Títulos de dívida pública valorizaram em julho pela primeira vez este ano
Em julho as amortizações de títulos foram superiores às emissões em 2,5 mil milhões de euros, tendo as amortizações de títulos de dívida superado as emissões em 2,6 mil milhões de euros.
Os títulos de dívida pública valorizaram-se em julho pela primeira vez este ano, tendo ainda as amortizações superado as emissões em 2,5 mil milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta quinta-feira.
De acordo com o regulador, em julho, os títulos de dívida emitidos por administrações públicas e as ações emitidas por empresas não financeiras valorizaram-se em 6,5 mil milhões e 2,4 mil milhões de euros.
“Foi, assim, interrompida a tendência de desvalorização dos títulos de dívida emitidos por administrações públicas, registada desde dezembro de 2021”, assinala a entidade liderada por Mário Centeno.
Segundo os dados divulgados esta quinta-feira, no final de julho o valor total de títulos emitidos por entidades residentes era de 488,4 mil milhões de euros, mais 6,5 mil milhões de euros do que no final do mês anterior.
“Para este aumento contribuíram essencialmente as valorizações ocorridas em julho, que mais do que compensaram o valor negativo das emissões deduzidas de amortizações”, salienta o BdP.
O regulador indica ainda que em julho as amortizações de títulos foram superiores às emissões em 2,5 mil milhões de euros, tendo as amortizações de títulos de dívida superado as emissões em 2,6 mil milhões de euros e, em sentido inverso, as emissões de ações superado as amortizações em 0,1 mil milhões de euros.
Este cenário foi sobretudo influenciado pelo setor das administrações públicas, com as amortizações de títulos a excederem as emissões em 2,1 mil milhões de euros. Já as empresas não financeiras também amortizaram títulos num montante superior ao emitido, em 0,3 mil milhões de euros, aponta.
No que toca às amortizações calendarizadas de títulos de dívida, em julho, 12,4% do montante dos títulos de dívida vivos tinha amortização calendarizada para os 12 meses subsequentes.
“Destacavam-se as administrações públicas, com amortizações de 8,7 mil milhões de euros calendarizadas para outubro de 2022, o setor financeiro, com amortizações de 1,5 mil milhões de euros previstas também para outubro de 2022, e as empresas não financeiras, com 2,7 mil milhões de euros de amortizações agendadas para setembro de 2022”, refere.
O BdP indica que “as amortizações previstas no caso das empresas não financeiras correspondiam, em larga medida, a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo”.
“É, por isso, previsível que se registe sistematicamente um valor elevado de amortizações calendarizadas para os 30 dias após o fim do mês”, antecipa.
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