MNE europeus aprovam interdição a importações de ouro russo, incluindo jóias

  • Lusa
  • 18 Julho 2022

O ouro é um dos produtos mais exportados pela Rússia, com as exportações a valerem cerca de 15 mil milhões de dólares.

Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE) deram esta segunda-feira ‘luz verde’ à proibição de importações de ouro russo, incluindo jóias, devido à guerra da Ucrânia, anunciou o ministro português da tutela, João Gomes Cravinho. “Pudemos confirmar um apoio por parte de todos os Estados-membros em relação ao novo pacote de sanções, incluindo [uma proibição à importação] de ouro”, anunciou João Gomes Cravinho, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas à margem do Conselho de Negócios Estrangeiros.

Dias depois de a Comissão Europeia ter proposto uma interdição ao ouro russo, o chefe da diplomacia portuguesa defendeu que “não há razão nenhuma para se estar a importar ouro da Rússia”. Além disso, houve um “consenso à inclusão de jóias” nesta proibição, afirmou, acrescentando que “não há razão” para excluir a joalharia do alcance das sanções.

Neste pacote de sanções europeias à Rússia, visto como uma atualização do sexto conjunto de medidas restritivas, “incluiu-se o ouro, mas também se fecharam alguns mecanismos de circunvenção das sanções”, adiantou João Gomes Cravinho. Em meados de junho, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) reforçou a condenação da Rússia pela invasão da Ucrânia e as sanções contra Moscovo.

Na altura, o G7 decidiu proibir o comércio de ouro russo, mas não incluiu as jóias, que estão abrangidas pelas sanções europeias. O ouro é um dos produtos mais exportados pela Rússia, com as exportações a valerem cerca de 15 mil milhões de dólares (quase o mesmo em euros) para a economia russa em 2021.

Na passada sexta-feira, a Comissão Europeia propôs uma proibição, na UE, às importações de ouro russo e um reforço dos controlos às exportações de tecnologia avançada, medidas que visam um “alinhamento das sanções” europeias com as internacionais.

Desde fevereiro passado, mês em que Moscovo lançou a invasão da Ucrânia, a UE já adotou seis pacotes de sanções, sendo que os dois últimos abrangeram o setor energético – um embargo ao carvão russo, no quinto, e uma proibição parcial às importações de petróleo russo, no sexto.

Entre as sanções adotadas nos últimos meses, destaca-se também o congelamento das reservas do Banco Central russo na UE e a exclusão de várias entidades russas do sistema Swift para transações financeiras. Já a lista de sanções da UE dirigida à Rússia, aberta na sequência da anexação da Crimeia em 2014, tem aumentado consideravelmente nos últimos meses, e conta atualmente com 1.090 pessoas, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, e 80 entidades.

Gomes Cravinho espera “boas notícias” para desbloqueio de cereais ucranianos

João Gomes Cravinho disse ainda esperar “boas notícias” nos próximos dias para desbloqueio dos cereais retidos na Ucrânia pela Rússia, defendendo também que a União Europeia “tudo deve fazer” para conseguir corredores solidários.

“Quero aqui sublinhar o empenho do secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres] e também a diplomacia turca tem estado muito envolvida. Acredito que ao longo dos próximos dias possamos ter boas notícias, mas até o último momento, até tudo estar decidido, nada está decidido”, afirmou João Gomes Cravinho, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de um Conselho de Negócios Estrangeiros.

Com a Ucrânia a dominar novamente a agenda da reunião dos chefes da diplomacia europeia, numa altura em que milhões de toneladas de cereais estão retiros pela Rússia nos portos da Ucrânia e dias antes de Kiev e Moscovo se voltarem a sentar à mesa para discutir esta questão, o ministro português vincou que “a UE tudo deve fazer para apoiar uma solução para os corredores solidários […] em relação ao escoamento de produtos agrícolas da Ucrânia”.

A posição surge numa altura de confronto armado na Ucrânia devido à invasão russa e de bloqueio das exportações nos portos ucranianos, tensões geopolíticas que estão a afetar cadeias de abastecimento, causando receios de rutura de stocks e de crise alimentar.

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