Operação Marquês: “Estavam todos feitos” na OPA
A OPA já foi há mais de uma década. A Sonae fracassou na compra da PT. "Foi muito injusto", diz Paulo Azevedo que remata: "estavam todos feitos". Agora a "justiça fará o seu trabalho".
“De uma forma ou de outra, estavam todos feitos”. É assim que Paulo Azevedo, chairman e co-presidente executivo da Sonae, vê, uma década depois, o fracasso da OPA da Sonae à Portugal Telecom (PT), operação que está agora a ser investigada no âmbito da Operação Marquês, envolvendo o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
Em 2006, a Sonae apresentou uma proposta para a compra da PT. A operação acabaria por falhar uma vez que os acionistas chumbaram a desblindagem dos estatutos, essencial para o sucesso da OPA. Na sequência desse chumbo, a PT acabou fazer o spin off da PT Multimédia e avançou com a venda da posição que detinha na Vivo à Telefónica, utilizando parte do encaixe para remunerar os acionistas e investir na Oi, empresa que agora está em processo de insolvência.
“De uma forma ou de outra, não escondo o agrado por se estar a falar nisto [na OPA]”, disse Paulo Azevedo em resposta a uma pergunta colocada pelo ECO, na conferência de apresentação dos resultados referentes a 2016. “De uma forma ou de outra, estavam todos feitos”, atira o presidente executivo da holding.
“Nós não somos de nos ficar a lamentar, fizemos a nossa vida. Foi de uma forma muito injusta [o fracasso da operação de aquisição da antiga operadora de telecomunicações], mas fizemos nosso caminho”, referiu o responsável. E acrescentou: agora, a “justiça fará o seu trabalho”.
Há dez anos, estavam à frente da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro. Os dois antigos gestores foram constituídos arguidos por fraude fiscal, corrupção passiva e branqueamento, no âmbito da Operação Marquês, processo no qual o antigo primeiro-ministro José Sócrates também já é arguido. Sócrates era primeiro-ministro à data da oferta da Sonae.
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