Lucros da EDP caem 11% no semestre para 306 milhões. Em Portugal perde 111 milhões

A elétrica teve um desempenho positivo nos primeiros seis meses de 2022, mas os lucros caíram 11% para 306 milhões de euros. Seca extrema penalizou operação em Portugal.

A EDP – Energias de Portugal obteve um resultado líquido de 306 milhões no primeiro semestre de 2022, 11% abaixo daquele obtido nos mesmos meses do ano anterior.

Os resultados “foram marcados pela positiva, pelo forte desempenho das renováveis em termos globais e das redes de eletricidade no Brasil”, no entanto, “foi também fortemente penalizado pela seca extrema em Portugal num período de elevados preços de eletricidade no mercado grossista, o que resultou num resultado líquido negativo de 111 milhões de euros em Portugal” no semestre, lê-se no comunicado divulgado esta quarta-feira através da página da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O EBITDA recorrente aumentou 19% para 1.944 milhões de euros no período, uma subida de 13%, excluindo variações cambiais. Para alcançar este número a elétrica contou com um “forte contributo” do crescimento na EDP Renováveis e nas Redes no Brasil. A EDP Renováveis apresentou resultados esta quarta-feira e deu um salto de 87% nos lucros.

O EBITDA recorrente nos segmentos de produção hídrica na Península Ibérica, serviços a clientes e gestão de energia também na Península sofreu uma queda de 62% para 126 milhões de euros, “impactado negativamente pela maior crise hídrica das últimas décadas”, em combinação com os “elevados preços grossistas de energia”, os quais geraram um desvio de 2,8 terawatts-hora (TWh) na produção hídrica face ao expectável, escreve a empresa.

O EBITDA da hídrica na Península Ibérica apresentou uma queda de 300 milhões de euros em termos homólogos, penalizado pelos recursos hídricos em Portugal, 66% abaixo da média. O EBITDA da Hídrica no Brasil superou o ano anterior com um crescimento de 29% para 93 milhões, tendo em conta uma recuperação face à crise hídrica vivida no país em 2021.

O EBITDA recorrente no segmento de redes de eletricidade apresentou um “forte crescimento”, de 25% para os 732 milhões, impulsionado sobretudo pela subida de 70% do EBITDA das redes no Brasil.

Já os custos financeiros líquidos aumentaram 130 milhões para os 385 milhões, com o custo médio de dívida a aumentar para 4,5%, refletindo o aumento de 140 pontos base (bps) do custo da dívida. Este decorre sobretudo do aumento do custo da dívida no Brasil. O custo médio da dívida, excluindo a dívida denominada em Reais Brasileiros (15% da dívida consolidada), aumentou apenas 30 bps para 2,7%.

No primeiro semestre, a dívida líquida totalizava 14,2 mil milhões de euros, “impactada sobretudo pela aceleração do investimento”, mas também pela apreciação do real brasileiro e do dólar americano. O investimento aumentou 23% para 1,7 mil milhões, dos quais 97% em energias renováveis e redes de eletricidade. Nas energias renováveis, nos últimos 12 meses, a EDP instalou 2,5 gigawatts de capacidade. Entre janeiro e junho, 75% da produção de eletricidade da empresa teve origem em energias renováveis, apesar de se ter verificado um aumento na produção térmica ibérica, para compensar a menor produção hídrica.

 

(Notícia atualizada às 18:15 com mais informação)

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