Sindicato prevê 100 voos cancelados devido a greve na Portway
Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil acusa Portway de contratar serviços externos para substituição de grevistas.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC), que convocou a paralisação na Portway, prevê cerca de 100 voos cancelados e estima uma adesão à greve entre os 50% em Faro e os 90% em Lisboa. A informação disponibilizada nos sites da ANA dá conta de 87 voos cancelados no Humberto Delgado e no Francisco Sá Carneiro, entre partidas e chegadas.
Em Lisboa, são 31 voos que não vieram e 27 os que não vão partir. No Porto, foram já cancelados 29, 15 chegadas e 14 partidas. De acordo com o site da ANA, não há cancelamentos em Faro e Funchal.
Cerca de metade dos voos cancelados em Lisboa são operados pela easyJet, mas também incluem outras companhias. Segundo a informação disponibilizada pela Portway, a paralisação que decorre entre esta sexta-feira e domingo afeta 21 transportadoras aéreas. No Porto, a easyjet é também, de longe, a mais penalizada.
“Neste momento estamos com uma adesão de cerca de 90% em Lisboa, 85% no Porto, entre 60% a 70% no Funchal e entre 40% a 50% em Faro”, afirmou Pedro Figueiredo, membro da direção do SINTAC.
“Até agora temos a indicação de 20 voos cancelados em Lisboa, num total previsto de 60 para o dia de hoje, incluindo os voos de carga. No Porto temos a indicação de 40 voos que serão cancelados e já foram 10″, sintetizou o dirigente às televisões num primeiro balanço realizado esta manhã. A expectativa é assim de um total de 100 voos cancelados.
Num comunicado divulgado esta manhã o SINTAC acusa a Portway de recorrer à “contratação de serviços externos para substituição de grevistas, nomeadamente serviços de push-back (trator para empurrar os aviões para a pista)”. “Recordamos que a substituição de grevistas é um crime perante a lei portuguesa e até ao momento está confirmado que a Ryanair/Groundlink e a Groundforce foram as empresas que se disponibilizaram para efetuar este serviço”, afirma o sindicato, que já comunicou a situação à ACT e ao Ministério do Trabalho.
“Entendemos que esta greve mostra bem o descontentamento dos trabalhadores e esperamos que com isto a empresa esteja aberta ao diálogo”, diz Pedro Figueiredo. Segundo o dirigente sindical, a empresa de serviços de assistência em terra do grupo ANA tem 2.400 trabalhadores, dos quais metade são temporários, facto que “afeta em muito o desempenho desta greve”.
“Temos trabalhadores contratados com experiência quase nula, como denunciámos à Autoridade Nacional da Aviação Civil e estranhamos não ter qualquer resposta”, contestou o membro da direção do SINTAC. “Lamentamos que o regulador esteja do lado do regulado, mas tentaremos com as nossas armas combater isso.” O responsável criticou ainda o facto de o despacho do Governo sobre os serviços mínimos ter “vedado o acesso os trabalhadores da MyWay”, que apoiam os passageiros com mobilidade reduzida.
Num comunicado divulgado ontem, a Portway considerou a convocatória da greve “um ato irresponsável, pois os motivos para a convocar não correspondem à realidade, compromete a recuperação do setor e da economia nacional num período de intensa atividade da aviação e do turismo e afeta seguramente a capacidade de a empresa traduzir a tão esperada recuperação financeira em melhores condições para os trabalhadores”.
A greve convocada pelo SINTAC abrange os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal e tem início às 0h00 de dia 26 de agosto, terminando às 24h00 de dia 28. O sindicato contesta o sistema de progressões nas carreiras, o “incumprimento do pagamento de feriados a 100%” (são pagos a 50%), o “clima de intimidação” ou a “falta de condições de trabalho”.
(Notícia atualizada às 11h45)
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