Ibersol rejeita acordo para vender restaurantes Burger King

Após ter recebido uma nova proposta da Restaurant Brands Ibéria (RBI) para a compra dos restaurantes da marca Burger King em Portugal e Espanha, a Ibersol decidiu “não aceitar a oferta”, alegando “os melhores interesses” da empresa e dos acionistas e, colocando, deste modo, um ponto final a este processo.

“Após analisar em conjunto com os seus consultores financeiros e legais os termos da última proposta global apresentada pela RBI, incluindo em especial no que concerne à proposta de valor e condições associadas, o Conselho de Administração, ponderando os melhores interesses da Ibersol e dos seus stockholders [acionistas], verificou não existirem condições para continuar este processo, tendo assim deliberado não aceitar a oferta da RBI”, anunciou o grupo sediado no Porto, em comunicado enviado à CMVM.

A 13 de junho, a RBI apresentou uma nova proposta para a compra dos restaurantes Burger King assente num enterprise value de 250 milhões de euros, numa base em cash and debt-free, acrescido de sete milhões relativos a créditos fiscais e ainda três milhões do investimento em dois restaurantes adicionais abertos em 2022.

Esta proposta surgiu uma semana depois de a anterior ter sido rejeitada, e estava ainda sujeita à verificação de condições relacionadas com a evolução futura do EBITDA e/ou geração de cash flows, bem como “realização de due diligence adicional e à discussão da documentação contratual da potencial transação”, segundo explicou o grupo, que também detém a Pizza Hut, em nota de imprensa, no início de junho.

Recorde-se que o conselho de administração da Ibersol tinha iniciado negociações exclusivas com este grupo para a venda dos restaurantes Burger King, a 10 de março. O processo de alienação destes ativos arrancou poucos dias depois de a multinacional Burger King ter rescindido o contrato com a Ibersol para o desenvolvimento da marca em Portugal, invocando incumprimento na abertura e remodelação de restaurantes, numa decisão que a cotada portuguesa considerou “injusta e desajustada”. O contrato de desenvolvimento permitia que a Ibersol construísse mais 27 novos restaurantes durante os anos de 2022 e 2023.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h28)