INE confirma que inflação em Portugal acelerou para 8,7% em junho, a mais elevada desde 1992
Variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) atingiu o valor mais elevado desde dezembro de 1992. Preços dos produtos energéticos estão em máximos de agosto de 1984.
A taxa de inflação homóloga em Portugal acelerou para 8,7% em junho, o valor mais elevado desde dezembro de 1992 e um aumento de 0,7 pontos percentuais face ao mês anterior, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que confirmam as estimativas anteriores.
Os dados, publicados esta terça-feira pelo INE, mostram que o indicador de inflação subjacente (excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) continuou a acelerar, passando de uma variação homóloga de 5,6% em maio para 6% em junho, ou seja, mais 0,4 pontos percentuais. Este é o valor mais elevado registado desde junho de 1994.
Evolução do IPC desde junho de 2018
A taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos foi de 31,7%, o “valor mais alto desde agosto de 1984”, enquanto a componente referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação de 11,9%, uma subida de 0,3 pontos percentuais face a maio (11,6%), indica o gabinete nacional de estatística.
Comparando com o mês anterior, a taxa de variação mensal do IPC decresceu 0,2 pontos percentuais, para 0,8% em junho, mas subiu 0,6 pontos percentuais face ao período homólogo de 2021 (0,2% em junho do ano passado). A variação média nos últimos 12 meses foi 4,1% (3,4% no mês anterior).
Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), o usado nas comparações europeias, teve uma taxa de variação homóloga de 9%, mais 0,9 pontos percentuais em relação a maio, também em linha com a estimativa rápida do INE divulgada em 30 de junho. É o “quarto mês consecutivo em que é ultrapassado o valor mais elevado registado em Portugal desde o início da série do IHPC, em 1996”, refere.
Este índice, usado na comparação entre os Estados-membros da União Europeia, foi superior em 0,4 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a Zona Euro, quando em maio esta diferença tinha sido nula.
Excluindo os produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal foi de 6,6% em junho, número que compara com 5,8% em maio e superior à taxa correspondente para a área do Euro (estimada em 4,6%), mantendo, segundo o INE, o “perfil marcadamente ascendente verificado nos últimos meses”.
Rendas das casas sobem 2,7% em junho
As rendas das casas por metro quadrado aumentaram 2,7% em junho face ao mesmo mês de 2021, acelerando face aos 2,6% de maio e com todas as regiões a apresentarem crescimentos homólogos, divulgou também o INE.
Em junho, “todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo o Algarve e Lisboa (ambos com 2,9%) registado os aumentos mais intensos”. Quanto ao valor médio das rendas de habitação por metro quadrado, registou uma subida mensal de 0,2%, abaixo dos 0,3% do mês anterior.
As regiões com a variação mensal positiva mais elevada foram o Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve e Açores, todas com taxas de 0,2%, não se tendo observado qualquer região com variação negativa do respetivo valor médio das rendas de habitação.
(Notícia atualizada às 11h51)
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