Do horário flexível à carreira internacional. Depois da pandemia, o que querem os Millennials e a Geração Z?

A carreira na hotelaria é uma hipótese para 40% dos inquiridos. São atraídos por aprender novas skills, conhecer pessoas, pela evolução de carreira e oportunidade de trabalhar no estrangeiro.

Horários de trabalho flexíveis, oportunidade de viajar, contribuir para um trabalho com propósitos definidos, diversidade e interação social são os principais fatores que os profissionais entre os 18 e os 41 anos, os chamados Millennials e Geração Z, valorizam no local de trabalho, no pós-pandemia. A quase totalidade dos inquiridos (93%) considera fundamentais as políticas de bem-estar, com 27% a admitirem que pensaram em mudar de emprego no último ano, após refletirem sobre a sua saúde mental, revela um inquérito sobre o futuro do trabalho realizado pela Hilton juntos dos jovens profissionais portugueses, a que a Pessoas teve acesso. A cadeia está a realizar uma ação de recrutamento no mercado europeu junto a um target mais jovem: tem 800 vagas, 85 posições destinam-se a Portugal.

“Uma organização saudável é baseada em hábitos individuais saudáveis. Ao praticarmos, em primeiro lugar, o autocuidado, podemos cuidar melhor das nossas famílias, equipas, negócios e comunidades, dando-lhes o melhor de nós”, começa por referir David Kelly, vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental, em declarações à Pessoas.

Apesar de, no setor hoteleiro, a integração entre a vida privada e profissional ser, às vezes, um desafio acrescido, David Kelly acredita que existem programas e benefícios que se podem e devem implementar. “Oferecemos modelos de trabalho flexível em todas as funções empresariais e hoteleiras, a todos os níveis, para ajudar os nossos membros de equipa a equilibrar os compromissos familiares e pessoais”, exemplifica o responsável.

“Sabemos que, tradicionalmente, a hospitalidade não era vista como uma indústria que permitisse flexibilidade. É ótimo ver essas perceções mudarem, à medida que os jovens se apercebem da enorme oportunidade de construir uma carreira [num setor] que apoia os seus objetivos pessoais, quer sejam combinar trabalho e criar uma família, prosseguir os estudos superiores enquanto trabalham, ou aprender uma nova língua num ambiente de trabalho sociável.”

O inquérito desenvolvido pela Hilton indica, precisamente, que o “emprego perfeito” deve incluir a possibilidade de conhecer novas pessoas, experimentar diferentes funções e proporcionar equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada. Mas há mais: desenvolvimento de carreira, modalidades de trabalho flexível, apoio à aprendizagem e reconhecimento pessoal.

Viajar é um fator importante, e a hotelaria “encontra-se numa posição única para proporcionar oportunidades ilimitadas”

Os profissionais entre os 18 e os 41 anos dão, agora, mais valor à oportunidade de construir a sua carreira numa organização (85%) do que seguir uma carreira através da deslocação contínua entre organizações (6%), com os restantes indecisos.

Adicionalmente, 40% dos inquiridos mostram-se em consenso ao considerarem uma carreira em hotelaria: são atraídos pela possibilidade de aprender novas competências (32%), conhecer pessoas de diferentes origens (28%), pelas múltiplas oportunidades de desenvolvimento de carreira (26%) e pela oportunidade de trabalhar no estrangeiro (25%).

Sabemos que, tradicionalmente, a hospitalidade não era vista como uma indústria que permitisse flexibilidade. É ótimo ver essas perceções mudarem, à medida que os jovens se apercebem da enorme oportunidade de construir uma carreira [num setor] que apoia os seus objetivos pessoais, quer sejam combinar trabalho e criar uma família, prosseguir os estudos superiores enquanto trabalham, ou aprender uma nova língua num ambiente de trabalho sociável.

David Kelly

Vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental

“Durante a minha própria carreira na Hilton, tive oportunidades consideráveis de viajar e trabalhar em funções em todo o mundo, na Austrália, Estados Unidos, China, e Europa. As viagens são um fator importante para os jovens que entram no mercado de trabalho, e a nossa indústria encontra-se numa posição única para proporcionar oportunidades ilimitadas a este respeito”, recorda David Kelly.

