Dona do h3 investe cerca de dois milhões e está a recrutar. Tem 101 vagas e procura perfis de gestão

Leonel Branquinho é o novo diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food. À Pessoas explica as iniciativas que o grupo de restauração está a levar a cabo para atrair e reter talento.

O grupo português Real Food conta investir este ano 2 milhões de euros na expansão da rede de restaurantes h3 e O Tomatino e está a recrutar. Tem 101 vagas. “Estamos mais focados no recrutamento das equipas de gestão com experiência em liderança de equipas“, adianta Leonel Branquinho, diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food, à Pessoas.

Já com uma rede de são 79 espaços (10 Café3, 18 O Tomatino e 51 h3), este ano o grupo conta investir 1,2 milhões de euros na abertura de três h3 e cinco O Tomatino — um dos h3 previstos já abriu no Fórum Algarve e o primeiro dos cinco O Tomatino acontece já amanhã no Fórum Algarve — valor a que acresce 800 mil euros na compra e remodelação de uma cozinha central, a Real Kitchen. Um movimento de expansão que vai ser acompanhado por um reforço da equipa.

“Em termos de perfil, estamos mais focados no recrutamento das equipas de gestão com experiência em liderança de equipas. No imediato, temos 101 vagas para preencher. A nossa opção inicial é sempre, numa primeira fase, valorizar o talento interno e, depois, preencher as vagas que faltam”, adianta Leonel Branquinho.

Estamos focados nas equipas de gestão com experiência em liderança porque sabemos que este tipo de perfil tem mais autonomia, maior aptidão para a resolução de problemas, de motivação das equipas e capacidade de trabalho. Por norma, têm também uma maior polivalência e conseguem adaptar-se mais facilmente aos mais variados contextos.

Leonel Branquinho

DRH grupo Real Food

Depois de quatro anos como gestor de pessoas da multinacional Cerealto Siro Foods, fabricante de produtos de alimentação para grandes cadeias de distribuição e empresas de alimentação no setor B2, Leonel Branquinho tem desde o início do ano sob a sua alçada a direção de recursos humanos do grupo de restauração e das equipas h3, Café3 e O Tomatino, num total de mais de 1.000 colaboradores.

“Estamos focados nas equipas de gestão com experiência em liderança porque sabemos que este tipo de perfil tem mais autonomia, maior aptidão para a resolução de problemas, de motivação das equipas e capacidade de trabalho. Por norma, têm também uma maior polivalência e conseguem adaptar-se mais facilmente aos mais variados contextos. A pandemia foi, provavelmente, o principal fator que desencadeou este ciclo”, refere o diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food, à Pessoas.

Leonel Branquinho, DRH do grupo Real Food

A crise sanitária provocada pelo Covid-19 impactou fortemente a restauração — obrigado a fechar portas durante meses ou a trabalhar com fortes limitações — tendo levado a mudanças na forma de trabalhar no setor, com o delivery a ganhar expressão.

“O delivery ganhou de facto um grande peso no nosso negócio. E olhamos para ele quase como um negócio ‘paralelo’ ao da venda ao balcão. Foi necessário adaptar os espaços, os procedimentos e em alguns casos até as receitas dos nossos pratos”, explica o DRH.

Não existe propriamente um perfil para o delivery. O que mudou é que todas as pessoas que trabalham nos nossos restaurantes têm de ter capacidade para servir, da mesma forma e com a mesma qualidade, um cliente que esteja no balcão e um cliente que esteja em casa com a família, à espera de uma refeição”, continua.

Atrair e reter talento com aposta na formação

A pandemia levou igualmente a uma ‘fuga’ dos colaboradores do setor de restauração levando a dificuldades na atração do talento para esta atividade. A atração de colaboradores no mercado externo tem sido um tema muito discutido pelo setor do turismo e, mais recentemente, o Governo anunciou novos vistos para trabalhadores estrangeiros. Poderão ajudar a mitigar o problema da escassez de talento?

Os futuros novos vistos atribuídos a cidadãos estrangeiros podem realmente ser uma mais-valia porque de momento não existe mão-de-obra suficiente disponível em Portugal para suprir as necessidades do mercado. A falta de mão-de-obra é um problema sério em vários setores não só em Portugal, atualmente, como também em muitos outros mercados europeus, que estão a passar pelo mesmo contexto”, considera Leonel Branquinho.

Estamos a fazer um grande investimento na formação das equipas de gestão intermédia e supervisão, habilitando-os com competências mais específicas de gestão. Queremos que se sintam mais capacitados e mais ‘donos’ do seu restaurante. Por outro lado, apostamos muito na evolução de carreira e a nossa prioridade passa sempre por valorizar os nossos colaboradores.

Leonel Branquinho

DRH do grupo Real Food

Para atrair e reter o talento o grupo Real Food tem vindo a desenvolver “parcerias estratégicas com Universidades e polos de formação profissional“; bem como com “empresa externas para potenciar e acelerar as fontes de captação”, e ainda a “flexibilizar” as políticas de contratação para fazer “face às necessidades e tentar ajustar as necessidades dos candidatos às necessidades da operação”, descreve diretor de pessoas & organização do grupo, dando como exemplo, a “adaptação de horários e um cuidado redobrado com os transportes dos colaboradores”.

Mas não só. “Estamos a fazer um grande investimento na formação das equipas de gestão intermédia e supervisão, habilitando-os com competências mais específicas de gestão. Queremos que se sintam mais capacitados e mais ‘donos’ do seu restaurante. Por outro lado, apostamos muito na evolução de carreira e a nossa prioridade passa sempre por valorizar os nossos colaboradores”, diz Leonel Branquinho.

“Fazemos um acompanhamento rigoroso da evolução de cada um (profissional e pessoal), criamos ferramentas específicas de formação, garantimos que todos os módulos de formação são feitos e, no final, analisamos tudo. Nos nossos restaurantes, ninguém está sozinho, todos são acompanhados diariamente e o trabalho é feito em equipa. Cuidamos sempre das nossas pessoas porque sabemos que são o nosso ativo mais importante”, assegura.

Formação que passa igualmente pela Real Kitchen. O espaço — onde o grupo investiu 800 mil euros na sua compra e remodelação — é “antes de mais, um centro de produção“, explica o diretor de pessoas & organização.

“Queremos tirar complexidade aos nossos restaurantes, garantindo uma qualidade de excelência e totalmente uniforme. Parte da produção que era feita diariamente nos restaurantes passou a ser produzida na Kitchen. É uma unidade de negócio mais industrial e estamos todos a desenvolver novas competências nesta área. Tem sido desafiante, mas é uma forma de centralizarmos todo o circuito de produção e garantir a máxima qualidade em todas as frentes”, explica.

Mas também será “um polo de desenvolvimento e formação em algumas áreas específicas”. Ou seja, formação na produção das receitas confecionadas na Kitchen (como molhos, esparregados, cebola salteada); de novas receitas/pratos antes de serem introduzidas nos restaurantes ou nos empratamentos, introduzindo melhorias relativamente aos existentes e novos pratos.

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