APESP quer mais cursos de Medicina nas universidades privadas

A associação considera que viabilizar a abertura de mais cursos de Medicina em instituições privadas é um passo indispensável para que Portugal resolva o problema estrutural de falta de médicos. 

A Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP) apela ao Governo para que viabilize mais cursos de Medicina nas universidades privadas, considerando esse um passo indispensável para que Portugal possa resolver o problema estrutural de falta de médicos.

“Os portugueses estão a pagar uma pesada fatura pela falta de médicos que poderia ter sido evitada”, afirma Miguel Copetto, diretor executivo da APESP. “A abertura ao setor não estatal permitirá, não só a formação de médicos altamente qualificados, do ponto de vista humano e técnico-científico, como também não aumentará a despesa pública. Simultaneamente, evitará que tantos jovens tenham de ir estudar para fora”, continua, em comunicado.

Por cada mil portugueses que se formam em Medicina no estrangeiro saem do país cerca de 250 milhões de euros, diz a associação. As avaliações feitas até agora às propostas de mestrado integrado em Medicina apresentadas pelas instituições universitárias do ensino superior particular e cooperativo consideraram as respetivas estruturas curriculares e planos de estudos “adequados” e cumprindo “os requisitos legais”. No entanto, os cursos não foram viabilizados.

“Após 48 anos de vida democrática, não há hoje razão defensável para que a única área de ensino superior vedada à sociedade civil seja a Medicina. Os requisitos qualitativos foram cumpridos nas propostas de mestrado integrado, de acordo com as diretivas europeias. É incompreensível a não aprovação dos cursos, sabendo-se da mais valia que representam para o país”, diz o diretor executivo da APESP.

Espanha tem 11 cursos de Medicina privados

Segundo este responsável da APESP, a qualidade das candidaturas apresentadas pelas universidades privadas em Portugal em nada fica a dever às que têm sido apresentadas, e aprovadas, noutros países europeus. Em Portugal, os sucessivos Governos têm mantido ao longo dos anos as portas fechadas às instituições não estatais.

Até ao momento, foi apenas aprovado um curso de Medicina no setor não público. O primeiro mestrado integrado de medicina curso de Medicina, ministrado pela Universidade Católica, arrancou em setembro do ano passado com 50 alunos.

Já em Espanha, por exemplo, dos 43 cursos de Medicina existentes, 11 funcionam em universidades privadas. Nestes cursos privados estudavam, no ano letivo de 2020/2021, mais de 1.700 alunos.

“Seria muito útil para o país uma abertura ao setor privado para o ensino de Medicina, uma vez que este está altamente qualificado e preparado para inovar no ensino médico, à semelhança do que já faz na formação de todos os outros profissionais de saúde”, afirma Miguel Copetto, da APESP.

A Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado chama também a atenção ao Governo para o grande potencial exportador que o ensino da saúde tem em Portugal. Nas universidades e politécnicos do setor social, privado e cooperativo português estudam já um grande número de alunos estrangeiros, esgotando em muitas instituições o limite de 30% de estudantes internacionais imposto pela legislação em vigor. Desses estudantes, muitos são europeus, contribuindo com o seu poder de compra para a animação das economias locais, defende a associação.

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