Uniper mais perto de ser nacionalizada devido à crise energética
Depois do resgate financeiro aprovado em julho e das duas linhas de crédito concedidas pelo banco estatal alemão, gigante energética já admite a nacionalização face à escalada da crise energética.
A energética alemã Uniper pode estar mais perto de ser nacionalizada, depois de a empresa ter anunciado que o resgate financeiro “não é suficiente” para ajudar a enfrentar a crise energética na Europa.
Em comunicado citado esta quarta-feira pela Reuters e o Financial Times, a empresa, que, em julho, chegou a acordo com o Governo alemão de ceder 30% do capital, afirma estar à procura de “soluções alternativas”, entre elas, “um aumento direto do património que resultaria numa participação maioritária e significativa do governo alemão”. A gigante informa que as negociações com o principal acionista, a finlandesa Fortum, e o executivo de Olaf Sholz prosseguem com o objetivo de arranjar uma “solução a longo prazo”.
energética alemã tem sido fortemente penalizada pelas interrupções dos envios de fluxos de gás enviados pela Rússia, tendo sido obrigada a pedir um resgate financeiro de 15 mil milhões de euros ao governo de Olaf Sholz e um crédito de 9 mil milhões de euros ao Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW), em julho. A 29 de agosto, a Uniper terá pedido uma segunda linha de crédito de 4 mil milhões de euros ao mesmo banco como forma de compensar as perdas que foram aumentando face ao aumento dos preços dos combustíveis.
Mas o montante revelou ser insuficiente para enfrentar a crise energética. Na nota divulgada, a Uniper refere que desde que o acordo de julho foi assinado, a crise energética da Europa “agravou-se”, graças à decisão da Rússia de suspender indefinidamente todos os envios de gás através do gasoduto Nord Stream 1, o principal gasoduto que liga a Russia à Europa, através da Alemanha.
As sucessivas interrupções ao fornecimento de gás ao motor económico e maior dependente deste combustível russo, fazem aumentar as preocupações de uma recessão. Esta segunda-feira, o instituto alemão Ifo divulgou que, em 2023, a economia alemã deverá contrair-se em 0,3%, enquanto a inflação será de 9,3%.
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