Três projetos de hidrogénio verde prometem injetar na rede dentro de um ano
Já existem dezenas de pedidos de produtores de hidrogénio verde para injetar nas redes de gás. Paralelamente, o biometano deverá ser a próxima grande aposta, afirma a Galp Gás Natural Distribuição.
A Galp Gás Natural Distribuição (GGND), que é o maior distribuidor de gás do país, já conta com 70 pedidos para injetar gases renováveis nas redes, essencialmente de hidrogénio verde. Três estão mais avançados e devem começar a injetar dentro de um ano.
“Recebemos mais de 70 pedidos de produtores de hidrogénio e biometano para injetar nas nossas redes. Dentro destes 70, temos três a quatro que são de biometano, mas a grande maioria são projetos de hidrogénio”, indicou o CEO da GGND, Gabriel Sousa, num encontro com jornalistas. Entre as dezenas de projetos de hidrogénio, “temos três projetos que já estão em velocidade cruzeiro, com compromissos para a injeção dentro de um ano. Os restantes estão ainda numa fase de apreciação ou licenciamento”, acrescentou o CEO.
Para já, existe no terreno um projeto de demonstração, no Seixal, que está a produzir hidrogénio verde para injeção numa rede que foi isolada e abastece 80 clientes – “duas ou três indústrias e o resto comércio e residencial”. Há uma rede entre o produtor e uma estação de mistura, de cerca de 1.400 metros, em polietileno, onde o hidrogénio já circula a 100%. No entanto, como os consumidores não estão preparados para receber 100% de hidrogénio, a partir da estação de mistura o projeto vai começar por injetar 2% na rede e progredir até 20%, num espaço de dois anos.
Biometano está aí. Só falta estratégia
O biometano, ao contrário do hidrogénio verde, exige menos adaptações nas redes e casas – por exemplo, um esquentador a gás natural consegue funcionar a biometano, explica o CEO da GGND. Nesse sentido, projetos de biometano serão de mais rápida implementação que os de hidrogénio verde – enquanto uma atualização de uma instalação de biogás, de forma a produzir biometano, pode completar-se em cerca de três meses, os eletrolisadores que são necessários à produção de hidrogénio verde estão com demoras no tempo de entrega de ano a ano e meio.
“Acreditamos fortemente que com uma estratégia nacional para o biometano os projetos de biometano vão aparecer, até porque temos já hoje em dia cerca de 70 instalações a produzir biogás e a queimar biogás. O quadro legal adequado fará com que estas estações que produzem biogás façam o upgrade para biometano e injetem na rede”, afirmou Gabriel Sousa.
Esta estratégia estará de momento a ser preparada pelas entidades da tutela, mas a empresa de distribuição não tem para já indicação de quando estará finalizada.
Anteriormente, o biometano não era competitivo com o gás natural, pois tem, atualmente, um custo de 60 a 80 euros por megawatt-hora. No entanto, com a subida a pique dos preços do gás natural, que está esta quinta-feira a marcar os 178,8 euros por MWh, o biometano torna-se competitivo.
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