Portugal recusa “cortar só por cortar” no gás e vê Sines como alternativa
Portugal insere-se nalgumas das exceções previstas na proposta da Comissão Europeia, o que traz conforto ao país na aprovação da medida, indica o ministro do Ambiente.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática garante que Portugal vai procurar ser solidário com os restantes países da União Europeia no que toca ao consumo de gás. Aposta no “menor número de cortes possíveis para Portugal” e em recorrer, sempre que possível, a soluções alternativas, como é o caso da exportação de gás natural liquefeito através do porto de Sines.
“Nós não precisamos de cortar só por cortar, até porque cortar tinha de ter um objetivo final. Se conseguimos encontrar soluções alternativas, vamos procurá-las sempre”, afirmou Duarte Cordeiro, referindo-se à proposta da Comissão Europeia, aprovada esta terça-feira, que avança como meta uma redução voluntária de 15% no consumo de gás dos países europeus.
“Podemos, através do porto de Sines, reforçar o fornecimento de gás a outros países europeus”, indicou o governante, considerando “desnecessário” penalizar a economia portuguesa face à existência de soluções como esta. A exportação a partir de Sines “permite uma rotação diferente do nosso stock” e ainda, “com algum investimento nas nossas infraestruturas” — que está a ser considerado — “procurar gerar maior disponibilidade de gás a nível europeu”. Pode tornar-se, desta forma, Portugal mais “útil” no âmbito da crise energética europeia, referiu.
Portugal usufrui de exceções à regra dos 15%
Portugal, confirmou o ministro nestas declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP, terá uma “aplicação parcial” da redução obrigatória de 15% no consumo de gás que foi proposta pela Comissão Europeia, e subscrita pela maioria dos Estados-membros esta terça-feira.
“Portugal vai ter uma aplicação parcial deste regulamento, [enquadrando-se] naquilo que são os países com reduzidas interconexões”, disse Duarte Cordeiro. O ministro apontou que, no que à meta obrigatória diz respeito, o regulamento passou a ter um conjunto de considerações que permitem respeitar as limitações dos Estados-membros. No caso de Portugal reclamou que “os setores industriais podem estar protegidos”.
A mais recente versão da proposta possibilita que o gás dirigido para utilizações críticas, ou seja, usado para “um conjunto de atividades económicas” ou para a produção de eletricidade, não seja considerado nas contas para atingir a meta de redução obrigatória de 15%, informou o ministro. Além disso, fica enquadrada a possibilidade de utilizar a plataforma de Sines como forma de exportar gás e, dessa forma, concluiu, o país ser solidário com os vários Estados membros.
(Notícia atualizada às 15:02)
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