O Pestana Hotel Group faz precisamente bandeira da mobilidade internacional para atrair o talento. A cadeia hoteleira portuguesa tem sabido aproveitar o facto de estar presente em 16 países. “Temos mais de 100 hotéis e temos imenso a aprender uns com os outros. Optamos por dar oportunidade às nossas pessoas de fazerem mobilidade dentro do grupo e gostamos muito dessa mobilidade entre geografias”, contou Verónica Soares Franco, executive committee member & chief human resources officer do Pestana Hotel Group, em entrevista à Pessoas.

“Sempre que entra uma oportunidade de recrutamento identificamos se, na nossa base de colaboradores, existem oportunidades para uma pessoa progredir ou, por vezes, mudar de funções ou abraçar uma experiência internacional, caso seja do seu interesse. Gostamos de proporcionar este tipo de experiências às nossas pessoas”, acrescenta.

Hoje são já vários os casos de colaboradores que de Portugal voaram até Espanha ou Brasil para desempenharem funções noutros hotéis do grupo e, com isso, darem um salto na sua carreira. De igual forma, “temos dado algumas oportunidades a colaboradores nossos que estão noutras geografias e que pretendam vir para Portugal para terem uma experiência internacional”.

No entanto, as opiniões sobre desempenhar um cargo que oferece a oportunidade de viajar variam consoante a geração, sendo que a Geração Z é mais propensa do que os millennials a procurar possibilidades de viajar num novo trabalho, com 65% e 45%, respetivamente.

Se a carreira na hotelaria entusiasma 40% do talento inquirido, há outras profissões que já não são tão populares entre os profissionais. É o caso do construtor e do professor, que colecionam apenas o interesse de 3% e 9% dos inquiridos, respetivamente, e contrastam com a de influenciador digital, que começa a ganhar adeptos (18%).

Políticas fortes de responsabilidade social e ambiental atraem 88% do talento

Ao mesmo tempo que a flexibilidade, progressão de carreira e bem-estar ganham terreno, há outro fator que se revela fundamental para os profissionais questionados pela Hilton e, por sua vez, crucial na atração de talento. “Os resultados do inquérito também mostram uma mudança de atitudes relacionadas com a responsabilidade social e ambiental”, revela o vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental.

As organizações com políticas fortes em questões sociais e ambientais são suscetíveis de atrair 88% dos inquiridos com idades entre os 18-41 anos, “o que me anima muito”. “Estamos empenhados em aumentar o nosso investimento no impacto social e em reduzir substancialmente a nossa pegada ambiental através de uma hospitalidade responsável em toda a nossa cadeia de valor”, assegura David Kelly.

Conrad Algarve, em Almancil, que pertence ao Grupo Hilton.Tripadvisor

Os membros da nossa equipa são diretamente responsáveis por ajudar a Hilton a atingir os seus ambiciosos objetivos para 2030. Ter defensores apaixonados nesta área é uma enorme mais-valia para o nosso negócio e para as nossas comunidades.”

O inquérito revelou ainda que um local de trabalho diversificado e inclusivo é importante para 86% dos Millennials e Geração Z. Os inquiridos consideram que a ligação humana é mais importante do que nunca num mundo pós-pandémico, com 92% a valorizarem a interação social no trabalho.

Para obter estas conclusões, a Hilton inquiriu 1.000 participantes entre os 18 e os 41 anos em Portugal.

800 vagas. 85 posições destinam-se a Portugal

Direcionada precisamente ao público mais jovem, a Hilton vai lançar uma campanha de recrutamento com mais de 800 vagas de emprego disponíveis nos seus hotéis em toda a Europa. Em Portugal, a marca terá 85 posições disponíveis para diferentes áreas, como food and beverage, front office e housekeeping.

“Sabemos que quando investimos na nossa equipa, os nossos hóspedes e comunidades também beneficiam. É por isso que estamos tão empenhados em proporcionar grandes benefícios, desde oportunidades de viagem que mudam vidas, até à garantia de um sentimento de pertença para cada membro da equipa. É assim que fazemos da Hilton um excelente local para trabalhar”, defende o vice-presidente sénior da Hilton na Europa Continental.

“Estamos entusiasmados por estar a recrutar 800 novos colaboradores em toda a Europa e 85 em Portugal, para os nossos sete hotéis, com uma grande variedade de posições, tais como chefs, rececionistas, engenheiros e mixologistas”, detalha.

O grupo hoteleiro conta com unidades em mais de 122 países em todo o mundo e sete em território nacional, estando já a planear abrir sete novos hotéis nos próximos cinco anos, em Portugal.

Para mais informações sobre carreiras na Hilton, aceda a jobs.hilton.com.

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