Depois da DBRS, também a S&P sobe o rating de Portugal
Duas semanas depois da DBRS rever em alta o rating da dívida soberana para a liga A, também a S&P decidiu subir a notação de Portugal para BBB+. O outlook fica em "estável".
A agência de notação financeira Standard & Poor’s reviu em alta o rating da dívida portuguesa, passando-o para BBB+. A agência norte-americana justifica a decisão com o “forte crescimento económico”, o mercado de trabalho e as finanças públicas. A perspetiva para a dívida soberana está em “estável”.
Em comunicado, a Standard & Poor’s enaltece os “sólidos” resultados das finanças públicas e do crescimento económico, “ancorados nos financiamentos europeus”. Apesar “do aumento dos custos da energia e das taxas de juro”, a agência de notação refere ainda que Portugal “continuou a registar um crescimento robusto” e “resultados fortes no mercado de trabalho e na execução orçamental” e que vai aumentar o investimento na sequência dos fundos europeus previstos para entre 2022 e 2027.
Por outro lado, a Standard & Poor’s sinaliza que a maioria absoluta do PS “reduz a incerteza em torno da implementação das reformas orçamentais e estruturais incorporadas no Programa de Estabilidade de Portugal e no Plano de Recuperação e Resiliência do país”.
A agência acredita que “Portugal registe um superávit primário (excluindo pagamentos de juros) em 2022, colocando a sua dívida em relação ao PIB numa trajetória descendente mais acentuada do que a dos seus pares”.
Por isso, decidiu elevar o rating da dívida soberana portuguesa de longo prazo de “BBB” para “BBB+” e afirmou o rating de curto prazo em “A-2”. “A perspetiva é estável”, acrescenta.
Ainda sobre a energia, a agência acredita que como Portugal tem “ligações diretas mínimas com a Rússia e a Ucrânia, o conflito terá efeitos secundários na economia”, assinalando que os dois países envolvidos no conflito representam apenas 2% do comércio português e os turistas contam para menos de 1% das dormidas. No entanto, a S&P sublinha que “Portugal é vulnerável a preços de energia mais altos, prejudicando a performance das exportações líquidas, com o petróleo e gás representando, respetivamente, 44% e 22% de mix energético em 2021″.
A agência norte-americana aponta ainda que Portugal corre um risco “moderado” de interrupção de energia uma vez que quer os EUA quer a Nigéria – fornecedores do país – podem desviar parte da sua produção para outros países.
Recorde-se que há duas semanas, também a DBRS reviu em alta o rating da dívida portuguesa, passando-o de “BBB” para “A”, ao fim de 11 anos. A agência de notação justificou que “as vulnerabilidades de crédito a Portugal associadas a choques externos estão a diminuir e as perspetivas macroeconómicas estão a melhorar“.
(Notícia atualizada pela última vez às 21h45)
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