investimento para a abertura da 42 Porto é de aproximadamente um milhão de euros por ano, tendo em conta os custos com equipamento, set up de tecnologia, localização e equipa.

Pedro Santa Clara

Diretor da 42 em Portugal

Presente em 25 países, a 42 chegou a Portugal em julho de 2020. Desde então já registou mais de 20 mil candidaturas em Lisboa e conta atualmente com cerca de 400 alunos, com idades entre os 17 e os 57 anos. Metade deles nunca tinha escrito uma linha de código e anteriormente tinham ocupações tão variadas como personal trainers, motoristas, chefs de cozinha, canalizadores, pilotos, militares, médicos e engenheiros.

O curso demora entre 12 e 18 meses a concluir, assumindo uma dedicação de 40h por semana. Posteriormente, os alunos podem começar uma especialização, decidindo as áreas que querem explorar, como cyber security, data analytics ou web development. Segundo Pedro Santa Clara, que nasceu em Lisboa em 1966, é licenciado em Economia pela Nova SBE, doutorado em Finanças pelo INSEAD e sócio da Atrium Portofolio Managers e da Shaken not Stirred, perto de 10% dos alunos conseguiram emprego como developers antes de completarem a formação.

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