Fundo imobiliário “apita” para a segunda parte no antigo estádio das Antas
Quantico-Albatross avança para construção de mais 180 apartamentos no empreendimento de 240 milhões no Porto e prepara megaprojeto também para as famílias da classe média no centro de Lisboa.
Em construção desde setembro do ano passado nos terrenos do antigo estádio do FC Porto, o megaempreendimento Antas Atrium, promovido pela Quantico-Albatross e destinado a famílias de classe média, acaba de atingir os 75% de vendas do primeiro lote – composto por um total de 175 apartamentos de tipologias T0 a T4, que estarão concluídos no último trimestre de 2023 –, desbloqueando assim a segunda fase deste projeto avaliado em 240 milhões de euros.
A informação é confirmada ao ECO por Carlos Vasconcellos, fundador e presidente da Quantico, que destaca ser “um dos maiores projetos no país e seguramente o maior da cidade do Porto”, com um total de 1.150 unidades e 110 mil metros quadrados acima do solo quando estiver completo daqui a “seis a sete anos”. “Vamos lançando as novas fases à medida do ritmo de vendas. Estamos a preparar tudo para avançar com mais 180 unidades no início do próximo ano”, indica.
Este condomínio privado, enquadrado em parte dos terrenos do Plano de Pormenor das Antas e que vai ajudar a reabilitar um local abandonado há mais de duas décadas, anuncia preços que começam nos 180 mil euros para as unidades mais pequenas e que vão até aos “800 e tal mil euros” para os apartamentos de maior dimensão, tendo estabelecido um valor abaixo dos 4.000 euros por metro quadrado. As primeiras unidades, sobretudo T0 e T1, foram compradas pelo “segmento de investimento”; o maioritário é de famílias, portuguesas e estrangeiras.
Holding com participações centradas em projetos imobiliários, a Quantico criou em 2017 uma joint venture com a Albatross Capital que começou por abordar a reabilitação urbana nas zonas históricas de Lisboa e Porto, e se estendeu depois à promoção de habitação nova, escritórios, hotéis e espaços comerciais. Em 2019 lançaram uma plataforma de investimento no segmento residencial, focada em grandes projetos de construção nova destinados à classe média portuguesa. E depois de se tornar vizinho do estádio do Dragão, está prestes a avançar com um projeto na capital.
Sem querer entrar em muitos detalhes, por ainda estar numa fase de due diligence, Carlos Vasconcellos refere ao ECO que até ao final deste ano deverá anunciar um outro projeto “também de dimensão bastante significativa”, embora com um orçamento global “ligeiramente inferior” a este da Invicta, “nesta linha de dar continuidade à plataforma residencial, fundamentalmente para a classe média”. “É um empreendimento sobretudo para as famílias, numa zona bastante central da cidade de Lisboa”, completa.
Estamos na fase de due diligence para um outro projeto também de dimensão bastante significativa, nesta linha de dar continuidade à plataforma residencial, fundamentalmente para a classe média. É um empreendimento sobretudo para as famílias, numa zona bastante central da cidade de Lisboa.
Porquê a aposta neste segmento? “Hoje há muita falta de habitação, tanto para as famílias que querem comprar, como para as famílias que querem alugar. E a verdade é que coisas novas a preços aceitáveis, que possam ser pagos pelas famílias portuguesas, em zonas bastantes centrais das cidades, praticamente não há. Muitas das coisas que foram feitas de reabilitação tinham características muito mais de nicho, para o segmento alto e de luxo. Portanto, isto é uma necessidade que achamos que faz todo o sentido desenvolver”, responde o gestor, que diz ter atraído para estes projetos “dois dos maiores grupos de investimento a nível internacional”.
Troca de materiais e stocks para evitar subida dos preços
Desde que o Antas Atrium foi apresentado pela primeira vez, no outono de 2020, a conjuntura mundial alterou-se radicalmente, com a inflação galopante a atingir também os custos dos materiais de construção. No entanto, embora admita que “é difícil fazer muitas previsões num período tão longo [a construção deverá arrastar-se até 2027], quando o mundo está em tão grande mudança”, assegura que tem feito várias adaptações e atualizações ao projeto com a construtora Casais, evitando, para já, revisões em alta nos preços da obra e da venda ao público dos apartamentos.
“Até agora temos conseguido colmatar os incrementos de custos. Estamos a utilizar métodos construtivos cada vez mais estandardizados, o que permite ganhos de eficiência muito grandes; a escolher alguns materiais alternativos no sentido de conseguirmos encaixar [os preços] dentro dos nossos números, sem pôr em causa a qualidade; e fizemos alguma stockagem num conjunto de materiais para garantir preços, num planeamento bastante dinâmico e que não era frequente em obras”, enumera.
Entre as vertentes de ativos para venda e para rendimento, a Quantico/Albatross diz estar envolvida em projetos que ascendem a quase mil milhões de euros de investimento, nas contas do porta-voz da joint venture. Aos perto de 500 milhões de euros de ativos com o objetivo de venda, juntou no ano passado dois portefólios de arrendamento “que estavam em bancos” e que incluem mais de 4.000 apartamentos localizados em várias regiões do país, naquela que é descrita pelos próprios como “a maior transação residencial imobiliária de 2021 em Portugal”.
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