Guerra, inflação e energia vão dominar discurso do Estado da União Europeia
Presidente da Comissão profere no Parlamento Europeu o discurso do Estado da União Europeia, uma vez mais num contexto de crise, com a guerra, inflação e crise energética como pano de fundo.
A presidente da Comissão Europeia profere esta quarta-feira, no Parlamento Europeu, o seu terceiro discurso sobre o Estado da União Europeia, uma vez mais num contexto de crise, com a guerra, inflação e crise energética como pano de fundo.
Ursula von der Leyen, que preside ao executivo comunitário desde 2019, vai proferir o seu discurso sobre o Estado da União novamente em modo de gestão de crise, depois de nos últimos dois anos as atenções terem estado centradas quase em exclusivo na resposta à pandemia da Covid-19, que forçou mesmo a que em 2020 este momento não tenha sido realizado, pela primeira vez, na sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França, mas sim em Bruxelas.
Desta feita, no hemiciclo de Estrasburgo, Von der Leyen passará em revista os principais acontecimentos do último ano e apresentará as grandes prioridades políticas, objetivos e iniciativas para os próximos 12 meses.
O momento em questão ganha mais peso porque é a primeira vez desde a criação do debate sobre o Estado da União Europeia que este se realiza enquanto decorre uma guerra de grandes dimensões no continente europeu, lançada pela Rússia na Ucrânia em fevereiro passado.
Todas as atenções estão centradas no pacote de propostas que a Comissão Europeia adotou na véspera na reunião do Colégio de Comissários, mas que Ursula von der Leyen manteve em segredo para apresentar esta quarta-feira de manhã, com medidas de emergência a nível comunitário para a União Europeia (UE) fazer face à escalada dos preços no setor da energia, num contexto de inflação recorde na Zona Euro.
O executivo comunitário, que na semana passada, depois de um Conselho extraordinário de ministros da Energia, prometeu avançar com “medidas sem precedentes para uma situação sem precedentes” numa UE em crise energética, que abrangerão “todas as frentes”, deverá propor a imposição de um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de eletricidade com baixos custos e uma “contribuição solidária” das empresas de combustíveis fósseis.
A Comissão liderada por Von der Leyen deverá também concretizar propostas para a definição de um teto de preço do gás russo importado por gasoduto – uma questão pouco consensual entre os Estados-membros -, a coordenação nas respostas dos 27 com vista à redução do consumo de eletricidade e soluções de emergência a nível de ajudas de Estado para garantir a liquidez financeira às empresas de serviços energéticos.
Inaugurado pelo antigo presidente do executivo comunitário José Manuel Durão Barroso, em 2010, o discurso do Estado da União tornou-se o “cartaz” das sessões plenárias de setembro, da chamada rentrée depois das férias de verão, sendo a oportunidade de o executivo comunitário e os eurodeputados discutirem os grandes desafios e prioridades para os 12 meses seguintes. O discurso sobre o Estado da União 2022 tem início às 9h00 locais em Estrasburgo, 8h00 de Lisboa.
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