Fast food subiu 8%, leite 17% e óleo 36%. Veja os 30 preços que mais aumentaram desde o início da guerra
Veja os 30 preços que mais aumentaram desde o início da invasão da Ucrânia. Mas atenção. Só são considerados os produtos com um contributo superior a 0,05 pontos percentuais para a formação do IPC.
Comer uma refeição de fast food ficou 8% mais caro desde a invasão da Rússia à Ucrânia. Não é de admirar já que o preço do óleo subiu 36% desde fevereiro e as batatas 17%. Já a carne de bovino aumentou 11,8%.
“Desde o início da guerra na Ucrânia no final de fevereiro, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) tem refletido aumentos significativos de preços em grande parte dos produtos considerados na amostra”, explicava o Instituto Nacional de Estatística na segunda-feira quando revelou que os preços aumentaram 6,3% em Portugal desde o início da guerra na Ucrânia a 24 de fevereiro.
Mas quais foram os produtos que sofreram os agravamentos mais significativos? O topo da tabela é ocupado pelos voos internacionais (101,4% de aumento); hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares (65,5%) e férias organizadas fora do território nacional (42,7%). Mas estes são produtos relacionados com o turismo e por isso fortemente influenciados pela sazonalidade. É normal que um quarto de hotel seja mais caro em agosto do que em fevereiro. Mas é claro que a dimensão destes aumentos também é influenciada pela guerra, já que muitos turistas optaram por passar férias em Portugal, o país mais ocidental da Europa, em detrimento de paragens mais próximas do conflito.
O óleo é o produto cujo consumo é mais ou menos constante ao longo do ano que mais aumento nos últimos. Os portugueses passaram a pagar em agosto mais 36,2% para levar da prateleira do supermercado a mesma garrafa de óleo alimentar face a fevereiro.
Segundo o INE, o subgrupo de óleos e gorduras registou “aumentos relevantes a partir de março”, atingindo máximos em maio, sendo de realçar o comportamento dos preços dos óleos alimentares, que registaram a maior variação no mesmo período (36,2%).
Um outro subgrupo que sofreu aumentos muito significativos é o dos produtos alimentares, mas este tem mais peso na formação do índice de preços. A carne de aves com uma subida de 25,1% e a carne de porco com um agravamento de 23,4% são dos alimentos que mais subiram de preço.
Produtos essenciais como o leite magro de vaca (17%), o queijo e requeijão (11,3%), a fruta fresca (14,4%) ou o pão (8,8%) não escaparam à escalada de preços e levaram o Executivo a criar um cheque de apoio às famílias de 60 euros (primeiro para beneficiários da tarifa social de eletricidade e de prestações sociais) que depois “engordou” para 125 euros para todos os que têm rendimentos anuais inferiores a 37.800 euros por ano.
Mas a invasão da Ucrânia e as consequentes sanções impostas a Moscovo ditaram também uma escalada dos preços da energia já que a Rússia era um dos principais fornecedores de gás do mercado europeu. E o gás é também utilizado para gerar eletricidade, o que contamina também os seus preços. De acordo com o INE, entre fevereiro e agosto deste ano, os preços do gás natural aumentaram 35,5% e os da eletricidade 28%.
Em Portugal o peso do preço do gás no da eletricidade foi superior ao habitual, porque devido à seca não foi possível contar com uma percentagem idêntica à de anos anteriores de energia gerada pelas barragens, que em muitos casos estavam dedicadas exclusivamente ao abastecimento das populações.
Perante este efeito de contágio, o Governo português em conjunto com o espanhol criaram uma limitação do preço do gás para efeitos de produção de energia elétrica, após Bruxelas dar luz verde à medida, que começou a produzir efeitos no mercado de eletricidade a 15 de junho.
O ECO pediu ao INE a listagem dos preços que mais aumentaram desde o início da guerra na Ucrânia. Mas atenção, só são considerados os produtos que têm um contributo superior a 0,05 pontos percentuais para a formação do Índice de Preços no Consumidor. “Os contributos individuais dos restantes sub-subgrupos não são significativos, pelo que recomendamos que sejam considerados” apenas estes explicaram os técnicos do INE. É por essa razão que, por exemplo, o vestuário e calçado, não constam da tabela já que o seu contributo foi de -0,007 p.p..
Veja os 30 preços que mais aumentaram desde o início da invasão da Ucrânia:
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